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2.1.3 A Rede Federal de Educação, Ciência e Tecnologia

2.1.3.2 Ensino Médio e Ensino Médio Integrado, etapa final da educação básica

2.1.3.2.1 Ensino médio

Saviani (1997) postula que a educação tem por função social produzir em cada sujeito a humanidade que é construída historicamente e coletivamente por um grupo de pessoas. A educação escolar é fundamental para o

Ensino Médio Integrado

CAMPUS CURSO

2015

Ingressante Matrícula Concluinte

Índice de Evasão (%) IRECÊ Biocombustíveis 29 102 28 18,62 Eletromecânica 30 82 12 7,31 Informática 29 94 11 31,91 TOTAL 88 278 51 19,78 JEQUIÉ Informática 54 54 24 0 Eletromecânica 65 65 07 0 TOTAL 119 119 31 0 FEIRA DE SANTANA Edificações 29 163 - 12,88 Eletrotécnica 28 117 - 16,23 TOTAL 57 280 - 14,28 ILHÉUS Informática 57 178 28 0 Seg.do Trabalho 57 194 34 13,91 TOTAL 114 372 62 1,34 SEABRA Informática 105 105 30 0 Meio Ambiente - - - 0 TOTAL 105 105 30 0 JACOBINA Informática 40 99 03 47,47 Eletromecânica 40 82 07 62,19 Mineração 70 91 04 87,91 TOTAL 150 272 14 65,44 TOTAL GERAL 2.419 7.152 1.027 13,99

desenvolvimento humano, uma vez que fornece elementos que possibilitam a formação de um sujeito crítico, com conhecimentos historicamente formulados. Por intermédio da educação escolar, as pessoas têm o acesso a informações, as quais elas aprendem a distinguir entre as verdadeiras e falsas, a discernirem o que é consistente do inconsistente, o irrelevante do que é relevante, isto é, aprendem a discriminar os conhecimentos. Compartilhando dessa concepção acerca da importância da educação na formação dos sujeitos, é que se estabelece um espaço nesta dissertação, para pontuar brevemente alguns aspectos teóricos, históricos e legais sobre o ensino médio.

Após 21 anos de ditadura militar, o Brasil volta a ser governado por um presidente eleito, as configurações sociais foram se modificando em tono de uma concepção de democracia, nesse cenário, em 1988 é editada a nova Constituição Federal. E mais tarde inspirada pelos ideais Constitucionais, é editada a LDB nº 9.394/96. Destaca-se nessa nova LDB a organização da educação brasileira em ensino básico e superior. O ensino médio é demarcado como uma última etapa do ensino básico, mas não obrigatório, a indispensabilidade educacional compreendia a faixa etária de 06 a 14 anos. Mas, com a emenda constitucional nº 59 de 2009 ampliou-se a obrigatoriedade para crianças de 04 e 05 anos na educação infantil e adolescentes entre 15 a 17 anos, assim abrangendo o ensino médio. Mais tarde, a emenda constitucional, ganhou um reforço com a Lei nº 12.796, de 04 de abril de 2013, que alterava algumas diretrizes da LDB nº 9.394/96, uma das modificações realizadas foi de estender a obrigatoriedade do ensino para indivíduos de 4 a 17 anos.

Em 2014 a Lei n º13.005 que aprovava o Plano Nacional de Educação, com a vigência de 10 anos, estabeleceu como meta nº 3 universalizar o ensino médio até 2016. O PNE de 2014 a 2024, planeja o cumprimento da universalização do ensino médio que já fora acrescida na LDB pela Lei nº 12.061 de 27 de outubro de 2009. No entanto, essa última, faz referência em atender o público do ensino médio quando este demandar. Todavia, no PDE a meta é direcionada a toda a população de 15 a 17 anos. Para que esse fim seja cumprido o plano traça as seguintes estratégias:

3.1) institucionalizar programa nacional de renovação do ensino médio, a fim de incentivar práticas pedagógicas com abordagens interdisciplinares estruturadas pela relação entre teoria e prática, por

meio de currículos escolares que organizem, de maneira flexível e diversificada, conteúdos obrigatórios e eletivos articulados em dimensões como ciência, trabalho, linguagens, tecnologia, cultura e esporte, garantindo-se a aquisição de equipamentos e laboratórios, a produção de material didático específico, a formação continuada de professores e a articulação com instituições acadêmicas, esportivas e culturais;

3.2) o Ministério da Educação, em articulação e colaboração com os entes federados e ouvida a sociedade mediante consulta pública nacional, elaborará e encaminhará ao Conselho Nacional de Educação - CNE, até o 2o(segundo) ano de vigência deste PNE, proposta de direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento para os (as) alunos (as) de ensino médio, a serem atingidos nos tempos e etapas de organização deste nível de ensino, com vistas a garantir formação básica comum;

3.3) pactuar entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios, no âmbito da instância permanente de que trata o § 5o do art. 7o desta Lei, a implantação dos direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento que configurarão a base nacional comum curricular do ensino médio;

3.4) garantir a fruição de bens e espaços culturais, de forma regular, bem como a ampliação da prática desportiva, integrada ao currículo escolar;

3.5) manter e ampliar programas e ações de correção de fluxo do ensino fundamental, por meio do acompanhamento individualizado do (a) aluno (a) com rendimento escolar defasado e pela adoção de práticas como aulas de reforço no turno complementar, estudos de recuperação e progressão parcial, de forma a reposicioná-lo no ciclo escolar de maneira compatível com sua idade;

