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CONTROLO DE ELEMENTOS PRÉ FABRICADOS

MATERIAIS Juntas de Trabalho

IV. CONTROLO DE ELEMENTOS PRÉ FABRICADOS

Os elementos prefabricados têm grande utilização em todas as obras, e especialmente em obras marítimas, por variadas razões que se prendem com as dificuldades deste tipo de obras, pois muitas delas são executadas no meio do mar, sujeitas a marés, acção das vagas, etc.

116/233 Outra utilização muito frequente, resulta da necessidade de proteger certas estruturas, como é o caso dos quebra-mares, com blocos artificiais de pesos elevados, sempre que as disponibilidades de pedra sejam reduzidas ou onde o tipo de pedreira não permita a obtenção de blocos de peso razoável (habitualmente acima de 100 kN). No outro tipo de obras os prefabricados aparecem sobretudo para facilitar a construção e em elementos de utilização repetitiva.

Como regra geral de controlo de elementos prefabricados, todos os procedimentos anteriormente indicados para betonagem, deverão ser seguidos também aqui e objecto de controlo cuidado, tendo em conta as especificações normalmente estabelecidas em Caderno de Encargos.

Fabrico

No fabrico dos blocos artificiais, deverão ser seguidos os procedimentos referidos neste capítulo, especialmente aqueles que mais interfiram nas características e qualidades finais do produto a obter. Serão de particular importância a verificação das características de resistência especificadas nos Cadernos de Encargos.

No fabrico dos elementos pré - fabricados para as construções em geral, dado a sua característica de repetição, deve ter-se em especial atenção a resistência e durabilidade dos moldes, a betonagem, a cura e a desmoldagem para não aparecerem peças defeituosas de modo que dificultem a montagem e ligação.

Moldes

Os moldes destinados ao fabrico das peças prefabricadas devem obedecer às características geométricas da peça indicada em projecto e, nessa medida, a acção do controlo incidirá especialmente na verificação dos elementos respectivos indicados em Caderno de Encargos.

Por outro lado, deverá verificar e certificar-se da robustez, adequabilidade, formas, desempenamento e da natureza dos materiais que constituem o molde, por forma a que este resista às sucessivas aplicações a que irá estar sujeito nas operações de fabrico (blocos). Deverá, igualmente, ser verificado o processo de descofragem utilizado por forma a que este não introduza empenos ou outras deficiências no prefabrico ao ser-lhe retirado o molde, isto é, na descofragem.

A experiência tem mostrado que os moldes metálicos são mais resistentes e eficazes na utilização em estaleiro, normalmente pela sua re-utilização múltipla decorrente quase sempre do elevado número de peças a fabricar, pois devem suportar com segurança as acções a que vão estar sujeitos, como por exemplo, o impulso do betão fresco.

Dado que algumas das peças prefabricadas possuem formas com reentrâncias ou saliências, haverá que ter cuidados especiais no controlo de execução dessas zonas particulares do molde, respectivamente:

O acabamento;

• As uniões ou ligações entre peças para não permitir a fuga do betão; • Os suportes para os vibradores de cofragem;

117/233 • A localização da abertura para a colocação do betão;

• O volume do molde.

Estas verificações são da maior importância pois, não sendo mantidas as características do molde indicadas, podem resultar inconvenientes, por vezes difíceis de remediar, durante a execução da obra.

Deve o controlo verificar igualmente as condições em que os moldes são conservados e armazenados por forma a que, se tiverem de ser re-utilizados, mantenham as características iniciais. Os moldes, sendo na maior parte das vezes metálicos, devem possuir as tolerâncias em geral adoptadas para as peças que com eles são moldadas, tendo como ordem de grandeza as seguintes tolerâncias:

Tolerâncias (cm) Dimensões (cm) ± 0,5 até 10 ± 1,0 10 a 50 ± 1,5 50 a 200 ± 2,0 200 a 500 ± 2,5 500 a 1000 Cura e Desmoldagem

Uma vez betonados os elementos prefabricados, deverá ser posto especial cuidado no controlo das seguintes actividades:

• Cura;

• Desmoldagem ou Descofragem; • Remoção da peça para "stock".

Estas três operações requerem especial acompanhamento do controlo, de acordo com os elementos específicos estabelecidos em Caderno de Encargos pois, a entidade empreiteira, poderá ter tendência para reduzir os cuidados com estas actividades na busca de melhores ritmos de produção.

Na cura, os cuidados de controlo incidirão em que aquela não seja efectuada em condições de exposição que facilitem a perda de água, por evaporação excessiva, nomeadamente a remoção das cofragens ser efectuada demasiadamente cedo, após a colocação do betão no molde.

