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5.Conclusões

Depois de tratada a informação recolhida, através das entrevistas e cruzando-a com a revisão da literatura, chegamos às seguintes conclusões:

• De acordo com os entrevistados as dimensões táctica e técnica terão preponderância relativamente às dimensões física e psicológica, na estruturação e regulamentação do processo de Treino do Clube, embora considerem que todas têm importância;

• A dimensão táctica assume-se como a dimensão de referência de todo o processo de treino e a dimensão técnica como a dimensão que permite que se dêem respostas práticas às situações de jogo (entendidas como situações tácticas);

• Na opinião dos entrevistados, na Formação, é extremamente importante que se considere o jogador como uma individualidade, mas uma individualidade que está inserida dentro de uma equipa, e que este só poderá ter sucesso se a equipa funcionar como um todo globalizante, em termos de organização de jogo;

• O Modelo de Jogo assume-se como o aspecto central que baliza o processo de Treino;

• No clube estudado existe um Modelo de Jogo global para todo o Departamento de Formação e depois este subdivide-se em vários, específicos de cada escalão, mas que contemplam normas idênticas entre eles;

• No clube estudado, o escalão de Sub-19 é o único no qual é permitido contemplar aspectos particulares, que se pretende que acrescentem algo ao Modelo de Jogo Adoptado. Esses aspectos referidos poderão ser fornecidos pelas ideias ou Concepção de Jogo do seu Treinador, por jogarem em sistemas de jogo alternativos, pela passagem momentânea dos jogadores pelos treinos da Equipa A, ou pelos jogos da Liga Intercalar;

• A Concepção de Jogo do Treinador apenas é contemplada como estruturante do Modelo de Jogo, e respectiva forma de jogar da equipa, no

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escalão de Sub-19, sendo que em todos os restantes escalões esse facto não é permitido, contrariando a maioria das opiniões encontradas na literatura; • O clube dispõe de um departamento autónomo, Departamento de Scouting, que funciona em paralelo com as diversas equipas técnicas, quer da Formação, quer com a Equipa Sénior, no sentido de os apoiar, no que diz respeito a aspectos referentes à Análise do Jogo;

• De acordo com os entrevistados, a Análise do Jogo constitui-se como um importante auxiliar de controlo do processo de treino, quer para o Futebol de Alto Rendimento, quer para o Futebol de Formação;

• A análise do jogo própria equipa, em situação de treino e competição, evidencia-se como fundamental para se avaliar, construir e re-construir o “Jogo” que se pretende para uma equipa;

• Entre Modelo de Jogo e análise do jogo da própria equipa existe uma relação de conformidade e de interdependência funcional;

• O conteúdo das informações retiradas da análise do jogo é utilizado não apenas pelo treinador, como conhecimento de apoio, mas também pelo Coordenador Técnico para realizar as suas avaliações e ainda pelos jogadores, uma vez que a informação é-lhes dada a conhecer, quer de forma individual quer de forma colectiva;

• A análise da própria equipa tem mais importância que a análise das equipas adversárias, no processo de Formação do clube estudado;

• Para os entrevistados, as informações recolhidas acerca das equipas adversárias não devem implicar alterações na forma de jogar da equipa;

• No Departamento de Formação do clube, a análise da equipa adversária, funcionará sempre como um acrescento de índole estratégica para a preparação de um determinado jogo;

• Existem diferenças ao nível da observação e análise das equipas adversárias, relativamente ao Futebol de Formação e ao Futebol Sénior, no clube estudado;

• No clube, nos diversos escalões, procuram que um dos aspectos primordiais a considerar seja a necessidade de impor o seu “jogo”, independentemente da equipa que defrontarem, sendo que quando os jogadores já forem portadores

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de todo o manancial de informações e conhecimentos relativos ao Modelo de Jogo da equipa, aí sim aspectos como as informações acerca das equipas adversárias, poderão passar a fazer parte do processo de preparação do confronto contra essa equipa;

• Para os entrevistados, a preparação de um jogo comporta múltiplos factores: Modelo de Jogo; classificação das duas equipas em confronto; lesões; fase da época; volume de jogos dessa semana, das antecedentes, ou das próximas semanas; estado anímico dos jogadores e da equipa em geral. Contudo, o Modelo de Jogo estará sempre no topo da pirâmide em termos de preponderância;

• No Treino, o Modelo de Jogo assume-se como o seu elemento regularizador e estruturante, de acordo com a opinião dos entrevistados;

• No escalão de Sub-19 do clube, existe uma relação entre o Treino, Modelo de Jogo e a análise do jogo da própria equipa;

• A análise da própria equipa, scouting das equipas adversárias e a concepção de Jogo do treinador funcionam sempre como apoios, ou como um “acrescento estratégico”, ao Modelo de Jogo, clube estudado;

Portanto, com este estudo poderemos concluir, de uma forma geral, que no clube estudado, o Treino deverá ser estruturado e regulado pelo Modelo de Jogo Adoptado pelo Departamento de Formação Juvenil e que o controlo da aplicação deste poder-se-á auxiliar na Análise de Jogo da própria equipa. Constatamos também que o Scouting, entrará neste processo de Treino, como complemento de índole estratégica, nunca fazendo com que esse facto altere a identidade de jogo da equipa.

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6. Sugestões para