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Esquema 4 – Modelo Integrado de Cinco Fases de Criação do Conhecimento

3.1 METODOLOGIA DE PESQUISA

3.1.3 Métodos

A última das questões a ser definida no projeto é a escolha dos métodos de pesquisa. O método de pesquisa é a estrutura básica de um estudo e provê a orientação geral para uma investigação. Nela são definidos e organizados os padrões segundo o qual a coleta e análise de dados serão realizadas (CRESWELL, 2003).

Para esta pesquisa foi escolhido o estudo de caso como melhor forma de obter as informações para o problema em questão.

O estudo de caso é uma metodologia ideal quando uma investigação holística e com mais profundidade é necessária (FEAGIN; ORUM; SJOBERG, 1991), e leva tanto à geração quanto ao teste de hipóteses (FLYVBJERG, 2006).

Os estudos de caso são conhecidos como uma estratégia de triangularização, a qual pode ocorrer em termos de dados - quando o pesquisador olha para os dados em diferentes contextos (DENZIN, 1984), pesquisadores, teorias e até mesmo metodologias (FEAGIN; ORUM; SJOBERG, 1991).

Yin (1994) identificou alguns tipos possíveis de estudos de caso: exploratório, explanatório e descritivo. Stake (1995) ampliou esta lista, incluindo outros três: intrínseco – quando o pesquisador tem interesse no caso; instrumental – quando o caso é usado para entender além do óbvio pelo observador; coletivo – quando um grupo de casos é estudado.

Este estudo será desenvolvido como um estudo de caso coletivo ou múltiplo (YIN, 1994), pois envolverá quatro empresas, visando uma triangularização de dados conforme exposto acima, ampliando as possibilidades de generalização das conclusões.

A pesquisa é exploratória e descritiva, utilizando elementos tanto da abordagem qualitativa quanto da quantitativa, e compara o quadro teórico levantado com a realidade das empresas estudadas.

3.1.3.1 Os componentes do estudo de caso

Yin identificou cinco componentes de um projeto de pesquisa importantes para estudos de caso:

ƒ as questões do estudo; ƒ suas proposições, se houver; ƒ sua(s) unidade(s) de análise;

ƒ a lógica que une os dados às proposições;

ƒ o critério para se interpretar as descobertas (YIN, 1994, p. 20).

Definir as questões do estudo é a primeira tarefa do pesquisador. Neste trabalho temos uma questões de estudo, a saber:

Que práticas e conceitos de gestão do conhecimento são utilizados por empresas que criam valor?

As proposições do estudo às vezes derivam das questões elaboradas na primeira etapa, e são úteis para ajudar a focar os objetivos do trabalho. São afirmações que podem ser confirmadas ou refutadas (YIN, 1994).

1. As grandes empresas que criam valor utilizam vários dos conceitos e práticas de gestão do conhecimento na dimensão cultural.

2. As grandes empresas que criam valor utilizam vários dos conceitos e práticas de gestão do conhecimento na dimensão estratégica.

3. As grandes empresas que criam valor utilizam vários dos conceitos e práticas de gestão do conhecimento na dimensão estrutural.

4. As grandes empresas que criam valor utilizam vários dos conceitos e práticas de gestão do conhecimento na dimensão tecnologia da informação.

5. As grandes empresas que criam valor utilizam vários dos conceitos e práticas de gestão do conhecimento na dimensão sistemas de suporte.

6. As grandes empresas que criam valor utilizam vários dos conceitos e práticas de gestão do conhecimento na dimensão processual.

7. As pequenas empresas que criam valor utilizam alguns dos conceitos e práticas de gestão do conhecimento na dimensão cultural.

8. As pequenas empresas que criam valor utilizam alguns dos conceitos e práticas de gestão do conhecimento na dimensão estratégica.

9. As pequenas empresas que criam valor utilizam alguns dos conceitos e práticas de gestão do conhecimento na dimensão estrutural.

10. As pequenas empresas que criam valor utilizam alguns dos conceitos e práticas de gestão do conhecimento na dimensão tecnologia da informação. 11. As pequenas empresas que criam valor utilizam alguns dos conceitos e

práticas de gestão do conhecimento na dimensão sistemas de suporte.

12. As pequenas empresas que criam valor utilizam alguns dos conceitos e práticas de gestão do conhecimento na dimensão processual.

A unidade de análise define o que é o caso. Podendo ser grupos, organizações ou países. Neste caso, a unidade de análise serão organizações nacionais criadoras de valor de grande e pequeno porte.

A ligação entre dados e proposições e os critérios para interpretar as descobertas são um dos aspectos menos desenvolvidos em estudos de caso (YIN, 1994). Campbell (1975) descreveu uma técnica útil para esta tarefa, onde diversas unidades de informação do mesmo caso pode ser relacionadas a uma proposição teórica.

Neste trabalho a tarefa de relacionar dados e proposições fica facilitada pelas técnicas de coleta de dados, pois os instrumentos refletem, em seus elementos, uma relação quase unequívoca entre dados e proposições.

Finalmente, temos os critérios para interpretar as descobertas. Dada a codificação das informações levantadas espera-se que padrões sejam identificados. Neste

trabalho, a estrutura para análise envolve a identificação do contexto de cada caso, temas, temas longitudinais entre os casos e interpretações.

O diagrama 1 mostra a organização da representação e o conteúdo dos dados para análise e interpretação, conforme tratado no programa NUD-IST, para indexação, busca e teorização de dados não estruturados e não numéricos (CRESWELL, 1998).

Diagrama 1 - Diagrama em árvore para uso em Estudo de Caso para uso no Programa NUD-IST

Fonte: CRESWELL, 1998 p.161

3.1.3.2 Técnicas de coleta de dados

Definida a estratégia de investigação e o método, o pesquisador tem a seu dispor um rol de técnicas de coleta de dados. Em estudos de caso, o levantamento de dados deve ser tratado como um aspecto da pesquisa que irá aumentar a validade do constructo, a validade interna do estudo, e ainda a validade externa e sua confiabilidade (YIN, 1994).

Documentos, entrevistas mais ou menos estruturadas, entrevistas em grupo, observação direta, questionários, observação dos participantes e artefatos físicos são algumas das possibilidades a disposição do pesquisador (CRESWELL, 2003; YIN, 1994). Neste trabalho foram utilizadas técnicas tanto quantitativas como qualitativas: entrevistas semi-estruturadas e questionários.

Diretório Raiz Contexto do Caso Temas Temas Longitudinais entre Casos Tema

1 Tema 2 Tema 3 Tema 1 Tema 2 Tema 3

Interpre- tações Interpre- tação 1 Interpre- tação 2