• Nenhum resultado encontrado

CONTROLO DE QUANTIDADES “CUSTOS” Orçamento

TRABALHOS DE CONSTRUÇÃO

II. CONTROLO DE QUANTIDADES “CUSTOS” Orçamento

Uma das peças fundamentais do projecto é o Mapa de Quantidades por, entre outras razões, permitir determinar os custos das quantidades de trabalho a executar e, portanto, elaborar os orçamentos. Para uma exposição mais clara, vamos desenvolver este capítulo, subdividindo-o em Orçamento de Projecto e Orçamento da Proposta, conforme a sua determinação seja feita pelo Autor do Projecto ou pelo Empreiteiro. Teoricamente, estes orçamentos deveriam determinar Custos Globais de Empreitada iguais, mas na prática isso raramente acontece, considerando-se aceitável uma variação entre os dois da ordem de, aproximadamente, 10% .

Em qualquer dos casos a determinação dos custos que correspondem às quantidades de trabalho devem considerar todos os custos que oneram a obra, mesmo que não relacionados directamente com as quantidades de trabalho.

Assim, deve-se considerar nas operações a contribuição dos Equipamentos, Mão-de- Obra, Materiais e Diversos que, no seu todo, permitem elaborar os custos das operações auxiliares que, uma vez agrupadas, constituem o preço total unitário para

171/233 uma dada operação, ou seja, o custo de produção. Repare-se, porém, que só será possível conceber a realização não só duma operação, como de todas as que afinal constituem a execução da Empreitada, se as considerarmos como parte dum programa previamente elaborado, para a concretização do qual há que montar uma organização de meios humanos e materiais, que promova e apoie o seu correcto desenvolvimento nas melhores condições técnico-económicas. Tal organização constitui o chamado Estaleiro da Obra, isto é, não apenas as instalações propriamente ditas, como escritórios, armazéns e oficinas, mas também o pessoal dirigente e de enquadramento, como o engenheiro, os encarregados, os capatazes, etc.

Contudo, para apoio do estaleiro, há ainda que considerar toda a estrutura central da empresa, a qual permitiu, por sua vez, a angariação da obra, o estudo e preparação da proposta, o suporte financeiro para o seu lançamento (pagamento de cauções, aquisição de materiais, fornecimento de equipamentos e pessoal, etc.). A montagem e manutenção do estaleiro da obra, e a manutenção da própria estrutura central, implicam assim determinados encargos, os quais é necessário serem correctamente amortizados.

Desta forma, destes encargos há uma parte que se pode considerar de incidência directa no custo da obra, como sejam os resultados da montagem e manutenção do estaleiro, e os resultantes da eventual elaboração de peças de projecto complementares, cálculos, desenhos, etc.; da realização do orçamento da obra; dos gastos gerais previstos para a obra, como os referentes a despesas de correio e telefones, aluguer de instalações, sua iluminação e limpeza, material de expediente geral, seguros de viaturas, de obra e de equipamento, contribuições, licenças e impostos, fretes, cargas e descargas, ensaios laboratoriais, etc.; como sejam ainda os encargos referentes à manutenção dos serviços administrativos da obra (expediente, contabilidade, armazéns e parque), e serviços técnicos (remuneração do pessoal permanente) como engenheiros, desenhadores topógrafos e controladores, despesas com deslocações à obra de pessoal técnico exterior e respectivos encargos sociais, etc. O somatório deste tipo de encargos designa-se Encargos ou Custos Gerais de Estaleiro.

É de salientar, entretanto, que pode dar-se o caso de a realização de determinadas operações exigir o concurso de SUBEMPREITADAS, ou constituir até integral objecto de subempreitadas. Nestas circunstâncias, o trabalho produzido na obra em regime de subempreitadas não se pode considerar um trabalho de produção directa, isto é, de produção directa da empresa. Assim, é normal distinguir-se no custo da produção, o custo das subempreitadas. Ao somatório destas duas parcelas chama-se o total dos CUSTOS DIRECTOS.

Os restantes encargos anteriormente mencionados e, em particular, os referentes à estrutura central da empresa, na parte que logicamente cabe à obra amortizar, designam-se por ENCARGOS INDIRECTOS, constituindo o seu somatório o total dos CUSTOS INDIRECTOS.

