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“Carinhoso”, “gracioso”, “cheiroso”, “bondoso”, “maravilhoso”, “fabulosas” e “mentirosa”.

No primeiro balão, elas dão características ao Lobo Mau e, no se- gundo, “fabulosas” caracteriza o que Chapeuzinho falou. A palavra “mentirosa” caracteriza a própria Chapeuzinho. São adjetivos. A partir das palavras “carinho”, “graça”, “cheiro”, “bondade”, “fábula” e “mentira”.

Sim, são sufixos porque são terminações acrescidas ao final das palavras, modificando-as. Professor, embora as atividades mencionem a definição do sufixo, o importante é que os alunos percebam a mudança semântica das palavras que são por ele modificadas.

Ó Lobo Mau, você é tão carinhoso, gracioso, cheiroso,

bondoso, maravilhoso!

Suas palavras são tão fabulosas, Chapeuzinho

mentirosa! Por quê? Ilustrações: R enato Arlem Resposta pessoal. Resposta pessoal.

Respostas pessoais. Professor, essas são questões de antecipação do texto por meio de dedução de alguns de seus aspectos composicionais. Os alunos farão a confir- mação das hipóteses durante a seção Por

dentro do texto.

1. Em seu caderno, transcreva a alternativa que combina com você quando vê alguém pela primeira vez.

a) Deixa-se levar pela primeira impressão, seja boa ou ruim.

b) Desconfia logo à primeira vista e prefere aguardar a convivência para descobrir com quem está lidando.

c) Costuma simpatizar com qualquer pessoa à primeira vista. d) Tem receio de se relacionar com desconhecidos.

2. Você já chegou a um lugar onde não conhecia ninguém? O que sentiu e fez nessa situação?

3. Leia apenas o título do texto a seguir e observe a ilustração que o acompanha. a) Em que ambiente você imagina que a próxima história se passa?

b) A que tipo de lição o título do texto pode estar se referindo?

ANTES DE LER

No último dia de férias, Lilico nem dormiu direito. Não via a hora de voltar à escola e rever os amigos. Acordou feliz da vida, tomou o café da manhã às pressas, pegou sua mochila e foi ao encontro deles. Abraçou-os à entrada da escola, mostrou o relógio que ganhara de Natal, contou sobre sua viagem ao litoral. Depois ouviu as histórias dos amigos e divertiu-se com eles, o coração latejando de alegria. Aos poucos, foi matando a saudade das descobertas que fazia ali, das meninas ruidosas, do azul e branco dos uniformes, daquele burburinho à beira do portão. Sentia-se como um peixe de volta ao mar. Mas, quando o sino anunciou o início das aulas, Lilico descobriu que caíra numa classe onde não havia nenhum de seus amigos. Encontrou lá só gente estranha, que o obser- vava dos pés à cabeça, em silêncio. Viu-se perdido e o sorriso que iluminava seu rosto se apagou. Antes de começar, a professora pediu que cada aluno se apresentasse. Aborrecido, Lilico estudava seus novos companheiros. Tinha um japonês de cabelos espetados com jeito de nerd. Uma garota de olhos azuis, vinda do Sul, pareceu-lhe fria e arrogante. Um menino alto, que quase bateu no teto quando se ergueu, dava toda a pinta de ser um bobo. E a menina que morava no sítio? A coitada comia palavras, olhava-os assustada, igual um bicho do mato. O mulato, filho de pescador, falava arrastado, estalando a língua, com sotaque de malandro. E havia uns garotos com tatuagens, umas meninas usando óculos de lentes grossas, todos esquisitos aos olhos de Lilico. A professora? Tão diferente das que ele conhecera... Logo que soou o sinal para o recreio, Lilico saiu a mil por hora, à procura de seus antigos colegas. Surpreendeu-se ao vê-los em roda, animados, junto aos estudantes que haviam conhecido horas antes. De volta à sala de aula, a professora passou uma tarefa em gru- po. Lilico caiu com o japonês, a menina gaúcha, o mulato e o grandalhão. Começaram a conversar cheios de cautela, mas paulatinamente foram se soltando, a ponto de, ao fim do exercício, parecer que se conheciam há anos. Lilico descobriu que o japonês não era nerd, não: era ótimo em Matemáti- ca, mas tinha dificuldade em Português. A gaúcha, que lhe parecera tão metida, era gentil e o mirava ternamente com seus lindos olhos azuis. O mulato era um caiçara responsável, ajudava o pai desde criança e prometeu ensinar a todos os segredos de uma boa pescaria. O grandalhão não tinha nada de bobo. Raciocinava rapidamente e,

com aquele tamanho, seria legal jogar basquete no time dele.

