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5- AUTONOMIA COMO PROCESSO LIBERTADOR PARA O CUIDAR DE SI

5.5 CIDADANIA

Como construir a cidadania aos usuários de um serviço de saúde mental? Que associações já existem na construção deste processo em saúde mental?

61 Segundo Lahire (2004), ao organizar uma lista das disposições de um indivíduo, fica claro que cada um “é o produto de uma mistura bastante sutil de disposições variadas” e que essas disposições “não mantém nenhum vínculo de necessidade lógica entre si”. (LAHIRE, 2004, p. 40).

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Na sociedade descrita por Bauman (2001) como “modernidade líquida”, que opção a pessoa tem que não a de se tornar mercadoria? Nessa modernidade líquida não se consegue pegar a liberdade e assim se permanece no mundo das coisas, dos objetos. Portanto impedida de constituir-se como pessoa emancipada, de conquistar sua cidadania. Na saúde mental a construção da cidadania é viabilizada inicialmente nas próprias associações de usuários.

Alguns estudos demostram que o envolvimento da família tem papel fundamental para o sucesso do tratamento do sujeito psicótico. Inúmeras são as associações de familiares e usuários que se organizam e se engajam na reivindicação por direitos à assistência digna, à integração social, ao resgate da cidadania. Contudo, este envolvimento é um processo recente, se considerarmos que, há cerca de uma década, o único modelo de atendimento era o manicômio.

(SANTOS 2000, p. 52)

Nas palavras de Santos (2000), a família tem papel fundamental nesse processo como primeiro local de acolhimento do excluído em saúde mental. Destaca também que existem várias associações que lutam por esses espaços de resgate dos direito à assistência digna, à integração social, ao resgaste da cidadania. A seguir cito exemplos de associações que contribuem para o resgate da cidadania à pessoa com psicose crônica, usuária dos serviços de saúde mental.

A Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Esquizofrenia (ABRAE)62 foi fundada no ano de 2002 na cidade de São Paulo por um grupo de familiares, pessoas com Esquizofrenia, e seus amigos. A referida associação busca realizar ações em que seus membros através do diálogo entre todos os envolvidos exerçam seus direitos no processo de construção de sua cidadania.

Ao acessar à página da ABRAE, encontramos no item seus direitos as seguintes leis: Lei 8.080 do ano de 1990, que regulamenta o funcionamento do Sistema Único de Saúde, e a Lei 10.216 do ano de 2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais. Estas e outras informações podem ser encontradas no seu site e em seu home Page, informações que visam contribuir para combater o estigma da “doença mental”. São notícias, informações, vídeos e diversas outras formas de interação entre seus participantes.

62ABRAE: Entre as principais atividades, desenvolve: grupos de apoio para familiares e para portadores; encontros públicos para conversar sobre questões relacionadas à esquizofrenia com a participação de profissionais, familiares e portadores; estratégias de informação por meio de informativos, boletins, materiais impressos e um site (www.abrebrasil.org.br).

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Destaco também, o projeto FÊNIX63 pró-saúde mental, associação sem fins lucrativos. Fundada em São Paulo em 1997, o projeto Fênix destina-se a dar apoio às pessoas com transtornos mentais e aos seus familiares, principalmente por meio dos grupos de autoajuda.

No estado do Rio Grande do Sul existe a Associação Gaúcha de Familiares de Pacientes Esquizofrênicos (AGAFAPE), 64criada pelo engajamento dos familiares no apoio à saúde mental. A criação desta associação teve o apoio do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Sua fundação foi em 24 de junho de 1992 como sociedade civil filantrópica, sem fins lucrativos, partidários, raciais ou religiosos.

