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Diagnóstico da situação atual dos resíduos sólidos na unidade Pedra Branca do campus da Grande Florianópolis da UNISUL

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA MARIA FERNANDA RODRIGUEZ HIERRO

DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ATUAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NA UNIDADE PEDRA BRANCA DO CAMPUS DA GRANDE FLORIANÓPOLIS DA UNISUL

Palhoça 2014

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MARIA FERNANDA RODRIGUEZ HIERRO

DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ATUAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NA UNIDADE PEDRA BRANCA DO CAMPUS DA GRANDE FLORIANÓPOLIS DA UNISUL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia Ambiental e Sanitária, da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do título de Engenheira Ambiental e Sanitária.

Orientadora: Prof.ª Silene Rebelo, MSc.

Palhoça 2014

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A minha mãe, que nunca poupo esforços para me auxiliar e ao meu pai sempre me apoiando.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado serenidade e forças para continuar.

A minha mãe Maria Lelia Hierro e ao meu pai Juan José Rodriguez, que estiveram presente durante todo o curso e formação acadêmica e que sem eles não teria chego até aqui.

Especial agradecimento à professora e orientadora, Silene Rebelo, pelos ensinamentos, e importante colaboração na discussão do trabalho, dosando as críticas com comentários de incentivo.

A Professora Joseane, no auxílio para a elaboração da pesquisa e pela sua disponibilidade.

Ao Professor Gabriel Cremona, pelas orientações e contribuições para o trabalho.

Ao presidente Adilson da Associação de Catadores Frei Damião, pela atenção e informação prestada para a elaboração desta pesquisa.

A Universidade de Santa Catarina, aos funcionários e professores pelas entrevistas feitas.

Aos meus professores que fizeram parte da minha trajetória acadêmica e dividiram comigo um pouco de seu conhecimento.

As minhas amigas de todas as horas, Gabriela Porto, Camila Silveira, pela amizade, pelo apoio nos meus momentos mais difíceis e pelas sugestões da minha pesquisa.

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“Aprender é a única coisa de que a mente nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende.” (LEONARDO DA VINCI).

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RESUMO

Crescente é a preocupação com a gestão dos resíduos sólidos urbanos (lixo), no que se refere a sua geração até a disposição final. Assim, o desafio da atualidade é fazer com que o gerador se preocupe em dar o destino adequado ao resíduo por ele produzido. Neste contexto, o presente trabalho foi realizado com o objetivo de diagnosticar as condições de manejo dos resíduos sólidos na Unidade Pedra Branca do campus da Grande Florianópolis da Unisul, tendo em vista subsidiar a elaboração futura de um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS). A efetivação da pesquisa foi dada através de análise documental, observação da forma como os resíduos sólidos vêm sendo manejados na universidade e no município, da caracterização dos resíduos sólidos gerados, numa área piloto, e da coleta de dados sobre a percepção ambiental sobre tal problemática pela comunidade acadêmica. Com base na análise e interpretação dos dados levantados, detectou-se que a Unidade não apresenta um Plano de Gerenciamento de Resíduos, nem coleta seletiva e que existem diferentes grupos responsáveis pelo gerenciamento dos resíduos gerados dentro do espaço em que a Unidade está instalada. Constatou-se que a maioria dos resíduos gerados sob responsabilidade da Universidade são da classe II. Na segregação do material durante a caracterização dos resíduos identificou-se que a maioria dos resíduos gerados são contaminados por resíduos orgânicos. Dentre os resíduos segregados na caracterização a maioria é papel e plástico. Verificou-se que existe uma diferenciação com relação ao entendimento da problemática dos resíduos na Unidade pelos dois grupos entrevistados, alunos e funcionários, mas que estes estão dispostos a contribuir com a melhoria do processo. Constatou-se que no município não existe um plano de gestão e que não existe, ainda, nenhuma inciativa concreta para a implantação da coleta seletiva, somente iniciativas isoladas como os pontos de entrega voluntária (PEV) no bairro Cidade Universitária Pedra Branca, onde a Universidade está localizada. Além do que, a maioria da população de catadores trabalha de maneira inadequada e informal devido à falta de estrutura, necessitando intervenções nesta área. Por fim, o presente trabalho permitiu analisar a situação atual do gerenciamento dos resíduos na Unidade, evidenciando a necessidade de implantação de um PGRS.

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ABSTRACT

Growing is the concern with the management of municipal solid waste (garbage), in regard to its generation to final disposal. Thus, the challenge today is to make sure that the generators worry to give the appropriate destination to the residue produced by the device. In this context, the present work was carried out with the aim of diagnosing the conditions of management of solid waste in the unit white stone from the campus of great Florianópolis of Unisul, having in view subsidized the future preparation of a plan for solid waste management (PGRS). The realization of the research was given through documentary, note how the solid waste is being managed at the university and in the city, the characterization of solid waste generated, in a pilot area, And the collection of data on the environmental perception on this issue by the academic community. Based on the analysis and interpretation of the data collected, it was found that the Unit does not have a Plan for Waste Management, or selective collection and that there are different groups responsible for the management of waste generated within the space that the Unit is installed. It was found that the majority of wastes generated under the responsibility of the University are in class II. In the segregation of the material during the waste characterisation has identified that the majority of waste generated are contaminated by organic waste. Among the waste segregated in characterization the majority is paper and plastic. It was found that there is a differentiation with respect to the understanding of the problem of waste in the Unit by two groups interviewed, students, and staff, But they are willing to contribute to the improvement of the process. It was found that in the city there is not a plan for the management and that does not exist, yet, no concrete initiative for the implementation of selective collection Only isolated initiatives as the points of voluntary surrender (ENP) in the district University City White Stone, where the University is located. In addition to that, the majority of the population of gatherers works improperly and informal due to the lack of structure, requiring interventions, In this area. Finally, the present work has allowed us to analyze the current situation of waste management in the Unit, showing the need for deployment of a PGRS.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Geração de Resíduos Sólidos Urbanos no Brasil – 2011 e 2012 ... 20 Figura 2 - Coleta de Resíduos Sólidos Urbanos no Brasil - 2011 e 2012. ... 21 Figura 3 - Destinação final dos RSU coletados no Brasil - 2011 e 2012 ... 21 Figura 4 - Participação dos Principais Materiais no Total de RSU Coletado no Brasil em 2012. ... 22 Figura 5 - Iniciativas de Coleta Seletiva nos Municípios em 2012 - Regiões e Brasil. ... 33 Figura 6 - Total dos Municípios com coleta seletiva no Brasil - 2012. ... 34

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LISTA DE FOTOGRAFIAS

Fotografia 1 - Lixeiras distribuídas pelas áreas externas na Unidade Pedra Branca da Unisul, 2014. ... 42 Fotografia 2 - Lixeiras das salas de aula da Unidade Pedra Branca da Unisul, 2014. ... 43 Fotografia 3 - Lixeiras dos corredores dos blocos da Unidade Pedra Branca da Unisul, 2014. ... 43 Fotografia 4 - Lixeiras seletivas no bloco B da Unidade Pedra Branca da Unisul, 2014. ... 44 Fotografia 5 - Armazenamento externo dos resíduos sólidos da Unidade Pedra Branca da Unisul, 2014. ... 45 Fotografia 6 - Armazenamento externo dos resíduos sólidos do Shopping Acadêmico da Unidade Pedra Branca da Unisul, 2014.. ... 46 Fotografia 7- Ponto de Entrega Voluntária (PEV) na frente da AMO no bairro Cidade Universitária Pedra Branca, Palhoça/SC, 2014. ... 62 Fotografia 8 - Ponto de Entrega Voluntária (PEV) na frente do bairro Cidade Universitária Pedra Branca, Palhoça/SC, 2014. ... 63

