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A disposição de bebedouros e comedouros dentro dos círculos de proteção deve ser realizada anteriormente à chegada dos animais para que estes entrem logo em contato com água e ração. Tal medida de manejo é importante, prin- cipalmente para animais submetidos a longo período de transporte, os quais chegam desidratados nos aviários de destino. Nessa situação, é recomendável a suplementação de vitaminas e minerais na água de beber, sendo que esta deve estar fresca, limpa e à disposição. Os comedouros e bebedouros infantis devem ser distribuídos dentro do círculo, de forma uniforme e nunca embaixo da fonte de calor (campânula) para que não ocorra aquecimento da fonte hídrica e da ração. Neste último caso, altas temperaturas poderão alterar a qualidade dos in- gredientes devido a ranciicação das gorduras, afetando diretamente a palata- bilidade. A disposição dos equipamentos deve ser adequada e alternada entre si, favorecendo o acesso dos pintinhos à água e à ração (Figura 3). A quantidade de bebedouros e comedouros deve estar de acordo com o número de pintos alojados por círculo, ou seja, um comedouro tipo bandeja para cada 80/100 pintos e um bebedouro infantil para cada 100 pintos.

Na avicultura moderna, diversos são os modelos de comedouros e bebe- douros disponíveis para utilização em aviários de produção de frangos de corte. Para a primeira semana de idade das aves, existem comedouros do tipo infantil (Figura 4) ideais para pintinhos, pois seu formato e tamanho auxilia o consumo de ração por estes animais nesta fase.

Figura 3: Disposição dos equipamentos no círculo de proteção (quadrado: bebedouro; círculo:

comedouro; círculo maior no centro: campânula). Fonte: COBB, 2009.

Figura 4(a): Comedouro tubular infantil.

Fonte: Big Dutchman (2011).

Figura 4(b): Comedouro tipo prato infantil

Fonte: Gonçalves, F.M.(2008).

Quanto aos bebedouros, podem ser tipo nipple, pendular (tipo sino) ou tipo copo (Figura 5), dependendo do grau de tecniicação empregado na constru- ção do aviário ou o quanto o produtor poderá investir no sistema, considerando que equipamentos infantis só terão utilidade na primeira semana de vida dos animais. Entretanto, comedouros apropriados para a fase apresentam melho- res resultados em termos de desenvolvimento inicial por facilitarem o acesso à água e ração.

Figura 5(a): Bebedouro nipple.

Fonte: GSI Brasil (2011).

Figura 5(b): Bebedouro pendular.

Fonte:GSI Brasil (2011).

Figura 5(c): Bebedouro copo

infantil.

Fonte: Agromarau (2011).

Os bebedouros tipo sino ou infantil tipo taça devem ser colocados em cima de um estrado ripado a im de evitar o derramamento de água na cama e o acúmulo de maravalha da cama dentro do bebedouro. Caso não seja possível fornecer a quantidade adequada de bebedouros e comedouros infantis, con- sorciar os mesmos com comedouros adultos, sempre observando o número necessário para que não ocorra disputa por água e alimento.

2. Manejo no alojamento

a) Temperatura

O pintinho recém-nascido não possui o corpo recoberto por penas, apenas por penugem, a qual não consegue aquecê-lo suicientemente. Além disso, sua capacidade perceptiva ao frio é deiciente, o seu sistema termorregulador não permite um aquecimento adequado de sua estrutura corpórea. Assim, é essen- cial o fornecimento de calor artiicial através de aquecedores apropriados. Con- siderando que a temperatura ambiente ideal para pintinhos de um dia é 33oC, é fundamental adotar medidas que facilitem a obtenção desta faixa. Um método empregado nos sistemas de produção de frangos é a vedação do pinteiro com uma segunda cortina interna no galpão, uma transversal e outra no forro, evi- tando a dissipação do calor gerado pelos aquecedores e a entrada de correntes de ar no aviário, funcionando como uma verdadeira estufa. Entretanto, é impor- tante manter uma taxa de ventilação mínima e promover a remoção de gases e entrada de ar, pois o gás acumulado dentro do aviário poderá causar cegueira e/ou transtornos respiratórios e metabólicos nos pintinhos.

No momento do recebimento dos pintos, o galpão deverá estar com a tem- peratura interna ideal de conforto e, para que isso ocorra, as campânulas de- vem ser acesas cerca de duas horas antes da chegada dos pintos no verão e quatro horas antes, no inverno. A temperatura deve ser aferida na cama, pois é o local onde os animais permanecerão, e afastada da fonte de calor.

As campânulas devem ser veriicadas constantemente, a im de ser detec- tado qualquer problema de funcionamento, impedindo que os pintos iquem sem sua fonte de calor.

O comportamento dos pintos no interior do círculo é o melhor indicativo para saber se a temperatura está adequada (Figura 6). A distribuição irregular dentro dos círculos é indicativa de temperaturas incorretas.

Figura 6: Comportamento das aves vs temperatura ambiente.

Fonte: COBB, 2009.

Quando os pintos se encontram dispostos na extremidade do círculo, afas- tados o máximo possível da campânula, é sinal que a temperatura está muito alta. Se estiverem amontoados embaixo da campânula e piando, é porque a temperatura está muito baixa. Quando percebermos que a maioria dos pintos se encontra amontoada numa região deinida no círculo, isso indica a presença de correntes de ar. A temperatura ideal do círculo é percebida quando os pintos estão distribuídos uniformemente em todo o círculo, com ruído característico de conforto, e grande parte deles está comendo ou dormindo.

O conforto térmico é um fator fundamental para o bom desenvolvimento inicial das aves, estando o bom desenvolvimento inicial diretamente relacio- nado ao desempenho bioeconômico do lote. O desenvolvimento satisfatório das aves nas primeiras semanas de vida garante um ótimo tamanho de carcaça, bom empenamento e maturação dos sistemas orgânicos fundamentais como digestivo, cardiovascular e imunológico.

Um conceito importante é a temperatura efetiva, ou seja, a sensação térmi- ca da ave. Não é possível medir a temperatura efetiva apenas através da leitura

da temperatura ambiente, porém através da combinação de temperatura de bulbo seco, umidade relativa do ar e velocidade do ar.

Existem vários sistemas de aquecimento para aviários, entre os quais estão os turbo aquecedores a gás, campânulas do tipo infravermelho, campânulas de alta pressão, campânulas de baixa pressão, fornalhas a lenha com injeção de ar atmosférico previamente aquecido, campânulas a carvão e aquecedores a lenha sem renovação de ar.

Na escolha do sistema de aquecimento, não se deve levar em consideração unicamente o custo, mas também a capacidade de produção de calor e as con- sequências que este sistema trará para a qualidade do ar e a cama do aviário.

Para frangos de corte, a temperatura ambiente é tão importante para um bom desempenho produtivo quanto a temperatura da água de beber, princi- palmente em regiões de clima tropical ou em épocas de altas temperaturas em que é mais difícil manter a água fresca. Para as primeiras horas após o alojamen- to, recomenda-se a temperatura de 25ºC (temperatura ambiente), onde tem- peraturas abaixo de 5ºC e acima de 30ºC provocam uma redução no consumo de água e, por consequência, de ração, interferindo diretamente no ganho de peso vivo.