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MÉTODO DE PESQUISA

4.4. Procedimentos Operacionais da Pesquisa

4.4.3. Coleta de Dados

De acordo com Yin, 2001, 107-129, as evidências para estudos de caso podem vir de seis fontes:

(i) Documentação: corroboram e valorizam as evidências oriundas de outras fontes, são importantes na verificação da grafia correta de títulos ou nomes de organizações mencionadas em uma entrevista, e ainda possibilitam que inferências e conclusões seja elaboradas. Nesta pesquisa, foram utilizados documentos com dados descritivos da empresa estudada, como relatórios oficiais de resultados e de sustentabilidade, organogramas, procedimentos, fluxogramas, cadastros e tabelas que modelem seus processos operacionais e gerenciais.

(ii) Registros em arquivo: são fontes importantes de informações para pesquisas, principalmente sob a forma computadorizada, tendo como vantagem fornecer informações precisas e quantitativas. Nesta pesquisa, foram utilizados apenas como dados de suporte, visto seu caráter explanatório e exploratório. A fonte preferencial dos dados numéricos foi a home

page da Yamana Gold Inc., http://www.yamana.com, onde estão disponíveis todos os relatórios oficiais históricos da empresa, suficientes para a pesquisa.

(iii) Entrevistas: são fontes essenciais de evidência dentro de um estudo de caso, pois a maioria delas trata de questões humanas, ressalvados seus pontos fracos: tendenciosidade, imprecisão e reflexividade das respostas. A maior parte da documentação sobre organização, processos e sistemas da empresa estudada utilizou-se da prática de entrevistas estruturadas, quando de sua elaboração.

(iv) Observação direta: resulta de uma visita de campo ao local escolhido para o estudo de caso, e estas observações servem de evidência objetiva, em tempo real. A

observação direta é uma fonte muito útil a um estudo de caso, tendo o papel de complementar a narrativa histórica e possibilitar a ligação entre os documentos e a seqüência dos fatos. Tais evidências foram utilizadas no fornecimento de informações adicionais sobre o caso que está sendo estudado. Dados não disponíveis nos sistemas da empresa foram coletados em campo, diretamente nos setores que administram os processos e serviram para auxiliar a interpretação das respostas.

(v) Observação participante: é uma modalidade especial de observação, na qual o observador não é passivo, mas pode assumir uma variedade de papéis e participar nos eventos que estão sendo estudados. Esta fonte não é indispensável e intrinsecamente ligada ao processo de um estudo de caso, onde o investigador não tem a capacidade de atuar no ambiente estudado e interferir nos resultados. Mas, no caso da Yamana Gold, praticamente toda a narrativa tem conteúdo obtido ou enriquecido desta forma, considerando-se a situação particular do investigador que também é agente participante na dinâmica da empresa.

(vi) Artefatos físicos: uma última fonte de evidência é o artefato físico ou cultural, que pode ser um aparelho de tecnologia, uma ferramenta, um instrumento ou uma obra de arte, por exemplo. Pode-se coletar ou observar tais evidências físicas em uma visita de campo. No estudo de caso da Yamana Gold, os artefatos físicos consistiram de todo o aparato tecnológico utilizado na construção e operação dos processos industriais e informacionais, composto das instalações das minas, da maquinaria e da infra-estrutura de rede computacional.

A coleta de dados e evidências para o estudo de caso foi feita por meio de entrevistas estruturadas, diretas ou telemáticas, com base em questionários, conforme a estratégia de triangulação definida em Yin (2001). O papel do pesquisador, durante as entrevistas, foi garantir o pleno entendimento das perguntas; por este motivo, as entrevistas

seguiram uma estrutura do tipo questionário, que induz a respostas diretas, mas não totalmente fechadas. Foram submetidas, ao mesmo questionário, diferentes pessoas de cada unidade de análise, visto que se trata de organização muito complexa e diversificada. Além do que, os próprios conceitos, em si, são de difícil compreensão naqueles ambientes, necessitando uma orientação específica para o fim de pesquisa desejado. As diversas fontes de dados permitiram uma triangulação metodológica ou de evidências, que garante a confiabilidade dos dados coletados.

As entrevistas estruturadas foram realizadas com executivos de elevado nível decisório, como vice-presidentes e gerentes gerais, além de técnicos dos departamentos de produção, engenharia e suprimentos, os principais responsáveis pela gestão do relacionamento com a rede de fornecedores de insumos. As perguntas feitas aos executivos enfocaram prioritariamente a relação com os fornecedores e prestadores de serviços, abordando os aspectos estratégicos da coordenação da rede e sua percepção dos fatores ou elementos que constroem a colaboração no ambiente das respectivas redes, sob ponto de vista dos gestores das empresas estudadas. Adicionalmente, as questões foram submetidas a técnicos e gestores de processos corporativos, responsáveis pelo suporte tecnológico dos sistemas de informação diretamente empregados nos processos de coordenação das redes, para que enriquecessem as informações sobre o ferramental disponível e seu papel na operacionalização do construto confiança nas transações objetivas entre as firmas.

Portanto, os entrevistados são pessoas indicadas por sua atuação direta na gestão de relacionamento e compreensão das necessidades estratégicas e pela compreensão sobre tipo de conhecimento compartilhado nas relações entre as empresas da rede.

Foram entrevistadas 27 pessoas, distribuídas nas diversas unidades da Yamana Gold, buscando-se profissionais com a maior amplitude e profundidade de compreensão possível dos fenômenos sob investigação. As entrevistas geraram 25 documentos transcrevendo as entrevistas estruturadas, pois ocorreram duas situações em que as respostas forem em dupla, já que os entrevistados preferiram reunir seus conhecimentos do tema abordado. A qualidade da escolha dependeu diretamente da percepção do pesquisador e de sua experiência prévia com as atividades realizadas nas empresas, com o devido respaldo da posição de tais pessoas nas estruturas gerenciais e seu papel nos processos estudados. Durante a evolução do estudo, cada entrevistado foi estimulado a recomendar as pessoas que julgasse mais aptas a contribuir com a pesquisa, processo capaz de acelerar a seleção dos sujeitos e, possivelmente, até melhorar a qualidade do grupo entrevistado.

A lista dos entrevistados, relacionando-os às unidades operacionais da empresa e à unidade de análise definida para o estudo, bem como seu cargo e local onde trabalham, consta no Capítulo 6, dedicado à descrição do caso de estudo, mais especificamente na Tabela 9. Identificar os entrevistados antes de descrever-se a empresa traz uma certa dificuldade de compreensão de quem são tais pessoas e porque foram selecionadas. Daí, a opção de fazê-lo no ponto do relato em que seu papel no contexto estudado fique mais evidente.