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A partir do que foi analisado no decorrer desta Monografia pode-se concluir que:

• O Princípio da Eficiência surgiu em um contexto de transição entre a Administração Burocrática e o Gerencialismo. Ele representou uma tentativa de mudança de uma Constituição eminentemente Burocrática para uma Gerencial.

• A Emenda Constitucional nº 19/98 sofreu forte influência das duas primeiras sub- teorias Gerencialistas: o Gerencialismo Puro e o Consumerismo.

• Essa influência repercute na principal inovação trazida pela EC nº 19/98: A Eficiência Administrativa. Partindo de uma interpretação histórica e lógica, tem-se que o conteúdo mínimo da Eficiência Administrativa abrange a Produtividade (mais benefícios, menos gastos) do Gerencialismo Puro e a Qualidade (Efetividade) do Consumerismo.

• A partir desse conceito, é possível se determinarem três assepções da Eficiência Administrativa, com base no ponto de vista a partir do qual se analisa.

Primeiramente, tem-se a Eficiência enquanto dever, voltado ao agente público. É o dever de se agir com presteza, perfeição e rendimento funcional. A partir desse dever, é possível realizar o controle dos atos administrativos, seja quanto à sua efetiva realização, seja quanto às escolhas que foram feitas, que devem sempre ser “ótimas”, pautadas por critérios objetivos.

Em segundo lugar, há a Eficiência enquanto princípio, observado do ponto de vista da organização jurídico-administrativa. É o que motiva as modificações legislativas e delegações de competência e autonomia. Essas delegações se dão principalmente por meio do Contrato de Gestão, que pode ser firmado com autarquias e fundações públicas (criando as Agências Executivas, com autonomia definida em leis e decretos) e com pessoas jurídicas de direito civil sem fins lucrativos (qualificando-as em organizações sociais, não obstante a regulamentação falha).

Por fim, há a Eficiência enquanto direito difuso de todos os cidadãos, que dependem, em alguma medida, do Estado para exercer muitos de seus direitos mais básicos.

• Sendo direito difuso, há a possibilidade de o Ministério Público, enquanto fiscal de lei, defensor da sociedade e em posição de Ombudsman, exercer um controle judicial externo mais direto da Eficiência Administrativa.

• Esse controle pode se dar em relação tanto à atuação administrativa em si, através da Ação Civil Pública, visando desconstituir um ato ou procedimento ineficiente e/ou indenizar todos os lesados por essa ação ou omissão estatal.

• É possível, igualmente, o controle voltado à responsabilidade do agente em particular (accountability) através da Lei de Improbidade Administrativa. Sendo o ato contrário aos princípios, havendo ou não dano ao erário ou enriquecimento ilícito, é possível ajuizar ação com o fim de impor diversas sanções ao agente ineficiente, incluindo o ressarcimento do dano.

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