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Percentual da quantidade de resíduos sólidos gerados por tipo nos blocos K e L da Unidade Pedra Branca da Unisul, no segundo semestre de 2013. . 48 Gráfico 2 - Percentual da média semestral da quantidade de resíduos sólidos gerados por tipo nos blocos K e L da Unidade Pedra Branca da Unisul, no segundo semestre de 2013. ... 49 Gráfico 3 - Sazonalidade da quantidade de resíduos sólidos gerados por dia de coleta nos blocos K e L da Unidade Pedra Branca da Unisul, no segundo semestre de 2013. ... 50 Gráfico 4 - Percepção de estudantes com relação à problemática dos resíduos sólidos da Unidade Pedra Branca da Unisul, em percentual, julho de 2013 a maio de 2014. ... 53 Gráfico 5 - Percepção dos funcionários com relação à problemática dos resíduos sólidos da Unidade Pedra Branca da Unisul, em percentual, julho de 2013 a maio de 2014. ... 53 Gráfico 6 - Percepção de estudantes com relação a grande produção de lixo na Unidade Pedra Branca da Unisul, em percentual, julho de 2013 a maio de 2014. ... 54 Gráfico 7 - Percepção dos funcionários com relação a grande produção de lixo na Unidade Pedra Branca da Unisul, em percentual, julho de 2013 a maio de 2014. ... 54 Gráfico 8 - Percepção de estudantes com relação à caracterização do resíduo gerado na Unidade Pedra Branca da Unisul, em percentual, julho de 2013 a maio de 2014. ... 55 Gráfico 9 - Percepção dos funcionários com relação à caracterização do resíduo gerado na Unidade Pedra Branca da Unisul, em percentual, julho de 2013 a maio de 2014. ... 55 Gráfico 10 - Percepção de estudantes com relação à reutilização do copo descartável durante o dia na Unidade Pedra Branca da Unisul, em percentual, julho de 2013 a maio de 2014. ... 56 Gráfico 11 - Percepção de funcionários com relação à reutilização do copo descartável durante o dia na Unidade Pedra Branca da Unisul, em percentual, julho de 2013 a maio de 2014. ... 56 Gráfico 12 - Percepção de estudantes com relação se existe lixeira seletiva na Unidade Pedra Branca da Unisul, em percentual, julho de 2013 a maio de 2014. ... 57

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Unidade Pedra Branca da Unisul, em percentual, julho de 2013 a maio de 2014. ... 57 Gráfico 14 - Percepção de estudantes com relação se vale a pena investir em atividades educativas para o lixo na Unidade Pedra Branca da Unisul, em percentual, julho de 2013 a maio de 2014. ... 58 Gráfico 15 - Percepção dos funcionários com relação se vale a pena investir em atividades educativas para o lixo na Unidade Pedra Branca da Unisul, em percentual, julho de 2013 a maio de 2014. ... 58 Gráfico 16 - Percepção de estudantes com relação a se cada indivíduo separaria o lixo que produz na Unidade Pedra Branca da Unisul, em percentual, julho de 2013 a maio de 2014. ... 59 Gráfico 17 - Percepção dos funcionários com relação a se cada indivíduo separaria o lixo que produz na Unidade Pedra Branca da Unisul, em percentual, julho de 2013 a maio de 2014. ... 59

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Quadro 1 - Classificação quanto a periculosidade dos resíduos sólidos (NBR 10.004/2004). ... 25 Quadro 2 - Código de cores dos resíduos sólidos recicláveis. ... 32

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ABRELPE - Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais.

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas AMO - Associação de Moradores

CEMPRE - Compromisso Empresarial para Reciclagem CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística LEC - Laboratório de Engenharia Civil

PEV – Pontos de Entrega Voluntária

PNRS - Política Nacional De Resíduos Sólidos UNISUL – Universidade do Sul de Santa Catarina

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1 INTRODUÇÃO ... 16 2 JUSTIFICATIVA ... 17 3 OBJETIVOS... 19 3.1.1 OBJETIVO GERAL ... 19 3.1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 19 4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 20

4.1 PROBLEMÁTICA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ... 20

4.2 RESÍDUOS SÓLIDOS ... 23

4.3 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS ... 24

4.4 CARACTERIZAÇÃO DOS RESÍDUOS ... 26

4.5 GESTÃO E GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ... 26

4.5.1 Etapas do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos... 28

4.6 COLETA SELETIVA ... 31

4.7 FERRAMENTAS PARA A REDUÇÃO DE RESÍDUOS ... 34

4.7.1 Educação e percepção ambiental ... 34

4.7.2 Política dos 5R’s ... 35

5 METODOLOGIA ... 38

6 RESULTADOS E DISCUSSÃO. ... 41

6.1 IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDIMENTO ... 41

6.2 SITUAÇÃO ATUAL DO GERENCIAMENTO DOS RESIDUOS SÓLIDOS ... 42

6.3 CARACTERIZAÇÃO DOS RESÍDUOS SECOS GERADOS ... 47

6.4 PERCEPÇÃO AMBIENTAL DA PROBLEMÁTICA DO LIXO DA COMUNIDADE ACADÊMICA…… ... 52

6.5 RESÍDUOS SÓLIDOS DOMICILIARES EM PALHOÇA... 60

7 CONCLUSÃO ... 65

8 SUGESTÕES ... 68

REFERÊNCIAS ... 69

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1 INTRODUÇÃO

O crescente processo de industrialização, o aumento da concentração populacional urbana e o incentivo ao consumo tornaram-se importantes fatores condicionantes para a geração de resíduos em maior escala (BIDONE, 1999). Neste contexto, locais de grande aglomeração de pessoas tendem a se destacar como importantes geradores de resíduos, e por consequência, expressam mais facilmente os efeitos da falta de manejo adequado. Além disso, as especificidades de algumas instituições são responsáveis pela geração dos mais diversos resíduos, não sendo diferente no caso dos campos universitários.

As universidades, por serem instituições produtoras de conhecimento e, por conseguinte, formadoras de opinião tem grande responsabilidade no adequado gerenciamento de seus resíduos, tendo em vista a minimização dos impactos no meio ambiente e na saúde pública. Tal responsabilidade passa pela sensibilização dos professores, alunos e funcionários envolvidos diretamente na geração desses resíduos, e de seus diversos setores administrativos que podem ter relação com a questão (FURIAM; GÜNTHER, 2006).

Saber a dimensão destes riscos e seus impactos depende de um maior conhecimento sobre os resíduos, dos seus componentes, das estimativas de produção, da sua trajetória da geração ao destino final e das formas de manuseio e tratamento ao longo da trajetória. Depende, também de conhecer o processo de trabalho a que está submetida à comunidade acadêmica, de alguma forma envolvida com estes resíduos e o destino final dado aos mesmos.

A situação inadequada em que se encontram os locais de grande aglomeração de pessoas, com relação aos resíduos sólidos é uma realidade, e a solução exige estudos. Segundo Lima (1995) a solução mais adequada só será possível se a composição e as características químicas e físico-químicas dos resíduos sólidos forem conhecidas, uma vez que que estes são compostos por massa bastante heterogênea, formada pelos mais distintos componentes, que podem variar em função de diversos parâmetros.

Diante desse contexto, este trabalho teve como finalidade fazer o estudo da real situação de manejo dos resíduos sólidos secos produzidos na Unidade Pedra Branca do campus da Grande Florianópolis da Unisul e com isso gerar subsídios para a elaboração de um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.

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2 JUSTIFICATIVA

As atividades realizadas pelo ser humano geralmente produzem algum tipo de resíduo que deverão ser devidamente dispostos e tratados. Em função dos novos hábitos de consumo, a quantidade de resíduos gerados é cada vez maior, por isto a destinação inadequada torna-se uma atividade poluidora e complexa.

Segundo Tauchen e Brandli (2006), universidades podem ser comparadas com pequenos núcleos urbanos, uma vez que envolvem diversas atividades de ensino, pesquisa, extensão e atividades referentes à sua operação, como restaurantes e locais de convivência. Como consequência destas atividades há geração de resíduos sólidos.

A pesquisa, divulgada pela Coordenaria de Defesa do Meio Ambiente – CME do Ministério Público Catarinense mostra a situação em que se encontra a gestão de resíduos sólidos urbanos nos nove municípios que integram a Região Metropolitana de Florianópolis. A saber: Águas Mornas, Antônio Carlos, Biguaçu, Florianópolis, Governador Celso Ramos, Palhoça, Santo Amaro da Imperatriz, São José e São Pedro de Alcântara, não diverge daquela encontrada na maioria das cidades catarinenses. De acordo com a Coordenadoria da Companhia de Policia de Proteção Ambiental, que realizou um diagnostico da destinação de resíduos sólidos no Estado de Santa Catarina, no ano de 2000, mais da metade, cerca de 58% de municípios catarinenses, dispõe inadequadamente seus resíduos sólidos urbanos.

