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Configuração política sergipana e as ações públicas para a educação: a Reforma de

UM OLHAR SOBRE OS OMBROS: a ação dos intelectuais da educação na conformação das reformas educacionais

QUADRO IV: BANCA DE EXAMES DA ESCOLA NORMAL EM

4.1. Configuração política sergipana e as ações públicas para a educação: a Reforma de

Os adeptos do estado republicano acreditavam e defendiam um ideal mais democrático, no qual houvesse uma maior participação popular e, conseqüentemente, uma descentralização política corroborando para os princípios da democracia e da moralização das atividades políticas. Conforme Dantas(2004) essas idéias ajudam a compreender não só a defasagem do modelo político anterior, bem como permite supor as divergências e as resistências subjacentes a este ideal, a este contexto político. Ora, com a República iniciaram-se as mudanças institucionais e as relações de poder passaram por novas compreensões de status e definições.

Talvez seja exagero supor que se construiu um novo habitus político, mas seria coerente afirmar que começaram a surgir novas formas de acertos sociais e de gerenciamento dos campos e grupos políticos. As relações de força contidas no interior dos grupos e do próprio campo político passaram por transformações que demonstraram como o campo se moldou, como se adequou às novas exigências republicanas.

O poder executivo, lembra Dantas, “passa a ser ocupado pelos próprios políticos da terra, com a perspectiva de serem eleitos pelo voto popular”. (DANTAS,2004:16). Diante dessa prática, a prerrogativa da participação popular e de serem eleitos os próprios conterrâneos demonstrava certa coerência com os parâmetros de um sistema político mais democrático. Todavia, as práticas relativas ao modo como esses políticos locais eram eleitos e a forma como conduziam suas administrações estava em desacordo com o ideal republicano de moralização das atividades políticas.

Apesar da descentralização, ou seja, a partilha do poder ser uma idéia atrativa aos neo-republicanos, não “revelavam grande identificação com a idéia de tornar a coisa

139 pública objeto de bem comum”, diz Dantas(2004:16). Isso demonstra como o movimento republicano em Sergipe teve um inicio muito tímido.

A montagem da estrutura do poder que iria suceder a imperial foi marcada pelo processo de instabilidade política, nacional e estadual. No âmbito estadual vê-se o surgimento de novos grupos políticos, bem como um reordenamento dos poderes locais. Foi diante dessa instabilidade política gerada a partir da luta dos partidos políticos que se formou o sistema oligárquico sergipano.

A configuração do campo político de Sergipe desde o final do século XIX apresentava certas especificidades. Tanto o grupo representado pelos senhores de engenho que após a Abolição passaram a apoiar o movimento republicano, como os republicanos mais antigos pouco questionavam sobre a conformação rural vigente e as relações por ela estabelecidas. Dentro desse amoldamento, as disputas pelo poder seriam travadas pelo grupo de republicanos atuantes e os novos republicanos. Mas isso não significa afirmar que esses grupos constituíam partidos fechados, o próprio movimento e necessidades do campo possibilitaram o intercambio de representantes políticos, as novas alianças e coalizões que na maioria das vezes apresentava-se conflituosa.

Na realidade, as pressões políticas, as dissidências e as contendas eram práticas presentes e determinantes da configuração política das administrações sergipanas durante os primeiros anos republicanos. Os governos de José Calazans(1892-189), Manuel Prisciliano de Oliveira Valadão(1894-1896), o de Martinho Garcez (1986- 1899), Guilherme de Campos(1905-1908) e Rodrigues Dória(1908-1911) foram exemplos de sucessões marcadas por deposições, renuncias, desgastes públicos, interferências, disputas internas e externas ao próprio partido. Fatores que marcaram o decurso administrativo sergipano como um período de grande inconstância política.

Além desses indicativos, a quantidade de nomes que circularam pelos pleitos sergipanos certifica tal fato. Como dizia Dantas: “ao fim da primeira década computavam-se cerca de vinte e dois indivíduos que estiveram no cargo de Executivo, participando de juntas provisórias ou governando isoladamente.”(DANTAS,2004:28). Evento que corroborou para a configuração do próprio campo político sergipano e que demonstrou a movimentação de interesses e disputas pelo poder.

