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CONVERSAS FAMILIARES DE ALÉM-TÚMULO O Tambor de Bérésina.

DE ESTUDOS PSICOLÓGICOS A INVEJA.

CONVERSAS FAMILIARES DE ALÉM-TÚMULO O Tambor de Bérésina.

(pag186-192)

Estando algumas pessoas reunidas conosco a fim de constatarem certas manifesta- ções, os fatos seguintes se produziram, durante várias sessões, e deram lugar à entrevis- ta que vamos narrar, e que apresenta um alto interesse do ponto de vista do estudo.

O Espírito se manifestou por pancadas, não com o pé da mesa, mas na substância da própria madeira. A troca de pensamentos que ocorreu, nesta circunstância, entre os assistentes e o ser invisível, não permitia duvidar da intervenção de uma inteligência ocul- ta. Por outro lado, as respostas dadas a diversas perguntas, seja por sim e por não, seja por meio da tiptologia alfabética, os golpes batiam à vontade uma marcha qualquer, o rit- mo de uma música, imitavam a fuzilaria e a canhonada de uma batalha, o barulho do ta- noeiro, do sapateiro, fazendo o eco com uma admirável precisão, etc. Depois ocorreu o movimento de uma mesa e sua translação, sem nenhum contato das mãos, estando os assistentes afastados; uma saladeira, tendo sido colocada sobre a mesa, ao invés de gi- rar, se pôs a deslizar em linha reta, igualmente sem o contato das mãos. Os golpes se faziam ouvir igualmente em diversos móveis do quarto, algumas vezes simultaneamente, outras vezes como se respondessem.

O Espírito parecia ter uma marcada predileção pelas pancadas do tambor, porque a elas voltava, a cada instante, sem que se lhe pedisse; freqüentemente, em certas ques- tões, em lugar de responder, ele batia a geral ou a chamada. Interrogado sobre várias particularidades de sua vida, disse charmar-se Celima, ter nascido em Paris, morrido há quarenta e cinco anos, e ter sido tocador de tambor.

Entre os assistentes, além do médium especial para influências físicas que servia nas manifestações, havia uma excelente médium escrevente que pôde servir de intérprete ao Espírito, o que permitiu obter respostas mais explícitas. Tendo confirmado, pela psico- grafia, o que dissera por meio da tiptologia, seu nome, o lugar do seu nascimento e a é- poca da sua morte, lhe foi dirigida a série de perguntas seguintes, cujas respostas ofere- cem vários traços característicos e que corroboram certas partes essenciais da teoria.

1. Escrever-nos alguma coisa, é o que desejas? - R. Ran plan plan, Ran plan plan. 2. Por que escrevestes isso? - R. Eu era tocador de tambor.

3. Havias recebido alguma instrução? - R. Sim. 4. Onde fizeste teus estudos? - R. Nos Ignorantins. 5. Parece-nos ser jovial? - R. Eu o sou muito.

6. Disseste-nos uma vez que, durante tua vida amavas demais beber; isso é verdade? -- R. Amava tudo o que era bom.

7. Eras militar? - R. Mas sim, porque eu era tocador de tambor. 8. Sob qual governo serviste? - R. Sob Napoleão o Grande.

9. Pode nos citar uma das batalhas a qual assististe? - R. A Bérésina. 10. Foi lá que morreste? - R. Não.

11. Estavas em Moscou? - R. Não. 12. Onde morreste? - R. Nas neves.

13. Em qual corpo servias? - R. Nos fuzileiros da guarda.

14. Amavas muito Napoleão, o Grande? - R. Como todos nós o amamos, sem saber porquê.

15. Sabes em que se tomou depois de sua morte? - R. Eu não me ocupei senão de mim depois de minha morte.

16. Estás reencamado? - R. Não, uma vez que venho conversar convosco. 17. Por que te manifestaste por golpes sem que tivesses sido chamado? -

- R. É preciso fazer ruído para aqueles cujo coração não crê. Se não tendes o bastante, dar-vos-ei ainda mais.

18. É de tua própria vontade que vens bater, ou outro Espírito te forçou fazê-lo? - R. Foi pela minha vontade que vim; há um que chamais Verdade que pode forçar-me a isso também; mas, há muito tempo, eu queria vir.

19. Com qual objetivo desejavas vir? - R. Para conversar convosco; era o que eu queria; mas havia alguma coisa que me impedia. Fui forçado por um Espírito familiar da casa, que me convidou, a me tornar útil às pessoas que me pedissem responder. - Esse Espírito tem, pois, muito poder, uma vez que comanda assim os outros Espíritos?