Lilico descobriu mais. Inclusive que o haviam achado mal-humorado quando ele se apresentara, mas já não pensavam assim. Então, mirou a me- nina do sítio e pensou no quanto seria bom conhecê-la. Devia saber tudo de passarinhos. Sim, justamen-

te porque eram diferentes havia encanto nas pessoas. Se ele descobrira aquilo no primeiro dia de aula, quan- tas descobertas não haveria de fazer no ano inteiro? E, como um lápis deslizando numa folha de papel, um sorriso se desenhou nova- mente no rosto de Lilico.

CArrASCozA, João Anzanello. Nova Escola, São Paulo, ed. Abril, dez. 2000.

Jót

ah

POR DENTRO DO TEXTO

1. Anote todos os sentimentos e emoções vividos pela personagem Lilico.

2. O narrador conta que Lilico chega alegre à escola. O que o fez sentir-se diferente?

3. Releia este trecho que revela os primeiros pensamentos de Lilico sobre os novos colegas:

[...] Aborrecido, Lilico estudava seus novos companheiros. Tinha um japonês de cabelos espetados com jeito de nerd. Uma garota de olhos azuis, vinda do Sul, pareceu-lhe fria e arro- gante. Um menino alto, que quase bateu no teto quando se ergueu, dava toda a pinta de ser um bobo. E a menina que morava no sítio? A coitada comia palavras, olhava-os assustada, igual um bicho do mato. O mulato, filho de pescador, falava arrastado, estalando a língua, com sota- que de malandro. E havia uns garotos com tatuagens, umas meninas usando óculos de lentes grossas, todos esquisitos aos olhos de Lilico. [...]

• O trecho acima revela alguns tipos de preconceitos. Quais são eles?

4. Qual foi a oportunidade que Lilico teve para mudar sua visão a respeito dos novos colegas? 5. Lilico descobriu que seus novos colegas tinham características positivas e, portanto, cada um tinha

uma contribuição importante para o grupo.

a) O que a menina que morava no sítio tinha a oferecer para a turma? b) E o colega alto?

c) E o filho de pescadores? O que poderia ensinar aos meninos da turma? d) O que o surpreendeu na garota gaúcha?

6. Qual é a relação entre o desfecho da história e o título do texto?

TROCANDO IDEIAS

1. A reação de Lilico ao voltar para a escola no primeiro dia de aula após as férias é comum? Por quê? 2. Você acha que poderia ter a mesma reação de Lilico se, após as férias, ao voltar para a escola,

fosse para uma turma diferente? Por quê?

3. Você já teve sentimentos ou atitudes semelhantes aos de Lilico? Conte-os para sua turma.

Reflexão sobre o uso da língua

Verbo (i)

1. Releia o trecho abaixo, retirado do texto “Uma lição inesperada”, para responder às questões a seguir.

[...] Acordou feliz da vida, tomou o café da manhã às pressas, pegou sua mochila e foi ao en- contro deles. Abraçou-os à entrada da escola, mostrou o relógio que ganhara de Natal, contou sobre sua viagem ao litoral. Depois ouviu as histórias dos amigos e divertiu-se com eles [...].

Resposta possível: Parágrafo 1: ansiedade, felicidade, animação, desorientação, decepção, aborrecimento, desconfiança (cautela), conforto (sentiu-se à vontade), surpresa, admiração. Parágrafo 2: curiosidade, animação.

Ele fica decepcionado pelo fato de não ter caído na classe dos colegas conhecidos.

Lilico julga as pessoas pela aparência (características físicas) e pelo comportamento delas. O menino revela preconceito contra quem parece ser “bobo” ou “bitolado”, “nerd ” (estudioso demais). Preconceito linguístico, social e preconceito quanto à maneira de as pessoas se apresentarem (uso de: roupas, acessórios, tatuagens). O trabalho em grupo sugerido pela professora.