A escolha para o diagnóstico do manejo dos resíduos sólidos secos na Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul) - Unidade Pedra Branca do campus da Grande Florianópolis da Unisul, centrado na Pedra Branca, se deu em razão do bairro estar entre um dos mais sustentáveis da Grande Florianópolis e estar num acelerado processo de expansão urbana e pelo fato de dar aos resíduos sólidos urbanos uma destinação ambientalmente adequada. Em função disto e como o campus Universitário da Grande Florianópolis - Pedra Branca da Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul) não possui um adequado gerenciamento de seus resíduos sólidos optou-se pela realização da análise do atual sistema de gestão e com isso criar subsídios para a elaboração de um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos. Sendo assim, para entender a situação em que ela se encontra, será necessária a realização de pesquisas e análises do tema em questão, visando definir o quantitativo e qualitativo dos resíduos e o manejo deles.

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Em um nível prático, espera-se que os resultados obtidos possam servir de embasamento para otimizar a gestão dos resíduos sólidos.

Nesta visão, o trabalho procura servir também de fonte de informação para trabalhos futuros nesta área. O assunto não foi esgotado e, portanto, servirá de estímulo para que outros pesquisadores investiguem, mais além, a problemática da gestão de resíduos sólidos e suas complexidades.

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3 OBJETIVOS

3.1.1 OBJETIVO GERAL

Analisar o atual sistema de gerenciamento dos resíduos sólidos na Unidade Pedra Branca do campus da Grande Florianópolis da Unisul, visando gerar subsídios para a elaboração de um futuro Plano Gerenciamento dos Resíduos Sólidos.

.

3.1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

a) Avaliar o processo atual de coleta e acondicionamento de resíduos sólidos na Unidade Pedra Branca;

b) Caracterizar qualitativamente e quantitativamente a geração de resíduos sólidos secos da Unidade Pedra Branca;

c) Avaliar a percepção ambiental com relação aos resíduos sólidos da comunidade acadêmica da Unidade Pedra Branca;

d) Verificar o sistema de gestão dos resíduos sólidos domiciliares do município de Palhoça, com ênfase no bairro Pedra Branca;

e) Gerar subsídios para a proposição e implantação de um futuro Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos da Unidade Pedra Branca do Campus da Grande Florianópolis da Unisul.

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4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Nesta seção abordar-se-á a fundamentação teórica dos temas resíduos sólidos e o gerenciamento destes, a fim de introduzir o assunto para entendimento do trabalho.

4.1 PROBLEMÁTICA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

O crescimento cada vez mais acelerado da população, tanto mundial como brasileira, contribui seriamente para a ocorrência de problemas ambientais. Aliado a tal crescimento surge à questão da disposição final dos resíduos sólidos, pois quanto maior a população, mais resíduos são gerados e menos áreas são disponibilizadas para se dispor corretamente tais resíduos.

De acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE) a produção de lixo cresce em ritmo mais acelerado do que a população urbana.

Os brasileiros geraram em 2012 cerca de 62.730.096 toneladas de resíduos sólidos urbanos (RSU), crescimento de 1,3% sobre 2011. No mesmo período, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população cresceu em torno de 0,9%. Os dados registrados para a geração total e per capita são apresentados na Figura 1 e apesar de superar o índice de crescimento populacional, tiveram um declínio na sua intensidade.

Figura 1 - Geração de Resíduos Sólidos Urbanos no Brasil – 2011 e 2012.

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O total de resíduos coletados também aumentou, em 2012, aproximadamente 1,9% em relação a 2011. Segundo a Abrelpe (2012), 56,6milhões de toneladas foram recolhidas pelos serviços de coleta domiciliar. Mesmo assim, esse número corresponde a 90,3% do lixo gerado, ou seja, os outros 9,7% ficaram espalhados nas ruas, em terrenos baldios ou foram jogados nos rios, conformo ilustra a Figura 2.

Figura 2 - Coleta de Resíduos Sólidos Urbanos no Brasil - 2011 e 2012.

Fonte: ABRELPE, 2012.

Além disso, do lixo coletado, a quantidade de resíduos sólidos urbanos destinados inadequadamente cresceu em 2012 em relação ao ano anterior (Figura 3), quase 23,7 milhões de toneladas, ou 42,02% foram depositados em locais inadequados: lixões ou aterros controlados, onde o chorume, líquido originado pela decomposição, não é tratado e pode contaminar os lençóis d’água.

Figura 3 - Destinação final dos RSU coletados no Brasil - 2011 e 2012.

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Ainda segundo a Abrelpe (2012) verificou-se que a maior parte dos resíduos sólidos urbanos coletados no país, 51,4%, caracteriza-se por material orgânico, ou seja, sobras de alimentos, cascas de frutas e restos de (Figura 4).

Figura 4 - Participação dos Principais Materiais no Total de RSU Coletado no Brasil em 2012.

Fonte: ABRELPE, 2012.

Diante dos dados apresentados percebe-se que se houvesse uma mudança na forma de segregação, recolhimento e processamento do lixo, poderia-se reciclar a matéria orgânica através da compostagem, e com relação aos resíduos secos (papel, papelão, plástico, etc.) poder-se-ia reciclar, reutilizar e reduzir.

Outro fator importante para a melhoria do processo de gestão dos resíduos sólidos é o descarte correto destes resíduos que é fundamental para o processo de reciclagem e para evitar uma série de prejuízos ao meio ambiente e a população, como a poluição visual, do solo, do ar e do lençol freático. Além disso, o descarte correto é indispensável para uma boa disposição dos resíduos sólidos.

Dependendo de como o resíduo seja descartado, com ou sem separação, este passa a ser rejeito e dessa forma, não pode ser mais reaproveitado. O essencial para o descarte correto é separar os resíduos secos (papelão, metal, vidro, etc.) dos úmidos (orgânicos). Se os resíduos são misturados, em geral, apenas 1% pode ser reciclado, já com a separação correta, obtemos 70% de reaproveitamento ou mais. (PORTAL BRASIL, 2012).

A Lei Federal 12.305, sancionada no final de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) traz como meta importante para 2014 o fim dos lixões e a instauração da coleta seletiva e da reciclagem em todos os municípios

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brasileiros, assim reduzindo os impactos causados ao meio ambiente e a minimização dos resíduos gerados. (MATEUS COUTINHO, 2012).

4.2 RESÍDUOS SÓLIDOS

Apesar de muitas vezes serem usados como sinônimos, os termos “resíduos sólidos” e “lixo” possuem significados distintos. Os dicionários da língua portuguesa definem lixo como algo inútil, sem valor, e, frequentemente sujo. Segundo o Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa (1996), o termo “lixo” significa:

1. Aquilo que se varre da casa, do jardim, da rua, e se joga fora; entulho. 2. Tudo que não presta e se joga fora. 3. Sujidade, sujeira, imundice. 5. Ralé, e em geral tudo que não presta e se deita fora, cisco; imundície.

A Norma Brasileira NBR 10.004, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, 2004), conceitua o termo “resíduos sólidos”, como sendo:

(…) resíduos no estado sólido e semissólido, que resultam de atividades da comunidade de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível. (BRASIL, 2010)

Na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) disposta pela Lei nº. 12.305, de 02 de agosto de 2010, no inciso XVI do artigo 3º, os resíduos sólidos são definidos como:

Material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnicas ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível. (BRASIL, 2010).