140 Nessa direção, para compreender o campo político sergipano ou mesmo os fatores que ajudaram na sua conformação convém entender que cada campo possui certa autonomia em relação aos outros espaços sociais e constitui-se de interesses específicos. Assim, as práticas ou ações dos sujeitos presentes nesse campo denunciam a forma com a qual os modos de funcionamento eram delimitados, os jogos e os mecanismos legítimos de disputa.

Dentro do campo político esses sujeitos estavam organizados numa lógica que obedecia a distribuição desigual dos capitais cultural, social, econômico e simbólico. Esses capitais acima elencados são meios importantes para a relação ente os sujeitos e a sobrevivência do próprio campo. Segundo refletiu Martins(2002), o capital econômico está fundado na apropriação de bens materiais, o capital social busca as relações pessoais e interpessoais como estratégicas de apoio e o capital cultural, tem na posse dos títulos uma de suas manifestações institucionais. (MARTINS,2002:177). Dessa forma, as disputas que marcam o campo político sergipano das primeiras décadas republicanas não estavam muito distantes das práticas que marcaram a política republicana nacional. A formação dos grupos e partidos, o acúmulo de capitais e a formação das alianças eram atividades constantes da política sergipana.

Nesse período era possível perceber em Sergipe a presença de três principais partidos, o Partido Nacional representado por Leandro Maciel e Coelho e Campos; o Partido Católico, liderado pelo Padre Olímpio Campos e o Democrata que congregava republicanos sem expressão nacional e com pouco suporte eleitoral nesse momento. Como lembrou Oliva, “Em Sergipe, além do partido Republicano, apareceram em 1890, o Partido Católico e o partido Nacional – onde se enfileiraram os monarquistas que aderiram a República – o Partido Democrata, que abrigou uma facção dos republicanos”(OLIVA,1991:140).

Essas denominações sofreriam mudanças ao longo dos anos, mas a configuração das ações dos partidos era praticamente a mesma durante a República Velha. Ou seja, as animosidades políticas continuavam, a formação de novas alianças, a mobilidade partidária e as eleições torvam-se cada vez mais tumultuadas, haja vista as disputas marcadas entre os partidos.

Dentro de um quadro geral, a situação política sergipana das primeiras décadas republicanas era dominada pelas oligarquias formadas pelos conservadores. Via-se prevalecer o Coronelismo e a Política dos Governadores, implantada pela Presidência da

141 República, que fortalecia e operacionalizava essas oligarquias estaduais. Não obstante os conflitos políticos agora representados pelos próprios governadores e não apenas por seus partidos, a primeira oligarquia fundada foi liderada pelo Monsenhor Olimpio Campos. Este que foi deputado estadual e presidente da Assembléia Legislativa, assumiu a Presidência do Estado em 1899, e cuidou para que seus correligionários também fossem aceitos. Dente eles pode-se verificar a presença de Germiniano Brasil, Josino Meneses, Guilherme de Sousa Campos e Rodrigues Dória. Conforme Oliva(1991) Olimpio Campos assumiu o poder após 1898 criando o Partido Constitucional Sergipano e como oposição foi fundado o Partido Republicano Federal liderado pelo Coronel Valladão. Mas os arranjos constituídos na política dos governadores contribuíam para garantir a permanência dos grupos que estavam no poder.

