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A pesquisa se propôs a estudar os saberes dos(as) pescadores(as) e marisqueiros(as) tradicionais de Cariacica e articular esses saberes aos conhecimentos científicos, por meio de uma Sequência Didática, cujo teor e processo de validação foram descritos neste trabalho. A entrevista aplicada aos pescadores artesanais, o questionário realizado com as professoras, as observações em campo, as gravações e as fotos, indicam que existe uma cultura local, uma identidade social, que existem conhecimentos acumulados durante anos de experiência, próprios dos atores sociais que vivem dos frutos da maré. Esses dados podem contribuir de maneira significativa para a contextualização do ensino das escolas localizadas no entorno das áreas de manguezais. Mas é preciso ter prudência para não fazermos julgamentos a cultura alheia com o olhar de que somos generosos, superiores ou melhores. É preciso nos despirmos de preconceitos para ampliarmos nossa visão de mundo e considerar todas as formas de existência humana.

Existe uma relação entre os(as) pescadores(as) e marisqueiros(as) tradicionais e o ambiente, as experiências cotidianas constroem as características que os distinguem dos demais grupos, eles organizam as suas vidas em uma verdadeira simbiose com os processos cíclicos da natureza. O trabalho desempenhado pelos pescadores baseia-se nas marés, na Lua, nos ventos, em determinado período do dia, na reprodução dos animais, nas estações do ano e de acordo com o defeso. Esse grupo ainda mantém uma relação com o meio ambiente que vai de encontro a lógica urbano-industrial, adotada pelos países capitalistas.

O grupo pesquisado relatou algumas práticas de conservação do ambiente e estas são cruciais para a manutenção equilibrada do ecossistema, dentre elas temos a técnica de retirada da ameixa, o uso da rede de pesca e de camarão no tamanho permitido pela lei, o repouso de áreas onde se encontram sururus em fase de crescimento, não fazem uso da rede de arrasto, respeitam o período de reprodução dos animais, não pescam filhotes, reivindicam fiscalização de órgãos federais e da Prefeitura, entre outros.

Estamos enfrentando uma crise socioambiental instalada no planeta, como consequência de inúmeros fatores que incluem o modelo econômico, político e social vigente. Mas acreditamos que nós temos haver com tudo o que existe, logo, temos o compromisso de preparar os alunos para se posicionarem e atuarem diante de problemas que comprometem todas as formas de vida da Terra. “Educação é emancipação, portanto, deve instrumentalizar e preparar o indivíduo para escolher livremente os melhores caminhos para a vida que se quer levar em sociedade e em comunhão com a/na natureza”. (LOUREIRO, 2012, p.101)

As docentes apresentaram uma predisposição para desenvolver o tema em sala de aula, pois reconheceram o quanto é significativo para os discentes e a comunidade escolar. Acreditamos que seria pertinente que a Secretaria Municipal de Educação ou a Secretaria Municipal de Meio Ambiente participassem mais efetivamente dessas iniciativas, uma vez que seriam parceiras na implementação do tema e nas atividades.

Os seres humanos estão se distanciando dos ambientes naturais. Reconhecer que o modo de vida dos(as) pescadores(as) e marisqueiros(as) tradicionais pode ser uma das vias adotadas pela educação ambiental crítica, conduz a uma alternativa para que a comunidade escolar reflita com os educandos de que maneira a intervenção realizada por esses grupos pode colaborar para a manutenção mais equilibrada do meio ambiente, quais são as práticas de preservação ambiental adotadas por eles ao longo de décadas e também quais são as contradições evidenciadas.