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4.3 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS

Os resíduos sólidos podem ser classificados de várias maneiras, de acordo com o artigo 13 da PNRS estes são classificados quanto à origem e a periculosidade, sendo que no inciso I do referido artigo são definidas onze classes de resíduos sólidos quanto a sua origem, as quais são:

a) Resíduos domiciliares: os originários de atividades domésticas em residências urbanas;

b) Resíduos de limpeza urbana: os originários da varrição, limpeza de logradouros e vias públicas e outros serviços de limpeza urbana;

c) Resíduos sólidos urbanos: os englobados nas alíneas “a” e “b”;

d) Resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços: os gerados nessas atividades, excetuados os referidos nas alíneas “b”, “e”, “g”, “h” e “j”;

e) Resíduos dos serviços públicos de saneamento básico: os gerados nessas atividades, excetuados os referidos na alínea “c”;

f) Resíduos industriais: os gerados nos processos produtivos e instalações industriais;

g) Resíduos de serviços de saúde: os gerados nos serviços de saúde, conforme definido em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e do SNVS;

h) Resíduos da construção civil: os gerados nas construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes da preparação e escavação de terrenos para obras civis;

i) Resíduos agrossilvopastoris: os gerados nas atividades agropecuárias e silviculturais, incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas atividades; j) Resíduos de serviços de transportes: os originários de portos, aeroportos,

terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira; k) Resíduos de mineração: os gerados na atividade de pesquisa, extração ou

beneficiamento de minérios; (BRASIL, 2010).

Já a classificação quanto à periculosidade da referida lei encontra-se no inciso II do artigo 13, se divide em duas classes as quais coincidem com o que é definido pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) na NBR 10.004/2004 que classifica os resíduos por seus riscos potenciais à saúde pública ou ao ambiente, em perigosos e não perigosos (ABNT, 2004; BRASIL, 2010).

Contudo na NBR 10.004/2004 tal classificação é mais detalhada e são estabelecidas subclasses resumidamente descritas no Quadro 1.

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Quadro 1 - Classificação quanto à periculosidade dos resíduos sólidos (NBR 10.004/2004).

Resíduos Classe I (Perigosos)

Apresentam risco à saúde pública ou ao ambiente, caracterizando-se por terem uma ou mais das seguintes propriedades: inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade.

Resíduos Classe II A (Não Perigosos e Não-Inertes)

Podem ter propriedades como combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade, porém não se enquadram como resíduo I ou III.

Resíduos Classe II B (Não Perigosos e Inertes)

Não têm nenhum dos seus constituintes solubilizados em concentrações superiores aos padrões de potabilidade de águas, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor.

Fonte: Elaboração da Autora, 2014.

Além da classificação quanto à origem e a periculosidade pode ser feita outra distinção entre os resíduos, de acordo com as suas características físicas, podendo ser subdividido em:

Resíduos Secos: Material inorgânico, que não apodrece ou estraga. Como por exemplo, papel, embalagens de plástico, metal, entre outros. Resíduos Úmidos: Materiais orgânicos e não recicláveis. Como por

exemplo, resto de comida, folhas, fraldas descartáveis, absorventes, entre outros. (FUNASA, 2006)

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4.4 CARACTERIZAÇÃO DOS RESÍDUOS

A caracterização de resíduos sólidos consiste em determinar suas principais características físico-química e microbiológica e sua composição qualitativa e/ou quantitativamente que são de fundamental importância para a iniciação de um sistema adequado de gerenciamento de resíduos. (FERREIRA, 2002).

A quantidade e a qualidade dos resíduos gerados podem ser determinadas através de métodos estimativos, ou pesquisa in loco (ZANTA; FERREIRA, 2003).

A quantidade exata dos resíduos sólidos gerados torna-se difícil, devido à reciclagem, a reutilização, o armazenamento e em alguns casos a disposição inadequada, em locais clandestinos (ZANTA; FERREIRA, 2003).

Os parâmetros analisados dos resíduos dependem para qual fim serão utilizados. Os resultados analíticos auxiliam na classificação do resíduo para a escolha da melhor destinação do mesmo. (TERRA AMBIENTAL, 2013)

4.5 GESTÃO E GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

No mundo moderno a produção de resíduos sólidos vem aumentando numa escala acelerada, exigindo soluções conjuntas entre poder público e sociedade para a correta gestão e gerenciamento desses resíduos.

Com relação à gestão e ao gerenciamento dos resíduos sólidos, Oliveira (2012, p.37) afirma que:

O conjunto de ações voltadas a solucionar os problemas com os resíduos sólidos, tais como normas, leis e procedimentos sob a premissa do desenvolvimento sustentável define-se [sic] de gestão integrada e por gerenciamento as etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.

Tais definições são apresentadas no artigo 3º da PNRS, sendo que no inciso XI, define-se a gestão integrada de resíduos sólidos como:

Conjunto de ações voltadas para a busca de soluções para os resíduos sólidos, de forma a considerar as dimensões política, econômica, ambiental, cultural e social, com controle social e sob a premissa do desenvolvimento sustentável. (BRASIL, 2010)

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No inciso X deste mesmo artigo da PNRS define-se o gerenciamento de resíduos sólidos como:

Conjunto de ações exercidas, diretas ou indiretamente nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final ambientalmente adequada, dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo com plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos ou com plano de gerenciamento de resíduos sólidos, exigidos na forma desta Lei. (BRASIL, 2010)

O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos constitui um documento que descreve as ações relativas ao manejo dos resíduos, com o objetivo de promover a sustentabilidade da gestão de resíduos sólidos, bem como preservar o meio ambiente e a qualidade de vida da população.

De acordo com o artigo 21 da Lei nº 12.305 o plano de gerenciamento de resíduos sólidos tem o seguinte conteúdo mínimo:

I. Descrição do empreendimento ou atividade;

II. Diagnóstico dos resíduos sólidos gerados ou administrados, contendo a origem, o volume e a caracterização dos resíduos, incluindo os passivos ambientais a eles relacionados;

III. Definição dos procedimentos operacionais relativos às etapas do gerenciamento de resíduos sólidos sob responsabilidade do gerador;

IV. Identificação das soluções consorciadas ou compartilhadas com outros geradores;

V. Ações preventivas e corretivas a serem executadas em situações de gerenciamento incorreto ou acidentes;

VI. Metas e procedimentos relacionados à minimização da geração de resíduos sólidos e à reutilização e reciclagem;

VII. Medidas saneadoras dos passivos ambientais relacionados aos resíduos sólidos;

VIII. Periodicidade de sua revisão, observado o prazo de vigência da respectiva licença de operação; (BRASIL, 2010).

O artigo 20 desta mesma lei coloca que estão sujeitos a elaborar o plano de gerenciamento de resíduos sólidos empreendimentos onde há geração de resíduos domiciliares e limpeza urbana, resíduos industriais e resíduos de serviços de saúde, bem como estabelecimentos comerciais, de serviços e agrossilvopastoris. (BRASIL, 2010)

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4.5.1 Etapas do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos

CARACTERIZAÇÃO

A fase de caracterização resume-se na identificação e quantificação do resíduo. Partindo deste ponto serão propostos métodos qualitativos e quantitativos que possibilitarão a redução, a reutilização, a reciclagem e a destinação adequada para os resíduos gerados.

A identificação e caracterização dos resíduos deve seguir a Norma Regulamentadora NR 10.004/2004 da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT. É importante que a caracterização do resíduo seja feita na fonte de geração, pois tendo-se uma visão melhor de cada um facilitará sua reutilização e destinação.

SEGREGAÇÃO

A segregação, conforme define a RDC nº 306/2004 da ANVISA, consiste na separação dos resíduos no momento e local da geração. Esta separação é realizada de acordo com suas características físicas, químicas, biológicas ou estado e riscos envolvidos.

ACONDICIONAMENTO

O acondicionamento consiste no ato de embalar os resíduos segregados, em sacos ou recipientes que evitem vazamentos e resistam às ações de punctura e ruptura. A capacidade dos recipientes de acondicionamento deve ser compatível com a geração diária de cada tipo de resíduo. É necessário estar atento às regras de identificação e classificação dos resíduos, bem como às normas específicas de armazenamento.

São utilizados diversos tipos de recipientes para acondicionar os RS, sendo os mais comuns, sacos plásticos, contêineres comuns e contêineres basculantes, entre outros. Porém, no Brasil percebe-se grande utilização de sacos plásticos (CUNHA; CAIXETA FILHO, 2002).

