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2.1.2 Das Escolas Técnica Federal aos Centros de Educação Ciência e Tecnologia

2.1.2.1 Centro Federal de Educação e Tecnologia da Bahia (CEFET/BA)

Anterior a Lei nº 8.948/1994 que estabeleceu a transformação gradativa das Escolas Técnicas em Centros Federais de Educação e Tecnologia já houve a junção entre a Escola Técnica da Bahia e o Centro de Educação Tecnológica da Bahia (CENTEC), pela Lei n° 8.711/1993 constituindo o CEFET/BA.

Art. 1° Fica transformada em Centro Federal de Educação Tecnológica, nos termos da Lei n° 6.545, de 30 de junho de 1978, a Escola Técnica Federal da Bahia instituída na forma da Lei n° 3.552, de 16 de fevereiro de 1959, alterada pelo Decreto-Lei n° 796, de 27 de agosto de 1969.

Parágrafo único. Fica incorporado ao Centro Federal de Educação Tecnológica de que trata este artigo o Centro de Educação Tecnológica da Bahia - CENTEC, criado pela Lei n° 6.344, de 6 de julho de 1976, inclusive seu acervo patrimonial, instalações físicas, recursos financeiros e orçamentários, e o seu pessoal docente e técnico- administrativo (BRASIl,1993).

A Escola Técnica da Bahia situava-se na cidade de Salvador e apresentava uma unidade de ensino descentralizada na cidade de Barreiras. Em seu quadro de pessoal apresentava a colaboração de 270 professores e 230 técnicos- administrativos. Ofertava 9 cursos técnicos com aproximadamente 3.300 alunos matriculados. Já o CENTEC, localizado no município de Simões Filho, dispôs de 85

professores, 180 técnicos-administrativos. Oferecia tanto cursos de nível médio como superior, entretanto, seu maior quantitativo de alunos direcionava-se aos cursos de 3ºgrau (LESSA, 2002). A estrutura organizacional do CEFET/BA estabeleceu-se através de um estatuto e regimento próprio conforme disciplinou o a Lei nº 8.948/1994, contendo como estrutura básica:

Art. 3º A administração superior de cada centro terá como órgão executivo a diretoria-geral, e como órgão deliberativo e consultivo o conselho diretor, sendo este composto de dez membros e respectivos suplentes, todos nomeados pelo Ministro de Estado da Educação e do Desporto, sendo um representante do Ministério da Educação e do Desporto um representante de cada uma das Federações da Indústria, do Comércio e da Agricultura, do respectivo Estado, cinco representantes da Instituição, incluindo um representante discente, e um representante dos ex-alunos, todos indicados na forma regimental, vedada a nomeação de servidores da Instituição com representantes das Federações e do Ministério da Educação e do Desporto"(BRASIL, 1994).

Essa estrutura organizacional somada ao quadro de pessoal da ETBA e da CENTEC e dos cursos em andamento, constituiu-se o CEFET/BA. Após a promulgação da Lei nº 8.948/1994 iniciou-se o processo de criação de mais três unidades descentralizadas localizadas nos municípios de Eunápolis, Valença e Vitória da Conquista. O funcionamento acadêmico dessas unidades iniciou em 1995, em parceria com os municípios através das secretarias municipais, oferecendo o curso de Pós-Graduação em Epistemologia Genética e Educação em Eunápolis, o curso Pró-Técnico em Valença, e o Pró-Técnico 2 em Vitória da Conquista. Cabe frisar, que essas unidades começaram a oferecer os cursos técnicos regulares, apenas em 1996. Todavia, as unidades manifestaram dificuldades no funcionamento, devido à falta de recursos humanos (LESSA,2002).