A EA se realizará de forma diferenciada em cada meio para que se adapte às respectivas realidades, trabalhando com seus problemas específicos e soluções próprias em respeito à cultura, aos hábitos, aos aspectos psicológicos, às características biofísicas e socioeconômicas de cada localidade. Entretanto, deve-se buscar compreender atuar simultaneamente sobre a dinâmica global; ou seja, as relações que aquele ecossistema local realiza com os ecossistemas vizinhos e com o planeta Terra como um todo, e também as relações políticas e econômicas daquele local com o exterior, para que não haja uma alienação e um estreitamento de visão que levem a resultados pouco significativos; ou seja, agir consciente da globalidade existente em cada local (GUIMARÃES, 2005, p.37).

Esse é um tema relevante, visto que esse grupo social minoritário manifesta em suas falas o desejo de que os filhos não sigam a sua profissão por acreditarem que, as condições não são favoráveis, pois estão expostos às intempéries, não têm apoio do governo, não são reconhecidos pela sociedade e a remuneração é muito baixa por se tratar de um trabalho manual.

Os conhecimentos elencados podem ser aplicados em diversas disciplinas e agregar mais elementos e informações aos discentes, podem favorecer para que os conhecimentos empíricos sejam assumidos como significativos para a nossa sociedade e o meio em que vivemos, pode facilitar a compreensão de tudo que compõe o universo da comunidade escolar, de tudo que toca as suas vidas no aspecto individual e coletivo.

Por último, entre as possíveis utilidades desta dissertação esteja a de abrir oportunidades para uma intervenção pedagógica que se aproprie dos saberes tradicionais da maré e os levem à escola.

O que gostaríamos de deixar gravado, apesar de nossos erros de interpretação das muitas limitações desta pesquisa é o propósito que tivemos de contribuir para a socialização do conhecimento sobre os povos do mangue tendo em vista a urgência da preservação desse resiliente ecossistema e de toda a cultura que se encontra imbuída neste universo.

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APÊNDICE A – Entrevista semi-estruturada aplicada aos pescadores(as) e marisqueiras(as) de Cariacica-ES

01) Você vive e sempre viveu da coleta/pesca de marisco/peixe? 02) Você só trabalha exercendo essa função?

03) Você tem carteirinha de pescador(a)?

04) Esse marisco/peixe que você retira/pesca é do manguezal? 05) Qual é a sua rotina normalmente?

06) Vocês vão à maré quantas vezes por semana?

07) Vocês saem para coletar/pescar marisco/peixe que horas e voltam que horas? 08) E vocês sempre coletam/pescam no mesmo lugar?

09) Existe uma maré melhor para você sair para trabalhar? 10) E Como é que você sabe se a maré está alta ou baixa?

11) E vento tem alguma influencia na coleta/pesca do marisco/peixe? O que você sabe sobre o vento?

12) E a Lua influencia em alguma coisa na maré, no peixe ou no marisco? 13) Tem um tamanho preestabelecido para que possa pegar/pescar?

14) Existe período de defeso para o marisco/peixe que você coleta/pesca? 15) Vocês dois são quem realizam todas as etapas de limpeza do marisco/peixe? 16) Mudou alguma coisa no manguezal desde que você começou a pescar/coletar

peixe/marisco até os dias de hoje? Se mudou, quais mudanças você observou? 17) O que representa o manguezal para você?

APÊNDICE B – Questionário aplicado às professoras da EMEF Hilda Scarpino, Cariacica- ES

INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO - Campus Vitória Programa de Pós-graduação em Educação em Ciências e Matemática

Mestrado Profissional em Educação em Ciências e Matemática

Questionário Professores da EMEF Hilda Scarpino 19/08/16

1) Você sabe o que é manguezal? ( ) Sim ( ) Não

Comentários:______________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ 2) Já esteve próximo a um?

( ) Sim ( ) Não

Comentários_______________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ 3) O que você sabe sobre o manguezal?

_________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________

4) Você já trabalhou o tema manguezal com seus alunos? ( ) Sim ( ) Não

Comentários_______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________

5) Você já tinha participado da elaboração de uma Sequência Didática (SD) antes? ( ) Sim ( ) Não

Comentários_______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________

6) O que você achou de participar da elaboração da SD?