Na cidade de Ijuí-RS, a casa de Auto Mutua Ajuda (AMA) pode ser considerada uma organização civil, sem fins lucrativos, que se ocupa da defesa das pessoas com transtornos mentais por meio de voluntários de diferentes níveis sociais e das diferentes áreas profissionais. A Associação de Saúde Mental de Ijuí (ASSAMI),65 que é uma associação civil de direito privado, sem fins lucrativos, sem distinção de raça, credo e cor, foi fundada em 28 de janeiro de 2008, com sede na rua Ernesto Alves n° 399, e foro na cidade de Ijuí-RS. Ela representa os interesses dos usuários, familiares, profissionais e apoiadores da Saúde Mental do Município de Ijuí, com tempo e duração indeterminados e de âmbito local. São objetivos da Associação:

 Alterar a cultura existente frente ao sofrimento psíquico, rompendo com estigmas;

 Propiciar a quem desejar espaços para assumir responsabilidades e PROTAGONIZAR;

 Colocar à disposição oportunidades para melhorar a qualidade de vida de todos;

 Compartilhar de experiências individuais e coletivas;

 Identificar nos problemas possibilidades de mudança e que é possível ser feliz;

 Crer que mudanças são possíveis;

 Reconhecer que cada um tem o seu tempo e saber ver o tempo como um aliado;

 Favorecer a humanização dos serviços e atuar na perspectiva da promoção da saúde.

Outro local onde os usuários, familiares e profissionais da saúde podem buscar informações sobre a política nacional de saúde mental e sua legislação específica é no portal do Ministério da Saúde 66.

63O site do projeto FÊNIX é www.fenix.org.br 64 AGAFAPE, seu site: http://www.agafape.org.br.

65 ASSAMI, seu site: http://redehumanizasus.net/5471-a-associacao-de-saude-mental-de-ijui-assami-um-espaco-

coletivo-de-fazer-juntosespaco-de-co-gestao-co-participacao-co-r/

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Todos esses exemplos mostram a preocupação da sociedade civil e do Ministério da Saúde em organizarem-se e propiciarem condições para a defesa dos direitos de todas as pessoas portadoras de transtornos mentais e a consequente construção de sua cidadania.

Neste capítulo, pôde-se observar também o quanto foi possível entender que não basta a inclusão das pessoas com sofrimento mental crônico, mas que se pode viabilizar um espaço de construção da autonomia possível para um melhor cuidar de si. Examinou-se inicialmente a autonomia como um processo libertador presente nas respostas dos usuários e de seus familiares, inicialmente agrupadas no tema 1, conhecendo a enfermidade mental, considerado como pré-requisito para conhecerem-se a si mesmos e as próprias limitações com as quais vão conviver e que também podem ser consideradas pré-requisitos para o tema 2, os elementos de construção da autonomia. Essas respostas foram analisadas com auxílio da análise de conteúdo de Bardin (2011).

Em um segundo momento examinou-se a autonomia como um processo para o cuidar de si, por meio do retrato sociológico de uma usuária do CAPS II, Ijuí/ RS. Esses processos analisados sempre levaram em consideração as diferentes contribuições educativas, especialmente a participação dos familiares das pessoas em tratamento. Todo este processo permitiu responder a problemática inicial, isto é a viabilidade do grupo como um espaço para a construção da autonomia possível às pessoas com esquizofrenia, especialmente para um melhor cuidar de si em um processo emancipatório, princípio básico da educação popular.

Todos esses elementos analisados nos permitem encaminhar as considerações finais, o que certamente não as coloca como conclusões finais, mas fazem um convite para novos estudos e análises na área da saúde mental, especialmente sobre as contribuições educativas ao entendimento das pessoas com esquizofrenia.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Reputo que após o estudo sobre a contribuição do grupo para a inclusão social dos usuários de um serviço de saúde mental (Amaral 2013), criaram-se as condições para a presente pesquisa estudar a viabilidade do grupo como espaço para as diferentes contribuições educativas no processo de autonomia possível a essas pessoas e a relação com a participação de seus familiares no contexto de uma educação popular e emancipatória.