Em determinados casos, para empresas que operam fora do país em que têm a sua sede, existem encargos adicionais por virtude dessa localização no estrangeiro ou mesmo em território nacional, mas distante (por exemplo, território insular). Deste modo e porque essas empreitadas constituem obras especiais no conjunto da empresa, costuma-se designar os encargos delas decorrentes por custos de estaleiro especiais e que constituem uma parcela dos custos de estaleiro.

172/233 CUSTOS DIRECTOS . Custo de produção . Custo de subempreitadas CUSTO TOTAL CUSTOS INDIRECTOS

. Custos gerais de estaleiro . Custos especiais de estaleiro . Custos de escritório central

Pode dizer-se que a soma dos custos directos com os custos indirectos traduz de facto o Custo Real da Obra, admitindo que toda a sua execução se processa sem o mais pequeno desvio, risco, ou imprevisto, resultante de problemas de mão-de-obra ou materiais, de anomalias com as subempreitadas, de dificuldades causadoras de maiores gastos gerais, de maiores encargos com os serviços técnicos e administrativos, de revisões de projecto ou novos cálculos que porventura haja que efectuar, e até de deficiências de equipamento motivando imobilizações mais demoradas, etc.

É por este motivo imprescindível estabelecer-se uma determinada margem de segurança, provendo a cobertura daqueles riscos ou imprevistos; é normal, aliás, que esta mesma margem ou percentagem, dado o carácter perfeitamente aleatório dos factores que pretende expressar, se destina igualmente a assegurar a parcela de lucro inerente à actividade industrial da empresa. Ao somatório dos valores assim obtidos (resultantes da incidência das referidas percentagens sobre cada uma das rubricas mencionadas), é usual chamar-se margem para LUCROS E IMPREVISTOS.

O valor da Empreitada traduz-se, assim, na soma de três parcelas: os custos directos (CD), os custos indirectos (CI) e os lucros e imprevistos (LC).

Seguidamente vai-se examinar, em detalhe, os tipos de orçamento que permitem chegar aos valores finais a apresentar em cada uma das fases: a de PROJECTO e a da PROPOSTA.

Orçamento de Projecto

Na elaboração de um orçamento de Projecto o seu Autor segue, geralmente, um dos ritérios seguintes:

• Analisar os Preços Unitários (preços de venda) propostos pelos concorrentes para a execução de trabalhos de Empreitadas de Construção de Obras, idênticas às previstas no Projecto, e que se refiram a Concursos realizados em tempo recente, determinando assim os preços unitários dos diferentes trabalhos;

• Calcular os Preços Singulares e Compostos dos diferentes trabalhos, tendo em atenção os Custos dos Materiais e Mão-de-obra, os Custos do Estaleiro e restantes Custos Indirectos.

O primeiro critério é geralmente preferido pelo Autor do Projecto desde que disponha de preços unitários propostos em data recente por empresas idóneas e que analise com ponderação todas as propostas. Se algum dos preços lhe merecer dúvidas por lhe parecer exagerado, ou muito baixo, deverá então determinar o seu valor por processos idênticos aos que se explanarão no sub-capítulo seguinte - Orçamento da Proposta.

173/233 O Autor do Projecto tem muitas vezes, como já assinalámos, uma função de Assistência Técnica ou mesmo de Fiscalização das obras em execução. Esta actividade permite-lhe, portanto, um melhor conhecimento dos processos construtivos utilizados nos diferentes trabalhos e determinar os rendimentos do equipamento e mão-de-obra empregues. Esse conhecimento permite-lhe, portanto, proceder a uma determinação mais rigorosa do custo dos trabalhos.

Deve referir-se ainda que, em situações de elevada Inflação, a adopção dos preços unitários de propostas para obras semelhantes, realizadas recentemente, deve ser usada com muito cuidado e nunca para lapsos de tempo superiores ao trimestre, pois os preços unitários podem estar desactualizados. Se o lapso de tempo for superior ao indicado e não se dispuser da proposta mais recente ou informação complementar que possibilite a actualização, ter-se-á de recorrer a coeficientes de actualização baseados em valores conhecidos de índices de preços.

No caso dos preços Singulares e Compostos, o cálculo dos preços unitários deve ser muito semelhante à elaboração do orçamento da proposta, havendo, no entanto, da parte do Autor do Projecto, maior dificuldade na determinação dos Custos do Estaleiros e dos restantes Custos indirectos.

