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Esquema 4 – Modelo Integrado de Cinco Fases de Criação do Conhecimento

3.2 PROJETO DE PESQUISA

3.2.5 Coleta de dados

empresas brasileiras de capital aberto. Em 2003, de uma amostra de quarenta empresas, o estudo identificou apenas seis com desempenho econômico positivo no período 1999-2003: Em virtude do pedido das empresas participantes para não serem identificadas, e considerando o pequeno grupo de empresas na população alvo, a fonte do estudo será mantida em sigilo.

Para as micro ou pequena empresas não existem dados públicos para comparar desempenhos. Assim, foram utilizadas outras formas de selecionar empresas de alta performance.

O principal critério neste caso foi o reconhecimento da empresa por meio de prêmios recebidos no setor ou por órgãos de apoio à micro e pequena empresa. Foi dada especial atenção ao prêmio Talento Empreendedor, concedido pelo SEBRAE em diversos estados brasileiros. Em um segundo momento também foi considerada a taxa de crescimento (de faturamento, base de clientes e funcionários) como um fator de sucesso da empresa. Além disso, todas as empresas estudadas deveriam ser base tecnológica, pelo grande potencial de benefícios da gestão do conhecimento para organizações inseridas em um ambiente competitivo dinâmico, como é o caso. Estes critérios foram aplicados a uma base de conveniência de aproximadamente setenta empresas de onde foram selecionadas as duas a serem pesquisadas.

Em virtude do pedido de todas as empresas pesquisadas para que seus nomes fossem mantidos em sigilo, estas serão identificadas como casos GA, GB, PA, PB, onde os casos GA e GB denotam as duas grandes empresas, enquanto PA e PB representam as duas pequenas.

3.2.5 Coleta de dados

A coleta de dados ocorreu de forma distinta para os dois grupos de empresas pesquisados. Porém, para todos os casos a grande maioria dos dados utilizados na pesquisa são provenientes de fontes primárias, por meio de entrevistas semi- estruturadas e questionários.

Além destes, documentos das empresas também foram examinados em alguns casos, além de observações na própria empresa.

3.2.5.1 Pequenas empresas

O público-alvo nas pequenas empresas envolveu apenas sócios proprietários.

O processo para a coleta de dados envolveu diversas etapas, começando com um breve contato com as empresas dentro do perfil escolhido. Este contato, em geral por telefone, visava à explicação sucinta dos objetivos da pesquisa e os benefícios potenciais para a própria organização diretamente a uma pessoa com o perfil do público-alvo. Caso a organização mostrasse interesse em participar, um segundo contato, pessoal, foi marcado.

O segundo contato tinha como objetivo uma análise mais detalhada da adequação da empresa aos objetivos do trabalho. Dados com relação ao perfil da empresa, taxa de crescimento em vários indicadores e história da empresa foram levantados. Em contrapartida, informações detalhadas sobre a pesquisa foram repassadas ao representante da organização. Dentre estas informações constavam o objetivo da pesquisa, sua justificativa, bem como o perfil e historia do pesquisador. Havendo interesse de ambas as partes, uma entrevista definitiva era agendada.

A escolha pela entrevista no caso das pequenas empresas justifica-se por diversas razões. Os estudos sobre gestão do conhecimento em empresas de pequeno porte ainda são muito incipientes, e não há uma clara definição da literatura sobre a adaptação dos conceitos e práticas desenvolvidos para grandes empresas a este perfil. Assim, as entrevistas permitem não só avaliar a adoção, mas também verificar as necessidades de gestão do conhecimento nestas empresas. Da mesma forma, é esperado que muitas das práticas desenvolvidas para organizações de grande porte não sejam sequer aplicáveis à micro e pequenas empresas, pois envolvem estruturas ou problemas que estas não possuem.

Todas as entrevistas foram realizadas nas empresas. Além do pesquisador, um bolsista de iniciação cientifica também participou das entrevistas. Antes do começo do processo de questionamento, foram explicitadas ao entrevistado todas as normas éticas aos quais a pesquisa está atrelada, uma vez que seus procedimentos foram baseados no código internacional CIC/ESOMAR para pesquisa social e de mercado. Dentre estes, foram destacados:

ƒ quaisquer declarações que visem assegurar a colaboração do respondente, quaisquer garantias dadas a ele, orais ou escritas deverão ser factualmente corretas e respeitadas;

ƒ o respondente permanecerá anônimo. Deve-se assegurar em especial que qualquer registro que contenha referência à identidade do respondente seja mantido confidencial e em segurança e até o momento em que a mesma seja separada ou eliminada do documento em questão;

ƒ conclusões e dados de um projeto de pesquisa são propriedades da empresa. Nenhuma conclusão ou dado poderá ser divulgado pelo pesquisador a terceiros sem o prévio consentimento da empresa.

A visão de gestão do conhecimento utilizada na pesquisa não foi adiantada aos entrevistados, bem como não lhes foi mostrado o roteiro da entrevista.

Foi dada toda liberdade para o entrevistado versar sobre quaisquer temas que julgasse pertinentes às perguntas, o que contribuiu para entender a percepção do respondente (e, por conseqüência, da empresa) sobre o tema. Porém, foi dada especial atenção para que todas as dimensões e todos os sub-temas fossem inquiridos.

Todas as entrevistas foram gravadas com a anuência dos entrevistados. As gravações foram então transcritas, o que, junto às anotações feitas durante o processo, gerou o material para a análise.

O público-alvo nas grandes empresas envolveu dois diretores ou pessoas em cargos equivalentes em cada uma delas.

A exemplo da coleta em pequenas empresas, varias etapas também foram necessárias até o levantamento final das informações necessárias. A partir da lista de seis empresas potenciais, foram usados diversos canais. Apesar da existência de canais formais para comunicação existentes em empresas deste porte, a forma mais eficiente para se chegar a potenciais respondentes acabou sendo a rede de contatos. Neste caso, o processo iniciou-se geralmente por e-mail. Além de referência a pessoa que fez a indicação, este continha os dados básicos da pesquisa tais como justificativa, escopo, importância do estudo e o porquê da escolha da empresa. Em caso de interesse, o processo prosseguia com um contato telefônico onde todas os detalhes eram passados e as dúvidas sanadas.

Como as empresas de grande porte já estavam pré-selecionadas, não houve necessidade de outras verificações. Uma vez que aceitassem participar na pesquisa, e que dois respondentes fossem disponibilizados, o questionário, já contendo as instruções, era enviado por e-mail.

Após o retorno e conferência do questionário, foram feitas entrevistas informais e não gravadas (por telefone ou voz sobre IP) com os respondentes tentando contextualizar as respostas e perceber nuances que o questionário, pela própria natureza do instrumento, não conseguiu captar.