- R. Mais do que credes e não usa isso senão para o bem.

Nota. - O Espírito familiar da casa se fez conhecer sob o nome alegórico da Verda- de, circunstância ignorada pelo médium.

20. O que te impedia vir? - R. Não o sei; alguma coisa que não compreendo. 21. Lamentas a vida? - R. Não, eu não lamento nada.

22. Preferes tua existência atual ou tua existência terrestre? -R. Prefiro a existência dos Espíritos à existência do corpo.

23. Por que isso? - R. Porque se está bem melhor do que na Terra; na Terra é o purgatório, e todo o tempo que vivi, desejei sempre a morte.

24. Sofres em tua nova situação? - R. Não; mas não sou ainda feliz.

25. Estarias satisfeito em ter uma nova existência corporal? -R. Sim, porque sei que devo elevar-me.

26. Quem te disse? - R. Eu o sei bem.

27. Estarás logo reencamado? - R. Não o sei.

28. Vês outros Espíritos ao teu redor? - R. Sim, muitos.

29. Como sabes que são Espíritos? - R. Entre nós, nos vemos tal qual somos. 30. Sob qual aparência os vês? - R. Como se podem ver os Espíritos, mas não pe- los olhos.

31. E tu, sob qual forma estás aqui? - R. Sob a que tinha durante a minha vida; quer dizer, de tamborileiro.

32. E vês os outros Espíritos, sob a forma que tinham em sua vida? - R. Não, não tomamos uma aparência senão quando somos evocados, de outro modo nos vemos sem forma.

33. Vês tão perfeitamente como se estivesses vivo? - R. Sim, perfeitamente.

34. É pelos olhos que nos vês? - R. Não; temos uma forma, porém, não temos sen- tidos; nossa forma não é senão aparente.

Nota. - Seguramente, os Espíritos têm sensações, uma vez que percebem, de outro

modo seriam inertes; mas suas sensações não estão localizadas como quando têm um corpo: elas são inerentes a todo o seu ser.

35. Diga-nos, positivamente, em que lugar estás aqui? - R. Estou perto da mesa, entre o médium e vós.

36. Quando bates, estás sobre a mesa, ou acima, ou na espessura da madeira? - R. Estou ao lado; não me coloco na madeira: basta que toque a mesa.

37. Como produzes os ruídos que fazes ouvir? - R. Creio que por uma espécie de concentração de nossa força.

38. Poderias nos explicar o modo pelo qual produzes os diferentes ruídos que imi- tas, as arranhaduras, por exemplo? - R. Não saberia precisar muito a natureza dos ruídos: é difícil explicar. Sei que se arranha, mas não sei explicar como se produz esse ruído que chamais arranhadura.

39. Poderias produzir os mesmos ruídos com qualquer outro médium? - R. Não, há especialidades em todos os médiuns; nem todos podem agir do mesmo modo.

40. Vês entre nós algum, além do jovem S... (o médium de influências físicas pelo qual esse Espírito se manifestou), que poderia te ajudar a produzir os mesmos efeitos? - R. Não o vejo no momento; com ele estou muito disposto a fazer.

41. Por que com ele antes que com um outro? - R. Porque eu o conheço muito, e que também é mais apto, do que um outro, para esse gênero de manifestações.

42. Tu o conheces de tempos antigos; antes de sua existência atual? - R. Não; não o conheço senão há pouco tempo; fui de algum modo atraído para ele, para dele fazer meu instrumento.

43. Quando uma mesa se eleva no ar sem ponto de apoio, o que é que a sustenta? - R. Nossa vontade que lhe ordenou obedecer, e também o fluido que lhe transmitimos.

Nota. - Essa resposta vem em apoio da teoria que nos foi dada, e que reportamos

nos nos. 5 e 6 desta Revista, sobre a causa das manifestações físicas.

44. Poderias fazê-lo? - R. Penso; tentarei quando o médium vier. (Ele estava ausen- te nesse momento.)

45. De quem isso depende? - R. Isso depende de mim, uma vez que me sirvo do médium como instrumento.

46. Mas a qualidade do instrumento não é importante? - R. Sim, me ajuda muito, já disse que não poderia fazê-lo com outros hoje.

