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FINALIDADE DE PESQUISA: PERSPECTIVA BRASILEIRA

4) Fármacos: Os tipos de produtos antes apontados têm a vantagem de ser mais inde- inde-pendentes do controle da Anvisa, mas não há como deixar de investir em tecnologia

8.9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

De uma maneira geral, as diretrizes e ações propostas pelo PNPMF, compõem uma es-tratégia para a inserção dos fitoterápicos no complexo produtivo e inovação em saúde, pois contempla ações que vão ao encontro do desenvolvimento produtivo e a integração de novos produtos para serem utilizados como terapêutico no Sistema Único de Saúde.

O PNPMF visa garantir à população brasileira o acesso seguro e o uso racional de plan-tas medicinais e fitoterápicos, promovendo o uso sustentável da biodiversidade, o desen-volvimento da cadeia produtiva e da indústria nacional. Para que isto ocorra, o PNPMF pretende ampliar o uso de plantas medicinais, fitoterápicos e serviços relacionados à Fitoterapia no SUS. Além disso, vai promover e reconhecer as práticas populares e tradi-cionais de uso de plantas medicinais.

Entre as diretrizes estabelecidas na PNPMF para inserir os fitototerápicos no complexo produtivo e inovação em saúde, destacam-se:

a) Regulamentar o cultivo; o manejo sustentável; a produção, a distribuição, e o uso de plantas medicinais e fitoterápicos, considerando as experiências da sociedade civil nas suas diferentes formas de organização;

b) Promover a formação técnico-científica e capacitação no setor de plantas medicinais e fitoterápicos;

c) Incentivar a formação e capacitação de recursos humanos para o desenvolvimento de pesquisas, tecnologias e inovação em plantas medicinais e fitoterápicos;

d) Estabelecer estratégias de comunicação para divulgação do setor plantas medicinais e fitoterápicos;

e) Fomentar pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação com base na biodiversi-dade brasileira, abrangendo espécies vegetais nativas e exóticas adaptadas, priorizan-do as necessidades epidemiológicas da população;

f) Promover a interação entre o setor público e a iniciativa privada, universidades, cen-tros de pesquisa e Organizações Não Governamentais (ONG) na área de plantas me-dicinais e desenvolvimento de fitoterápicos;

g) Apoiar a implantação de plataformas tecnológicas piloto para o desenvolvimento in-tegrado de cultivo de plantas medicinais e produção de fitoterápicos;

h) Incentivar a incorporação racional de novas tecnologias no processo de produção de plantas medicinais e fitoterápicos;

i) Garantir e promover a segurança, a eficácia e a qualidade no acesso a plantas medi-cinais e fitoterápicos;

j) Promover a adoção de boas práticas de cultivo e manipulação de plantas medicinais e de manipulação e produção de fitoterápicos, segundo legislação específica;

k) Promover o uso sustentável da biodiversidade e a repartição dos benefícios derivados do uso dos conhecimentos tradicionais associados e do patrimônio genético;

l) Promover a inclusão da agricultura familiar nas cadeias e nos arranjos produtivos das plantas medicinais, insumos e fitoterápicos;

m) Estimular a produção de fitoterápicos em escala industrial;

n) Estabelecer uma política intersetorial para o desenvolvimento socioeconômico na área de plantas medicinais e fitoterápicos;

o) Incrementar as exportações de fitoterápicos e insumos relacionados, priorizando aqueles de maior valor agregado;

p) Estabelecer mecanismos de incentivo para a inserção da cadeia produtiva de fitoterá-picos no processo de fortalecimento da indústria farmacêutica nacional.

Visão semelhante é compartilhada pela Organização Mundial da Saúde que recentemen-te reconheceu não só o PNPMF do Ministério da Saúde do Brasil como recentemen-tem recomen-dado a inserção e uso generalizado de fitoterápicos ao redor do mundo. Em sua nova política, a OMS recomenda aos países membros o uso de recursos mais simples, menos danosos à saúde, mais baratos, inofensivos, cientificamente comprovados e avaliados.

Conclui-se assim que o PNPMF tem apoio político não só internamente e ganhará dina-mismo com um esforço conjunto do setor público, do privado e da sociedade, capaz de envolver todos os setores com foco no desenvolvimento produtivo com o fim de promo-ver mais acesso à saúde para a população brasileira. Neste sentido, inserir os fitototerápi-cos no complexo produtivo e inovação em saúde é fundamental para o desenvolvimento e lançamento no Brasil de novos fitoterápicos considerados estratégicos pelo Governo Federal, no âmbito do Sistema Único da Saúde.

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