Monteiro et al. (2001) salientam que a qualidade da operação de coleta e transporte dos RS depende da forma do seu acondicionamento e armazenamento. O

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acondicionamento adequado é muito importante para evitar acidentes, proliferação de vetores, minimizar o impacto visual e olfativo, reduzir a heterogeneidade dos resíduos (no caso da coleta seletiva) e facilitar a coleta.

A escolha do recipiente mais adequado deve ser orientada em função da qualidade gerada de resíduos sólidos, das características, da frequência de coleta, do preço do recipiente e do tipo de edificação. (MONTEIRO ET AL., 2001).

COLETA E TRANSPORTE INTERNO

A coleta e transporte interno consistem no recolhimento e a remoção dos resíduos das lixeiras, fechamento do saco e transporte até abrigo de armazenamento temporário (expurgo) ou armazenamento externo. Os sacos devem ter capacidade de acordo com a demanda e número previsto de coletas, sendo que o horário de coleta deve ser programado de forma a minimizar o tempo de permanência dos resíduos na unidade geradora.

ARMAZENAMENTO TEMPORÁRIO

Consiste na guarda temporária dos recipientes contendo os resíduos já acondicionados, em local próximo aos pontos de geração, visando agilizar a coleta dentro do estabelecimento e otimizar o deslocamento entre os pontos geradores e o ponto destinado à apresentação para coleta externa.

ARMAZENAMENTO EXTERNO

Consiste na guarda dos recipientes de resíduos até a realização da etapa da coleta externa, em ambiente exclusivo com acesso facilitado para os veículos coletores.

COLETA E TRANSPORTE EXTERNOS

Consistem na remoção dos RSS do abrigo de resíduos (armazenamento externo) até a unidade de tratamento e/ou disposição final, utilizando-se técnicas que

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garantam a preservação das condições de acondicionamento e a integridade dos trabalhadores, da população e do meio ambiente.

Parra et al. (2010) diz que podem ser adotados os seguintes sistemas de coleta para os resíduos sólidos domésticos:

a) Coleta regular: realizadas com veículos da prefeitura ou da prestadora de serviços, em dias e horários determinados, sendo que nas áreas centrais recomenda-se que a frequência seja diária e preferencialmente no horário noturno e nas áreas residenciais, a coleta pode ser realizada em dias alternados;

b) Coleta especial: é a coleta realizada em assentamentos informais, áreas de difícil acesso, onde os veículos de coleta encontram dificuldades para transitar devido à topografia acidentada e falta de urbanização. Estes locais são considerados pontos críticos, onde há acúmulo de resíduos em locais inadequados;

c) Coleta particular: é de responsabilidade dos geradores, em decorrência da quantidade ser superior ao estabelecido por legislação municipal; nesse caso cabe ao poder público o papel da fiscalização;

d) Coleta seletiva: é a coleta dos resíduos separados pelos geradores na fonte. Esta modalidade esta relacionada à reciclagem;

e) Coleta informal: é a coleta realizada pelos catadores informais, sem nenhum vínculo com a prefeitura, com intuito de comercialização dos resíduos passíveis de reciclagem.

DISPOSIÇÃO FINAL

A disposição final ambientalmente adequada é a distribuição ordenada de rejeitos em aterros, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos (BRASIL, 2010a).

As formas de disposição final de resíduos sólidos utilizados na atualidade no Brasil e em outros países são: aterro sanitário, aterro controlado e lixão.

A disposição final dos resíduos sólidos só deve ocorrer em último caso, após os resíduos receberem alguma forma de tratamento e a sua reutilização no processo não for mais possível (LIMA, 2001). Porém, é importante destacar a educação e a sensibilização da população quanto a uma mudança comportamental relacionada à

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disposição inadequada dos seus resíduos, que de certa forma acaba repercutindo no gerenciamento dos resíduos (FERREIRA E ANJOS, 2001).

4.6 COLETA SELETIVA

A coleta seletiva é aquela que se recolhem os resíduos sólidos devidamente separados por sua constituição ou composição. Para tanto, para a efetivação de tal coleta torna-se necessário à separação dos materiais potencialmente recicláveis, como plásticos, papéis, vidros e metais, ainda na fonte geradora, ou seja, nos domicílios, nas indústrias, nos estabelecimentos comerciais, etc. (PIMENTA, 2012).

Nas estratégias de gestão para os resíduos sólidos, a coleta seletiva tem sido recomendada como uma das medidas prioritárias, principalmente para os municípios, sendo que no inciso II do § 1°do artigo 18 da Lei 12.305 de 2010 na seção IV dos Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, prioriza o recebimento de recursos da União ou incentivos ou financiamento de entidades federais de crédito ou fomento, para os municípios que:

II – implantarem a coleta seletiva com a participação de cooperativas ou outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas físicas de baixa renda. (BRASIL, 2010)

O recolhimento diferenciado envolve materiais reaproveitáveis tais como papéis, plásticos, vidros, metais, ou até mesmo resíduos orgânicos, todos devidamente separados do restante do lixo nas suas próprias fontes geradoras.

Pelo Decreto n°7404, de 23 de dezembro de 2010, que regulamenta a Lei n° 12.305, em seu art. 9°, inciso I, § 2°:

O sistema de coleta seletiva será implantado pelo titular do serviço público de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e deverá estabelecer, no mínimo, a separação de resíduos secos e úmidos e, progressivamente, ser estendido à separação dos resíduos secos em suas parcelas específicas, segundo metas estabelecidas nos respectivos planos.

A separação dos resíduos secos em suas parcelas específicas significa colocar cada resíduo no adequado coletor com sua devida identificação. Para isso surge a Resolução do CONAMA 275, de 24 de abril de 2001, que estabelece o código de cores para os diferentes tipos de resíduos, a ser adotado na identificação de coletores, bem

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como nas campanhas informativas para a coleta seletiva, como pode ser visto no Quadro 2.

Quadro 2 - Código de cores dos resíduos sólidos recicláveis.

Padrão de Cor Material

Azul Papéis/papelão

Vermelha Plástico

Verde Vidro

Amarelo Metais

Preta Madeira

Laranja Resíduos Perigosos

Branca Resíduos ambulatórios e de serviços de saúde

Marrom Resíduos Orgânicos

Cinza Resíduo geral não reciclável ou misturado, ou

contaminado não passível de separação.

Fonte: Resolução CONAMA 275, de 2001.

A coleta seletiva de resíduos recicláveis pode ser feita porta a porta que consiste na separação dos materiais recicláveis nas residências, acondicionando-os em contêineres diferenciados ou agrupando-os em um único recipiente onde os veículos coletores percorrem as residências em dias e horários distintos da coleta normal. Um modelo de separação muito utilizado porta a porta é aquele em que a população separa os resíduos domésticos em dois grupos: resíduos secos e resíduos úmidos. O material coletado é destinado a galpões de triagem onde é feita uma segunda separação em esteiras. (MINISTÉRIO PÚBLICO DO PARANÁ, 2012).

Além do sistema porta a porta, a coleta seletiva também pode ser feita em pontos de entrega voluntária (PEV), onde os indivíduos dispõem cada tipo de resíduos em recipientes diferenciados (com nome e cor), de acordo com o código de cores da Resolução CONAMA 275 de 2001. (CEMPRE, 2014).

De acordo com o CEMPRE (2014) outro modelo pouco explorado é a participação dos catadores como agentes da coleta seletiva para o abastecimento do mercado de materiais recicláveis e, consequentemente, como suporte para a indústria recicladora.

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Outra meta importante da PNRS é que os municípios devem priorizar a inclusão e integração dos catadores de materiais recicláveis em seus programas de reciclagem, auxiliando na formalização de associações ou cooperativas de catadores que atuem na gestão de resíduos realizando a reciclagem. Esta iniciativa visa incorporar essa população em situação de risco, já exposta ao trabalho com os resíduos, gerando emprego e renda através da gestão de resíduos.