Questiona-se que sonhos, que realidades são possíveis na saúde mental da comunidade local, na cidade de Ijuí/R.S. O espaço do “grupo operativo-terapêutico” ajuda a construir na saúde mental do município de Ijuí é uma realidade em que os usuários e seus familiares fazem uma generosa troca a respeito de suas dificuldades, de suas esperanças, de seus sonhos de serem felizes.

Nos diferentes temas abordados, percebe-se que na maioria das pessoas com esquizofrenia a capacidade de simbolizar suas emoções, vivenciar suas ações e também de adquirir novos conhecimentos devem ser constantemente estimuladas, mesmo quando a capacidade cognitiva dessas pessoas possa ter algum tipo de comprometimento.

As limitações cognitivas quando presentes nas pessoas com esquizofrenia não foram desconsideradas, pois houve efetivo estímulo para circularem em diferentes territórios culturais. Cada um recebia diferentes estímulos para o enriquecimento de seu mundo interno. Constatou-se que estas pessoas não têm indicação de “adestramento” (produção-consumo), mas sim a concepção de uma produção criativa em suas atividades, assim como a possibilidade de estudo e de trabalho como direito e como meio de conquista da sua liberdade para o cuidado de si.

A partir dessa efetiva prática de participação que envolve os usuários, familiares e profissionais da saúde mental, constata-se que o empoderamento dos usuários e de seus familiares ocorreu na troca de informações e vivências entre todos os envolvidos no grupo e fez parte deste processo da construção da autonomia do usuário em relação ao CAPS II e por que não em relação ao seu próprio familiar. Considero que, para tanto, foi indispensável o empoderamento dos usuários de suas atuais vivências no “grupo operativo-terapêutico” no CAPS II, na cidade de Ijui/R.S, tornando assim essas experiências integrantes de suas vidas.

Ao longo deste estudo evidenciou-se o quanto o movimento da reforma psiquiátrica, como os demais movimentos sociais, deve estar sempre reatualizando seus objetivos sob o risco de deixar de estar em sintonia com as efetivas prioridades de seus participantes. No atual momento da saúde mental no Brasil, referenciando-se na RAPS, faz-se necessário além da

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desisnstitucionalização uma verdadeira inclusão social das pessoas com esquizofrenia. Esta inclusão social só ocorrerá quando as pessoas com doença mental tiverem um local de vez e voz para as suas verdadeiras necessidades e assim conquistarem sua emancipação, sua autonomia possível para um melhor cuidar de si.

Em nossa realidade vê-se que não basta a desinstitucionalização do “doente mental” e que as propostas de tratamento na comunidade se referenciem apenas em modelos interrogatórios, baseados no normal e anormal, prioritariamente associados à medicalização. O esperado é que as alternativas de tratamento possam oferecer outros tipos de atenção, isto é, que a pessoa possa ser prioritariamente ouvida, não só em suas queixas, mas em que contexto familiar ocorreu seu adoecimento, quais seus desejos e suas possibilidades de realização. Neste último cenário, constrói-se o modelo biopsicossocial. Portanto o grupo também deve ser considerado como um efetivo espaço de enfrentamento ao tradicional modelo biomédico de assistência à saúde.

A análise das respostas dos usuários deste serviço evidenciam também o importante papel do grupo nas tarefas de ensino e aprendizagem para auxiliar o usuário do CAPS II a notar quando o outro não está bem, mas também reconhecer-se no outro. É indispensável que o usuário reconheça quando não está bem para que possa buscar ajuda, prevenindo crises e o seu consequente sofrimento, bem como o de seu familiar. O entendimento de não estar bem pode ser o início do processo libertador do estigma de inválido e assim poder melhor cuidar de si e na medida do possível prevenir o seu adoecimento. O melhor cuidar de si é indispensável para seu melhor convívio social e para a construção se sua autonomia possível.