Tolerâncias

As tolerâncias geométricas das peças prefabricadas são, geralmente, reduzidas, uma vez que decorrem tolerâncias estabelecidas para os moldes utilizados no seu fabrico. Os Cadernos de Encargos estabelecem, geralmente, que não sejam aceites transições bruscas ou ressaltos nas superfícies dos elementos prefabricados. As tolerâncias de peso, no caso dos blocos de mantos com função resistente, são relativamente reduzidas e não deverão ultrapassar os cinco por cento.

Quanto às tolerâncias de fabrico, elas inserem-se nas características dos tipos e classes de betão, conforme estipulado no projecto.

118/233 Colocação em Obra

No controlo desta operação, deverão ser tidos em especial atenção os procedimentos que, usualmente, são estabelecidos para cada tipo de peça a utilizar. Contudo, há um conjunto de procedimentos comuns a ter em conta no controlo e que não dependem tanto do tipo de peça mas mais da sua natureza de elemento prefabricado.

Estes procedimentos são:

• Idade quando da remoção do molde;

• Processo de manuseio e movimentação, quer em estaleiro, quer em "stock"; • Transporte;

• Forma de processo de colocação (evitar o quebramento); • Idade da peça na sua aplicação definitiva em obra.

No controlo de colocação em obra, existem outras características que estão mais associadas ao tipo de elemento utilizado, e que constam, detalhadamente, das especificações respectivas do Caderno de Encargos.

Para o caso de blocos de um muro-cais, o controlo deverá, para além do acima indicado, verificar se :

• Foi efectuada a regularização da fundação;

• Cada elemento é colocado adequadamente um sobre o outro; • O processo de suspensão é o adequado;

• Cada coluna de blocos vai ficando correctamente erigida.

Estes procedimentos justificam-se, não só pelo peso elevado que cada bloco tem em regra, como pelo alinhamento de construção que deve ter um muro-cais. No caso de blocos para Mantos de Protecção, além dos procedimentos descritos anteriormente, o controlo de execução deve verificar:

• O seu peso individual; • O modo de colocação;

• O controlo do betão que lhes é destinado.

Estas operações de controlo são particularmente importantes, pois os blocos irão ter, regra geral, um funcionamento decorrente do seu peso próprio, da forma como foram colocados e arrumados, pois funcionam normalmente em conjunto, e da sua resistência individual, ou seja, não se partirem facilmente, especialmente durante a colocação.

Em Obras de Construção Civil o transporte e colocação dos elementos prefabricados colocam problemas especiais decorrentes da esbelteza das peças e da dificuldade de as montar com o auxílio de gruas. É muito importante respeitar os pontos em que deve ser feita a suspensão da peça.

119/233 Tolerâncias

As tolerâncias de colocação em obra para elementos prefabricados depende do tipo de bloco prefabricado e são estabelecidas em Caderno de Encargos em respeito pela concepção do projecto.

A título indicativo, referem-se algumas tolerâncias de colocação que podem ser adoptadas como base em Obras Marítimas:

Tipo de Bloco Tolerância Vertical (cm)

Tolerância Horizontal

(cm) Lajetas e dados de rampa ± 1-5 ± 10-15

Bloco de Muro-cais ± 5-10 ± 15-20 Blocos de Mantos 10% de E 20% de E

Sendo E a espessura do manto, normalmente em duas camadas e variável de bloco para bloco.

Controlo de Execução

O controlo da colocação em obras marítimas faz-se por métodos diferentes, consoante o tipo e a localização do bloco. Assim, blocos ou lajes numa rampa varadouro, poderão ser inspeccionados por mergulhador ou por exame topográfico directo (para os emersos). No caso de blocos de muro-cais, o controlo faz-se mais facilmente pela observação conjunta Dono da Obra/Empreiteiro durante a colocação.

Para os blocos em mantos de protecção, o controlo pode efectuar-se acompanhando a execução, quer topograficamente para os emersos, quer por levantamento da parte submersa do manto em questão. Nestas operações de controlo deverão ser seguidas, como base, as indicações expressas no Caderno de Encargos.

Após a execução da parte ou partes da obra em controlo, serão efectuados perfis para comparação com os perfis de projecto e verificação da conformidade do executado dentro das tolerâncias estabelecidas.

O controlo da colocação nas obras de construção civil em geral faz-se fundamentalmente com exame topográfico directo, por medição com fita métrica ou, ainda, com o uso de bitolas adequadas antes de se proceder a betonagem das zonas de ligação entre os diferentes elementos prefabricados.

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MÓDULO 6 - CONTROLO DE COLOCAÇÃO