Os principais benefícios que trazem as associações ou cooperativas de catadores são:

Geração de emprego e renda; Resgate da cidadania dos catadores;

Redução das despesas com os programas de reciclagem;

Organização do trabalho dos catadores nas ruas evitando problemas na coleta e o armazenamento de materiais em logradouros públicos ou mesmo em suas residências;

Redução de despesas com a coleta, transferência e disposição final dos resíduos separados pelos catadores que, portanto, não serão coletados, transportados e dispostos em aterro pelo sistema de limpeza urbana da cidade. (MINISTÉRIO PÚBLICO DO PARANA, 2012).

Os dados com relação à coleta seletiva do país são bastante contraditórios. Segundo o estudo da Abrelpe, dos 5.565 municípios brasileiros, 3.326 (59,8%) afirmaram ter iniciativas de coleta seletiva, conforme mostra a Figura 5.

Figura 5 - Iniciativas de Coleta Seletiva nos Municípios em 2012 - Regiões e Brasil.

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A região brasileira que apresenta maior iniciativa quanto à coleta seletiva é a Região Sul, com 79,5 % dos municípios.

Contudo a pesquisa intitulada Ciclosoft, realizada pelo Compromisso Empresarial para Reciclagem (CEMPRE), uma associação sem fins lucrativos dedicados à promoção da reciclagem, que visa apresentar dados com relação à coleta seletiva estruturada nos municípios brasileiros relata que somente 14% destes contam com programas de coleta seletiva. Desse total que realiza esse serviço, 86% estão situados na região Sudeste e Sul (CEMPRE, 2014), conforme ilustrado na Figura 6.

Figura 6 - Total dos Municípios com coleta seletiva no Brasil - 2012.

Fonte: CEMPRE, 2014.

4.7 FERRAMENTAS PARA A REDUÇÃO DE RESÍDUOS

Dentro da gestão de resíduos algumas ferramentas são aplicadas para minimização dos resíduos, tanto no setor administrativo da universidade, quanto às salas de aula, corredores e praça de alimentação. Dentre estas ferramentas podem-se citar os 5R’.

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A Lei Federal nº 9.795 de 27 de abril de 1999, que dispõe sobre a Política Nacional de Educação Ambiental, em seu artigo 1ª define a Educação Ambiental como um:

Processo por meio do qual o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. (BRASIL, 1999).

Esta pode levar a comunidade em questão a um melhor conhecimento do espaço onde vive e produz. Pode, também, induzi-la a discutir os problemas que este espaço tem em relação às questões ambientais e criar meios para que encontre soluções. Mas para tanto deve ser concebida como um processo inserido no contexto da realidade local de cada comunidade.

Para desencadear tal processo é importante compreender como se estabelece a relação dos diferentes atores com o ambiente no qual se encontra inserido e com o problema que se quer solucionar. Desta forma, para a efetivação de planos, programas e projetos que visem à conservação ambiental deve-se levar em consideração a percepção ambiental, dos diferentes grupos sociais inseridos e atuantes no ambiente em questão.

A percepção configura um processo mental que reflete a interação do indivíduo com o seu meio. Para Del Rio e Oliveira (1996, p. IX) “o estudo dos processos mentais relativos à percepção ambiental é fundamental para compreendermos melhor as inter-relações entre o homem e o meio ambiente, suas expectativas, julgamentos e condutas”.

Assim, a partir da compreensão de tal percepção podem-se criar estratégias para que as ações de proteção ambiental pretendidas sejam aceitas e apropriadas pelos diferentes atores sociais envolvidos e, assim, consiga-se a efetiva conservação dos ambientes em questão.

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Os diversos problemas ambientais gerados pelo modo de produção e consumo da sociedade fazem com que haja a necessidade de uma mudança comportamental da população, e um dos principais problemas é a preocupação em relação ao manejo dos resíduos que representam, porém, apenas uma parte do problema ambiental. Neste sentido, têm sido feitos leis, projetos e políticas para a preservação do meio ambiente.

Visando uma consciência ambiental, focada na mudança de hábitos no cotidiano dos cidadãos, foi desenvolvida a Política dos 5R’s (reduzir, reutilizar, reciclar, repensar e recusar), com o intuito de que cada indivíduo repense suas ações, reduzindo o consumo exagerado e o desperdício.

Reduzir: Significa em diminuir a quantidade de produtos a serem utilizados para ter uma menor quantidade de rejeitos. A principal maneira de promover a redução é evitar sua produção e para isso algumas ações são necessárias, tais como: modificar o processo produtivo, mudança de hábitos e comportamentos, entre outros. Além disso, ações pequenas como usar sacos mais de uma vez, em supermercados usar caixas de papelão em vez de sacos plásticos, entre outros. Reaproveitar: O propósito é dar uma nova utilidade aos materiais que se tornariam

resíduos, é conseguir aumentar o tempo de vida dos produtos, seja reintroduzindo com a mesma função ou dar uma nova utilização para o produto. Como por exemplo, doar roupar, livros e móveis que não utiliza mais para instituições de caridade, entre outros.

Reciclar: Trata-se da transformação de um produto já utilizado em um novo produto ou matéria prima. Para que seja possível a realização da reciclagem é necessário que os resíduos sejam separados corretamente por classe, e que não haja contato com outros tipos de resíduos, evitando assim a sua contaminação. Após a segregação dos mesmos é feito o encaminhamento dos resíduos para inseri-los em outro processo diferenciado dos que o gerou para transformá-lo em outro produto de consumo.

Repensar: Significa pensar nas nossas atitudes e hábitos diários no consumo e no descarte dos produtos. Como por exemplo, quando nos perguntamos, é necessário comprar isso? Como poderia reaproveitar algo que quero jogar fora? Essas e outras perguntas que poderiam fazer com que a população tivesse hábitos diferentes que não prejudicassem o meio ambiente em que vivem.

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Recusar: Significa rejeitar produtos que agridam a saúde e ao meio ambiente, isso contribui para um espaço mais limpo. Isso se pode fazer recusando sacos plásticos e embalagens não recicláveis, entre outras ações. (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2014).

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5 METODOLOGIA

O presente projeto foi desenvolvido na Unidade Pedra Branca do campus Universitário da Grande Florianópolis da Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul) na Palhoça e teve como público alvo a comunidade acadêmica da Pedra Branca, ou seja, docentes, discentes e funcionários.

Para a avaliação do sistema de coleta e acondicionamento dos resíduos sólidos foram realizadas vistorias in loco, com o devido registro fotográfico, obtendo-se, o acondicionamento dos resíduos na unidade.

Além das vistorias, buscou-se, também o contato direto com os setores e pessoas responsáveis pelo gerenciamento atual dos resíduos, buscando-se verificar a metodologia e frequência de coleta.

Paralelamente, foi realizada uma apresentação da presente pesquisa para a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) do campus da Grande Florianópolis e, assim, buscou-se o apoio deste setor para a realização do treinamento da equipe responsável pela coleta no local de estudo de coleta na seleção do material (resíduo) avaliado.

Visando verificar a quantidade e a qualidade dos resíduos sólidos gerados realizou-se um diagnóstico em uma área piloto da unidade. Optou-se, pelos blocos K e L devido, principalmente, a facilidade logística para a realização do diagnóstico.

Primeiramente, entrou-se em contato com o setor responsável pela terceirização do serviço de limpeza da Unidade Pedra Branca da Unisul, buscando-se apoio operacional para a realização do diagnóstico. Neste contato obteve-se total cooperação o que possibilitou a estruturação da logística necessária para a realização das coletas.

A frequência das coletas foi determinada por meio de um Plano de Amostragem, fundamentado com base na estatística. Para tanto se optou pela metodologia de tabela de números aleatórios simples, o que propiciou estabelecer os dias e a frequência das coletas.

Na tabela de números aleatórios os dez algarismos podem ser lidos isoladamente ou em grupos, em qualquer ordem, como por colunas ou por linhas e podem ser considerados aleatórios. A opção de leitura foi a partir da 11° linha, lendo os três primeiros algarismos de cada linha, desprezando-se os números que se repetem e somente um por semana.

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Com base no Plano de Amostragem, para a segregação e a caracterização dos resíduos foi feita outra reunião com a equipe responsável pela coleta e assim orientou-se aos funcionários para não misturar os resíduos dos corredores, salas de aula, entre outras salas com os resíduos do banheiro e também se definiu a hora para separar e pesar o material para depois descartar.