Nota. - No correr da sessão tentou-se o erguimento da mesa, mas não se conseguiu,

provavelmente porque não se pôs nisso bastante perseverança; houve esforços evidentes e movimentos de translação sem contato nem imposição das mãos. Entre as experiências que foram feitas, fez-se a de abertura da mesa; do lado do acréscimo, essa mesa oferecia muita resistência devido a sua má construção, foi posta de um lado, ao passo que o Espí- rito pegava de outro e a fazia abrir.

47. Por que, outro dia, os movimentos da mesa se detinham cada vez que um de nós tomava a luz para olhar debaixo? - R. Porque queria punir vossa curiosidade.

48. Com o que te ocupas em tua existência de Espírito, por que, enfim, não passas todo o teu tempo a bater? - R. Freqüentemente, tenho missões a cumprir; devemos obe- decer as ordens superiores, e, sobretudo, quando temos bem a fazer pela nossa in- fluência sobre os humanos.

49. Tua vida terrestre não foi, sem dúvida, isenta de faltas; reconhece-as agora? - R. Sim, as expio justamente permanecendo estacionário entre os Espíritos inferiores; não poderei me purificar mais senão quando tomar um outro corpo.

50. Quando fazias ouvir golpes em um outro móvel, ao mesmo tempo que na mesa, eras tu que os produzias ou um outro Espírito? - R. Era eu.

51. Estavas só, portanto? - R. Não, mas eu realizava sozinho a missão de bater. 52. Os outros Espíritos que ali estavam, ajudavam de algum modo? - R. Não para bater, mas para falar.

53. Então não eram Espíritos batedores? - R. Não, a Verdade não permitia senão a mim bater.

54. Os Espíritos batedores, algumas vezes, não se reúnem em maior número, a fim de terem mais força para produzirem certos fenômenos? - R. Sim, mas para aquilo que queria fazer, posso fazê-lo sozinho.

55. Em tua existência espírita, estás sempre na Terra? - R. O mais freqüentemente, no espaço.

56. Algumas vezes vais para outros mundos, quer dizer, em outros globos? - R. Não nos mais perfeitos, mas em mundos inferiores.

57. Algumas vezes, te divertes vendo e ouvindo o que fazem os homens? - R. Não; algumas vezes, todavia, deles tive piedade.

58. Quem são aqueles junto aos quais vais de preferência? - R. Aqueles que querem crer de boa-fé.

59. Poderias ler os nossos pensamentos? - R. Não, eu não leio nas almas; não sou bastante perfeito para isso.

60. Entretanto, deves conhecer os nossos pensamentos, uma vez que vens entre nós; de outro modo, como poderias saber se cremos de boa-fé? -R. Eu não leio, mas ou- ço.

Nota. - A questão 58 tinha por objetivo perguntar quais são aqueles junto aos quais

ele vai de preferência espontaneamente, em sua vida de Espírito, sem ser evocado; pela evocação ele pode, como Espírito de uma ordem pouco elevada, ser constrangido a vir mesmo em um meio que lhe desagrade. Por outro lado, sem ler, propriamente falando, nossos pensamentos, certamente, poderia ver que as pessoas não estavam reunidas se- não para um objetivo sério, e pela natureza das questões e das conversações que ele

ouvia, julgar que a assembléia era composta de pessoas sinceramente desejosas de se

esclarecerem.

61. Encontraste, no mundo dos Espíritos, alguns dos antigos camaradas de armas? - R. Sim, mas suas posições eram tão diferentes, que não reconheci a todos.

62. Em que consistia essa diferença? - R. Na ordem feliz ou infeliz de cada um. 62. Que disseste em vos reencontrando? - R. Eu lhes disse: Vamos elevar-nos até Deus, que o permite.

63. Como entendias subir até Deus? - R. Um degrau a mais superado, é um degrau a mais até Ele.

64. Disseste-nos que morreste nas neves, em conseqüência, morreste de frio? - R. De frio e de necessidade.

65. Tiveste, imediatamente, ciência de sua nova existência? -R. Não, mas não tinha mais frio.

66. Algumas vezes, retomaste ao lugar onde deixaste teu corpo? - R. Não, ele me fizera sofrer muito.

67.Nós te agradecemos as explicações que consentiste nos dar; elas nos fornece- ram úteis objetos de observação para nos aperfeiçoarmos na ciência Espírita? - R. Estou às vossas ordens.

