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Considerando as diferenças fundamentais entre ciência jurídica, direito e ciência linguística, este trabalho se dedicou a analisar os textos jurídicos da CF/88 e do MCI/14, o que implica pensar o direito não como como um espaço de construção/desconstrução de saberes, nem, portanto, como uma epistéme, mas como uma téchne, isto é, como um “modo de saber fazer algo”, uma prática. Há diferentes implicações epistemológicas de um olhar científico da linguística para aquilo que é uma prática, entre elas, e talvez a principal, é o fato de que o direito se apresenta socialmente como uma prática jurídico-dogmática. Não obstante, o trabalho mostrou também que o direito não pode ser visto como uma racionalidade instrumental e

transparente, mas opaca, ou seja, é uma prática que produz sentidos.

A consideração acima encaminha, consequentemente, outra questão muito importante, que diz respeito às resultantes apresentadas por este trabalho atinentes à relação comparativa entre dois textos jurídicos, pela qual o sentido é determinado por/como uma diferença e não por/como uma conformidade. Considerando-se o texto como um acontecimento, dizemos com Guimarães (2002) que ele possui uma temporalidade própria de sentidos, isto é, como uma instância constitutiva de uma ordem própria. Isto, de certa forma, o “singulariza” e, nessa medida, seus elementos, como o enunciado, o integram produzindo sentidos por seus diferentes modos de relação, considerada a enunciação de que fazem parte. Consequentemente, um mesmo elemento linguístico não produz os mesmos sentidos pelo simples fato de integrarem, a um só tempo, dois acontecimentos distintos. A enunciação é determinante nesta questão.

A análise do sentido trazido pelo acontecimento na designação da palavra

neutralidade mostrou que, dada sua relação de articulação na FN preposicionada que

a integra (“Da neutralidade da rede”) e o modo como aí funciona enunciativamente enquanto enunciado-título da seção (art. 9º da Lei 12.965/14), este (sentido)

acontece/funciona enquanto associado ao modo como o Euniv, ao referir, faz alusão à

designação de neutralidade, de modo específico. Ora, se a rede é neutra, como é sugerido pela relação de determinação (rede é determinada por neutralidade) no

interior dessa articulação, inferimos que esta rede virtual, segundo as especificidades dos lugares de enunciação desta cena, significa enquanto um espaço por onde podem passar quaisquer dados (livremente), manipulados (livremente) por seus usuários, cuja responsabilidade e controle é de um outro lugar enunciativo, o do correlato do alocutor-legislador, o alocutor-provedor-de-internet. Isso associa o sentido de neutralidade ao de liberdade, colocando em questão o princípio constitucional de liberdade (caput do art. 5º da CF/88) no sentido de quem é efetivamente alcançado por essa liberdade.

Estas análises mostram que, no seu funcionamento histórico, a Constituição se expõe a novos acontecimentos de enunciação: novas leis que, ao legislarem em virtude das condições que demandam novas regulações, modificam o próprio sentido da constituição. O sentido de liberdade de expressão na constituição não é um conceito atemporal, é um conceito que se movimenta polissemicamente, por novas leis, que tratam de sua especificação, em virtude da própria historicidade das leis (e, portanto, da Constituição).

Por outro lado, a análise enunciativa realizada sobre a Formação Nominal

liberdade de expressão, constante na CF/88, mostrou que, dadas as operações

enunciativas de reescrituração e articulação em que FN aparece, o sentido de liberdade aparece designado neste acontecimento enquanto “assegurado” segundo uma contradição instalada, no centro desse dizer, entre a normatividade instaurada pela legalidade do Estado que organiza desigualmente o real e a afirmação de pertencimento dos não incluídos. Essa contradição apresenta-se na medida em que a mesma enunciação traz, de um lado, um todos (todos são iguais perante a lei) e uma liberdade de expressão subsumida pela exigência do não anonimato.

O sentido da liberdade de expressão aparece, assim, como o que, de algum modo, exige a neutralidade dos controladores da rede. E, na medida em que a questão se apresenta como neutralidade na lei, ela acaba por abrigar o sentido de um certo tipo de controle, pelo sentido de que a liberdade de expressão, fundamento constitucional, cercado que é pelo sentido da intocabilidade, exerce-se, segundo a lei, fora do anonimato, ou seja, dentro de certas condições que exigem uma conformação da liberdade pela responsabilidade, sustentada pelo princípio constitucional do

controle jurisdicional de constitucionalidade, mas que, de modo decisivo, é mostrado pela análise como algo que há na lei infraconstitucional, mas que difere pela especificação que enuncia da expressão constitucional.

Não se trata, assim, de uma conformação, como quer a teoria do controle jurisdicional de constitucionalidade, pois, o que temos nesta comparação entre os textos da lei não é uma relação direta entre a forma e o sentido, mas uma relação estabelecida pelo acontecimento enunciativo e, nesta medida, distinta. As análises relativas à reescrituração, entre outras, mostraram que este processo “liga pontos de um texto com outros do mesmo texto, e mesmo pontos de um texto com pontos de

outros textos” (GUIMARÃES, 2018, p. 93, grifo nosso). Finalmente, esta mesma

reescrituração, ao retomar alguma palavra ou expressão, faz com que ela signifique de outro modo. Trata-se, pois, de uma relação dada por uma diferença, ao que livremente chamei de “primado da diferença”.

