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Classificação dos custos por natureza, por centros de responsabilidade, por centros

No documento Contabilidade de gestão simplificada (páginas 45-47)

Capítulo I Conceitos fundamentais da Contabilidade de Gestão

1.3 Os custos e o seu controlo

1.3.1 Classificação dos custos por natureza, por centros de responsabilidade, por centros

O controlo dos custos numa entidade, nem sempre é fácil. Estas necessitam de reclassificar os custos apurados pela contabilidade financeira, que nem sempre tem a classificação mais ade- quada, por forma a conseguir imputar os custos à pessoa responsável pela sua ocorrência.

Portanto, os custos podem ser reclassificados por natureza, por centros de responsabili- dade, por centros de custo e por atividades.

Custos por natureza

As necessidades de normalização contabilística em diversos países para apuramento dos resultados, tem vindo a determinar a classificação dos componentes do resultado em classes de contas. Ou seja, estes são previstos pelo SNC sendo organizados os gastos nas contas da classe 6 e os rendimentos nas contas da classe 7 (Caiado, 2009).

Custos por centros de responsabilidade

As empresas são normalmente estruturadas por segmentos organizacionais que constituem centros de responsabilidade, onde cada um destes tem uma função, bem como um responsável (Caiado, 2009).

Portanto, constitui um centro de responsabilidade toda a unidade da empresa que disponha de um chefe, tenha objetivos específicos para os quais estão orientadas as suas atividades, e um conjunto de meios materiais e humanos que proporcionam ao responsável poder de decisão para realizar os seus objetivos (Jordan, Neves e Rodrigues, 2015).

Para os autores, os centros de responsabilidade são decalcados da estrutura organizacio- nal, pois de acordo com a hierarquia, tem-se nos níveis superiores as divisões, as direções e os departamentos que por sua vez se podem organizar por serviços, secções e outras pequenas uni- dades. A organização no seu todo constitui também um centro de responsabilidade.

O que se pretende que os centros de responsabilidade traduzam, é a adequação da estru- tura organizacional à realização dos objetivos da empresa, que para além de convergir os objetivos locais com os centrais e tentar criar coerência entre eles, estes também devem permitir a procura incessante da melhoria da eficiência e eficácia (Jordan et al, 2015).

No que respeita à eficiência, consideram que o interesse está na relação existente entre os resultados e os meios, ou seja, o nível de resultado obtido por cada meio consumido, sendo que um centro de responsabilidade é eficiente, se em comparação com outro, atinge o mesmo resultado com menos meios, ou se com os mesmos meios obtiver um resultado superior.

Por outro lado, consideram que a eficácia se traduz na relação entre as realizações do cen- tro de responsabilidade, face aos seus objetivos, sendo que quanto mais as suas realizações con- tribuam para o cumprimento dos objetivos, mais eficaz é.

Com isto, os autores pretendem que a gestão procure que os centros de responsabilidade sejam eficientes e eficazes, tendo de se preocupar com o cumprimento dos objetivos, mas sem esquecer a minimização dos recursos utilizados.

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Custos por centros de custo

O conceito de centro de custo utilizado na contabilidade analítica não é mais do que uma unidade da estrutura organizacional vocacionada para a acumulação de custos, quer diretos, quer imputados por chaves de repartição, permitindo a posterior atribuição aos produtos e/ou serviços (Jordan et al., 2015).

De acordo com este conceito, os autores consideram que os centros de custo envolvem a identificação das suas atividades; a determinação dos meios utilizados e os seus custos, bem como os custos de outros centros que lhe devam ser imputados através dos critérios de imputação; e o cálculo das suas atividades através de unidades de medida, por forma a imputar ao produto e/ou serviço os custos acumulados em cada centro.

Nos centros de custo definidos para efeitos contabilísticos e apuramento do custo do pro- duto, atestam que há sempre a preocupação de saldar os custos que foram acumulados, transferido- os para os produtos e/ou serviços.

No entanto, nos sistemas de controlo de gestão as preocupações são de outra natureza, justificando uma prespetiva diferente de centro de custo, dado que os objetivos inerentes à sua classificação estão mais relacionados com a avaliação da gestão do que com a valorização do pro- duto.

Deste modo, observam que o centro de custos tem apenas a finalidade de acumular os custos decorrentes dos meios geridos pelo seu responsável.

Assim, terminam referindo que a importância deste centro se encontra voltada, não para a função de classificação, mas para a sua contribuição para a realização da estratégia da empresa.

Custos por atividades

Os custos podem ainda ser classificados por atividades, sendo que esta classificação está diretamente ligada à aplicação do sistema de Custeio Baseado nas Atividades que num capítulo mais à frente será abordado.

De uma forma sucinta, a principal filosofia deste sistema é que as atividades consomem recursos e os produtos resultam dessas atividades (Jordan et al., 2015). Ou seja, dado que os custos são uma resultante da utilização dos recursos, estes devem ser primeiro atribuídos a atividades e só depois aos produtos e/ou serviços que as utilizaram.

Assim, consideram que a intenção deste sistema é orientar a atenção dos gestores para as verdadeiras causas geradoras de custos, logo, dependendo da forma como essas atividades sejam exercidas resultará o nível de performance da empresa.

Resumindo, o principal objetivo deste sistema é demonstrar e evidenciar como estão a ser geridas as atividades de apoio, tais como a conservação e reparação, planeamento e controlo, ven- das e distribuição, entre outras e, aferir em que medida os produtos e/ou serviços consomem ou utilizam recursos.

Portanto, para as empresas que queiram aplicar este sistema terão de começar por definir as atividades, organizando-as entre atividades primárias, sendo estas as fundamentais para o ne- gócio, e as de suporte, que são aquelas que apenas servem para dar apoio às atividades primárias (Jordan et al., 2015).

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Capítulo I – Conceitos fundamentais da Contabilidade de Gestão

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