Orçamento da Proposta

A determinação do orçamento da empreitada, uma vez tomada a decisão de concorrer por parte da Entidade Empreiteira, é um trabalho de bastante responsabilidade, uma vez que, do seu maior ou menor rigor, pode depender o sucesso ou fracasso da obra, isto se vier a ser adjudicada a obra à Entidade Empreiteira em questão.

Preparação Preliminar do Orçamento

A partir do momento em que toma conhecimento da Empreitada, a Entidade concorrente começa por adquirir um exemplar do Processo do Concurso que inclui o Caderno de Encargos e o Projecto ou o Anteprojecto.

Iniciado o estudo dos elementos de projecto, condições do Caderno de Encargos e demais elementos, inicia os Contactos com os outros sectores da empresa a fim de obter elementos que lhe permitam elaborar o Orçamento. Esses elementos são:

• Do Sector de Equipamento - a situação do equipamento disponível, sua operacionalidade e demais elementos para o período em que irá decorrer a obra;

• Do Sector de Produção - análise tão completa quanto possível dos processos construtivos e soluções a adoptar para a execução;

• Do Sector de Pessoal - disponibilidades de pessoal efectivo da empresa que possa ser deslocado, suas especialidades, bem como do pessoal técnico que previsivelmente poderá ir chefiar a execução, etc.;

174/233 • Do Sector de Compras ou do Armazém - as eventuais disponibilidades e

alguns materiais de consumo corrente, cuja probabilidade de inclusão na obra seja elevada.

Paralelamente irá estabelecendo contactos com entidades exteriores à empresa com vista ao fornecimento de materiais (por exemplo, cimento), aluguer de equipamentos, custos unitários de grandes fornecimentos (por exemplo, brita). Identicamente, consultará Empreiteiros ou entidades especializadas na execução de determinadas actividades de que a empresa não detenha o conhecimento e especialização necessárias (por exemplo, pavimentos, injecções de betão, rebaixamentos do nível freático, etc.).

Nesta fase precisará, igualmente, de informação do local da obra quanto a variadas características, como sejam:

• Abastecimentos de Água e Energia; • Acessos;

• Condições Topo-hidrográficas; • Subempreiteiros locais;

• Existência de Pedreiras e Fornecedores de Agregados; • Disponibilidade de Mão-de-obra, etc.

Da posse destes elementos, passará à elaboração dos custos propriamente ditos e que se descreve a seguir. Deve referir-se que estas actividades podem decorrer paralelamente à elaboração dos custos e muitas vezes são realizados alternadamente com elas.

Estrutura dos Custos de Orçamento

Para apresentar a Proposta, o departamento de orçamento tem de proceder ao cálculo de variados custos que, fundamentalmente, são:

• Custos do Equipamento (horário); • Custo da Operação;

• Custo Total da Produção; • Custo Directo;

• Custos Gerais do Estaleiro; • Custos Especiais de Estaleiro; • Custos de Escritório Central; • Custo Total Geral;

175/233 • Preço de Venda.

Estes custos são determinados de acordo com a política seguida pela empresa e que normalmente possui impressos adequados a esse fim sendo na altura do orçamento devidamente.

Programa de Trabalhos

Para elaborar o orçamento é igualmente necessária a existência de um Programa de Trabalhos que defina, ainda que de forma resumida, o encadeamento e escalonamento das diversas actividades que constituem a empreitada e em correspondência, tão próxima quanto possível, com os tipos de trabalhos constantes da lista de quantidades de projecto ou anteprojecto. Este programa designa-se, habitualmente, por PROGRAMA DE TRABALHOS e é apresentado no Concurso juntamente com a Proposta do Empreiteiro.

O Programa de Trabalhos é elaborado tendo em conta o equipamento, a mão de obra a mobilizar e, por vezes, também o prazo proposto pelo Dono da Obra no Caderno de Encargos. A partir do plano preliminar, vai poder-se obter as durações destinadas para as várias actividades, mas sobretudo as principais, cuja estimativa de custo é fundamental para a determinação do Custo de Produção.

No sentido de facilitar a compreensão do modo de execução de um Orçamento, passar-se-á à sua descrição utilizando um exemplo.

Vamos considerar a Execução de um Esporão e estudar mais detelhadamente o trabalho de orçamentação.

Custo de Operação

O custo de operação é, como o seu nome indica, o custo de todas as operações parcelares que constituem determinada operação.

