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PARTE II DA TEORIA À PRÁXIS: CONTEXTOS DA PRÁTICA

Capítulo 6 – Prática em Contexto do 4 ° Ano do 1 ° CEB

6.2.1 Momentos de aprendizagem significativa e ativa

6.2.1.3. Conhecimento cronológico da História de Portugal

No Estudo do Meio, segundo o Programa, os alunos devem ser capazes de estruturar o conhecimento que têm de si próprios, promovendo, simultaneamente, a sua autoestima e a valorização da sua identidade e das suas raízes. Mais concretamente, na abordagem de conteúdos relativos ao Passado Nacional, é primordial que o professor crie oportunidades onde os alunos possam desenvolver competências específicas como: a localização no tempo e no espaço e a aquisição de saberes acerca do ambiente social e natural. Neste âmbito de estudo, o mesmo deve alargar-se aos outros, primeiramente aos que lhe são mais próximo e, progressivamente, aos mais distantes, tanto no tempo como no espaço, promovendo uma perspetiva crítica (Ministério da Educação, 2004; Carvalho & Freitas, 2010).

A atividade proposta, no contexto de aula de Estudo do Meio, teve como intuito o conhecimento dos Primeiros Povos da Península Ibérica, num sentido cronológico, ou seja, a nível do tempo, mas, também, do espaço, sendo prevista para 1 hora e 30 minutos34. Numa perspetiva interdisciplinar, foi aproveitado o facto de dispormos de 1 hora de TIC, no dia desta intervenção, para complementar este conhecimento com informação mais particularizada de cada um dos povos estudados. Os objetivos da atividade basearam-se no cultivo do gosto pela História e à aprendizagem de conceções temporais, dando especial relevância aos descritores apresentados no Programa. Não obstante, foram consolidados outros conceitos, como o século, a numeração romana associada ao mesmo, e aspetos geográficos.

Perante a importância de proporcionar aprendizagens aos alunos para que estes possam construir o conceito de tempo em função do contacto com acontecimentos históricos, procurei utilizar uma estratégia mais significativa para introduzir a noção de friso cronológico (Roldão, 1995; Carvalho & Freitas, 2010). Esta estratégia privilegiou o percurso passado do grupo como turma, incitando aos vários acontecimentos desde o momento em que entraram no 1.º Ciclo até ao presente. Os alunos participaram

34 Para Planificação 2, dia 29 de outubro de 2018, ver Pasta 2 – APÊNDICES DA PARTE II (Prática III -

ativamente e fomos marcando, no quadro, esta sequência de factos, distintos pela entrada e saída de alguns alunos na turma, no friso intitulado “Friso Cronológico do 4.ºA”.

Posteriormente, a partir da exposição do friso incompleto, base construída por mim, foi explorada a conceção de século e a de numeração romana, patentes nos quadrados coloridos. Este artefacto, ainda incompleto, suscitou uma interpretação dos aspetos característicos de um friso cronológico, os quais foram mencionados pelos alunos de forma ativa e interessada. O facto de haver números repetidos foi naturalmente introduzido por mim, através de uma imagem do nascimento de Cristo, que depois foi associada à contagem dos séculos para a esquerda e para a direita, consoante as denominações “antes de Cristo” e “depois de Cristo”. Esta abordagem visou uma melhor consecução da aprendizagem que viria a ser construída, numa fase seguinte. Em paralelo, o manual de Estudo do Meio foi utilizado como segundo recurso, no sentido de complementar certas informações acerca dos séculos com alguns exercícios práticos (Carvalho & Freitas, 2010).

Figura 81. Friso cronológico por preencher.

Através da estratégia do uso da narrativa, concetualizada por Roldão (1995), procurei apresentar, à turma, a passagem dos primeiros povos, pela Península Ibérica, de uma forma cativante, transmitindo todas as informações essenciais à aprendizagem. Assim sendo, interligando com as TIC, recorri a meios audiovisuais com o objetivo de mostrar aspetos mais distantes da realidade que os alunos conhecem, que não é possível observarem diretamente, para que seja facilitada a aquisição destes conhecimentos. A metodologia aplicada surtiu efeito considerando que os alunos prestaram atenção ao vídeo demonstrado, com fascínio pelo enredo dos acontecimentos, e participaram de forma ativa nas atividades recorrentes. Um dos aspetos que poderia ser melhorado nesta abordagem cingiu-se à questão dos recursos espaciais e materiais, pois a sala encontrava-

Relatório de Estágio de Mestrado Parte II – Da Teoria à Práxis: Contextos da Prática Pedagógica se limitada em relação à luminosidade, que não proporcionava uma boa visualização do

vídeo, por parte de todos os alunos.

Figura 82. Momento de visualização do vídeo sobre os Primeiros Povos da Península

Ibérica (29-10-2018).

Com o intuito de consolidar a informação apreendida a partir do vídeo, a tarefa seguinte baseou-se na continuação da construção do friso cronológico com os factos e datas relativos ao tema principal “Os Primeiros Povos da Península Ibérica”. Para tal, foram distribuídas cartolinas coloridas com tamanhos diferenciados, de acordo com o tempo de permanência naquele território, de modo a serem encaixadas adequadamente nos espaços do friso. Foi proporcionado um trabalho em grande grupo, na discussão do que deveria ser redigido em cada cartolina, incluindo o trabalho individual, sendo que um aluno, à vez, foi responsabilizado por escrever o nome do povo e por colocá-lo no cartaz. Em concordância, também foram disponibilizadas imagens com características de cada povo, para associarem ao espaço correto no cartaz.

Simultaneamente, objetivando que todos os alunos registassem as informações trabalhadas, cada um teve a oportunidade de preencher o seu friso, através de um exemplar em tamanho reduzido.

Figura 84. Ficha de registo individual com o friso cronológico dos primeiros povos da

Península Ibérica.

Utilizando uma metodologia de trabalho de pares, foi proposta uma atividade durante o horário de TIC, para que pesquisassem acerca de cada um dos povos, sendo atribuído um a cada par, o que resultou perfeitamente com o número de alunos. Esta tarefa incentivou o sentido de curiosidade e descoberta dos alunos, bem como o espírito cooperativo, contribuindo para o seu desenvolvimento a nível académico e social, entre pares.

Em suma, ao proporcionar momentos de aprendizagem na aula de Estudo do Meio, centrei a minha estratégia na atribuição de tarefas aos alunos, para que, autónoma ou cooperativamente, descobrissem o passado da Península Ibérica. O objetivo principal, que se baseou numa aprendizagem significativa e ativa dos alunos, perspetivando a transversalidade de algumas das áreas de conteúdo, foi concretizado com sucesso. No geral, a turma demonstrou interesse em conhecer o território em que habitamos e o que existia em certas partes do mesmo, no passado.