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DESCRIÇÃO DO CASO

5.3. Definição das Unidades de Análise

As unidades de análise foram definidas, pelo pesquisador, posteriormente às entrevistas e visitas às unidades operacionais da Yamana Gold. Visando criar uma estrutura de análise dos resultados do levantamento de campo, conforme exposto no tópico 4.3.3, a definição das unidades de análise do estudo de caso traz implicações quanto ao resultado da análise de dados. Cada unidade operacional não foi tratada como uma unidade de análise porque o pesquisador, nas observações diretas em campo e no contato com os gestores, que havia marcantes semelhanças no relacionamento da empresa com sua rede de fornecedores, no âmbito regional.

A história da empresa, como descrita neste relato, por si só, já explica algumas dessas semelhanças regionais. No Estado da Bahia, a Yamana Gold possui duas minas antigas, adquiridas de empresas tradicionais do setor mineral. A Mineração Fazenda Brasileiro foi em 2003 adquirida da Vale, a qual operava tal mina desde 1984. A Jacobina Mineração e Comércio foi adquirida da Santa Elina Mineração, também em 2003, sendo que

sua exploração data de cinco anos antes. Tais unidades já operam, portanto, há pelo menos dez anos, numa região geográfica próxima, sujeitas ao mesmo mercado fornecedor de insumos e serviços e também de mão-de-obra, com suas próprias características tecnológicas e culturais. Ademais, a Yamana Gold trata tais unidades como um núcleo regional, compartilhando recursos administrativos e técnicos. Portanto, tratar as unidades do Estado da Bahia como uma unidade de análise única faz sentido, considerando-se a própria maneira como a empresa administra esses ativos. Elas foram denominadas, neste estudo, como a Unidade de Análise Yamana Região Nordeste.

No Brasil, há um segundo grupo de unidades operacionais com características muito semelhantes: a Maracá Mineração Indústria e Comércio, em Goiás, e a Serra da Borda Mineração, no Estado do Mato Grosso, esta com duas minas – São Francisco e São Vicente. Tais unidades são as únicas minas implantadas pela Yamana Gold, que as construiu entre os anos de 2008 e 2008. São todas, portanto, unidades de operação recentes, que seguem projetos de engenharia e tratamento ambiental desenhados segundo a racionalidade da empresa, no que diz respeito a uma operação sustentável. Em todas essas unidades, a Yamana teve que formar quadro de pessoal novo, desenvolver sistemas de saúde, segurança, meio-ambiente e relacionamento com as comunidades, numa situação de pioneirismo, pois elas estão em áreas onde não existem outras atividades econômicas semelhantes. Os fornecedores são empresas municipais locais ou empresas que atuam na Região Centro-Oeste, com as características tecnológicas e culturais próprias desta região. Essas três minas representam um núcleo de projetos próprios da Yamana Gold no Brasil, denominadas neste estudo como Unidade de Análise Yamana Centro-Oeste, diferente das operações do Estado da Bahia, onde a empresa deu continuidade a projetos já amadurecidos e em franca atividade, porém, seguindo padrões estabelecidos pelos antigos controladores.

As Operações de Honduras, Minerales del Occidente, e Argentina, Minas Argentinas, são totalmente isoladas das demais, sendo que a primeira é um caso de aquisição e a segunda um projeto recém-implantado. Ainda que, em diversos aspectos operacionais, guardem semelhança com as operações do Centro-Oeste do Brasil, as peculiaridades próprias dos mercados em que estão inseridas, tanto na cultura de trabalho, na qualificação da mão-de- obra, na maneira de lidar com fornecedores e nos desafios próprios de seu meio-ambiente, são suficientes para que se as diferenciem e se individuem, cada uma, como unidades de análise independentes.

Já as unidades do Chile, Minera Florida e El Péñon, formam uma unidade de análise particular, a Unidade de Análise Minera Meridian, empresa adquirida pela Yamana Gold em 2007, depois de duas décadas de operação com o controlador anterior e uma situação de estabilidade de seus sistemas e processos de gestão. São minas muito bem estabelecidas em seu mercado fornecedor, o qual é formado por empresas habituadas a prestar serviços e fornecer bens para o setor mineral, pois o Chile é um país de tradicional atividade mineira. Adicionalmente, o nível de terceirização de serviços nestas minas é bastante elevado. Todos os processos de extração de minério e estéril são terceirizados e delegados aos fornecedores, mediante um contrato administrado conjuntamente com a Meridian. Os contratos contêm termos de compromisso quanto à performance, medidos com indicadores técnicos e há uma parceria formal em que a Meridian fornece o planejamento operacional e os prestadores de serviços prestam contas de sua realização.

Essas cinco unidades de análise – Yamana Região Nordeste, Yamana Região Centro-Oeste, Minerales del Occidente S/A (MINOSA), Minas Argentinas S/A (MASA) e

Minera Meridian Gold – foram definidas com o intuito de proceder-se à análise dos caso na dimensão Regional, como previsto no tópico 4.3.3.

Para a dimensão Corporativa, as respostas das pessoas do Centro Corporativo seriam a base de dados para análise. Assim, definiu-se a unidade de análise para esta dimensão como o Centro Corporativo de Operações da Yamana Desenvolvimento Mineral (YDM), localizado em São Paulo, adicionando-se a área de Tecnologia de Infomação(TI) do

Head Office da Yamana Gold Inc. (YGI), em Toronto, porque lá se encontra a diretoria de TI,

cuja entrevista contribuiu para o estudo de caso na dimensão corporativa.

Desse modo, o racional para o agrupamento das unidades e, posteriormente, dos questionários resultantes das entrevistas estruturadas, conduz ao quadro expresso na Tabela 11, a seguir, na qual se definem as unidades de análise.

Tabela 11: Definição das Unidades de Análise

Unidade de

Análise Empresa Unidade Operacional da Empresa Localidade