A unidade de Salvador foi denominada de sede, suas edificações além das salas de aula, laboratórios e administração da escola, abrigou os setores administrativos de pessoal e o gabinete do diretor geral do CEFET/BA. Nessa época não havia eleição para diretor-geral, e sim uma consulta pública. Após a consulta a comunidade acadêmica, os nomes dos candidatos eram encaminhados para o conselho diretor, o órgão escolhia três nomes e os ordenavam de acordo com a preferência do conselho e encaminhavam ao MEC para a escolha do diretor geral. A sede, iniciou seus trabalhos como CEFET/BA oferecendo os cursos técnicos de edificações, eletrotécnica, eletrônica, mecânica, turismo e hospitalidade,

instrumentação industrial e química. Em 2002 introduziu novos cursos de operador de processos industriais químicos, analista de processos industriais químicos, automação e controle industrial, manutenção mecânica industrial e instalação e manutenção eletrônica. Somando as matrículas do ensino técnico, a sede tinha 1582 alunos. Com a criação do CEFET/BA foi possibilitado a oferta de cursos superiores, em 1999 perfazia um total de 793 alunos matriculados entre os cursos de engenharia industrial mecânica, engenharia industrial elétrica, administração com habilitação em administração hoteleira e os cursos de tecnologia que estavam em processo de extinção.

No primeiro semestre de 2002 foram 713 alunos, o número de matrículas diminui devido a não oferta de vagas nos cursos que estavam em processo de supressão. A unidade descentralizada de Barreiras iniciou suas atividades em 15 de outubro de 1993, os primeiros cursos técnicos regulares oferecidos foram o de edificações e eletromecânica. Entre os anos de 1998 e 1999, sucederam a implementação do curso técnico de turismo mais o ensino médio geral conforme disciplinava o decreto nº2.208/1997. Posteriormente em 2000, acresceram o curso técnico em enfermagem, até 2002 a unidade totalizava 672 alunos. Já a unidade descentralizada de Vitória da Conquista, foi inaugurada em 24 de novembro 1994, até 1996 foram oferecidos os cursos do pró-técnico, no mesmo ano foi oferecido a comunidade cursos técnicos regulares de eletrônica e eletromecânica. No ano de 1998, em atendimento ao decreto citado acima, também iniciou a oferta de ensino médio. Logo em 2000, acrescentou a comunidade os cursos técnicos de informática e tecnologia ambiental, em 2002 apresentava o quantitativo de 532 alunos matriculados. Além do mais, a unidade descentralizada de Valença foi implantada em 27 de dezembro de 1994. As atividades iniciadas em 1995 com o curso do pró-técnico, assim como as demais unidades. Os primeiros cursos oferecidos foram de estrutura naval e pesca, também introduziu o ensino médio em 1998, em seguida o curso de turismo, posteriormente, em 2000 os cursos de técnico em pesca, hotelaria e informática.

Em 2001, houve a restruturação do curso técnico em pesca, tornou-se o curso técnico em aquicultura, e o curso de turismo incorporou a ementa do curso de hotelaria, denominou-se curso técnico em turismo e hospitalidade. Tal unidade em 2002 contava com 385 alunos matriculados. Em novembro de 1994, foi inaugurada a

unidade descentralizada no município de Eunápolis, diferente das demais, o primeiro curso ofertado foi de especialização. Os primeiros cursos técnicos disponíveis foram de enfermagem e turismo, seguidos do ensino médio e edificações. No ano de 2002 contabilizou 477 alunos matriculados. A unidade de Simões Filho em 2000 iniciou oferecendo o curso técnico de manutenção industrial mecânica, mais tarde, em 2001 o curso técnico de metalúrgica, os dois de acordo com o decreto nº2.208/1997. A unidade registrou 359 alunos matriculados, sendo 120 desses no nível médio (LESSA, 2002).

É importante ressaltar que tanto os cursos técnicos quanto os superiores apresentavam como forma de selecionar os alunos para o preenchimento das vagas o exame vestibular. Dessa maneira, os alunos matriculados no CEFET/BA já demonstravam conhecimentos acadêmicos satisfatórios, assim elevando o “nível” de rendimento da aprendizagem. O ensino profissional na Bahia sempre foi sinônimo de qualidade de ensino, desde a Escola Técnica da Bahia, posteriormente com o CEFET/BA, com egressos qualificados, contribuindo para a sociedade baiana (FORTES, 2009).