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Mapa 3 – Cartografia quanto à existência de rádios no Sul do Maranhão.

Na leitura do Mapa 3, observa-se inicialmente o recorte ampliado da parte Sul do Maranhão. Nele, dividem-se e se diferenciam as sete microrregiões por cores, com suas respectivas cidades. A presença das rádios nos municípios está demarcada por círculos; são 61 emissoras mapeadas e suas cores definem as modalidades de rádio: os círculos verdes indicam as emissoras comunitárias, visivelmente, a maioria, com o total de 48 rádios, 79% das emissoras registradas; verifica-se que 18% são os círculos azuis, que indicam as 11 rádios comerciais; a rádio educativa Boa Notícia de Balsas, representada pelo círculo cinza, corresponde a 1,5% das emissoras radiofônicas; por sua vez, a rádio poste Caema, indicada em rosa, localizada na cidade de Imperatriz, indica 1,5%; o círculo amarelo representa a rádio comunitária, que também é uma rádio poste, os representes da emissora distribuíram 30 caixas de som na cidade de Buritirana. Por transmitir exclusivamente a mesma programação da rádio Esperança, ela está sendo somada no total de rádios comunitárias42.

Pela quantidade de círculos verdes no mapa, em uma primeira observação, mesmo a mais rápida, é nítida a percepção de que a maioria das rádios são comunitárias. É oportuno mencionar que, das 48 emissoras, 19 ainda não foram legalizadas, ou seja, 40% ainda funcionam sem outorga e atuam com o receio de a qualquer momento ter seus equipamentos apreendidos pela Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL).

Observa-se ainda, pela representação do mapa, que nas microrregiões dos Gerais de Balsas, Chapadas das Mangabeiras, Chapadas do Alto Itapecuru, estão o menor número de veículos radiofônicos. São emissoras comunitárias e a educativa no município de Balsas. Com exceção dessa cidade, que tem o terceiro maior PIB do estado, com destaque para a produção de soja, os demais municípios não apresentam economia significativa. Nessa parte Sulmaranhense, dez cidades não dispõem de emissoras radiofônicas.

Na cidade de Imperatriz, é registrado o maior número de emissoras, são dez rádios, entre elas duas emissoras comunitárias, sete comerciais e uma rádio poste. A segunda cidade com maior quantidade de rádios é Açailândia, que dispõe dos serviços de cinco veículos radiofônicos, três comerciais e duas comunitárias. Essas duas localidades abarcam dez das 11 emissoras comerciais, fazem parte da microrregião de Imperatriz, a área que agrupa o maior número de rádios.

É possível relacionar aspectos econômicos com a quantidade e modalidade de rádios por microrregião. Quanto mais desenvolvida a economia do local, maior é o interesse de empresários e políticos pela implantação de veículos de comunicação. Ressalta-se que

42 O apêndice 5 apresenta uma tabela com o nome de todas as rádios mapeadas, organizadas por microrregião,

Imperatriz e Açailândia são importantes polos econômicos na região sul do estado e estão entre os cinco municípios do Maranhão com maior Produto Interno Bruto (PIB), segundo a base de dados do Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos (IMESC)43.

A Abraço-MA não dispunha desse registro de 48 rádios comunitárias no Sul do Maranhão. O trabalho da associação junto aos veículos comunitários é de conscientização, formação e apoio quanto ao funcionamento. A distância da sede, em São Luís, para os municípios do universo desta pesquisa varia entre 400 a 1.100 km, o contato com essas rádios geralmente é via telefone, já com as emissoras situadas ao norte se mantêm relações mais próximas, menciona o diretor de mobilização institucional da Abraço-MA, José Maria Machado Coelho:

O Sul do Maranhão é um pouco mais, não vou dizer esquecido, a gente se comunica por telefone, você sabe que é mais difícil mesmo, já essa região mais próxima, nós temos contato diariamente, e temos que dizer que vem lucrando êxito, não financeiramente, porque de dez diretores que você conversa, 6 ou 7 assimilam o que pode e o que não podem fazer, do decreto (JOSÉ MARIA MACHADO COELHO).

Compreende-se que a Abraço-MA é formada por profissionais que comumente têm outras funções e também dependem de apoio financeiro para as suas atividades. Assim, o trabalho junto às rádios Sulmaranhenses ainda é limitado. Destaca-se também que nem todas as rádios, mesmo as legalizadas, participam dos Congressos e Seminários organizados pela associação. No que diz respeito aos veículos não legalizados, a atuação da associação tem sido de incentivar a legalização para evitar o empoderamento por políticos ou empresários.

Em 2015, o governo do estado do Maranhão, por meio da Secretaria de Assuntos Políticos e Federativos (SEAP) e Secretaria de Estado da Comunicação Social (SECOM), com a parceria do Ministério das Comunicações e a Abraço – MA, realizaram o Seminário de Rádios Comunitárias, ocorrido entre os dias 25 e 26 de setembro. “Orientações para Novas Outorgas”, este foi o tema abordado no seminário, orientações necessárias porque o Plano Nacional de Outorga (PNO) lançou o edital para autorização de novos serviços de radiodifusão em 29 municípios do Maranhão, entre eles estão oito rádios no Sul do Maranhão44.

43 Disponível em: http://imesc.ma.gov.br/src/upload/publicacoes/PIB_Municipal_2010- 2014_divulga%C3%A7ao.pdf. Acesso em dezembro de 2016.

44 A abertura do edital inclui Alto Parnaíba, Arame, Balsas, Campestre do Maranhão, Grajaú, Itinga do Maranhão,

Na capacitação, abordaram-se as seguintes temáticas: “Apresentação da nova norma e passo a passo para solicitação de outorga”, “Operações e dúvidas frequentes sobre o CADSEI” e “Próximos Passos para uma Comunicação Democrática e Popular no Maranhão”. O Plano Nacional de Outorgas para Radiodifusão Comunitária foi lançado em março de 2011, pelo Ministério das Comunicações. A medida visa a garantir o fortalecimento das rádios comunitárias, buscando disponibilizar pelo menos uma emissora em cada município brasileiro (NEUBERGER, 2012). Segundo a publicação do PCN (2015-2017, p. 2), “Até 23 de setembro de 2015 foram concedidas 4.724 outorgas para o serviço de Radiodifusão Comunitária”45.