Para sua sucessão, Olímpio Campos indicou o farmacêutico Josino Menezes (GUARANÁ,1926:126). Dentre os que concorriam com ele pela administração do Estado, em 1902, estava o candidato José Rodrigues da Costa Dória. Conforme o jornal situacionista, O Estado de Sergipe, Josino Meneses obteve mais de sete mil votos. Para a sucessão de Josino Meneses, foi indicado o irmão do monsenhor, Guilherme de Sousa Campos, que foi eleito com uma quantidade de votos semelhantes ao candidato do pleito anterior. O que demonstrava a força do sistema oligárquico sergipano e, principalmente, do seu representante político. Mas na proporção que Olimpio Campos conseguia eleger seus indicados, crescia a oposição. É possível verificar tal fato principalmente através das folhas do Jornal de Sergipe, pelo qual se difundia os discursos anti-oligárquicos. O partido opositor rompeu com Valladão e criaram um novo partido, o Partido Progressista. Como afirmava Oliva de Souza:

Não é particularidade da política sergipana, na República, o fato de que eleições fossem sempre o teste para a força e a coesão dos partidos. Há um movimento cíclico entre os grupos que disputam o poder, cujo ponto crucial são as eleições. Em termos gerais, o jogo político se fez em Sergipe pelo revezamento entre dois grupos principais: o do general Valladão e o de Coelho Campos-Olimpio.” (SOUZA,1985:76).

142 Com a oposição mais fortalecida e associada ao bloco de Pinheiro Machado, líder da Comissão Verificadora dos Poderes, o resultado das eleições de 1906 foi invertido. Se nas urnas Rodrigues Dória havia obtido mais de cinco mil votos, com o resultado final da Comissão ele foi deslocado do segundo para o quarto lugar, vencendo as eleições Fausto Cardoso. Não significando apenas mais uma derrota de Rodrigues Dória, mas do grupo ao qual pertencia.

Mesmo perdendo as eleições para Presidente de Estado, Rodrigues Dória assumiu quatro legislaturas seguidas como Deputado Federal, de 1898 a 1908, em chapa recomendada pelo monsenhor Olimpio Campos. Em 1897, discutiu o projeto de reforma do Código Penal, de reformas educacionais durante os anos de 1987, 1899, 1900 e 1902. Publicou discursos sobre a reforma de higiene em 1903 e sobre a vacina obrigatória em 1904. Apresentou o projeto para a construção da estrada de ferro Timbó- Propriá. Além desses feitos, Rodrigues Dória citava nos seus relatórios sua proposta para regulamentar as eleições para vice-presidente da República o qual recebeu elogios transcritos no jornal O Paiz.

De maio a junho de 1908 os jornais se ocupavam novamente com as eleições. Teciam em suas páginas criticas e elogios aos candidatos. Dentre os que estavam em evidência nos noticiários cariocas e sergipanos era senador Coelho e Campos e Rodrigues Doria. As criticas a eles direcionadas sempre apontavam o demérito desses candidatos afirmando que nenhum dos dois servia para administrar o Estado de Sergipe. Dizia o Jornal do Commercio de 5 de junho que a candidatura de Coelho e Campos havia sido recebida pelos sergipanos com certa frieza, pois esse candidato tinha apenas o apoio dos seus parentes. Enquanto que Rodrigues Doria era um candidato sem passado político e que por isso não mereceria ocupar o cargo, para esses jornalistas o único nome plausível era o de Josino Meneses.

Para Rodrigues da Costa Dória esse quadro só mudou com a nova presidência da República conseguindo, enfim, ser indicado candidato a Presidente de Estado. Conforme Dantas o prestígio de Rodrigues Dória junto a Carlos Peixoto, Presidente da Câmera, foi decisivo para essa vitória haja vista a influência desse político mineiro em relação ao poder central. Na realidade, a indicação do nome de Rodrigues da Costa Dória para o cargo de presidente de Estado também esteve relacionada a uma seqüência favorável de acontecimentos, dentre eles é possível citar a deposição do seu antecessor,

143 Guilherme de Souza Campos em agosto de 1906, a instabilidade política gerada pela morte de Fausto Cardoso e do monsenhor Olimpio Campos e a demora de Josino Menezes em se apresentar no Rio de Janeiro para as eleições da Câmara e comissões permanentes em 1908 enfraquecendo a pretensão de seus pares de indicar seu nome para a sucessão de Guilherme de Campos.

