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FINALIDADE DE PESQUISA: PERSPECTIVA BRASILEIRA

4) Fármacos: Os tipos de produtos antes apontados têm a vantagem de ser mais inde- inde-pendentes do controle da Anvisa, mas não há como deixar de investir em tecnologia

10.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A ampliação das opções terapêuticas ofertadas aos usuários do Sistema Único de Saú-de, com garantia de acesso a plantas medicinais, fitoterápicos e serviços relacionados

à fototerapia, com segurança, eficácia e qualidade, na perspectiva da integralidade da atenção à saúde, é uma importante estratégia com vistas à melhoria da atenção à saúde da população e à inclusão social.

Neste sentido, a convergência e sintonia entre políticas setoriais e o reconhecimento e desenvolvimento da competência científica e tecnológica em plantas medicinais e fi-toterápicos, são fatores que devem ser considerados na elaboração de políticas públi-cas na área de plantas medicinais e fitoterápicos, como a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, a Política Nacional de Biodiversidade, a Política Industrial Tecnológica e de Comércio Exterior e a Política Nacional de Desenvolvimento Regional que contemplam biotecnologia e fármacos em suas ações estratégicas, nas denominadas áreas portadoras de futuro.

Como demonstrado no presente levantamento diagnóstico as áreas de plantas medici-nais e fitoterápicos podem representar importante fonte de inovação em saúde, sendo objeto de interesses empresariais públicos e privados e podem representar um fator de competitividade do Complexo Produtivo da Saúde. Esse contexto impõe a necessidade de uma ação transversal, voltada para o fortalecimento da base produtiva e de inovação local e para a competitividade da indústria nacional. Por outro lado, o desenvolvimento do setor plantas medicinais e fitoterápicos pode se configurar como importante estraté-gia para o enfrentamento das desigualdades regionais existentes em nosso País.

Ao lado do potencial científico e tecnológico, outro fator de grande relevância para o de-senvolvimento do setor de plantas medicinais no Brasil é a distribuição de 4,1 milhões de estabelecimentos agropecuários de base familiar pelo país, sendo esses indicados para as atividades de produção de plantas com características medicinais. A conjugação da am-pla biodiversidade, dos potenciais científicos, tecnológicos e produtivos são a base para o desenvolvimento de produtos pelo complexo industrial, por isso, vislumbra-se que o Brasil seja um grande produtor de novas moléculas bioativas com atividade terapêutica, cosmética ou outro fim industrial.

E por fim, a consolidação da competência científica e tecnológica em plantas medicinais e fitoterápicos no Brasil, depende fundamentalmente de ações continuadas: a) da forma-ção e capacitaforma-ção de recursos humanos para o desenvolvimento de pesquisas, tecnolo-gias e inovação em plantas medicinais e fitoterápicos; b) do fomento em pesquisa, desen-volvimento tecnológico e inovação utilizando a biodiversidade brasileira, abrangendo espécies vegetais nativas e exóticas adaptadas; c) do apoio a implantação de plataformas tecnológicas piloto para o desenvolvimento integrado de cultivo de plantas medicinais e produção de fitoterápicos; d) da construção de um uma política intersetorial para o desenvolvimento científico, tecnológico, produtivo, industrial e regulatório para plantas medicinais e fitoterápicos; e, e) do estímulo a produção de fitoterápicos em escala

in-dustrial a fim de promover a ampliação da oferta de medicamentos fitoterápicos para o Sistema Único de Saúde.

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