A partir da Lista de Quantidades, vão-se agrupar todos os artigos relativos à mesma actividade, ou seja, para o nosso exemplo: Enrocamentos. Depois, tem de se decompor esta actividade nas suas operações constituintes:

• Exploração da Pedreira, com desmonte e carga, incluindo o taqueio de enrocamentos e a execução de pequenos stocks;

• Transporte;

• Colocação em Obra.

Para a primeira actividade, Exploração de Pedreira, ir-se-á preencher uma folha de Custo da Operação, envolvendo a quantidade total e utilizando um rendimento conhecido das fichas de rendimento em arquivo para obter uma duração estimada, bem como das equipas de pessoal necessárias e do equipamento a utilizar.

Teremos assim:

• Equipamento – Compressor; • Wagon drill;

176/233 • Martelos perfuradores;

• Pás carregadoras; • Mão de obra – Capataz; • Marteleiros;

• Operador do Wagon drill; • Carregador de fogo; • Serventes;

• Materiais - Explosivos e barrenas; • Diversos.

Para o Equipamento será necessário o cálculo do seu custo horário através dum impresso no qual figuram a Posse, as Reparações, Materiais e Consumos, os quais calculados permitem chegar a um custo horário para cada máquina.

Voltando ao cálculo do Custo de Operação, ir-se-á inscrever na folha respectiva o tempo de duração da actividade e a ocupação prevista para o Equipamento e para a Mão de Obra, além do tempo de ocupação, os qualitativos por cada especialidade, por exemplo, 4 serventes, 2 marteleiros, etc. A partir daí, aplicam-se aos tempos totais encontrados, os valores unitários relativos ao custo do equipamento determinado pela folha respectiva, e para a Mão-de-obra, os salários unitários horários, incluindo os encargos sociais. Para os materiais, multiplicam-se as quantidades estimadas pelos custos obtidos por consulta ao mercado ou na secção de compras da entidade empreiteira, ficando-se, assim, com o total dos materiais utilizados na operação.

A utilização de todos estes volumes conduz para o Equipamento, Mão-de-obra e Materiais, a um Custo Total Geral da Operação que, dividido pela respectiva quantidade total, permite obter o CUSTO UNITARIO. Se a operação comportar o fornecimento de subempreitadas, poderia ser no nosso caso, por exemplo, a cargo do enrocamento, esse valor será inscrito nos diversos e incluído no Custo Geral.

Este reciocinio será repetido para todas as actividades constitutivas da empreitada originando assim um custo global total.

Custo Total de Produção

Para determinar este custo, será necessário somar os custos de operação obtidos para todas as actividades e também os custos das subempreitadas, incluídas ou não, na folha do custo da operação.

Existem várias subempreitadas que, pela sua natureza e volume, constituem elas próprias, uma operação coincidente com artigos da lista de quantidades e, nesse caso, elabora-se a Folha de Custo de Operação respectiva.

Os custos totais das várias operações inscritos nos espaços respectivos da folha de custo total, permitem, por simples adição, obter o Custo total Directo ou, como também por vezes é designado, Custo Seco.

177/233 Custos Gerais do Estaleiro

Para determinar estes custos será necessário ter uma ideia da estrutura da obra e, nesse aspecto, as fichas de rendimento (existentes em arquivo ou de anteriores orçamentos para obra semelhantes) poderão dar indicações úteis quanto à constituição das equipas.

Como exemplo, para o nosso caso, teríamos: • Engenheiro;

• Encarregado; • Apontador; • Fiel de Armazém;

• Funcionário Administrativo;

• Instalações para pessoal, Armazéns, etc; • Rendas, telefone, correio, etc;

• Comuns do Estaleiro;

• Montagem e Desmontagem do Estaleiro; • Báscula, etc.

Aplicando a cada uma destas rubricas os custos estimados respectivos, chegar-se-ia aos Encargos Totais Gerais do Estaleiro.

Custos Especiais de Estaleiro

No nosso exemplo, Construção de um Esporão, admitindo que a empresa construtora fosse estrangeira, haveria determinados encargos especiais do ponto de vista da organização interna dessa empresa que teriam de ser incluídos no orçamento. Estariam nesse caso os fretes para carga aérea, destinados a transportar rapidamente determinados sobressalentes fundamentais para a Grua da Obra e cuja entrega, por outro meio que não o Avião, acarretaria atrasos significativos. Outro caso são os encargos com pessoal deslocado do seu país, que por contrato se desloca em licença

x vezes ao seu país, durante a execução da obra. Outro caso ainda são os subsídios

especiais por isolamento, etc.