Em cada coleta foi feito uma etiquetagem e uma ficha de acompanhamento para garantir a identificação segura, contento os seguintes itens: Nome do coletor, data e hora da coleta e número da amostra. Foram segregados somente os resíduos secos baseados na padronização das cores da Resolução CONAMA 275, de 24 de abril de 2001 e realizou-se a pesagem de cada tipo de resíduo e de todo o volume coletado no dia. As pesagens foram feitas no Laboratório de Engenharia Civil (LEC) no bloco L.

Para a efetivação de um bom gerenciamento dos resíduos sólidos deve-se levar em consideração a percepção ambiental dos diferentes grupos sociais inseridos e atuantes no ambiente em questão, pois a partir da compreensão de tal percepção podem-se criar estratégias parra que as ações pretendidas podem-sejam aceitas e apropriadas pelos diferentes atores sociais envolvidos.

Assim, paralelamente ao diagnóstico dos resíduos, realizou-se, também, a identificação e análise da percepção ambiental da comunidade acadêmica da Unidade Pedra Branca. Tal investigação foi realizada através da aplicação de entrevistas, utilizando questionário estruturado (Apêndice A), com perguntas fechadas e abertas que abordaram questões da geração interna de resíduos. Tal aplicação foi feita de forma aleatoriamente na comunidade acadêmica do campus objeto de estudo.

Para a aplicação de tais entrevistas foi realizado uma amostragem probabilística do público alvo para o cálculo do tamanho da amostra, com 5% de erro e um intervalo de confiança de 95%, através da formula abaixo:

Onde:

n = tamanho da amostra N = tamanho da população

p = percentual de elementos com a característica estudada q = percentual de elementos sem a característica estudada e = erro

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Como o público alvo da presente pesquisa apresenta distintos grupos e que tem diferentes atuações dentro do ambiente e da problemática em questão, foi realizada a amostragem para cada grupo, ou seja, docentes, discentes e funcionários.

Como forma de sistematizar e facilitar a análise dos dados obtidos na pesquisa de percepção criou-se um banco de dados onde foram tabulados os resultados obtidos com as entrevistas.

Logo após a caracterização dos resíduos sólidos e a aplicação das entrevistas no campus, foi realizado o levantamento do sistema de gestão dos resíduos sólidos domiciliar do município de Palhoça e no bairro Pedra Branca. Para isto entrou-se em contato junto a Prefeitura Municipal de Palhoça, Águas de Palhoça e da empresa responsável pela coleta, transporte e disposição final do lixo na Palhoça e na Pedra Branca a Proactiva. Além destas instituições, entrou-se em contato com a Associação de Moradores (AMO) da Cidade Universitária Pedra Branca, para a verificação das peculiaridades do tratamento da questão dos resíduos sólidos no bairro e também com o presidente da Associação dos Catadores Frei Damião para a averiguação da atuação dos catadores na Palhoça e na Pedra Branca.

Na etapa final as informações e os dados obtidos, foram organizados para análise do sistema atual de gerenciamento dos resíduos sólidos da Unidade Pedra Branca da Unisul com base no que preconiza a Política Nacional de Resíduos Sólidos.

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6 RESULTADOS E DISCUSSÃO.

6.1 IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

O campus da Grande Florianópolis, Unidade Pedra Branca da Universidade do Sul de Santa Catarina está localizado no Bairro Pedra Branca no município de Palhoça, a 15 km de Florianópolis (Figura 7). A área total é de 30.561,24 m², sem contar à edificação que abriga o Campus Universitário Unisul Virtual. (UNISUL, 2014).

Figura 7 - Imagem da localização da Unidade Pedra Branca da UNISUL.

Fonte: Adaptado do Google Maps, 2014.

A Unidade Universitária Pedra Branca conta com um shopping acadêmico, que integra os setores administrativos e as coordenações do curso. Nele funciona a praça de alimentação, livraria, Xerox, agencia bancaria e lojas de utilidade. (UNISUL, 2014).

Além disso, a Unidade Pedra Branca possui um complexo aquático com piscinas olímpicas, ginásio de esportes e 12 blocos de salas de aula com auditórios, bibliotecas, laboratórios e salas administrativas. (UNISUL, 2014)

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6.2 SITUAÇÃO ATUAL DO GERENCIAMENTO DOS RESIDUOS SÓLIDOS

Dentre os espaços físicos da Unidade Pedra Branca, verificou-se que a Universidade gerencia somente os resíduos sólidos gerados onde são desenvolvidas as atividades acadêmicas e administrativas da Universidade. Ou seja, a área do shopping acadêmico onde se localiza a praça de alimentação, lojas de conveniências e Xerox, é um espaço que está sob regime de comodato com um investidor, sendo que cada estabelecimento tem um contrato individual de locação. No contrato dos estabelecimentos não há nenhuma referencia ao gerenciamento dos resíduos. Contudo, verificou-se, por meio de vistorias e diálogo com os responsáveis, tanto dos estabelecimentos comerciais como com o setor administrativo da Unisul que existe um acordo informal responsabilizando cada estabelecimento individualmente pelo gerenciamento dos próprios resíduos.

Na área de reponsabilidade da universidade pode-se verificar que os resíduos gerados na Unidade Pedra Branca são constituídos basicamente por materiais de Classe II, sendo papel, alumínio, garrafas pet, copo plástico e papelão. Estes são acondicionados em lixeiras, nos vários setores e espaços. Tais lixeiras são do tipo abertas com sacos plásticos na cor preta, como pode ser observado nas Fotografias 1, 2, e 3.

Fotografia 1 - Lixeiras distribuídas pelas áreas externas na Unidade Pedra Branca da Unisul, 2014.

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Fotografia 2 - Lixeiras das salas de aula da Unidade Pedra Branca da Unisul, 2014.

Fonte: Autora, 2014.

Fotografia 3 - Lixeiras dos corredores dos blocos da Unidade Pedra Branca da Unisul, 2014.

Fonte: Autora, 2014.

Na Unidade Pedra Branca somente no corredor do bloco B foram encontradas lixeiras seletivas (Fotografia 4). Contudo, tais lixeiras são apenas ilustrativas visto que

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através das vistorias in loco e contato com os setores responsáveis verificou-se que não há nenhum tipo de segregação de resíduos nem no momento e local de sua geração e nem após seu acondicionamento.

Fotografia 4 - Lixeiras seletivas no bloco B da Unidade Pedra Branca da Unisul, 2014.

Fonte: Autora, 2014.

A Unidade Pedra Branca não apresenta um armazenamento temporário.

De acordo com informações fornecidas pelos funcionários da empresa terceirizada responsável pela limpeza e pelos responsáveis na Unidade por este serviço, a coleta interna é feita em dois turnos, à tarde e à noite. Se não houver muito lixo gerado a noite, este somente é coletado no turno da tarde do dia seguinte. A coleta dos resíduos começa pelas salas de aula até encher os sacos plásticos de 100 l. Depois se retira o lixo dos corredores e por último os resíduos dos banheiros. Todos estes resíduos são misturados e levados por uma pessoa até o armazenamento externo (Fotografia 5)

O armazenamento externo dos resíduos é um depósito construído de laje, com uma porta de grade, fechado com cadeado e só fica aberto quando há necessidade de guardar os resíduos (Fotografia 5).

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Fotografia 5 - Armazenamento externo dos resíduos sólidos da Unidade Pedra Branca da Unisul, 2014.

Fonte: Autora, 2014.

Dentre os espaços que não são de responsabilidade da Unisul um que produz uma grande quantidade de resíduos é a praça de alimentação. Nesta área são gerados diferentes tipos de resíduos, mas principalmente o orgânico. Através de conversa com os responsáveis pelas lanchonetes e restaurantes verificou-se que não existe um gerenciamento de resíduos nestes, apenas o Restaurante Universitário Pedra Branca que separa os resíduos papel e alumínio para serem reciclados.

