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Da análise das obras dos autores citados, suas relações com o com a disciplina jurídica da propriedade e do meio ambiente, na medida do que por eles expuseram, ao se considerar o que se pretendeu para o presente estudo, foi possível chegar a uma série de conclusões que acabaram por corroborar com a hipótese do presente estudo. Verificou-se que para se chegar à derradeira conclusão de que as limitações socioambientais ao direito de propriedade são dispositivos de ecogovernamentalidade, ou seja, normas restritivas do direito de propriedade que tem como escopo o governo do meio ambiente, teve-se que percorrer longo caminho.

Além da necessidade de se desenvolver a natureza jurídica da propriedade privada no tempo, a construção histórica da função social da propriedade e sua relação com a função ambiental, pôde-se perceber que a análise da hipótese proposta por este trabalho não seria possível sem a construção dos conceitos de meio ambiente, de ecopolítica e de ecogovernamentalidade, os quais dependiam de uma compreensão da biopolítica e da governamentalidade de Michel Foucault (1979, 2005, 2008a, 2008b).

Antes de delinear os conceitos de biopolítica e de governamentalidade, base para a compreensão das teorias da ecopolítica e da ecogovernamentalidade, a explanação sobre a disciplina da propriedade privada dentro da história, firmou-se como pressuposto teórico inicial. Buscou-se demonstrar que o conceito de propriedade não pode ser extraído dos delineamentos normativos atuais, dado que seu conceito, como restou demonstrado, depende dos valores sociais, econômicos e políticos que orientam o ordenamento jurídico em cada época. Neste capítulo, várias teorias sobre a natureza jurídica da propriedade foram analisadas quando se concluiu que todas têm como elemento comum a vontade do homem de se assenhorar das coisas. Concluiu-se, ainda, que a propriedade é garantidora da liberdade do ser humano e do mínimo existencial. A liberdade é expressão da potência do homem em se assenhorar de si e das outras coisas, o qual não pode ser dono de nada dado que não é dono nem mesmo de si. A propriedade é assim garantidora da liberdade porque protege o cidadão da ingerência dos governos, sejam eles, reis, imperadores, ou quaisquer outros, através da garantia de

apropriação das coisas à sua volta, logo, de si mesmo. Garante, ainda, um mínimo existencial, já que serve ao lar e à produção do mínimo de coisas necessárias para se viver dignamente. A propriedade enquanto expressão de liberdade e garantia do mínimo existencial é, pois, instrumento jurídico social de emancipação da existência digna da pessoa.

Pela análise histórica do instituto da propriedade ficou demonstrado que desde a sua concepção grega, essa já possuía função social. Com a formação do Estado Moderno, a função social da propriedade é esquecida e verifica-se uma concentração das suas características individualistas. É ela, nesse momento histórico, plena, absoluta, perpétua, sagrada, um direito natural do homem, pois que apenas sobre ela seria possível o exercício de liberdades havidas pelo homem no estado de natureza. Logo, enquanto o senhor das coisas de sua propriedade o homem poderia tudo dela fazer; usar, perceber seus frutos, dispor, abandoná-la, destruí-la. Em síntese, percebeu-se que o direito de propriedade como direito natural do homem não seria passível de limitação ou intervenção pelas leis instituídas pelo Estado. Trata-se, pois, do que se denominou propriedade-direito. Essa exegese, como se viu, encontrou seu marco na Revolução Francesa de 1789 que inaugurou a fase liberal do Estado. Toda essa ideologia da Revolução Francesa, da liberdade, igualdade e fraternidade, de raízes cravadas no pensamento iluminista, paradoxalmente, acabou por legitimar o egoísmo na apropriação dos bens, a prevalência dos interesses individuais sobre os interesses públicos.

A política do laissez faire, adotada como reação à intervenção excessiva do Estado Absolutista sobre as relações de natureza privada, acabou, pois, por exaltar o individualismo o que impossibilitou a construção de uma sociedade igualitária, solidária, fraterna. Assim, percebeu-se que o indivíduo outrora submisso às ingerências do Absolutista, se viu controlado pelas imposições do capital.