O controle jurisdicional de constitucionalidade, considerado como um controle constitucional, é um controle de sentidos, que busca a unicidade da significação. Nesta medida conforma sentidos de um a outro texto, portanto, de um a outro acontecimento. Assim, o “controle de sentidos” dá-se por uma noção de transparência da linguagem jurídica. Este modo de tratar a questão desconsidera, segundo o ponto de vista deste trabalho, a própria natureza do funcionamento do texto As duas questões acima (a do direito como uma téchne e a da relação entre textos como uma diferença) confluem em direção a um aspecto fundamental do direito: o direito é um sistema de regras cuja coerência (sistêmica) interna é regulada segundo uma ordem de que não seja possível evocar as vantagens de uma regra sobre a outra, de modo que, em caso contrário, o efeito da primeira regra seria destruído. Por este motivo, o direito deve eliminar toda forma de contradição. Isto o leva a se apresentar como um sistema saturado, isto é, que apresenta um sistema de regras que abrange todos os casos da “realidade”.

O resultado desta pesquisa, entretanto, mostrou que isso não é possível, pelo fato de que o direito, enquanto um sistema deôntico de normas e de controle social, opera pela linguagem (a Constituição e as leis se fazem com linguagem), embora sob a suposição de uma transparência, ou seja, conforme a noção de que,

pretensamente, essas normatividades o conduzem “naturalmente” à produção de justiça material. A noção de materialidade histórica ligada à enunciação é trazida pela análise semântica aqui feita no sentido de que a realidade não se apresenta na lei como algo preexistente, da ordem empírica, a ser alcançado por um sistema de regras numa relação do tipo sujeito-objeto, mas, antes, significada segundo diferentes modos de produção de sentidos, em espaços de enunciação regulados por relações entre falantes e línguas, segundo agenciamentos políticos de enunciação, pelos quais, simbólica e materialmente, esses sentidos são produzidos.

Em sentido amplo, o campo de estudos dos domínios de conhecimento da linguística e do direito são pouco explorados. Nesse sentido, pelo modo como a análise foi encaminhada neste texto, é possível dizer que a semântica, pelo modo que se coloca aqui, insere-se num campo maior de uma ciência crítica ao direito. Em se tratando de uma análise semântica voltada ao texto jurídico, isso é ainda mais difícil. Por isso, em muito os resultados desta pesquisa podem contribuir, e de forma recíproca, para a relação epistemológica entre esses dois domínios. Isso porque, como demonstrou a pesquisa, o direito, enquanto pertencente ao domínio social, o alcança e nele pode interferir de forma decisiva. Portanto, ao questionar a orientação interpretativa do ordenamento jurídico brasileiro (hermenêutica jurídica), a análise semântica espera contribuir para uma sociedade melhor.

Por outro lado, alguns percalços foram encontrados nesse caminho de desenvolvimento da pesquisa. Entre eles, dadas as dificuldades de tempo, a de um maior aprofundamento na leitura da bibliografia, que, com o passar do tempo, mostrou-se cada vez mais intrigante, mas, ao mesmo tempo, “distante”. Registre-se, por exemplo, a falta de uma maior dedicação à análise do texto constitucional, que mereceu maior aprofundamento do ponto de vista da análise semântica. Inclusive, na própria dificuldade de análise do texto jurídico em suas peculiaridades, em alguns casos, muito diferentes em relação ao que antes vínhamos tratando em outras análises.

Das diversas implicações que a presente pesquisa trouxe, a partir de um olhar semântico-analítico para o direito, há a possibilidade trazida pela própria noção política prevista na obra de Guimarães (2002), qual seja, aquela que diz respeito à

distribuição de desigualdades e a afirmação de pertencimento, que coloca o político como algo próprio da divisão que afeta materialmente a linguagem. Para este autor, o político não é caracterizado como aquilo que se fala sobre direitos e igualdade, mas pela contradição de uma normatividade que estabelece a divisão do real pela afirmação de pertencimento dos que não são incluídos.

Esta relação, por sua vez, encaminha a presente análise para um caminho que ela não percorreu, mas que, oportunamente, o fará. Isso porque, o político, da forma como é caracterizado pela semântica do acontecimento, implica o direito, na medida em que fala de “afirmação de pertencimento” e de normatividades que dividem o real. Portanto, o político e jurídico encontram-se absolutamente implicados e, embora não tenham sido tratados aqui com a profundidade merecida, certamente farão parte inescusável de pesquisas futuras.

Por isso, como demonstram os resultados desta pesquisa, e como reconhece a própria razão crítica do direito, para além das ontologias ingênuas que sustentam a dogmática jurídica, há que se evidenciar a importância social das teorias contemporâneas do significado e da linguagem para a construção do direito, o que

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