Para cálculo dos custos especiais, não haverá mais que adicionar os encargos parciais obtidos para cada uma destas situações de forma a obter o somatório de todas elas.

Custos do Escritório Central

Estes custos também chamados de SEDE, representam a quota parte que a obra terá de pagar, resultante da existência de uma estrutura de apoio central.

Assim, existem determinados serviços de apoio, como por exemplo o próprio Departamento de Orçamentação que, funcionando na sede terão o custo suportado

178/233 pelas diversas obras. Por outro lado, todas as obras têm um conjunto determinado de problemas contabilísticos, jurídicos e administrativos, que são normalmente resolvidos por uma estrutura existente nos escritórios centrais.

O cálculo destes custos pode fazer-se detalhando as várias actividades desenvolvidas para a obra e fazendo depois o somatório dos seus custos parciais. A outra forma de cálculo, por sinal mais utilizada, consiste em considerar uma percentagem do valor da obra como contribuição para a sede, pois conhecidas que são as despesas desta, considera-se que o montante relativo à obra é proporcional a esta, ou seja, uma grande obra implica maiores despesas de sede que uma obra pequena.

As percentagens atribuídas são muito variáveis de empresa para empresa, contudo, a título de exemplo, poder-se-á indicar valores da ordem de 5 a 10%.

Custo Total Geral

Este Custo Total Geral não apresenta mais do que o Valor do Orçamento e obtém-se pela soma dos vários custos anteriormente indicados e que são o custo de produção, o custo de sub-empreitadas, os custos gerais e especiais de estaleiro e os custos de escritório central.

CTG = CD + CI

ou de outra forma,

CTG = CP + CE + CIg + CIe + CIs

Preço de Venda

Uma vez na posse do valor total do Orçamento é imprescindível a consideração de uma determinada margem de segurança prevendo a cobertura de riscos ou imprevistos que cada obra comporta.

Por outro lado nos países de economia não planificada, é habitual a consideração de uma parcela destinada ao Lucro inerente à actividade industrial. Em empresas mistas ou estatais, este factor, podendo ser menor ou inexistente, poderá também ser eventualmente considerado embora sofrendo outra designação.

Ao somatório de todas estas parcelas, dá-se o nome de LUCROS E IMPREVISTOS

(LC).

Para obtenção do Preço de Venda, haverá que adicionar ao Custo Total Geral os Lucros e Imprevistos.

179/233 PV = CTG + LC

Temos, assim, realizada uma parte importante do nosso trabalho: a determinação do preço de venda da proposta. Há, no entanto, que reparar que é necessário elaborar a Lista de Preços Unitários, das diversas posições assinaladas pelo Dono da Obra no seu mapa de quantidades de trabalho a realizar e que irá ser entregue conjuntamente com a proposta. Iremos, por isso, tratar, finalmente, dos preços unitários de venda os quais, multiplicados pelas quantidades de trabalho respectivas a cada artigo, formam um somatório dos custos totais para cada artigo. Esse somatório será o Preço de Venda.

Preços Unitários de Venda

Para cálculo dos Preços Unitários de Venda, que figurarão na lista de preços da proposta, dispomos de dois tipos de elementos:

Por um lado, dos custos de produção referentes a cada posição (somatório da mão- de-obra, dos materiais e das máquinas, directamente envolvidos no "fabrico" da operação); e ainda do custo das subempreitadas eventualmente existentes discriminadas por operação;

Por outro lado, dispomos também de todo o conjunto dos restantes encargos indirectos (encargos com o estaleiro, gastos gerais da obra, encargos com projectos e orçamentos, com os serviços técnicos e administrativos, margem para encargos com a estrutura central, etc.), e do somatório das margens para lucros e imprevistos.

A partir daqui temos que distribuir por cada um dos artigos da lista de quantidades, o Valor de Venda Global subtraído da parcela do Custo Directo, ou seja, temos de determinar um Coeficiente de Encargo sobre a Produção.

P. Venda Coeficiente Encargo sobre a Produção = _____________ Custo Directo

Este coeficiente c terá de ser aplicado a cada um dos custos unitários de Produção