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1 INTRODUÇÃO

2.2 O PROCESSO DE INOVAÇÃO

2.2.1 Conceitos de Inovação

Depois de constatar a necessidade do esforço por inovar, deve-se compreender de que forma se dá o processo de inovação, para tanto, antes disso são apresentados alguns conceitos mais relevantes para a compreensão da inovação.

Segundo Schumpeter, (apud FIATES, 1997), a inovação, constitui-se, num fator fundamental para o desenvolvimento econômico, podendo originar-se de uma invenção ou da aplicação de uma tecnologia já existente. Por outro lado, torna-se necessário um gerenciamento constante do consumidor, a fim de detectar suas necessidades e expectativas.

Em relação a visão de Schumpeter apresentada por Fiates, vale destacar que, existe um distinção entre o conceito de invenção e inovação, é apresentado como forma de distinguir estes dois conceitos, as visões de alguns autores acerca desta relação existente entre inovação e invenção.

Para Teixeira (1983, p.53):

Quando uma invenção é concebida, fruto de uma atividade sistemática de P&D ou então resultante da experiência e da habilidade prática de alguém, ela não entra imediatamente no processo produtivo. Em realidade, muitas invenções não ultrapassam sequer o estágio de concepção. [...] Há, entretanto, invenções que traspassam estágios diversos e chegam a atingir o estágio final do processo produtivo, [...] neste caso está-se diante de uma inovação, distinta da invenção, embora aquela possa incorporar uma ou mais invenções.

Pode-se complementar dizendo que, a invenção se distingue da inovação pelo fato de um projeto ou ações conjuntas não se constituir numa inovação, enquanto não atingir o mercado sob a forma de um produto ou processo.

Partindo do mesmo princípio, Valeriano (1998, p.29) acredita que, “a invenção é a centelha inicial, seja ela um conceito ou uma concepção, um esboço ou um modelo de um novo produto, processo, serviço.” Já a inovação, “é um processo pelo qual uma idéia ou invenção é transposta [...] fazendo uso de tecnologias existentes ou buscadas para tanto, até criar o novo produto, processo ou serviço e colocá-lo em disponibilidade para consumo ou uso.”

Roberts (1984) também em acordo com o conceito de Texeira e Valeriano, diz que a invenção determina-se pelo descobrimento de algo novo, normalmente

feito em laboratório, e a inovação determina-se pela transformação do que se foi inventado, tanto nos processos de fabricação, como no mercado.

Já para Abreu (2001, p.12-13):

[...] Invenção está associada à livre geração de idéias, ao conhecimento, podendo transforma-se num produto e/ou serviço ou não. A inovação está relacionada à capacidade de gerar produtos e/ou serviços a partir do conhecimento, seja ele científico ou empírico.

E finalmente, Kanter (1998, p.35) diz que, “Inovação é o processo de trazer novas idéias para o uso produtivo. [...] A inovação não é necessariamente invenção. [...] O segredo é construir a ponte entre a idéia e a viabilidade comercial. É infinitamente prático.”

Como forma de conceituar a inovação propriamente dita, sendo ela uma conseqüência de uma descoberta casual, da transformação de algo existente, ou da utilização de um conhecimento, temos os conceitos de Kotler e Rogers.

Para Kotler (2003, p.98) “A inovação não se limita a novos produtos ou serviços. Também envolve o desenvolvimento de novos negócios e de novos processos de negócios.”

Rogers (apud ABREU, 2001, p.13):

[...] define a inovação como uma idéia ou objeto, que é percebido como novo para um indivíduo ou outra unidade de adoção. O processo de desenvolvimento de inovação consiste em todas as decisões e atividades, e seus respectivos impactos, que acontecem no reconhecimento de uma necessidade ou um problema através da pesquisa, desenvolvimento e comercialização de uma inovação, ou ainda através da difusão ou adoção da inovação por usuários.

Já Mañas (1993, p.158), apresenta um outro conceito de inovação, desta vez focando a inovação como estratégia, quando diz que a inovação

[...] consiste no desenvolvimento de uma nova tecnologia, ou a procura do desenvolvimento de um produto inédito ou milagroso, que apresenta ótimas perspectivas de aceitação no mercado. É uma estratégia indicada para empresas que dispõem de elevada quantidade de recursos e possam assumir um alto risco.

Em contraste com a afirmação de Mañas, Nadler e Tushman (apud ABREU 2001, p.12) acreditam que, “[...] a maioria das inovações de sucesso é baseada no efeito cumulativo de mudanças incrementais de produtos e processos ou na combinação criativa de técnicas, idéias ou métodos existentes”.

Descartes (apud DONADIO, 1993, p.18) aponta que o sucesso de uma inovação está na, “[...] utilização de um acervo de conhecimento científicos,

técnicas e procedimentos diversos, para a obtenção e comercialização ou utilização de novos produtos e/ou processos de produção”.

Partindo do mesmo princípio que Descartes estão, Tornatzky e Fleischer (apud ABREU, 2001, p.13) que, “[...] argumentam que a inovação tecnológica envolve novos desenvolvimentos e a introdução de ferramentas derivadas do conhecimento, artefatos e equipamentos pelos quais as pessoais interagem com o ambiente.”

Mañas (1993, p.37-38), apresenta ainda uma outra definição de inovação, discutindo conceitualmente a diferença entre criatividade e inovação apresentada por Theodore Levitt:

[...] criatividade é basicamente ter a idéia e portanto, bastando ter um problema, um objetivo, conhecimentos específicos e gerais, o ser humano pode utilizar técnicas diversas que o levem a obter uma idéia. Inovar, no entanto, é praticar a idéia. É colocá-la como ação efetivada.

Analisando a colocação de Levitt citada por Mañas acima, pode-se dizer então, que criatividade é pensar em coisas novas, ter novas idéias, e inovação é “fazer acontecer” essas coisas novas. Criatividade e inovação são relacionadas, mas não são a mesma coisa. A inovação envolve o aproveitamento da criatividade para a obtenção de algum benefício para a organização. Hoje, é necessário ao mesmo tempo, pensar criativamente para produzir idéias novas, que vão consequentemente gerar coisas novas – inovação.

Completando esta análise temos Kanter (1998, p.34) que acredita que: “[...] inovação é mais do que uma solução intuitiva. Sim, criatividade é essencial. Mas criatividade administrativa é tão importante quanto criatividade de produto. É preciso dar seqüência ao desenvolvimento.”

Para finalizar esta parte de conceitualização da inovação, Peters (1998) que acredita que, a inovação caracteriza-se pela busca da vantagem competitiva. A inovação, nada mais é que uma idéia realizada, concretizada. Para se produzir idéias, precisa-se de um processo que sustente a criação sistemática de idéias. É necessário uma nova forma de raciocinar este processo, para que surja a inovação.

De maneira bem didática, pode-se dizer que a inovação é a passagem de o que eu sei para o que eu não sei. Inovar é gerar alternativas melhores para velhas soluções ou alternativas novas para resolver novos e velhos problemas.