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O peso do ovo é inluenciado principalmente pelo peso da gema e pelo peso corporal da poedeira. A nutrição também pode inluenciar o peso do ovo em um lote de poedeiras, pois aquelas que consomem mais ração produzirão ovos maiores.

O peso do ovo pode ser aumentado ao se estimular o consumo de ração, pela adição de ácido linoleico e/ou proteína e/ou metionina e/ou aminoácidos sulfurados na dieta das poedeiras.

Em poedeiras velhas, é desejável reduzir o peso do ovo para melhorar a qua- lidade da casca. Para estas aves, o peso corporal é o principal fator que inluen- cia o peso do ovo e é difícil controlá-lo se as aves estão acima do peso corporal padrão. As opções são a redução dos níveis de proteína bruta e/ou metionina da dieta e, com estas medidas, ocorre redução na produção de ovos. A alteração do nível de metionina na dieta não deve ser muito lenta e nem muito rápida, uma vez que o ganho econômico pode ser perdido pela redução na produção de ovos e pelo aumento no consumo alimentar, já que as poedeiras ajustam o seu consumo para atender as exigências de metionina.

Ovo

1) Composição: O ovo contém na sua composição vitaminas, minerais, pro- teína, gordura, carboidratos, água. Ele é dos alimentos mais completos sendo reconhecido pela Organização para Alimentos e Agricultura da Organização Mundial de Saúde (FAO – OMS) como um alimento de proteína padrão e alto valor biológico. Isso porque a proteína do ovo é a que mais se aproxima, em sua composição e peril de aminoácidos essenciais, da proteína padrão, logo sendo utilizado para avaliar a qualidade de proteína de outros alimentos.

2) Cor da gema: É controlada pelo consumo de pigmentos xantoilicos (lu- teína e zeaxantina) e sintéticos (cantaxantina e ésteres apocarotenoicos) pelas poedeiras. Portanto, o aumento do nível de pigmentos na dieta promove au- mento da coloração da gema do ovo. Isso pode ser veriicado com a utilização do leque colorimétrico de Roche que apresenta uma escala de tons de amarelo que varia de 1 a 15. Os escores de coloração de gema de 8 e de 9 são os mais observados.

A ave, preferencialmente, armazena os pigmentos na gema, nos depósitos de gordura e nas patas. Os pigmentos sintéticos podem ser utilizados em quan- tidades limitadas quando houver na dieta um nível básico de xantoilas, caso contrário, a coloração da gema tenderá para o vermelho, que não é aceito pelo consumidor.

O alto conteúdo de pigmentos xantofílicos é encontrado no milho, no glú- ten de milho e na alfafa desidratada, mas existem vários fatores que interferem na deposição de pigmentos xantofílicos na gema do ovo: os agentes oxidantes, tais como minerais e ácidos graxos; altos níveis de vitamina A, usados após me- dicação via água e em outras situações de estresse; alta temperatura ambiental; coccidiose e contaminação por alatoxina no alimento.

Os pigmentos naturais em cereais declinam com o armazenamento prolon- gado e, em altas temperaturas, há perda de até 50% dos pigmentos dos cereais.

Além de serem pigmentantes, a luteina e a zeaxantina reduzem a degenera- ção macular do olho e a ocorrência de catarata em humanos.

3) Ácidos graxos na gema: O conteúdo de ácidos graxos na gema do ovo é inluenciado pelo conteúdo de ácidos graxos da dieta. Logo, se pode mani- pular beneicamente a proporção de ácidos graxos da gema do ovo e isto é alcançado pela inclusão de ácidos graxos insaturados na dieta das aves ou pela alimentação das aves com ácidos graxos poli-insaturados recomendados para melhorar a saúde humana.

Os ácidos graxos da série ômega-3 de grande interesse são o eicosapen- tanoico (20:5n3), o docosahexanoico (22:6n3) e o linolênico (18:3n3), os quais reduzem o risco de doenças coronárias em humanos. Já o ácido linoleico conju- gado (CLA), isômero do ácido linoléico, possui atividade anticarcinogênica em humanos. Estudos indicam que 1% de CLA na dieta das aves resulta na deposi- ção de 50 mg de CLA no ovo.

4) Colesterol: Os ovos, naturalmente, contêm alto conteúdo de colesterol, porque o ovo tem o papel de sustentar o desenvolvimento do embrião. O co- lesterol desempenha várias funções no embrião, uma delas é ser componente estrutural das membranas celulares, além de ser precursor do sexo, dos hormô- nios adrenais, da vitamina D e dos ácidos biliares.

Um ovo contém cerca de 180mg de colesterol e é muito difícil reduzi-lo sem alterar parâmetros produtivos.

Os fatores que inluenciam o conteúdo de colesterol do ovo incluem: a) Peso corporal da poedeira e seu consumo de energia: A inluência destes fatores sobre o conteúdo de colesterol do ovo é mediado pelos seus efeitos so- bre o peso da gema e do ovo. A restrição do consumo de energia pelas poedei- ras resulta em redução na deposição de colesterol no ovo, assim como redução na produção e no peso do ovo.

b) Fibra dietética inluencia o metabolismo do colesterol, ou seja, reduz a absorção e reabsorção de colesterol, pois se liga aos sais biliares, reduzindo o trânsito intestinal e aumentando a excreção de colesterol através das fezes.

c) Alto nível de cobre na dieta diminui a produção de glutationa pelo fígado que, por sua vez, regula a síntese de colesterol através da estimulação da metil glutaril CoA. A utilização de alto nível de cobre por período prolongado leva a redução do percentual de produção de ovos. Além disso, há preocupação com a poluição ambiental, pois o excesso de cobre na dieta é excretado pelas fezes.

O colesterol do ovo é determinado pelo colesterol da gema, que depende da concentração do colesterol nas lipoproteínas e não no plasma. Logo, a redu- ção do colesterol do ovo ocorre somente quando o tamanho da partícula de lipoproteína é diminuído.

5) Vitaminas: Os ovos apresentam na sua constituição vitaminas hidro e li- possolúveis. Os níveis de ribolavina, ácido pantotênico, biotina e de vitamina B12 aumentam consideravelmente em resposta à manipulação da sua quanti- dade na dieta das aves. Com o avanço da idade das poedeiras, a ribolavina, a piridoxina e a vitamina B são reduzidas, enquanto que a biotina aumenta no ovo. O declínio no conteúdo de vitamina no ovo com a idade das aves está relacionado com a alta produção de ovos, logo, o aumento da produção não é completamente compensado pelo aumento do consumo destas vitaminas.

6) Manchas na gema: Não existe evidência de que a nutrição seja o principal fator causador de manchas na gema do ovo. No entanto, sabe-se que certos aditivos alimentares, tais como nicarbazina (adicionada inadvertidamente) e alto nível de gossipol causam manchas na gema. O tempo de estocagem dos ovos favorece o aparecimento de manchas na gema.

7) Qualidade do albúmen: É inluenciada pelo período de armazenamento dos ovos, especialmente em temperaturas acima de 10°C. Uma das medidas da qualidade do albúmen é a Unidade Haugh. O magnésio estabiliza o albúmen espesso, porém o nível elevado de magnésio na dieta das aves piora a quali- dade da casca do ovo. O aumento da qualidade do albúmen com a utilização de 10ppm de cromo na dieta ainda é questionado. Já a adição de 10ppm de vanádio na dieta das poedeiras piora a qualidade do albúmen.