Nota. - Esse Espírito, como se vê, é pouco avançado na hierarquia espírita: ele

mesmo reconhece sua inferioridade. Seus conhecimentos são limitados; mas há nele bom senso, sentimentos honoráveis e benevolência. Sua missão, como Espírito, é bastante ín- fima, uma vez que desempenha o papel de Espírito batedor para chamar os incrédulos à

fé; mas, no próprio teatro, o próprio traje de comparsa não pode cobrir um coração hones-

to? Suas respostas têm a simplicidade da ignorância; mas, por não terem a elevação da linguagem filosófica dos Espíritos superiores, não são menos instrutivas como estudo dos costumes espíritas, se assim podemos nos exprimir. É somente estudando todas as clas- ses desse mundo que nos espera, que se pode chegar a conhecê-lo, e, de algum modo, nele marcar antecipadamente o lugar que cada um de nós pode aí ocupar. Vendo a situa- ção que se prepararam, por seus vícios e suas virtudes, os homens que foram nossos iguais nesse mundo, é um encorajamento para nos elevar, o mais possível, desde este: é o exemplo ao lado do preceito. Não é demasiado repetir que para bem conhecer uma coi- sa, e dela se fazer uma idéia isenta de ilusões, é preciso vê-la sob todas as suas faces, do mesmo modo que o botânico não pode conhecer o reino vegetal senão observando desde o modesto criptogâmo escondido sob o musgo, até o carvalho que se eleva nos ares.

_______________________ ESPÍRITOS IMPOSTORES.

(pag192-198)

Um dos escolhos que apresentam as comunicações espíritas é o dos Espíritos im- postores, que podem induzir em erro sob sua identidade, e que, ao abrigo de um nome respeitável, procuram passar seus grosseiros absurdos. Em muitas ocasiões, explicamos sobre esse perigo, que deixa de sê-lo para quem escrute, ao mesmo tempo, a forma e o fundo da linguagem dos seres invisíveis com os quais se comunicam. Não podemos repe- tir aqui o que dissemos a esse respeito: leia-se, atentamente, nessa Revista, em O Livro

dos Espíritos e em nossa Instrução Prática, ver-se-á que nada é mais fácil que premunir-

se contra semelhantes fraudes, por pouco que nisso se coloque de boa vontade. Repro- duziremos somente a comparação seguinte, que citamos em alguma parte: Suponde que, num quarto vizinho ao que estais, estejam vários indivíduos que não conheceis, que não podeis ver, mas que ouvis perfeitamente; não seria fácil reconhecer, pela sua conversa- ção, se são ignorantes ou sábios, homens honestos ou malfeitores, homens sérios ou es- touvados, pessoas de boa companhia ou grosseiras?

Tomemos uma outra comparação, sem sairmos da nossa humanidade material: su- ponhamos que um homem se apresente a nós sob o nome de um distinto literato; diante desse nome, o recebeis de início com todo o respeito devido ao seu mérito suposto; mas se ele se exprime como um carregador, reconhecereis logo o engano, e o expulsareis como impostor.

Ocorre o mesmo com os Espíritos: são reconhecidos pela sua linguagem; a dos Es- píritos superiores é sempre digna, em harmonia com a sublimidade dos pensamentos; jamais a trivialidade macula-lhes a pureza. A grosseria e a baixeza de expressões não pertencem senão aos Espíritos inferiores. Todas as qualidades e todas as imperfeições dos Espíritos se revelam pela sua linguagem, e pode-se, com razão, aplicar-lhes este a- dágio de um escritor célebre: O estilo é o homem.

Essas reflexões nos foram sugeridas por um artigo que encontramos no Spiritualiste

de Ia Nouvelle-Orléans, do mês de dezembro de 1857. É uma conversação que se esta-

beleceu, por intermédio do médium, entre dois Espíritos, um se dando o nome de padre Ambroise, o outro o nome de Clément XIV. O padre Ambroise foi um respeitável eclesiás- tico, falecido em Louisiane, no último século; era um homem de bem, de grande inteligên- cia, e que deixou uma memória venerada.

Nesse diálogo, onde o ridículo disputa com o ignóbil, é impossível equivocar-se so- bre a qualidade dos interlocutores, e é preciso convir que os Espíritos que o fizeram, to- maram bem pouca precaução para se mascararem; por que qual é o homem de bom sen- so que poderia, um só instante, supor que o padre Ambroise e Clément XIV pudessem se abaixar a tais trivialidades, que se parecem a um espetáculo teatral? Comediantes da mais baixa categoria, que parodiassem esses dois personagens, não se exprimiriam de outro modo.