A tese individualista, como se viu, não se mostrou eficiente nem em construir uma sociedade igualitária, fraterna e solidária como também falhou em garantir a livre iniciativa, dado que a sua dinâmica levou, pois, ao controle e concentração dos meios de produção nas mãos de poucos, o que gerou diversos monopólios, tendo como consequência o descontentamento da coletividade. Como consequência desse descontentamento surgiram novas teorias que informavam a necessidade de revisão dos fundamentos do direito de propriedade para adequá-los

a uma finalidade social, qual seja o bem-estar da comunidade.

Percebeu-se que essa nova concepção que propugnava a prevalência do interesse público sobre o privado fundamentou a necessidade de intervenção do Estado nas atividades econômicas e restaurou um importante elemento no conceito de propriedade, qual seja a função social. A função social passou, expressamente, a fazer parte do conceito de propriedade, tornando-se princípio informador das políticas sociais de reforma agrária de moradia e de controle da economia pelo Estado.

Pôde-se, ainda, inferir que o movimento de construção da função social da propriedade tem sua origem não só no socialismo de Marx e Engels (2010) ou no socialismo cristão da Igreja católica, mas também em teóricos como Léon Duguit. Remontando os gregos, e indo para além deles, León Duguit (1926) conceituou a função social como finalidade da propriedade, sendo assim sendo inerente à esse direito, logo, motivo e fundamento da existência deste dele. O que fez surgir, como dito, a noção de propriedade-função.

No contexto da propriedade-função, o proprietário deve exercer o seu direito de forma a garantir a realização dos interesses sociais, fundamentos finalísticos da existência da propriedade privada como direito. A propriedade continuou sendo individual, todavia, com a positivação da função social, o seu exercício, ao atender o interesse de seu titular, deve cumprir a finalidade que a sociedade deu a ela, qual seja, primar pelo bem estar da comunidade. Nesse sentido, a propriedade foi conceituada como um poder-dever ou como um direito- função, ou melhor, como propriedade-função social. Viu-se, ainda, que a função social serviu de norma geral que permitiu a inserção da dimensão ambiental no conteúdo da propriedade enquanto uma das finalidades a ser cumprida por ela. Disso, pôde-se concluir que é a função social da propriedade princípio informador da tutela do meio ambiente.

Todo esse desenvolvimento sobre direito de propriedade e sua função social tem como escopo formar a base para a afirmação que se seguiu qual seja, a tutela ambiental é uma nova finalidade que foi incluída, ou que se salientou, na função social da propriedade. Assim, para que a propriedade realize a sua finalidade ela precisa primar por um meio ambiente equilibrado. Como finalidade social, a tutela ambiental visa à promoção e realização da existência da pessoa humana e à

continuidade da organização social. Nessa linha, a finalidade ambiental é compreendida como elemento da função social a ser cumprida no exercício do direito de propriedade.

Ao se concluir que a tutela ambiental é parte da função social da propriedade privada e sua finalidade, juntamente com as finalidades, econômica e social, percebe-se a necessidade de regulamentar essa nova finalidade. Há, com isso, a positivação do uso racional dos recursos naturais enquanto finalidade ambiental a ser cumprida pelo proprietário. Ao regulamentar a finalidade ambiental o legislador parece ter escolhido a via mais fácil, qual seja a via da limitação do acesso aos recursos naturais, ou seja, a limitação do direito de propriedade, através da criação de inúmeras normas de conteúdo restritivo.

Juridicamente, é essa fórmula (normas restritivas) a mais simples. Ao invés de se trabalhar a criação de um conceito de uso racional e incutir esse conceito na mente dos cidadãos, o que demanda um trabalho educacional de longo prazo, optou-se por restringir o acesso do proprietário e da população aos bens naturais, deixando o Estado como seu guardião. As normas restritivas parecem oferecer uma solução rápida, todavia, como se viu, acabam por ignorar a dimensão democrática da propriedade e dos recursos naturais, muitas vezes ofendendo as outras finalidades, econômica e social, da propriedade.