Ela devia conhecer tudo sobre passarinhos. Seria um bom jogador de basquete.

Resposta pessoal. Espera-se que os alunos percebam que esse menino, por já trabalhar, era mais amadurecido que os demais. Também conhecia tudo sobre pescaria. Ela era gentil e não “metida”.

O desfecho da história revela que Lilico, preconceituoso no início, acaba aprendendo uma lição, não uma lição como estava acostumado na escola: de Matemática ou História ou de outra matéria, mas uma lição de vida – não julgar pelas aparências. Lilico foi surpreendido com essa lição, por isso o título “Uma lição inesperada”.

Como aprendemos na unidade anterior, nas histórias há um narrador que relata fatos, envolvendo personagens que agem e dialogam em um espaço e durante um período de tempo.

a) Quais são as palavras que expressam as ações da personagem no trecho extraído?

b) É possível perceber se as ações acontecem no presente, no passado ou no futuro? Justifique sua resposta.

c) Se as ações de Lilico ainda não tivessem acontecido e o narrador fosse nos contar suas ações futu- ras, como ficaria a frase abaixo? Reescreva-a em seu caderno, fazendo as alterações necessárias.

[...] Acordou feliz da vida, tomou o café da manhã às pressas, pegou sua mochila e foi ao encontro deles. [...]

Com essas atividades, você pôde perceber que as palavras que expressaram as ações das perso- nagens – “acordou”, “tomou”, “pegou”, “foi”, “abraçou”, “mostrou”, “ganhara”, “contou”, “ouviu”, “divertiu-se” – sofreram alterações na forma quando quisemos mudar o tempo do passado para o futuro. 2. Releia este outro trecho do texto, do qual foram omitidas algumas palavras:

[...] Aos poucos, a saudade das descobertas que ali, das meninas ruidosas, do azul e branco dos uniformes, daquele burburinho à beira do portão. Como um peixe de volta ao mar. Mas, quando o sino o início das aulas, Lilico que numa classe onde não nenhum de seus amigos. [...]

a) A omissão das palavras possibilitou a compreensão adequada e total desse trecho? Por quê? b) As palavras que permaneceram no texto indicam alguma ação das personagens, sugerindo tam-

bém o tempo em que ocorreram? Não.

c) Em sua opinião, por que as palavras omitidas prejudicam o sentido do texto?

As palavras que exprimem ações que acontecem em determinado tempo fazem parte de uma clas-

se gramatical chamada verbo.

IMPORTANTE SABER

3. Agora, observe novamente este trecho:

[...] Acordou feliz da vida, tomou o café da manhã às pressas, pegou sua mochila e foi ao encontro deles. [...]

a) Se quiséssemos acrescentar um pronome pessoal do caso reto no início desse trecho, que pronome utilizaríamos? O pronome “ele”.

b) A que pessoa do discurso esse pronome se refere? Refere-se à 3a pessoa do singular.

“Acordou”, “tomou”, “pegou”, “foi”, “abraçou”, “mostrou”, “ganhara”, “contou”, “ouviu”, “divertiu-se”. Pela terminação dos verbos, podemos perceber que as ações ocorrem no passado.

Acordará feliz da vida, tomará o café da manhã às pressas, pegará sua mochila e irá ao encontro deles. Professor, caso os alunos respondam utilizando a forma composta do

tempo futuro – vai acordar, vai tomar, vai pegar –, é interessante enfatizar que elas são bastante comuns na linguagem informal, e as citadas como respostas, em situações formais.

Não, pois o sentido do texto ficou prejudicado.

Resposta pessoal. Espera-se que o aluno perceba a função dos verbos no trecho. Sua omissão prejudica a construção de sentido, pois impede a identificação das ações realizadas pelas personagens e do tempo em que ocorreram.

4. Se a história fosse contada por Lilico, ou seja, se fosse contada por um narrador-personagem, como ficaria o trecho abaixo? Reescreva-o em seu caderno, fazendo as alterações necessárias.