Mas os acontecimentos narrados por Rodrigues Dória na mensagem presidencial de 1911 expõem outras compreensões do fato. Nesses escritos ele afirmava que não se sentia capaz de conduzir tal cargo e que não teve nenhuma interferência direta com o presidente da República, nem articulou com outros políticos a possibilidade de ser indicado para as eleições de 1908(SERGIPE,1911:07). Mas, na verdade, suas palavras revelavam indícios de possíveis intervenções externas que direcionaram as escolhas naquelas eleições.

É possível perceber a insistência de Rodrigues Dória em afirmar que sempre recusou qualquer oferta que lhe foi apresentada e nesse discurso tenta mostrar sua indiferença em relação ao cargo, afirmava “apezar das solicitações que me faziam, nunca dirigi ao Desembargador Guilherme uma palavra a respeito da sucessão, nunca um gesto meu deixou perceber que me preoccupava esse assumpto, desde que eu não pretendia o logar”. (SERGIPE,1911:08).

No entanto, estava sempre de prontidão para intermediar qualquer comunicação do presidente de Estado em exercício e o presidente da República, assegurava “fui o intermediário, por carta, de um conselho que mandara ao Desembargador Guilherme o pranteado Presidente da República, Dr. Affonso Penna.” (SERGIPE,1911:08). Esse recado dizia respeito a necessidade de Guilherme de Campos ser criterioso na escolha do seu sucessor. Mas Rodrigues Dória também foi a pessoa portadora da resposta de Guilherme de Campos ao Presidente. Em carta aberta este último garantia:

Antes de concluir, seja-me permitido levar ao conhecimento de V. Exa. Que, tendo-se de proceder á eleição para meu sucessor no dia 30 de Julho vindouro, é indigitado o Deputado federal Dr. José Rodrigues da Costa Dória, que V. Exa conhece bem (...)a par de uma honestidade que a melediscencia ainda não poude abocanhar, corresponderá á confiança nelle depositada.( SERGIPE,1911:09)

144 Foi até o Catete, entregar a carta nas mãos de Afonso Penna e conversaram sobre a possibilidade do médico sergipano concorrer para o referido cargo. Afirmava que concordou em lançar sua candidatura após a promessa do presidente apoiar a construção da estrada de ferro Timbó-Propriá. Fechado o acordo, percebe-se quais foram as estratégias empreendidas pelo candidato sergipano para conquistar o cargo. Além disso, é possível verificar não só o modo como as relações políticas eram estabelecidas nesse momento, mas também o poder de intervenção do presidente da República nas políticas estaduais.

Nesse sentido, Raymundo Faoro expôs que Afonso Pena seguiu os passos de Campos Sales ao implementar as políticas de intervenção e dizia que “Afonso Pena, sagazmente fiel ao mesmo curso e capaz de reação, firma a doutrina de que o presidente deve situar-se ‘acima dos partidos”.(FAORO,2000:206). Marcada pela rivalidade, a política sergipana, eventualmente oscilante para os oposicionistas, estava alimentada pela força da degola federal. Uma política que enredada nas combinações entre os Estados mais influentes e na triangulação de forças dos seus líderes, corroboram para a formatação das políticas estaduais.

Apesar das intervenções federais na política estadual ser uma prática recorrente, demonstra muito mais a fragilidade do sistema democrático implantado com a República do que o poder singular de determinado partido ou líder político. Nesse sentido, ao analisar o funcionamento da política que direciona as primeiras décadas republicanas, Faoro ressalta que “o pacto presidente da república-governadores deverá contar, na suprema cartada da sucessão, com o aliciamento dos chamados pequenos Estados...”(FAORO,2000:199).

Dessas alianças criadas pelos envolvidos com a política sergipana, compreende- se as relações de forças que tencionava os interesses dentro do campo. Ao tempo que era atraente aos pequenos Estados estabelecer alianças com as grandes oligarquias, por outro lado também era lucrativo para estes últimos agregar um maior número possível de adeptos de forma a conquistar uma maior representatividade e, por conseqüência, legitimidade dentro do jogo político.

