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6 RESULTADOS E DISCUSSÃO

6.2 SITUAÇÃO ATUAL DO GERENCIAMENTO DOS RESIDUOS SÓLIDOS

Dentre os espaços físicos da Unidade Pedra Branca, verificou-se que a Universidade gerencia somente os resíduos sólidos gerados onde são desenvolvidas as atividades acadêmicas e administrativas da Universidade. Ou seja, a área do shopping acadêmico onde se localiza a praça de alimentação, lojas de conveniências e Xerox, é um espaço que está sob regime de comodato com um investidor, sendo que cada estabelecimento tem um contrato individual de locação. No contrato dos estabelecimentos não há nenhuma referencia ao gerenciamento dos resíduos. Contudo, verificou-se, por meio de vistorias e diálogo com os responsáveis, tanto dos estabelecimentos comerciais como com o setor administrativo da Unisul que existe um acordo informal responsabilizando cada estabelecimento individualmente pelo gerenciamento dos próprios resíduos.

Na área de reponsabilidade da universidade pode-se verificar que os resíduos gerados na Unidade Pedra Branca são constituídos basicamente por materiais de Classe II, sendo papel, alumínio, garrafas pet, copo plástico e papelão. Estes são acondicionados em lixeiras, nos vários setores e espaços. Tais lixeiras são do tipo abertas com sacos plásticos na cor preta, como pode ser observado nas Fotografias 1, 2, e 3.

Fotografia 1 - Lixeiras distribuídas pelas áreas externas na Unidade Pedra Branca da Unisul, 2014.

Fotografia 2 - Lixeiras das salas de aula da Unidade Pedra Branca da Unisul, 2014.

Fonte: Autora, 2014.

Fotografia 3 - Lixeiras dos corredores dos blocos da Unidade Pedra Branca da Unisul, 2014.

Fonte: Autora, 2014.

Na Unidade Pedra Branca somente no corredor do bloco B foram encontradas lixeiras seletivas (Fotografia 4). Contudo, tais lixeiras são apenas ilustrativas visto que

através das vistorias in loco e contato com os setores responsáveis verificou-se que não há nenhum tipo de segregação de resíduos nem no momento e local de sua geração e nem após seu acondicionamento.

Fotografia 4 - Lixeiras seletivas no bloco B da Unidade Pedra Branca da Unisul, 2014.

Fonte: Autora, 2014.

A Unidade Pedra Branca não apresenta um armazenamento temporário.

De acordo com informações fornecidas pelos funcionários da empresa terceirizada responsável pela limpeza e pelos responsáveis na Unidade por este serviço, a coleta interna é feita em dois turnos, à tarde e à noite. Se não houver muito lixo gerado a noite, este somente é coletado no turno da tarde do dia seguinte. A coleta dos resíduos começa pelas salas de aula até encher os sacos plásticos de 100 l. Depois se retira o lixo dos corredores e por último os resíduos dos banheiros. Todos estes resíduos são misturados e levados por uma pessoa até o armazenamento externo (Fotografia 5)

O armazenamento externo dos resíduos é um depósito construído de laje, com uma porta de grade, fechado com cadeado e só fica aberto quando há necessidade de guardar os resíduos (Fotografia 5).

Fotografia 5 - Armazenamento externo dos resíduos sólidos da Unidade Pedra Branca da Unisul, 2014.

Fonte: Autora, 2014.

Dentre os espaços que não são de responsabilidade da Unisul um que produz uma grande quantidade de resíduos é a praça de alimentação. Nesta área são gerados diferentes tipos de resíduos, mas principalmente o orgânico. Através de conversa com os responsáveis pelas lanchonetes e restaurantes verificou-se que não existe um gerenciamento de resíduos nestes, apenas o Restaurante Universitário Pedra Branca que separa os resíduos papel e alumínio para serem reciclados.

Os resíduos gerados pelo shopping acadêmico e praça de alimentação são coletados e armazenados ao lado do armazenamento externo exclusivo da Unisul (Fotografia 6). Do lado esquerdo do armazenamento externo de uso exclusivo do Shopping Acadêmico e praça de alimentação são dispostos os resíduos papel e plástico, onde a empresa Ciclo faz a coleta externa destes resíduos para poderem ser reciclados.

Fotografia 6 - Armazenamento externo dos resíduos sólidos do Shopping Acadêmico da Unidade Pedra Branca da Unisul, 2014..

Fonte: Autora, 2014.

Esta separação no armazenamento externo foi uma alternativa encontrada para diferenciar a origem e o tratamento dado aos resíduos, visto o grande volume de reclamações e, até mesmo, denuncias que a Unisul recebeu com relação aos problemas, principalmente com o mau cheiro e disseminação de vetores, pelo acondicionamento inadequado do material orgânico.

Segundo Sr. Nilto, superintendente da Associação de Moradores da Pedra Branca (AMO), a deposição externa dos resíduos provenientes da universidade provoca mau cheiro e tornou-se um problema social, pois atrai ratos e, além do que, os catadores reviram o material para retirar os resíduos recicláveis espalhando tudo e aumentando o problema.

Para minimizar o problema os responsáveis pelo armazenamento externo, construíram um compartimento no interior do depósito com o objetivo de evitar que os resíduos se espalhem, mas segundo Sr. Nilto isto não é suficiente para resolver o problema e os danos causados.

Cabe ressaltar que mesmo não sendo de responsabilidade direta da Universidade o gerenciamento dos resíduos gerados na praça de alimentação esta sofre com o gerenciamento inadequado e preocupa-se tanto com os problemas de saúde pública que podem advir como com os prejuízos relacionados à imagem desta perante a

comunidade. Neste sentido a administração da Unisul vem buscando alternativas, mesmo que temporárias e emergenciais, para minimizar os problemas.

A coleta externa dos resíduos, gerados diariamente pela universidade e o shopping acadêmico, é de responsabilidade da Prefeitura de Palhoça. Esta tem contrato com a empresa Proactiva para realizar a coleta, o transporte e o destino final dos resíduos até o Parque de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Tijuquinhas, em Biguaçu/SC.

Com isto, pode-se observar que a Unidade Pedra Branca não apresenta um gerenciamento adequado dos resíduos sólidos gerados e que estes são constituídos basicamente por matérias de Classe II.

Verificou-se, também, a existência de um passivo ambiental em relação ao armazenamento externo dos resíduos. Tal passivo, mesmo sendo indireto, reflete negativamente na relação da universidade com a comunidade com que se relaciona diretamente, comprometendo a função socioambiental da universidade de produtora de conhecimento e, por conseguinte, formadora de opinião com relação ao adequado gerenciamento de seus resíduos e a minimização dos impactos no meio ambiente e na saúde pública.