[...] Abraçou-os à entrada da escola, mostrou o relógio que ganhara de Natal, contou sobre sua viagem ao litoral. Depois ouviu as histórias dos amigos e divertiu-se com eles [...]

Professor, é importante salientar aos alunos que, além da alteração sofrida pelos verbos, por causa da mudança da 3a pessoa para

a 1a pessoa do singular, houve também a alteração dos pronomes possessivo (minha) e pessoal do caso oblíquo (me).

Abracei-os à entrada da escola, mostrei o relógio que ganhara de Natal, contei sobre minha viagem ao litoral. Depois ouvi as histórias dos amigos e diverti-me com eles [...].

Professor, se achar necessário, aprofunde esse assunto com o auxílio do Apêndice.

APLICANDO CONHECIMENTOS

1. Escreva um pequeno parágrafo contando como é o seu dia a dia. Comece com a expressão “Todos os dias eu...”.

• Depois de elaborar o texto, responda oralmente: Que tempo verbal você usou para construir o parágrafo? Por quê?

2. Copie a história a seguir em seu caderno, substituindo os símbolos pelos verbos do quadro.

retrucou secou viviam chegaram foram disse

As rãs e o sapo

Duas rãs ▲ num pântano. Mas no verão o pântano ▲ e elas ▲ procurar outro lugar para morar. ▲ perto de um poço. Uma ▲: “Parece um lugar gostoso e úmido. Vamos pular e fazer a nossa casa.” Mas a outra ▲ : “Vamos com calma, amiga. Se este poço secar, como vamos sair e pular?” [...]

BenneTT, William J. O livro das virtudes I. rio de Janeiro: nova Fronteira, 1996.

Supõe-se que o aluno use o tempo presente. A expressão “todos os dias”, acompanhada do verbo no presente, indica hábito, frequência das atividades descritas.

viviam secou foram Chegaram disse

retrucou

Os verbos sofrem variações de acordo com o tempo em que as ações acontecem (passado, pre-

sente, futuro). Observe os exemplos:

Lilico acordou feliz da vida naquele dia.

Lilico acorda feliz da vida todos os dias.

Lilico acordará feliz da vida amanhã.

Os verbos sofrem variações de acordo com as pessoas do discurso às quais estão relacionados.

1

a

pessoa do singular: eu tomei o café da manhã às pressas.

2

a

pessoa do singular: tu tomaste o café da manhã às pressas.

3

a

pessoa do singular: ele tomou o café da manhã às pressas.

1

a

pessoa do plural: nós tomamos o café da manhã às pressas.

2

a

pessoa do plural: vós tomastes o café da manhã às pressas.

3

a

pessoa do plural: eles tomaram o café da manhã às pressas.

3. Em seu caderno, reescreva o trecho a seguir, colocando os verbos no tempo presente:

Duas rãs viviam num pântano. Mas no verão o pântano secou [...]

• A mudança do tempo dos verbos modificou o sentido do texto. Explique qual foi a mudança. 4. Releia o seguinte trecho do texto “Uma lição inesperada”:

[...] Lilico estudava seus novos companheiros. Tinha um japonês de cabelos espetados com jeito de nerd. Uma garota de olhos azuis, vinda do Sul, pareceu-lhe fria e arrogante.

a) Nesse trecho, aparecem quatro verbos. Encontre-os e transcreva-os. “Estudava”, “tinha”, “vinda”, “pareceu”.

b) Como vimos, a maioria dos verbos indica ação. Porém, há aqueles que também podem indicar um estado. Nesse fragmento, qual dos verbos indica estado? “Pareceu”.

c) A qual personagem esse verbo se refere? Refere-se à garota de olhos azuis.

d) Com qual finalidade esse verbo foi utilizado? Espera-se que o aluno perceba que o verbo foi utilizado para caracterizar a personagem.

e) Na frase “Lilico estudava seus novos companheiros”, o verbo destacado teria outro sentido se estivesse acompanhado da palavra “com”? Explique.

Sim. Sem a palavra, no sentido em que está sendo usado, o verbo “estudar” significa “analisar”; acompanhado da palavra “com” (estudar com), passaria a significar que a personagem tinha a companhia dos colegas para estudar.

Prática de leitura