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2. VIÉS METODOLÓGICO

2.4 COLETA DE DADOS

Esta seção apresenta a forma como os dados foram coletados. O procedimento para coleta deu-se por meio da entrevista semiestruturada que foi realizada individualmente com cada participante. Sua estrutura contemplou uma sequência de seis tarefas de Geometria em que a visualização é requerida.

O registro da entrevista deu-se pela gravação em áudio, por anotações em notas de campo, frutos da observação pela pesquisadora e também foram realizados registros escritos em folha pelos participantes, de modo que os raciocínios matemáticos foram expostos como registros discursivos e não discursivos de forma oral e por extenso na folha de registro.

A coleta ocorreu em conformidade com o Comitê Permanente de Ética em Pesquisa com Seres Humanos - COPEP27 -, da Universidade Estadual de Maringá. De modo que foram

27 O COPEP compõe o comitê de ética da Universidade Estadual de Maringá, que se responsabiliza por apreciar os protocolos de pesquisas em que há envolvimento de seres humanos e que são desenvolvidos na instituição. A função do comitê é salvaguardar a dignidade, os direitos, a segurança e o bem-estar dos sujeitos da pesquisa. Ver

entregues à coordenação do curso de Licenciatura em Matemática da instituição pesquisada e aos colaboradores solicitando suas assinaturas, duas cópias do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice C), com explicações éticas e sobre a pesquisa, incluindo a necessidade das gravações de áudio.

2.4.1 Técnicas e procedimentos de recolha de dados

Nesta pesquisa, a recolha de dados se voltou para a mobilização dos quatro elementos que compõem a Visualização segundo Gutiérrez (1996a) (as imagens mentais, representações externas, ações de interpretação de dados, habilidades para a visualização) e para a coordenação das três operações subjacentes à Visualização segundo Duval (2015) (as funções heurística, de suporte e discursiva, que envolvem a coordenação de diferentes representações semióticas), procedentes das produções Matemáticas dos estudantes no transcorrer da resolução de tarefas de Geometria Euclidiana que requerem a Visualização.

Para Yin (2005, p. 105) “as evidências para um estudo de caso podem vir de seis fontes distintas: documentos, registros em arquivo, entrevistas, observação direta, observação participante e artefatos físicos”. Pautados nesse autor, as técnicas de recolha de dados utilizadas nesta pesquisa foram a entrevista semiestruturada, a análise dos registros realizados pelos participantes e a observação direta ou simples.

Neste sentido, o Quadro 4 apresenta uma síntese das técnicas de recolha de dados utilizadas, bem como suas respectivas fontes, formas de registro e momento:

www.ppg.uem.br. O parecer favorável à pesquisa foi recebido pelo COPEP em 10 mai. 2018, sob CAAE No 87396418.4.0000.0104.

Quadro 4 – Síntese das técnicas de recolha de dados, fontes, formas de registro e momento

Técnica Fonte Formas de registro Momento

Entrevista

semiestruturada Participantes

Gravação de áudio e registros escritos

Durante o desenvolvimento da pesquisa, fase de coleta de

dados. Em horário estabelecido entre o participante e o pesquisador, Análise dos registros realizados pelos participantes Produções escritas dos participantes

Produção escrita Durante o desenvolvimento da pesquisa, fase de análise

Observação

simples Participantes Notas de campo Durante a entrevista Fonte: A autora, 2020.

Segundo Yin (2005, p. 112), “uma das mais importantes fontes de informações para um estudo de caso são as entrevistas”. Neste estudo a entrevista constitui a parte central na recolha de dados, por esse fato, será detalhada na seção 2.5 a elaboração e a estrutura da entrevista aplicada.

O tipo de observação realizada durante a entrevista foi a direta ou simples, que segundo Gil (2008, p. 101) é “aquela em que o pesquisador, permanecendo alheio à comunidade, grupo ou situação que pretende estudar, observa de maneira espontânea os fatos que aí ocorrem. Neste procedimento, o pesquisador é muito mais um espectador que um ator”. Para esse autor:

Embora a observação simples possa ser caracterizada como espontânea, informal, não planificada, coloca-se num plano científico, pois vai além da simples constatação dos fatos. Em qualquer circunstância, exige um mínimo de controle na obtenção dos dados. Além disso, a coleta de dados por observação é seguida de um processo de análise e interpretação, o que lhe confere a sistematização e o controle requeridos dos procedimentos científicos. (GIL, 2008, p.101).

No campo de pesquisa, segundo Matos e Carreira (1994, p.35) “as observações têm a seu favor, entre outras coisas, o fato de permitir registrar comportamentos e acontecimentos à medida que estes vão tendo lugar”.

Como as imagens cinestésicas (as imagens em movimento) fazem parte do rol de imagens mentais que é um dos elementos a serem observados nesta pesquisa, a observação tornou-se de grande valia para a coleta de dados, e a partir da observação foram realizados em

notas de campo, como recomendado por Gil (2008), os registros mais significativos frutos da observação realizada pela pesquisadora durante a entrevista, tais como gestos, dificuldade, equívocos conceituais, entre outros, em conformidade também com Zabalza (1994), para quem as notas de campo incluem descrições verbais, gestuais e outras ações pertinentes aos participantes da investigação, permitindo ao pesquisador realizar anotações e comentários sobre as ações reveladas pelos investigados.

Os documentos gerados pelos participantes da pesquisa ao responderem a entrevista (registros escritos em folha de sulfite), bem como os áudios e as notas de campo, permitiram à pesquisadora analisar e interpretar as respostas identificando os elementos que compõe a Visualização.

A análise dessas produções é uma importante técnica de recolha de dado, que permite confrontar informações com as outras técnicas de coleta. No estudo de caso, de acordo com Yin (2005, p. 131) “a análise de dados consiste em examinar, categorizar, classificar em tabelas ou, do contrário, recombinar as evidências tendo em vista proposições iniciais de um estudo”. Para esse autor, como as estratégias e as técnicas não foram muito bem definidas no passado, analisar as evidências de um estudo de caso é uma atividade particularmente difícil. Na seção 2.6 serão detalhadas as categorias estabelecidas nesta pesquisa para as análises. Antes disso, a seção seguinte apresenta a elaboração e a estrutura da entrevista aplicada.