Nesse entendimento, o espaço político também pode ser interpretado como um espaço social, no qual os sujeitos estabelecem normas, regras, modos comuns de agir e pensar certificados como uma prática social aceitável que não só garantem as relações,

145 mas fortalecem os laços que, por sua vez, podem ser mantidos pela proximidade de interesses e de lucro com determinadas alianças.

Talvez fosse pertinente falar que nesse comércio de favores as relações políticas mantidas entre Rodrigues da Costa Dória com pessoas influentes como Carlos Peixoto fossem requisitos necessários e/ou determinantes para a conquista do poder. Assim, no jogo político as relações sociais contribuem para a consolidação de um grupo ou grupos no poder. Isto porque o espaço social organiza as práticas e as representações dos agentes e dos grupos que o compõe. Diz Bourdieu: “a posição ocupada no espaço social, isto é, na estrutura de distribuição de diferentes tipos de capital, que também são armas, comanda as representações desse espaço e as tomadas de posição nas lutas para conservá-lo ou transformá-lo”.(BOURDIEU,1996:27).

O espaço social também é constituído em função da posição que os grupos ocupam e esta posição está relacionada aos princípios de diferenciação inerente a cada espaço social. Essa distinção, essa diferença que determina ou, ao menos, indica a posição de cada grupo no campo revela a propriedade relacional. Elas são distintas umas às outras, principalmente em relação ao capital econômico e ao capital cultural. Como diz Bourdieu: “ ...os agentes têm tanto mais em comum quanto mais próximos estejam nessas duas dimensões, e tanto menos quanto mais distantes estejam nelas.”(BOURDIEU,1996:19). A luta pela reposição de Guilherme de Campos junto a políticos importantes no Rio de Janeiro, a atuação como deputado federal, sua ligação estreita com Olimpio Campos e os cargos ocupados em Salvador foram meios que ajudaram Rodrigues Dória conquistar o cargo de Presidente de Estado.

Foi apresentado pelo partido dominante de Sergipe como candidato ao lugar de presidente de Estado sendo eleito em 30 de junho de 1908 e tomou posse em 24 de outubro do mesmo ano. Em 5 de outubro foi oferecido a Dória um almoço no Rio de Janeiro no qual teve a oportunidade de discursar sobre suas pretensões de governo. Ao considerar o conteúdo do discurso percebe-se que sua maior preocupação era com segurança pública e saúde. Poucas foram as palavras direcionadas a educação.

Mesmo com as indicações e com o prestígio ligado aos políticos mineiros, a administração de Rodrigues Dória não foi estável. Desde o inicio apresentou certas fragilidades que iriam demonstrar as dificuldades de implementar em Sergipe suas intenções proferidas no almoço de posse. As desavenças e disputas internas do Partido

146 Republicano de Sergipe, somadas a carência de uma liderança mais determinada após a morte de Olimpio Campos, provocaram dissidências e cisões dentro do próprio grupo. Além disso, Rodrigues Dória ao se ausentar do poder por motivos de saúde, apresentou uma carta de renuncia para que o vice-presidente, Batista Itajaí, pudesse assumir. Mas logo reconsiderou o pedido de afastamento, no entanto o vice presidente não aceitou entregar o governo iniciando uma longa batalha judicial que finalizaria com a intervenção do Presidente da República garantindo o retorno de José Rodrigues da C. Dória ao poder. Fato que enfraqueceu ainda mais o partido demonstrando o declínio da era olimpista.

Talvez tivesse sido essas implicações políticas que levaram Rodrigues Dória a pensar numa reforma do campo educacional apenas no final do seu mandato. No entanto, suas falas e discursos proferidos na imprensa sergipana demonstram claramente que sua tendência pedagógica acompanhava os ideais reformadores do eixo sul-sudeste. Era um entusiasta pela educação, não só por ter sido professor na Faculdade de Medicina e de Direito na Bahia, mas pelo contato que teve com as idéias de Afrânio Peixoto, de Sampaio Dória, de Lourenço Filho e de Anísio Teixeira. Além disso, as viagens realizadas para os Estados Unidos e para São Paulo lhe aproximaram do movimento reformador da Pedagogia Moderna.