Os resíduos gerados pelo shopping acadêmico e praça de alimentação são coletados e armazenados ao lado do armazenamento externo exclusivo da Unisul (Fotografia 6). Do lado esquerdo do armazenamento externo de uso exclusivo do Shopping Acadêmico e praça de alimentação são dispostos os resíduos papel e plástico, onde a empresa Ciclo faz a coleta externa destes resíduos para poderem ser reciclados.

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Fotografia 6 - Armazenamento externo dos resíduos sólidos do Shopping Acadêmico da Unidade Pedra Branca da Unisul, 2014..

Fonte: Autora, 2014.

Esta separação no armazenamento externo foi uma alternativa encontrada para diferenciar a origem e o tratamento dado aos resíduos, visto o grande volume de reclamações e, até mesmo, denuncias que a Unisul recebeu com relação aos problemas, principalmente com o mau cheiro e disseminação de vetores, pelo acondicionamento inadequado do material orgânico.

Segundo Sr. Nilto, superintendente da Associação de Moradores da Pedra Branca (AMO), a deposição externa dos resíduos provenientes da universidade provoca mau cheiro e tornou-se um problema social, pois atrai ratos e, além do que, os catadores reviram o material para retirar os resíduos recicláveis espalhando tudo e aumentando o problema.

Para minimizar o problema os responsáveis pelo armazenamento externo, construíram um compartimento no interior do depósito com o objetivo de evitar que os resíduos se espalhem, mas segundo Sr. Nilto isto não é suficiente para resolver o problema e os danos causados.

Cabe ressaltar que mesmo não sendo de responsabilidade direta da Universidade o gerenciamento dos resíduos gerados na praça de alimentação esta sofre com o gerenciamento inadequado e preocupa-se tanto com os problemas de saúde pública que podem advir como com os prejuízos relacionados à imagem desta perante a

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comunidade. Neste sentido a administração da Unisul vem buscando alternativas, mesmo que temporárias e emergenciais, para minimizar os problemas.

A coleta externa dos resíduos, gerados diariamente pela universidade e o shopping acadêmico, é de responsabilidade da Prefeitura de Palhoça. Esta tem contrato com a empresa Proactiva para realizar a coleta, o transporte e o destino final dos resíduos até o Parque de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Tijuquinhas, em Biguaçu/SC.

Com isto, pode-se observar que a Unidade Pedra Branca não apresenta um gerenciamento adequado dos resíduos sólidos gerados e que estes são constituídos basicamente por matérias de Classe II.

Verificou-se, também, a existência de um passivo ambiental em relação ao armazenamento externo dos resíduos. Tal passivo, mesmo sendo indireto, reflete negativamente na relação da universidade com a comunidade com que se relaciona diretamente, comprometendo a função socioambiental da universidade de produtora de conhecimento e, por conseguinte, formadora de opinião com relação ao adequado gerenciamento de seus resíduos e a minimização dos impactos no meio ambiente e na saúde pública.

6.3 CARACTERIZAÇÃO DOS RESÍDUOS SECOS GERADOS

Paralelamente ao levantamento do sistema atual de coleta foi realizada a caracterização e quantificação dos resíduos gerados na Unidade. Tal caracterização, em função das dificuldades de logística devido ao envolvimento de muitos setores e do pouco tempo e disponibilidade de equipe para a realização dos levantamentos, foi realizada numa área piloto, ou seja, nos blocos K e L da Unidade.

A caracterização foi realizada de acordo com o plano de amostragem baseado na tabela de número aleatórios que estabeleceu a pesagem dos resíduos uma vez por semana em dias alternados, totalizando 22 dias de pesagem durante o segundo semestre letivo de 2013.

Na caracterização qualitativa, optou-se por separá-los, para a devida quantificação, de acordo com os principais tipos de materiais encontrados, ou seja, papel, alumínio, copo plástico, plástico, embalagem Longa Vida e papelão. Os resíduos identificados como outros resíduos foram aqueles que eram resíduos orgânicos ou descaracterizados devido à contaminação por materiais orgânicos.

(48)

No Gráfico 1 observa-se o percentual amostral da geração total de resíduos por tipo segregado na caracterização.

Gráfico 1 - Percentual da quantidade de resíduos sólidos gerados por tipo nos blocos K e L da Unidade Pedra Branca da Unisul, no segundo semestre de 2013.

Fonte: Elaborado pela autora, 2014.

Através da caracterização conseguiu-se estimar a média diária semanal do total de geração de resíduos e em relação a cada tipo de resíduo identificado. Para isso, primeiramente foi feita a média diária total de cada resíduo para cada mês da caracterização, e, em seguida estimou-se o total mensal dos resíduos gerados para cada mês e a média semestral para cada resíduo, considerando o número dias por semana nos quais havia atividades nos blocos e o número de semanas para cada mês das coletas.

Foi usada está extrapolação para poder se ter uma noção da quantidade de resíduos gerados por mês.

Com base em tais cálculos, no Gráfico 2 podem-se observar os porcentuais de geração média semestral de cada tipo de resíduo qualificado na caracterização.

0% 1% 1% 4% 4% 14% 76% Papelão

Embalagem Longa Vida Alumínio

Copo plástico Plástico Papel

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Gráfico 2 - Percentual da média semestral da quantidade de resíduos sólidos gerados por tipo nos blocos K e L da Unidade Pedra Branca da Unisul, no segundo semestre de 2013.

Fonte: Elaborado pela Autora, 2014.

Segundo estimativa feita pela extrapolação dos dados, os blocos K e L da Unidade Pedra Branca gera em torno de 464 Kg de lixo no semestre. Deste, apenas 24% são resíduos recicláveis e 76% são resíduos orgânicos ou descaracterizados devido à contaminação por materiais orgânicos devido a não segregação na origem dos resíduos, ou seja, ausência de coleta seletiva nos blocos. De acordo com os cálculos, estima-se que no semestre foi gerado em torno de 354 kg deste tipo de resíduos e uma média de 70,8 Kg por mês.

Com relação aos resíduos secos segregados nas coletas verificou-se que o tipo de resíduo seco encontrado em maior quantidade foi o papel, ou seja, 14% do total. Este tipo de resíduo teve uma geração em média de 13 Kg por mês e um peso total médio no semestre em torno de 65 kg.

Já o componente plástico, tais como, recipientes de comidas, garrafas plásticas, geraram uma média mensal por semestre de 4 Kg, e um peso total no semestre em torno de 20 kg. Este tipo de resíduo representa 5% do total de resíduos gerados no semestre.

Optou-se por pesar separadamente os copos plásticos, devido o volume significativo deste produto encontrado nas coletas. O peso total no semestre de copos plásticos foi de 17 Kg, ou seja, 4% do total, e uma geração por mês em torno de 3,5kg.

0% 0% 1% 4% 5% 14%

76%

Papelão

Embalagem Longa vida Alumínio

Copo Plástico Plástico Papel

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Percebe-se também que a geração de plástico, sem distinção do tipo, é de 9% do total, com um peso aproximado de 37 kg por semestre e 9,5 Kg por mês. Este é um dado importante devido ao volume deste tipo de material.

O metal encontrado na caracterização foi o alumínio, representado por latas de refrigerante e embalagens alimentícias. Este teve uma geração média mensal de 1,2 Kg, 1%, e o peso total no semestre em torno de 6 kg. No mês de dezembro não houve geração deste resíduo.

As embalagens Longa Vida e papelão foram encontrados apenas em poucas semanas e em pequenas quantidades, gerando uma quantidade próxima a 1,5Kg por semestre, por isto que aparecem no Gráfico 2 com um percentual entre 0 e 1%.

Não houve a geração do resíduo vidro.

O Gráfico 3, mostra a sazonalidade dos resíduos da geração de resíduos ao longo das coletas.

Gráfico 3 - Sazonalidade da quantidade de resíduos sólidos gerados por dia de coleta nos blocos K e L da Unidade Pedra Branca da Unisul, no segundo semestre de 2013.

Fonte: Elaborada pela Autora, 2014.

Analisando-se o Gráfico 3 percebe-se que a maior geração dos resíduos sólidos concentrou-se nos meses de setembro e outubro, período este de maior intensidade das atividades acadêmicas. A partir de novembro houve uma grande diminuição dos resíduos por ser final de semestre e com isso a as atividades acadêmicas

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