Estamos persuadidos de que o círculo de Nouvelle-Orléans, onde o fato se passou, a compreendeu como nós; duvidar disso seria injuriá-los; lamentamos apenas que ao pu- blicá-lo, não o fizeram seguir de algumas observações corretivas, que pudesse impedir, às pessoas superficiais, tomá-lo por uma amostra do estilo sério de além-túmulo. Mas, apressamo-nos em dizer que esse círculo não tem apenas comunicações desse gênero; tem também de outra or dem diferente, onde se encontram toda a sublimidade do pensa- mento e da expressão dos Espíritos superiores.

Pensamos que a evocação do verdadeiro e do falso padre Ambroise poderia ofere- cer um útil objeto de observação sobre os Espíritos impostores; foi, com efeito, o que o- correu, como se pode julgar pela entrevista seguinte:

1. Peço a Deus Todo-poderoso permitir ao Espírito do verdadeiro padre Ambroise, falecido em Louisiane, no século passado, e que deixou uma memória venerada, se co- municar conosco. - R. Estou aqui.

2. Podeis dizer-nos se foi realmente vós quem tivestes, com Clément XIV, a conver- sa narrada no Spiritualiste de Ia Nouvelle-Orléans e da qual demos leitura em nossa últi- ma sessão? - R. Lamento os homens que foram vítimas dos Espíritos, lamentando igual- mente a estes.

3. Qual é o Espírito que tomou- o vosso nome? - R. Um Espírito bufão.

4. E o interlocutor era realmente Clément XIV? - R. Era um Espírito simpático àque- le que havia tomado o meu nome.

5. Como deixastes debitar semelhantes coisas sob vosso nome, e por que não vies- tes desmacarar os impostores? - R. Porque não posso sempre impedir os homens e os Espíritos de se divertirem.

6. Concebemos isso em relação aos Espíritos; mas quanto às pessoas que recolhe- ram essas palavras são pessoas sérias e que não procuravam se divertir. - R. Razão a mais; deveriam bem pensar que tais palavras não poderiam ser senão a linguagem de Espíritos zombeteiros.

7. Por que os Espíritos não ensinam em Nouvelle-Orléans, princípios em tudo idên- ticos aos que se ensinam aqui? - R. A Doutrina que vos foi ditada cedo lhes servirá; não haverá senão uma.

8. Uma vez que essa Doutrina deverá ser ensinada mais tarde, parece-nos que, se o fosse imediatamente, isso apressaria o progresso e evitaria, no pensamento de alguns, uma incerteza deplorável? - Os caminhos de Deus, freqüentemente, são impenetráveis; não haverá outras coisas que vos parecem incompreensíveis nos meios que empregam para chegar aos seus fins? É preciso que o homem se exercite para distinguir o verdadei-

ro do falso, mas nem todos poderiam receber a luz subitamente sem se ofuscarem.

9. Podeis, eu vos peço, dizer-nos sua opinião pessoal sobre a reencarnação? - Os Espíritos são criados ignorantes e imperfeitos: uma única encarnação não poderá bastar- lhes para tudo aprenderem; é preciso que se reencarnem, para aproveitarem as bonda- des que Deus lhes destina.

10. A reencamação pode ocorrer sobre a Terra, ou somente em outros globos? - R. A reencarnação se dá segundo o progresso do Espírito, em mundos mais ou menos perfeitos.

11. Isso não nos diz claramente se ela pode ocorrer sobre a Terra? - R. Sim, ela poderá ter lugar sobre a Terra; e se o Espírito a pede como missão, isso será mais meritó- rio para ele do que pedir para avançar mais depressa em mundos mais perfeitos.

12. Pedimos a Deus Todo-poderoso permitir ao Espírito que tomou o nome do pa- dre Ambroise, se comunicar conosco. - R. Estou aqui; mas não queirais me confundir.

13. Verdadeiramente, és tu o padre Ambroise? Em nome de Deus, peço dizer a verdade. - R. Não.

14. Que pensas daquilo que disseste sob o seu nome? - R. Penso como pensaram aqueles que me escutaram.

15. Por que te serviste de um nome tão respeitável para dizer semelhantes tolices? R- Os nomes, aos nossos olhos, nada são: as obras são tudo; como se podia ver o que

eu era pelo que eu dizia, não atribuí conseqüência ao empréstimo desse nome.

16. Por que, em nossa presença, não sustentas mais tua impostura? - R. Porque minha linguagem é uma pedra de toque com a qual não podeis vos enganar.

Nota. - Foi-nos dito, várias vezes, que a impostura de certos Espíritos é uma prova