_________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ 7) Você aplicaria essa SD com sua turma? Justifique.

_________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________

APÊNDICE C – Sequência Didática

INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO - Campus Vitória Programa de Pós-graduação em Educação em Ciências e Matemática

Mestrado Profissional em Educação em Ciências e Matemática

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SEQUÊNCIA DIDÁTICA INTERDISCIPLINAR

Quadro baseado no modelo estrutural de uma Sequência Didática proposto por Guimarães e Giordan (2011)

Mestre: Vasty Veruska Rodrigues Ferraz Orientador: Carlos Roberto Pires Campos

Tema gerador: SABERES POPULARES DOS PESCADORES(AS) E MARISQUEIROS(AS)

TRADICIONAIS DO MUNICÍPIO DE CARIACICA

TÍTULO: MANGUEZAIS: SABERES E FAZERES NO IR E VIR DA MARÉ

Público Alvo: Alunos do 5° ano da EMEF Hilda Scarpino Cariacica-ES Problematização:

Nas sociedades pré-industriais o tempo era marcado respeitando a sucessão dos dias e noites, as mudanças climáticas e os ciclos da natureza. Para isso, eles observavam os movimentos do Sol, da Lua e os períodos que seriam adequados para o plantio e para colheita, ou seja, seguiam o tempo da natureza. Já a sociedade ocidental e o seu modelo econômico adotado por inúmeros países, mudou bastante o ritmo da vida dos trabalhadores após a Revolução Industrial, que ocorreu a partir do século XVIII. Os operários formais passaram a realizar seus afazeres, seguindo principalmente o tempo cronometrado pelo relógio, mecanismo que acaba por controlar suas vidas. Todavia, alguns pescadores e marisqueiras do município de Cariacica-ES vão de encontro a esse padrão preestabelecido e organizam a sua rotina de trabalho e a sua vida de acordo com os fenômenos naturais, em uma verdadeira simbiose com o meio. Portanto, a partir de situações que retratam a realidade local dos educandos serão abordados temas contextualizados ao município de Cariacica como: Será que todos necessitam recorrer ao relógio para realizar seu trabalho? Existem profissões que ainda utilizam o tempo marcado pelos processos cíclicos da natureza? Se não utilizam o relógio, como eles organizam suas tarefas diárias? Como essas pessoas identificam fenômenos naturais com marés, ventos, fases da Lua? Essas profissões podem colaborar para a manutenção mais equilibrada do meio ambiente?

Objetivo Geral:

Reconhecer a importância da conservação dos manguezais para a manutenção dos saberes populares de pescadores(as) e marisqueiros(as) tradicionais de Cariacica que estão imbuídas de valores culturais, assim como, para o equilíbrio das áreas costeiras e do planeta.

Conteúdos e Métodos N° de aulas PI*

03

Objetivos Específicos

- Identificar os conhecimentos prévios dos alunos sobre manguezal por meio da experiência social inerente a cada indivíduo.

- Entender que o ecossistema manguezal é característico de zonas de clima quente ocorre em áreas estuarinas e que necessitam de água salobra.

- Compreender a importância do manguezal para o equilíbrio do planeta.

- Apresentar a importância da fauna e da flora que compõem o manguezal e suas relações ecológicas. - Reconhecer o manguezal como ecossistema presente na comunidade na qual está inserida a escola.

Conteúdos - Ecossistema manguezal

- Construir no quadro branco um mapa conceitual falado dos principais elementos identificados pelos alunos do ecossistema manguezal.

- Passar a música: o rio se encontra com o mar https://www.youtube.com/watch?v=0wLsdciLX4M (3'09”) e trocar ideias sobre a formação, composição e funções do manguezal.

- Perguntar aos alunos se eles já comeram algum fruto do mar ou marisco. - Apresentar por meio de imagens a fauna e flora que compõem o manguezal.