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Esta parte da dissertação aborda os métodos e procedimentos adotados neste estudo. Relembra-se que o universo desta pesquisa é o Sul do Maranhão. Essa parte do território maranhense é formada por 49 municípios e sete microrregiões. A classificação de Sousa (2015) da região Sulmaranhense constitui a base para a escolha dessa parte do Maranhão como universo de pesquisa de mestrado. Semelhante à ocupação tardia dessa porção espacial do

estado, as experiências com os meios de comunicação também se deram de maneira tardia, se comparadas com o Norte do Maranhão.

A primeira etapa da pesquisa consistiu em mapear a existência de emissoras de rádio com ondas hertzianas, nas 49 cidades do Sul do Maranhão, e, nessas, o que é transmitido de radiojornalismo. Trabalha-se com os princípios de Geografias da Comunicação, na perspectiva de Sonia Virgínia Moreira (2012).A coleta foi iniciada de 12 a 21 de março de 2015 e finalizada entre 06 de janeiro a 06 de fevereiro de 2016. O resultado foi o mapeamento de 61 emissoras radiofônicas.

A partir da compreensão de Moreira (2012), durante o mapeamento, buscou-se ir além dos números das rádios mapeadas, partiu-se também para a coleta e análise de fontes, contextos e outros conhecimentos para compreender o objeto pesquisado. Assim, foram realizadas 77 entrevistas semiabertas com os representantes das rádios.

Na segunda etapa de pesquisa, efetivada de 28 de maio a 26 de agosto de 2016, incorporam-se os procedimentos metodológicos do newsmaking com a colaboração de estratégias metodológicas da etnografia. Para esta etapa de observação das rotinas foram selecionadas sete rádios que contemplavam uma diversidade de produção radiojornalística em suas grades de programação, para tentar apresentar um quadro mais aproximado do que é transmitido de radiojornalismo no Sul do Maranhão.

Acompanharam-se 27 produções veiculadas nas rádios Marconi FM, de Açailândia; Rádio Nativa FM, localizada em Imperatriz; da cidade de Barra do Corda, a Rádio Rio Corda FM; situada em Balsas, a Rádio Boa Notícia AM; na sequência, a Rádio Cidade FM, de Fortaleza dos Nogueiras; a Rádio Aliança FM, ouvida em Grajaú e, por último, a Rádio Fronteira FM, de Itinga do Maranhão. Além das sete rádios, outra escolha para observar foi uma agência de notícias com abrangência estadual, a Central de Notícias, nela é produzido o “Jornal Central”, transmitido para mais de 180 emissoras parceiras, entre comerciais e comunitárias.

Optou-se por verificar cada emissora radiofônica durante uma semana. Quanto à observação dos processos produtivos da agência de notícias, a escolha foi por três dias. A fim de complementar os elementos da observação, realizaram-se entrevistas semiabertas com 45 protagonistas. Um importante instrumento de pesquisa foram os diários de campo, utilizados para administrar e registar as observações constatadas pela pesquisadora, como também data, local da realização da entrevista, trechos de falas e ainda os momentos difíceis enfrentados durante a pesquisa.

Após a inserção em campo, com descrições densas da rotina produtiva das sete rádios selecionadas e a gravação dos áudios dos programas acompanhados, parte-se para a análise do produto jornalístico com foco na linguagem radiofônica, a partir das estratégias metodológicas da Análise de Conteúdo em Jornalismo.

Para avaliar aspectos relacionados aos conteúdos divulgados pelos programas radiofônicos, formam estabelecidas cinco categorias para analisar os conteúdos dos programas radiofônicos: 1) Temas abordados, 2) Formatos radiofônicos, 3) Relação de proximidade com as informações veiculadas, 4) Origem das informações, 5) Gêneros jornalísticos no rádio e 6) Utilização de sonoridade. Posteriormente, selecionaram-se sete programas, um de cada emissora: “Marconi Cidade”, da Rádio Marconi FM; “Rádio Alternativo”, verificado pela Rádio Nativa; “Jornal Central Cordina de Notícias”, veiculado pela Rádio Rio Corda; “Conversando com a Comunidade”, ouvido pela Rádio Cidade; “Rádio Notícia”, da Rádio Aliança; “Momento do Esporte”, transmitido pela Rádio Fronteira e “Radar 770”, acompanhado pela Rádio Boa Notícia.

5 Cartografia do Rádio Sulmaranhense

O capítulo 5 apresenta uma abordagem geral quanto ao funcionamento das 61 rádios mapeadas, sendo elas 48 emissoras comunitárias, 11 comercias, uma educativa e uma rádio poste. Das 49 cidades da região pesquisada, 33 dispõem dos serviços de emissoras radiofônicas locais. Esses dados, somados às narrativas dos entrevistados, basearam a elaboração de uma cartografia inicial do rádio na região Sulmaranhense; trabalha-se com os princípios de Geografias da Comunicação, na perspectiva de Moreira (2012).

A territorialidade mantém relação com a programação dos veículos de comunicação, sejam aqueles que se propõem a representar um país, região, cidade ou comunidade. No Sul do Maranhão, em especial, observa-se uma maior atuação de emissoras radiofônicas com a proposta de produções locais, se comparadas a outros meios, isso porque, em algumas localidades, o rádio é o único instrumento de comunicação local com programação diária.

Porém essas produções locais não necessariamente têm uma programação com conteúdo voltado para a localidade. Este foi um aspecto evidenciado nas produções que se propunham levar informações para a população. Já os programas de entretenimento se aproximam dos valores culturais maranhenses e nordestinos. Essas constatações foram possíveis com a verificação dos gêneros radiofônicos presentes na grade de programação das emissoras mapeadas, segundo a classificação de Barbosa (2003).

Neste capítulo, são apresentadas ainda informações sobre o surgimento dos veículos radiofônicos, a partir da configuração política nacional, em diferentes momentos dos governos federais; os profissionais envolvidos nessas programações; o cenário geral do radiojornalismo e possibilidades tecnológicas de comunicação utilizadas pelas rádios.

Para a comunicação cartográfica, o mapa é parte de um sistema comunicacional e atua como um meio de comunicação, situado a partir de três elementos que formam “[...] a tríade do processo de comunicação cartográfica, ou seja, o Cartógrafo que emite o sinal; o mapa, veículo de comunicação; o Usuário do Mapa, que é o receptor da mensagem produzida pelo Cartógrafo” (FEITOSA et al., 2013, p. 05). Portanto, inicia-se este capítulo com o Mapa 3, que busca situar, de maneira compreensível, a localização das emissoras radiofônicas mapeadas na região Sulmaranhense e suas respectivas modalidades.