Ao analisar o conjunto de normas e instituições, procedimentos e técnicas para a tutela ambiental pôde-se perceber que em matéria ambiental a limitação não é proibitiva da conduta de uso dos recursos naturais, mas proibitiva de conduta sem ato autorizativo do governo. É possível fazer tudo que é permitido pelas normas e pelo Estado. Como se viu, muitas das regras de direito ambiental obrigam o indivíduo a dar conhecimento na forma de pedido de autorização, ou licença ao Estado para o uso dos recursos naturais. Assim, além de conhecer os atos dos indivíduos o Estado tem o condão de decidir quem poderá usufruir dos bens naturais. Clara forma de gestão dos recursos naturais. Forma de tutela ambiental que, segundo Rutherford (2000), na maioria dos países capitalistas, ainda negligencia a finalidade econômica e social da propriedade.

Do aprofundamento do estudo sobre os fundamentos da dimensão ambiental da função social da propriedade, pôde-se perceber que o controle estatal do uso dos recursos ambientais pela limitação da propriedade guarda relação com

as teorias da biopolítica e da governamentalidade de Michel Foucault. Especialmente, porque as políticas de meio ambiente tem se fundamentado no discurso da necessidade da tutela para a vida de toda a humanidade. Seriam políticas de governo da vida, o que as enquadrariam como biopolíticas. A partir desse momento, apontamentos sobre as teorias firmaram-se como necessários.

Da análise da obra de Foucault (1979, 2002, 2005, 2008a, 2008b) e de vários de seus seguidores, pode-se concluir que a biopolítica nasce no momento em que foi verificada a possibilidade de se compreender a vida como um processo modelável, passível de controle pelo Estado. Foi denominada de biopolítica porque se trata de uma política de controle dos viventes. A biopolítica apontada por Foucault (1979, 2002, 2005, 2008a, 2008b) é, pois, uma teoria que visa compreender a dinâmica dos poderes, a racionalidade dos governos e dos demais atores sociais. Trata das relações de poder no mundo e a forma como essas relações de poder foram sendo legitimadas no tempo. É ela, assim, uma prática de governo que tem como alvo principal o governo da população que se efetiva através de dispositivos de governamentalidade os quais são um conjunto de mecanismos que o poder dispõe para se exercer. Pôde-se concluir, ainda que a governamentalidade, por sua vez, é um conjunto constituído pelas instituições, processos e procedimentos, análises e reflexões, cálculos e técnicas que permitem exercer, a biopolítica.

Mais especificamente, pôde-se perceber que os mecanismos ou dispositivos de governamentalidade são normas, especialmente as jurídicas, técnicas de vigilância, escolhas estratégicas e a criação, o desenvolvimento e a utilização de saberes que visam o diagnóstico, a classificação, enfim o conhecimento mais preciso da população e das variáveis que nela intervém. Todos esses dispositivos ou mecanismos têm como alvo a população e têm como escopo alcançar os fins desejados pela prática governamental que tem como foco principal o mercado. A biopolítica não pode ser compreendida senão ligada à ascensão do capitalismo em suas formas, liberalismo e neoliberalismo, uma vez que o capitalismo não poderia se desenvolver sem a inserção controlada (controle, gestão, administração) dos indivíduos no aparato de produção.

Depois do levantamento de obras que defendiam a tese da extensão da teoria da biopolítica de Michel Foucault – proposta por autores como Rutherford (1999a, 199b, 2000) e Darier (1999) e seguida por Malette (2011), Passetti (2013),

Veiga-Neto (2014), Carneiro (2012), Beneduzi e Vecchi (2010), Santos (2010a), Ulloa, (2011), Rodrigues (2013), Carvalho (1989), entre outros – caminhou-se ainda mais para a hipótese pretendida, qual seja: a de que as normas limitativas são dispositivos de ecogovernamentalidade ligados ao governo da vida pelo governo do meio e concomitantemente ligadas à construção do capitalismo sustentável.