3.6) universalizar o Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM, fundamentado em matriz de referência do conteúdo curricular do ensino médio e em técnicas estatísticas e psicométricas que permitam comparabilidade de resultados, articulando-o com o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica - SAEB, e promover sua utilização como instrumento de avaliação sistêmica, para subsidiar políticas públicas para a educação básica, de avaliação certificadora, possibilitando aferição de conhecimentos e habilidades adquiridos dentro e fora da escola, e de avaliação classificatória, como critério de acesso à educação superior;

3.7) fomentar a expansão das matrículas gratuitas de ensino médio integrado à educação profissional, observando-se as peculiaridades das populações do campo, das comunidades indígenas e quilombolas e das pessoas com deficiência;

3.8) estruturar e fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do acesso e da permanência dos e das jovens beneficiários (as) de programas de transferência de renda, no ensino médio, quanto à frequência, ao aproveitamento escolar e à interação com o coletivo, bem como das situações de discriminação, preconceitos e violências, práticas irregulares de exploração do trabalho, consumo de drogas, gravidez precoce, em colaboração com as famílias e com órgãos públicos de assistência social, saúde e proteção à adolescência e juventude;

3.9) promover a busca ativa da população de 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos fora da escola, em articulação com os serviços de assistência social, saúde e proteção à adolescência e à juventude;

3.10) fomentar programas de educação e de cultura para a população urbana e do campo de jovens, na faixa etária de 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos, e de adultos, com qualificação social e profissional para aqueles que estejam fora da escola e com defasagem no fluxo escolar;

3.11) redimensionar a oferta de ensino médio nos turnos diurno e noturno, bem como a distribuição territorial das escolas de ensino médio, de forma a atender a toda a demanda, de acordo com as necessidades específicas dos (as) alunos (as);

3.12) desenvolver formas alternativas de oferta do ensino médio, garantida a qualidade, para atender aos filhos e filhas de profissionais que se dedicam a atividades de caráter itinerante;

3.13) implementar políticas de prevenção à evasão motivada por preconceito ou quaisquer formas de discriminação, criando rede de proteção contra formas associadas de exclusão;

3.14) estimular a participação dos adolescentes nos cursos das áreas tecnológicas e científicas (BRASIL, 2014).

Em 23 de setembro de 2016 é editado pelo governo de Michel Temer no diário oficial da união a Medida Provisória nº 746 que institui a política de fomento a implementação de escolas de ensino médio em tempo integral e altera as diretrizes da LDB nº 9.394/96 no que compete ao ensino médio. A medida provisória foi inspirada no Projeto de Lei nº 6.840/2013, elaborada pela comissão especial da Câmara dos Deputados Federais, destinada a promover estudos e proposições para a reformulação do ensino médio (CEENSI). Com a publicação da MP instalou-se uma preocupação entre os educadores, alunos, profissionais da educação e na sociedade em geral. Um dos pontos que mais afligiu a comunidade com a promulgação da MP foi a escassez dos diálogos necessários para a formulação de uma lei tão importante para educação. Diante de tantas manifestações contrarias a esse documento, o governo federal disponibilizou eletronicamente o texto da reforma para coletar sugestões. Entretanto, uma mudança tão significativa carecia de uma ampliação nos diálogos e que fosse elaborada coletivamente. Porém, em fevereiro de 2017 o Congresso Nacional aprovou a reforma e o presidente sancionou a Lei nº 13.415 de 16 de fevereiro 2017.

As principais alterações da Lei mencionada acima compreendem: O aumento de forma progressiva da carga horário do ensino médio de 800 horas para 1400 horas. O currículo será norteado pela Base Nacional Comum Curricular - BNCC. O BNCC para o ensino médio divide os conhecimentos acadêmicos em 4 áreas: A área de linguagens no ensino médio com as disciplinas obrigatórias de língua portuguesa, educação física, língua inglesa e

artes; A área de matemática com a disciplina de matemática no ensino médio; A área de ciências da natureza no ensino médio, composta das disciplinas de física, química e biologia; A área de ciências humanas no ensino médio que tem como componentes as disciplinas de história, geografia, sociologia e filosofia. Sendo 60% da carga horária deve ser empregada com as disciplinas da BNCC e 40% com disciplinas optativas conforme o disponibilizado pela escola e o interesse do aluno. Além da BNCC o currículo será composto por itinerários formativos, assim, segundo a proposta o aluno poderá escolher a área que apresente mais habilidades e interesses, como a que pretende seguir em seu percurso acadêmico. De acordo com a Lei nº 13.415/2017 os itinerários formativos são: “I - linguagens e suas tecnologias; II - matemática e suas tecnologias; III - ciências da natureza e suas tecnologias; IV - ciências humanas e sociais aplicadas; V - formação técnica e profissional” (BRASIL, 2017). Cabe ressaltar, que os itinerários formativos deverão ser organizados por meio da oferta de diferentes arranjos curriculares, observando a relevância para o local no qual a escola está inserida. Ainda, salienta-se que quando foi publicada a MP n° 746/2016, as disciplinas de educação física, sociologia e filosofia não estavam inclusas nos componentes da BNCC, essas foram acrescidas após a consulta pública.