Em relação aos efeitos na convivência e na interação social da pessoa com esquizofrenia com os outros participantes do grupo identifica-se na maioria das respostas o aprendizado de um novo papel ao conviver com os colegas de grupo, o que a ajuda a superar uma dificuldade básica que é a de se relacionar com os demais e o seu consequente isolamento, tão presente nesta doença mental. Inserir-se em uma atividade no grupo é essencial, pois permite ao usuário as condições para o desenvolvimento de suas potencialidades, de sua valorização pessoal e para satisfação das necessidades básicas de socialização.

O registro das falas dos familiares está associada a uma aprendizagem de compreensão para com seu familiar enfermo, o que permite a ambos refazerem laços familiares. O usuário deixa de ser excluído e passa a sentir-se pertencente a sua família. Observa-se em suas falas o quanto os familiares são tocados por vivências compartilhadas com os outros participantes dos grupos operativo-terapêuticos. Esta experiência de ensino e aprendizagem é de intensa

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utilidade para os familiares reconhecerem e compreenderem a enfermidade mental assim como reconhecer os mínimos sinais de reagudização em seu familiar enfermo e de como lidar com ela. Percebe-se assim que a família passa a ser um ambiente acolhedor a essas pessoas e de respeito às diferenças, fatores indispensáveis a cada um no seu processo de emancipação.

Os familiares em suas respostas deixam transparecer de forma objetiva a visão de um forte isolamento dos usuários previamente às suas participações no grupo. Os familiares, ao participarem no “grupo operativo-terapêutico”, perceberam uma significativa capacidade de comunicação dos usuários, elemento indispensável para formação de novos vínculos. Também perceberam o quanto as pessoas com esquizofrenia conseguem exercitar a capacidade de diálogo no próprio grupo. A presença dos familiares no grupo com os usuários permite um novo processo de comunicação, baseado numa visão mais real entre ambos: usuário e familiar. Em especial, permite aos usuários refazerem laços familiares e assim construírem novas subjetivações, que não a” do louco, excluído”.

Será que cabe aos profissionais da saúde mental uma velada culpa quando deixam os familiares afastados das alternativas de tratamento de seu familiar enfermo? Será que inconscientemente não se está reforçando a culpa do familiar no adoecimento de seu familiar com “doença mental”? Este é o momento de uma corajosa reflexão, pois o convívio dos profissionais da saúde mental com a pessoa com esquizofrenia é limitado enquanto o do familiar é diário e contínuo.

Essas reflexões reforçam a convivência de que a tarefa educativa não se limita aos usuários, mas de forma efetiva e contínua deve estar presente junto aos familiares e por que não aos próprios profissionais da saúde. Conclui-se que a participação de todos no processo de ensino e aprendizagem em saúde mental é indispensável no processo de libertação para o cuidado de si à pessoa com esquizofrenia. Ao longo do processo educativo, a opinião dos familiares reforça a constatação de que o grupo mostra-se efetivo em sua tarefa educativa, especialmente ao ajudar os usuários na presença de seus familiares a construírem e vivenciarem seus processos de libertação e de cuidados de si.

Além da inclusão social da pessoa com sofrimento mental crônico, inicialmente em sua família e após na própria comunidade, é necessário que se evidencie o quanto de autonomia essas pessoas estão conquistando nesse processo de retorno à sua família e à sua comunidade. Constatou-se ao longo desta investigação o quanto é possível estimular uma participação mais efetiva das famílias no tratamento em saúde mental na comunidade de Ijuí, em especial por meio de diferentes contribuições educativas no espaço do grupo, associadas a

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uma metodologia de educação popular em saúde. Essas contribuições educativas estão sendo decisivas na construção da autonomia possível a estas pessoas com esquizofrenia.