Para fazer essa correlação, todavia, foi necessário o desenvolvimento dos conceitos de ecopolítica e de ecogovernamentalidade, trabalhados pelos autores citados, quando se percebeu que seus conceito estão ancorados no novo conceito de meio ambiente. Dado que o meio ambiente é na atualidade o objeto das biopolíticas que são aqui chamadas de ecopolítica justamente pela escolha de seu objeto.

A relação entre homem e natureza se modifica e essa transformação, como se observou, é fator necessário à mudança de paradigma. Na atualidade, transmutou-se de uma visão iluminista fundada no cientificismo em que homem e natureza são tomados como entes separados e o homem se encontra no domínio da natureza, para uma perspectiva nova, em que a natureza e o homem são parte de um ecossistema, se integralizam no que se pode denominar meio ambiente. Essa mudança de percepção concebe dois caminhos distintos: no primeiro o homem se compreende parte da natureza, mas, utiliza seu conhecimento para dominá-la, para gerir a vida de forma mais eficiente; em um segundo caminho, talvez mais interessante, propugna-se uma volta à concepção grega de homem em que esse se via como parte da natureza e retirava dela muitas das normas que utilizava para reger a si mesmo, logo, estabelecia com ela uma relação de solidariedade e respeito.

Afirmou-se, ainda, que a perspectiva que se adota define a realidade, dado que ao estabelecer as normas de conteúdo ambiental acaba por se adotar uma dessas perspectivas relacionadas à ética ambiental, pois que o sistema normativo sobre o meio ambiente é um claro reflexo de como a sociedade se relaciona com seu entorno. E tomando-se as normas de cunho ambiental percebe-se que o primeiro parece ter sido o caminho escolhido.

O meio ambiente é assim, na atualidade, um novo elemento que se construiu a partir da noção de interdependência entre a população e a natureza. Percepção possibilitada pelas ciências da biologia e da ecologia e pela apropriação

desse elemento pelas biopolíticas, logo, pelos cálculos matemáticos e estatísticos. Esse conceito, como se viu, é complexo e nele estão englobados a percepção dos fatos históricos transcorridos nesses quase 50 anos, os quais impactaram a realidade social criando um tipo de clamor público voltado para as questões do meio ambiente e concomitantemente um estímulo, por parte dos Estados, para o desenvolvimento de técnicas e mecanismos que tiveram como escopo a tutela do meio ambiente.

Tanto o clamor público, ou vozes das ruas, quanto às ciências e seus cálculos matemáticos criaram e continuam criando discursos que tratam do tema meio ambiente. Esses discursos criam verdades, que no primeiro caso, não são científicas, mas, que impulsionam os Estados e todos os outros atores sociais, como as empresas, a investirem em saberes científicos, que criam verdades científicas, para legitimar a criação de técnicas, mecanismos, normas entre outros dispositivos de ecogovernamentalidade para o controle da vida. Essas ações políticas que ocorrem em resposta ao clamor da sociedade tem o objetivo de garantir, através da gestão das condutas dos homens, um estado de segurança.

A necessidade de segurança está relacionada à propagação do discurso do risco ecológico. O risco ecológico é discurso de verdade fática e também de verdade posta servindo à propagação da ideia de risco de forma à legitimar ações de tutela do meio ambiente que podem se consolidar, e em geral se consolidam, no uso de dispositivos de ecogovernamentalidade que visam a restrição de acesso do cidadão aos recursos ambientais. Essa segurança, como se viu, somente aparenta estar garantida quando os Estados agem amparados por discursos científicos. Viu- se que os discursos científicos sobre o meio ambiente não são uníssonos, apesar de serem ecos dos mesmos fatos sociais. E que cada discurso trás consigo um tipo de possibilidade de atuação dos atores sociais, em especial o Estado, com relação à gestão das condutas da população em relação ao meio ambiente.

Procurou-se demonstrar, de forma sintética, que nenhum discurso é escolhido pelos atores sociais de forma ingênua. É com essa premissa em mente que se deve vê-los e compreendê-los. Assim, quando um discurso faz a defesa da vida não se pode tomá-lo por um discurso gratuito, tem-se que considerar todas as bases fáticas históricas e inclusive as conceitológicas sobre as quais esse discurso foi produzido.

