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Visão Histórica: Mudanças Ocorridas na Produção de Bens de

1 INTRODUÇÃO

1.4 METODOLOGIA DA PESQUISA

2.1.1 Visão Histórica: Mudanças Ocorridas na Produção de Bens de

O artesanato, foi a primeira forma de produção característica da Baixa Idade Média, durante o renascimento urbano e comercial, sendo representado por uma produção independente, de caráter familiar, na qual o produtor, possuía os meios de produção, ou seja, era o proprietário da oficina, das ferramentas, da matéria-prima e também o artesão. Trabalhava com a família em sua própria casa, realizando todas as etapas da produção, desde o preparo da matéria-prima, até o acabamento final, não havia divisão do trabalho ou especialização.

O homem utilizava somente materiais que a natureza lhe oferecia. Vivemos muitos milhões de anos, construindo apenas utensílios compatíveis com os materiais de que dispúnhamos. (DE MASI, 2000).

A manufatura, que predominou ao longo da Idade Moderna, resultou na ampliação do mercado consumidor com o desenvolvimento do comércio monetário. Nesse momento, já ocorre um aumento na produtividade do trabalho, devido a divisão social da produção, onde cada trabalhador realizava uma etapa na confecção de um produto, o que acabou levando o artesão a aumentar a produção e o comerciante a dedicar-se à produção industrial.

Segundo Marcovitch (1983), os efeitos de novas tecnologias aplicadas à agricultura não tardaram a surgir, proporcionando maior produção com mão-de-

obra reduzida, ocasionando consequentemente o deslocamento das massas em direção às cidades.

Este deslocamento das massas apontado pelo autor, acabou por provocar um excesso de mão-de-obra nas mesmas, isto aliado ao avanço do desenvolvimento científico - principalmente com a invenção da máquina à vapor e de inúmeras outras inovações tecnológicas - proporcionou o início do fenômeno da industrialização mundial.

A Revolução Industrial provocou mudanças profundas nos meios de produção até então conhecidos, afetando diretamente nos modelos econômicos e sociais de sobrevivência. O modelo feudal começa a entrar em decadência cedendo lugar ao modelo industrial, dando início à Revolução Industrial de produção em larga escala.

A Revolução Industrial aconteceu na Inglaterra na segunda metade do século XVIII, em um sentido mais pragmático, a Revolução Industrial significou a substituição da ferramenta pela máquina e contribuiu para consolidar o capitalismo como modo de produção dominante.

A sociedade industrial é, com efeito, a primeira a girar em torno do conceito de velocidade, dedicando-se ao máximo na corrida contra o tempo, que chamava de ‘eficiência’: vence quem consegue produzir mais coisas em menos tempo, mesmo que se trate de coisas que não servem para nada. (DE MASI, 2000, p.187).

As organizações do período pós-guerra atuavam em um mercado de poucos concorrentes e apresentavam como estratégia de negócio, a produção em massa de um número limitado de produtos e a crescente ampliação das vendas, produzir era o grande objetivo. Até meados da década de setenta, a competitividade estava relacionada ao desempenho financeiro e à produtividade física, competia-se apenas com o próprio passado, com foco em custos, eficiência técnica e lucratividade.

Grandes mudanças que se sucederam no meio organizacional, marcaram a passagem da sociedade industrial para a sociedade do conhecimento e informação. A primeira mudança se deu através da revolução agrícola, seguida pela revolução industrial e hoje, a terceira grande mudança é a revolução do conhecimento. (SROUR, 1996 apud MONACO, 2001, p.40).

Pode-se dizer que a sociedade pós-industrial nasceu com a Segunda Guerra Mundial, a partir do aumento da comunicação entre os povos, com a

difusão de novas tecnologias e com a mudança da base econômica. Um tipo de sociedade já não baseada na produção agrícola, nem na indústria, mas na produção de informação, serviços, símbolos e estética.

[...] na qual as informações, os símbolos e a estética se sobrepõem aos bens materiais da sociedade industrial”, onde os bens materiais não se extinguiram, mas o que prevalecerá será a produção científica, ‘com modelos próprios de organização’. (DE MASI, 1999).

A sociedade pós-industrial se diferencia muito da anterior, pois o trabalho intelectual é muito mais freqüente que o manual e a criatividade mais importante que a simples execução de tarefas. Antes era a padronização das mercadorias, a especialização do trabalho, agora o que conta é a qualidade da vida, a intelectualização e a desestruturalização do tempo e do espaço, ou seja, fazer uma mesma coisa em tempos e lugares diferentes, simultaneidade.

De Masi (2000) acredita que, a sociedade pós-industrial gira em torno de projetar o futuro, privilegiando assim a produção de idéias, ele diz que as empresas não são mais como na sociedade industrial, orientadas para o produto, mas sim para o mercado.

O mercado passa de vendedor a comprador e o estudo dos novos fatores determinantes da competitividade torna-se uma necessidade. Ocorre o avanço no mercado internacional dos produtos japoneses, com alta qualidade e desempenho técnico superior e preços competitivos. O ciclo de vida reduzido dos produtos estimula a inovação e a diminuição do tempo de consumo. A globalização dos mercados, a formação de blocos econômicos e consequentemente, a crescente complexidade e incerteza do ambiente, compõem um cenário no qual a questão da competitividade, torna-se imperativa.

O comportamento do consumidor também muda, este se torna mais exigente, passa a considerar no processo de compra, além do próprio produto, outros fatores como: qualidade, funcionalidade, preço, prazo de entrega, condições de pagamento, entre outros.

A subjetividade3 é um outro elemento importante na sociedade pós- industrial e a contrapõe à massificação precedente, feita de uniformização do

3

- Segundo o dicionário Larousse (2004, p.863), a subjetividade significa um “Estado de um sujeito que considera a realidade unicamente pelos seus estados da consciência.”

coletivo e das modas. Mas também isso o acontece, explica Toffler, porque as máquinas o permitem. (DE MASI, 2000)

Os modismos não servem mais, pelo contrário, de benéficos tornaram-se prejudiciais às vendas. A escolha torna-se infinita e assim, cada um cultiva a própria subjetividade. Este novo modelo de produção, significativamente vem sendo chamado de “maketing oriented”, ou seja, orientado para o mercado.

Segundo De Masi (2000, p.141), “A possibilidade de escolher entre produtos infinitamente variados alimenta o desejo, que é muito humano, de se sentir diferente dos outros, em vez de igual.” Outro valor central da sociedade pós industrial.

Nesta etapa da civilização humana, quem inventa é quem tem o poder. “A invenção é a base da força política e econômica.” (DE MASI, 1999).

Frente ao tipo de desafio com que hoje nos defrontamos, foi detonado um processo de arbitragem em escala mundial, que se propaga com as próprias ondas de inovação. E a proteção frente a este novo quadro não pode ser senão o apoio múltiplo ao desenvolvimento de novos produtos, de tecnologias próprias, de novas formas de organizar-se, ou de vender.