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3. Metodologia

3.8. Justificação do Sistema Categorial

Considerando então o enquadramento teórico e os objectivos definidos, definiu-se o respectivo sistema categorial composto por quatro Macro- Categorias base (C) que depois, em alguns casos, se subdividem em algumas Meso-Categorias (MC). A justificação para esta divisão pormenorizada reside no facto de, na nossa opinião, só assim se conseguir relacionar vários aspectos, que embora à primeira vista possam parecer poder ser considerados de uma forma mais geral, se forem analisados dessa forma restringirão muito o seu poder de implicação no trabalho. Portanto, a necessidade de se dividir as Macro-Categorias em aspectos mais “específicos”, como são as Meso- Categorias.

Assim, especificando a justificação de cada uma das quatro categorias gerais, procuraremos delimitar a sua posição, no nosso trabalho.

C1 – Factores de Rendimento Desportivo

De acordo com Garganta (1997) e Castelo (2002) os factores de rendimento desportivo são quatro: tácticos, técnicos, físicos e psicológicos. E estes, segundo os mesmos autores, e também de acordo com Tavares (1994) e Queiroz (1986), assumem-se como importantes para o rendimento desportivo, em Futebol.

Portanto, com esta primeira macro-categoria pretendemos clarificar a importância dos factores de rendimento desportivo, no processo de Formação em Futebol.

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C2 – Modelação do Jogo de Futebol

MC2.1 – Relação com o processo de Formação MC2.2 – O Modelo de Jogo

MC2.3 – Modelação do “jogo” no escalão de Sub-19 MC2.4 – Concepção de Jogo do Treinador

MC2.5 – Jogador como sujeito activo no processo de Modelação

Garganta e Pinto (1998) consideram a dimensão táctica unificadora de todo um processo complexo de modelação e entendem que se deve cultivar desde cedo no jogador uma atitude prática permanente.

Le Moigne (1990) entende que a modelação dos sistemas complexos é realizada a partir da organização.

Portanto, esta organização requer algo que a fundamente e esse algo deverá ser o Modelo de Jogo (Barbosa, 2003; Carvalhal, 2001; Castelo, 1998; Frade, 1986; Garganta, 1996; Guilherme Oliveira, 2004). A este, contudo, pode-se acrescentar ainda a Concepção de Jogo do Treinador (Carvalhal, 2000; Freitas, 2005; Guilherme Oliveira, 2004; Leal & Quinta, 2001).

Todo este processo depois terá de ser posto em prática por jogadores. Por isso, para Castelo (1996), é necessário que cada jogador para além de tomar consciência da superfície de jogo onde vai actuar assim como dos seus limites e virtudes, tome consciência também das suas funções específicas de base no modelo de jogo da equipa e ainda das funções dos seus companheiros, subordinando os interesses pessoais em função dos colectivos, optando por ter uma atitude de intervenção activa, neste processo.

Assim, nesta segunda macro-categoria pretendemos observar de que forma a Modelação do Jogo acontece no escalão de Sub-19 do clube e de que forma aspectos como o Modelo de Jogo, a Concepção de Jogo do Treinador e o jogador como sendo um sujeito activo no processo, poderão influenciar essa mesma Modelação.

Consideramos estes aspectos a seguir aos Factores de Rendimento Desportivo, uma vez que entendemos que esta Modelação só poderá

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acontecer depois de se entender o que estará na base dela, e que neste caso parece ser a dimensão táctica aliada à dimensão técnica.

C3 – Análise do Jogo de Futebol

MC3.1 – Futebol de Alto Rendimento versus Futebol de Formação MC3.2 – A análise da própria equipa

MC3.3 – A análise das equipas adversárias (Scouting)

Esta terceira macro-categoria, segue-se à da Modelação do Jogo de Futebol, uma vez que a Análise do Jogo, na última década tem sido alvo de atenção generalizada pela maioria dos treinadores de futebol (Carling, Williams & Reilly, 2005) e tem sido considerada como uma ferramenta imprescindível que os treinadores têm utilizado para assim aumentarem os seus conhecimentos e consequentemente procurarem depois melhorar a qualidade da prestação da sua equipa (Garganta, 1996).

Vários autores confirmam a importância dada à Análise de Jogo actualmente (Garganta, 2001; Ortega, 2000; Contreras & Ortega, 2000; McGarry & Franks, 1996). Portanto, aspectos como a análise do jogo da própria equipa e o scouting têm-se assumido como preponderantes para se preparar devidamente uma equipa para as competições (Garganta, 1997).

Assim, pretendemos com esta macro-categoria, diferenciar o tipo de Análise do Jogo utilizada no processo de Formação Juvenil da utilizada no Futebol Sénior.

C4 – Treino

MC4.1 – Formação: necessidade de se impor o “nosso jogo” MC4.2 – Relação entre Modelo de Jogo e Análise do Jogo

Por fim, terminamos com esta quarta macro-categoria, de forma a nesta, como que conjugarmos tudo o que foi abordado até então. Ou seja, perceber que tipos de relações se estabelecem no Treino entre o Modelo de Jogo e a Análise do Jogo, de forma a cumprir uma necessidade que parece emergente

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que é a necessidade de se impor o “seu jogo”, quando se quer que o processo decorra de forma adequada.

De acordo com Oliveira Silva (2006) é injustificável que se altere o Modelo de Jogo em função de se jogar contra um qualquer adversário, isto porque, segundo Garganta (2003), o Modelo de Jogo deve orientador de todo o processo de ensino-aprendizagem/treino. No entanto, o scouting encontra sustento se for conotado como um possível complemento estratégico para os jogos (Lopes, 2005). Já em relação aos aspectos da análise da própria equipa, ficou evidente, na literatura, que estes se assumem como forma de verificação se o Modelo de Jogo é, ou não, implementado de forma correcta.

Assim pretendemos, com esta categoria, entender de que forma estes aspectos são considerados no Treino, considerando este como o meio para se alcançar o sucesso em qualquer competição.