Viu-se, ainda, que em razão da introdução das discussões e discursos sobre o meio ambiente, o capitalismo teve que se reinventar como forma de se adequar ao novo paradigma ascendente. Esse modelo econômico de crescimento acelerado e de consumismo não estava, pois, apto a responder às novas demandas da sociedade que já se encontrava no paradigma do meio ambiente. Surge, assim, o desenvolvimento sustentável, discurso que deu um novo fôlego ao capitalismo. Esse discurso apregoa a manutenção do crescimento econômico aliado à redução da degradação ambiental. Assim, ele une tanto os partidos de esquerda, adeptos do Estado do bem estar social, como os neoliberais que percebem que o capitalismo só sobreviverá com o controle do acesso aos recursos naturais. Pode-se concluir, então, que não é despretensiosamente que esse discurso, modelo econômico e, hoje, paradigma, o desenvolvimento sustentável, vem dando a tônica das discussões e ações internacionais, não só na dimensão ambiental como também na dimensão econômica e política.

Segundo Rutherford (2000), há um forte poder das corporações internacionais e dos Estados sobre a construção dos discursos. Esse autor levanta a bandeira de que não só a escolha dos discursos que esses atores sociais irão defender é motivada, mas que eles influenciam na criação de discursos que se prestam aos seus objetivos e interesses. E, por conseguinte, influenciam, e em alguns casos definem a confecção de normas ambientais. Não é possível ignorar a afirmação desse autor quando ele diz que é necessário lançar as luzes de Foucault sobre os mecanismos e técnicas de intervenção no meio ambiente.

Muitos dos autores neste trabalho citados corroboram com a tese de Rutherford (2000) de que normas, técnicas, saberes, órgãos, ou seja, dispositivos de ecogovernamentalidade que são criados para a tutela ambiental também vão servir ao capitalismo, agora, informado pelo desenvolvimento sustentável impulsionador do aproveitamento mais adequado e eficiente dos recursos naturais, do uso de novas tecnologias e da formação de novos mercados e novos modos de consumo. Porque talvez esteja aí a motivação do legislador em primar pelas normas restritivas e não pela definição de um conceito de uso racional dos recursos ambientais.

Diante de tudo que foi exposto nesse terceiro capítulo pôde-se concluir que a ecopolítica é antes de tudo uma política voltada para a gestão do meio ambiente, ou seja, de tudo que está no Planeta. A ecogovernamentalidade pode ser

definida como a razão de governo que orienta todo conjunto de instituições, procedimentos, técnicas, análises e reflexões, cálculos e táticas que permitem gerir o meio ambiente.

Buscou-se demonstrar nesse trabalho que a ecopolítica é, tal como defendido por Rutherford (1999a, 1999b, 2000), Darier (1999), Mallette (2011), entre outros, uma extensão da biopolítica dado que é uma teoria que busca compreender as relações de poder, a racionalidade que está envolvida dentro desse novo paradigma do meio ambiente. Pode-se concluir, assim, que a ecopolítica tem o mesmo sentido que a biopolítica, ambas são o homem apostando em sua própria política de estratégia (governamentalidade) para garantir a vida. Só que a vida agora percebida da forma mais complexa, dado que inclui tudo que está no Planeta.

Como a propriedade é expressão de liberdade, fundamento da iniciativa privada, do desenvolvimento da pessoa e da sociedade se presta à afirmação e realização da pessoa. A identificação de finalidades a serem realizadas por meio da propriedade nada mais é do que ideologias de afirmação e realização da pessoa e da sociedade. Isso se verifica porque o homem, assim, como a sociedade dependem dos recursos naturais, os quais têm o seu uso e posse definidos pelo instituto da propriedade. É também dela dependente o capitalismo.

Dentro do conceito de meio ambiente todas as limitações que são impostas ao direito de propriedade são limitações afirmativas da realização da pessoa e da sociedade, instrumentos de conservação da vida da pessoa e da humanidade. A propriedade como pedra fundamental da sociedade é a primeira a