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1 INTRODUÇÃO

4.6 COLETA SELETIVA

A coleta seletiva é aquela que se recolhem os resíduos sólidos devidamente separados por sua constituição ou composição. Para tanto, para a efetivação de tal coleta torna-se necessário à separação dos materiais potencialmente recicláveis, como plásticos, papéis, vidros e metais, ainda na fonte geradora, ou seja, nos domicílios, nas indústrias, nos estabelecimentos comerciais, etc. (PIMENTA, 2012).

Nas estratégias de gestão para os resíduos sólidos, a coleta seletiva tem sido recomendada como uma das medidas prioritárias, principalmente para os municípios, sendo que no inciso II do § 1°do artigo 18 da Lei 12.305 de 2010 na seção IV dos Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, prioriza o recebimento de recursos da União ou incentivos ou financiamento de entidades federais de crédito ou fomento, para os municípios que:

II – implantarem a coleta seletiva com a participação de cooperativas ou outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas físicas de baixa renda. (BRASIL, 2010)

O recolhimento diferenciado envolve materiais reaproveitáveis tais como papéis, plásticos, vidros, metais, ou até mesmo resíduos orgânicos, todos devidamente separados do restante do lixo nas suas próprias fontes geradoras.

Pelo Decreto n°7404, de 23 de dezembro de 2010, que regulamenta a Lei n° 12.305, em seu art. 9°, inciso I, § 2°:

O sistema de coleta seletiva será implantado pelo titular do serviço público de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e deverá estabelecer, no mínimo, a separação de resíduos secos e úmidos e, progressivamente, ser estendido à separação dos resíduos secos em suas parcelas específicas, segundo metas estabelecidas nos respectivos planos.

A separação dos resíduos secos em suas parcelas específicas significa colocar cada resíduo no adequado coletor com sua devida identificação. Para isso surge a Resolução do CONAMA 275, de 24 de abril de 2001, que estabelece o código de cores para os diferentes tipos de resíduos, a ser adotado na identificação de coletores, bem

como nas campanhas informativas para a coleta seletiva, como pode ser visto no Quadro 2.

Quadro 2 - Código de cores dos resíduos sólidos recicláveis.

Padrão de Cor Material

Azul Papéis/papelão

Vermelha Plástico

Verde Vidro

Amarelo Metais

Preta Madeira

Laranja Resíduos Perigosos

Branca Resíduos ambulatórios e de serviços de saúde

Marrom Resíduos Orgânicos

Cinza Resíduo geral não reciclável ou misturado, ou

contaminado não passível de separação.

Fonte: Resolução CONAMA 275, de 2001.

A coleta seletiva de resíduos recicláveis pode ser feita porta a porta que consiste na separação dos materiais recicláveis nas residências, acondicionando-os em contêineres diferenciados ou agrupando-os em um único recipiente onde os veículos coletores percorrem as residências em dias e horários distintos da coleta normal. Um modelo de separação muito utilizado porta a porta é aquele em que a população separa os resíduos domésticos em dois grupos: resíduos secos e resíduos úmidos. O material coletado é destinado a galpões de triagem onde é feita uma segunda separação em esteiras. (MINISTÉRIO PÚBLICO DO PARANÁ, 2012).

Além do sistema porta a porta, a coleta seletiva também pode ser feita em pontos de entrega voluntária (PEV), onde os indivíduos dispõem cada tipo de resíduos em recipientes diferenciados (com nome e cor), de acordo com o código de cores da Resolução CONAMA 275 de 2001. (CEMPRE, 2014).

De acordo com o CEMPRE (2014) outro modelo pouco explorado é a participação dos catadores como agentes da coleta seletiva para o abastecimento do mercado de materiais recicláveis e, consequentemente, como suporte para a indústria recicladora.

Outra meta importante da PNRS é que os municípios devem priorizar a inclusão e integração dos catadores de materiais recicláveis em seus programas de reciclagem, auxiliando na formalização de associações ou cooperativas de catadores que atuem na gestão de resíduos realizando a reciclagem. Esta iniciativa visa incorporar essa população em situação de risco, já exposta ao trabalho com os resíduos, gerando emprego e renda através da gestão de resíduos.

Os principais benefícios que trazem as associações ou cooperativas de catadores são:

Geração de emprego e renda; Resgate da cidadania dos catadores;

Redução das despesas com os programas de reciclagem;

Organização do trabalho dos catadores nas ruas evitando problemas na coleta e o armazenamento de materiais em logradouros públicos ou mesmo em suas residências;

Redução de despesas com a coleta, transferência e disposição final dos resíduos separados pelos catadores que, portanto, não serão coletados, transportados e dispostos em aterro pelo sistema de limpeza urbana da cidade. (MINISTÉRIO PÚBLICO DO PARANA, 2012).

Os dados com relação à coleta seletiva do país são bastante contraditórios. Segundo o estudo da Abrelpe, dos 5.565 municípios brasileiros, 3.326 (59,8%) afirmaram ter iniciativas de coleta seletiva, conforme mostra a Figura 5.

Figura 5 - Iniciativas de Coleta Seletiva nos Municípios em 2012 - Regiões e Brasil.

A região brasileira que apresenta maior iniciativa quanto à coleta seletiva é a Região Sul, com 79,5 % dos municípios.

Contudo a pesquisa intitulada Ciclosoft, realizada pelo Compromisso Empresarial para Reciclagem (CEMPRE), uma associação sem fins lucrativos dedicados à promoção da reciclagem, que visa apresentar dados com relação à coleta seletiva estruturada nos municípios brasileiros relata que somente 14% destes contam com programas de coleta seletiva. Desse total que realiza esse serviço, 86% estão situados na região Sudeste e Sul (CEMPRE, 2014), conforme ilustrado na Figura 6.

Figura 6 - Total dos Municípios com coleta seletiva no Brasil - 2012.

Fonte: CEMPRE, 2014.