Por outro lado, percebe-se que, a par deste processo de construção de autonomia possível aos usuários para o cuidar de si no espaço do “grupo operativo-terapêutico”, persistem práticas baseadas prioritariamente na medicalização, o que pode ser evidenciado pelo uso excessivo de medicação e as frequentes intoxicações medicamentosas. Este fenômeno evidencia o quanto ainda existe uma forte presença do modelo biomédico na saúde mental de nossa comunidade o qual baseia-se na valorização excessiva da medicação. Para este fenômeno ser estudado de forma mais consistente, é indispensável que haja um adequado registro e acompanhamento dos casos de intoxicações medicamentosas no momento do seus atendimentos pelos órgãos de saúde do município, do estado e da União.

Estar atento a estes fenômenos que ocorrem em nossa comunidade é uma prioridade na construção da emancipação dos usuários e na sua menor dependência ao serviço de saúde mental, assim como perceber as resistências que ocorrem em diferentes contextos sociofamiliares para a emancipação e um melhor cuidar de si. Essas resistências aparecem ao longo do retrato sociológico de uma usuária do CAPS II e que também estão associadas a um maior ou menor grau de dependência ao seu meio familiar.

No retrato sociológico de uma usuária do serviço de saúde mental evidencia-se a importância dos familiares terem um espaço de aprendizagem sobre o adoecimento e o tratamento dos seus familiares enfermos para poderem ajudar em seu cotidiano familiar na construção da autonomia possível às pessoas com esquizofrenia. Destaca-se que este é um processo lento e que requer adequadas articulações e intervenções interdisciplinares com os diferentes profissionais envolvidos no tratamento.

Contudo, faz-se necessário destacar que o retrato sociológico de uma usuária do CAPS II mostra que o “grupo operativo-terapêutico” não dispensa as diferentes intervenções interdisciplinares. Também não dispensa o tratamento individual de muitos de seus participantes, bem como, em alguns momentos, de seus próprios familiares. Isso reforça que os diferentes tratamentos em saúde mental não são excludentes, mas sim complementares.

Reconhece-se assim que há uma necessidade indispensável de contribuições educativas na saúde mental. E que há muito por fazer neste processo educativo, especialmente que deve existir um interesse relevante na participação familiar nas questões de saúde mental, no momento atual da reforma psiquiátrica no Brasil, em especial na comunidade de Ijuí. Faz- se necessário reconhecer a produção nacional como indicativa da necessidade de diálogo das famílias, dos profissionais e dos serviços em saúde mental. É também uma oportunidade de se

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articular uma rede de interlocução para despertar mais questionamentos e alternativas para as práticas atuais com as famílias.

Este é o momento adequado para destacar algumas constatações que o espaço do “grupo operativo-terapêutico” gerou neste estudo:

 Que as pessoas com sofrimento mental crônico (esquizofrenia) têm desejos;  Que é possível aproximar esses desejos de suas realidades atuais;

 Que é possível ter-se uma ideia das dificuldades que os usuários do CAPS II enfrentam no seu dia-a-dia;

 Que em algum momento de seus relatos pode ser indispensável algum tipo de intervenção interdisciplinar, com eles ou com seus familiares.

O grupo constituiu-se como um espaço efetivo para a liberdade de diálogo e, a partir deste, para a construção do processo emancipatório, bem como a apropriação de sua capacidade em cuidar-se. Porém, neste processo, o olhar e as intervenções terapêuticas voltadas para o individual serão sempre indispensáveis, especialmente em um contexto interdisciplinar.

Responde-se assim à problemática estudada de que o “grupo operativo-terapêutico” do CAPS II, na cidade de Ijuí constitui-se num espaço efetivo para a construção da autonomia possível às pessoas com esquizofrenia por meio das diferentes contribuições educativas em saúde mental e, em especial, a participação dos familiares que são fundamentais na construção da autonomia de seus familiares enfermos. Autonomia, na visão de Freire (2013) por meio de uma educação popular e emancipatória, portanto libertadora, e na interpretação de Foucault (1984) a partir do cuidado de si.

Se esta escrita não puder ser compartilhada com a comunidade, tornando-se testemunho de que uma outra realidade é possível, estaremos sempre em um país distante