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DE ESTUDOS PSICOLÓGICOS

PRIMEIRA CONVERSA

1. Em nome de Deus, Espírito de Mozart, estás aqui? - R. Sim.

2. Por que antes Mozart do que um outro Espírito? - R. Foi a mim que haveis evoca- do: eu vim.

3. O que é um médium? - R. O agente que une o meu Espírito ao teu.

4. Quais são as modificações, tanto fisiológicas quanto anímicas, que, sem o saber, o médium sofre quando entra em ação intermediária? - R. Seu corpo não sente nada, mas seu Espírito, em parte desligado da matéria, está em comunicação com o meu e me une a vós.

5. O que se passa nele, nesse momento? - R. Nada para o corpo; mas uma parte do seu Espírito é atraída para mim; faço sua mão agir pelo poder que meu Espírito exerce sobre ele.

6. Assim, o indivíduo médium entra, então, em comunicação com uma individualida- de espiritual outra que a sua? - R. Certamente; também tu, sem seres médium, estás em relação comigo.

7. Quais são os elementos que concorrem para a produção desse fenômeno? - R. Atração dos Espíritos para instruírem os homens; leis de eletricidade física.

8. Quais são as condições indispensáveis? - R. É uma faculdade concedida por Deus.

9. Qual é o princípio determinante? - R. Não posso dize-lo.

10. Poderias dele nos revelar as leis? - R. Não, não, não no presente; mais tarde sabereis tudo.

11. Em quais termos positivos poder-se-ia enunciar a fórmula sintética desse mara- vilhoso fenômeno? - R. Leis desconhecidas, que não poderiam ser compreendidas por vós.

12. O médium poderia se pôr em relação com a alma de um vivo, e em que condi- ções? - R. Facilmente, se o vivente dorme (1- (1) Se uma pessoa viva for evocada no estado de vigília, pode adormecer no momento da evocação, ou pelo menos experimentar um entorpecimento e uma suspensão das faculdades sensitivas; mas, muito freqüentemente, a evocação não dá resultado, sobretudo se não for feita com uma intenção séria e benevolente.).

13. Que entendes pela palavra alma? - R. A centelha divina.

14. E por Espírito? - R. O Espírito e a alma são uma mesma coisa.

15. A alma, enquanto Espírito imortal, tem consciência do ato da morte, e consciên- cia dela mesma, ou do eu, imediatamente depois da morte? - R. A alma nada sabe do passado e não conhece o futuro senão depois da morte do corpo; então vê sua vida pas- sada e suas últimas provas; escolhe a sua nova expiação, por uma vida nova, e a prova que vai suportar; também não deve se lamentar do que se sofre na Terra, e deve suportá- la com coragem.

16. A alma se encontra, depois da morte, desligada de todo elemento, de todo laço terrestre? - R. De todo elemento, não; ela tem ainda um fluido que lhe é próprio, que hau- re na atmosfera do seu planeta, e que representa a aparência da sua última encarnação; os laços terrestres não lhe são mais nada.

17. Ela sabe de onde vem e para onde vai? - R. A questão décima-quinta responde a isso.

18. Não leva nada com ela deste mundo? - R. Nada senão a lembrança de suas boas ações, o arrependimento de suas faltas, e o desejo de ir para um mundo melhor.

19. Ela abarca, de um golpe de vista retrospectivo, o conjunto da sua vida passada? - R. Sim, para servir à sua vida futura.

20. Ela entrevê o objetivo da vida terrestre e a significação, o sentido dessa vida, assim como o curso que lhe fornecemos com respeito à vida futura? - R. Sim; ela com- preende a necessidade de depuração para chegar ao infinito; quer se purificar para alcan- çar mundos bem-aventurados. Sou feliz; mas não estou eu já nos mundos onde se goza da visão de Deus!

21. Existe na vida futura uma hierarquia de Espíritos, e qual é sua lei? - R. Sim: é o grau de depuração que a define; a bondade, as virtudes são os títulos de glória.

22. É a inteligência, enquanto força progressiva, que lhe determina a marcha as- cendente? - R. Sobretudo as virtudes: o amor ao próximo acima de tudo.

23. Uma hierarquia de Espíritos fará supor uma outra de residência; esta última e- xiste e de que forma? - R. A inteligência, dom de Deus, é sempre a recompensa das vir- tudes: caridade, amor ao próximo. Os Espíritos habitam diferentes planetas, segundo o seu grau de perfeição: neles gozam de mais ou menos felicidade.

24. O que é preciso entender por Espíritos superiores? - R. Os Espíritos purificados. 25. Nosso globo terrestre é o primeiro de seus degraus, o ponto de partida, ou vie- mos de mais baixo? - R. Há dois globos antes do vosso, que é um dos menos perfeitos.

26. Qual é o mundo que habitas? És feliz? - R. Júpiter. Nele gozo de uma grande calma; amo todos aqueles que me cercam; não temos mais ódio.

27. Se tens lembrança da vida terrestre, deves lembrar dos esposos A..., de Viena; haveis revisto todos os dois depois da morte, em qual mundo e em quais condições? - R. Não sei onde estão; não posso dizer-te. Um é mais feliz do que o outro. Por que me falas deles?

28. Podes, por uma única palavra indicativa de um fato capital da vida, que não po- des haver esquecido, fornecer-me uma prova certa dessa lembrança. Eu te suplico dizer essa palavra - R. Amor; reconhecimento.

SEGUNDA CONVERSA.

O interlocutor não é o mesmo. Julga-se, pela natureza da conversação, tratar-se de um artista músico, feliz por conversar com um mestre. Após diversas questões que cre- mos inútil relatar, Mozart diz:

1. Acabemos com as perguntas de G...: falarei contigo; dir-te-ei o que entendemos por melodia em nosso mundo. Por que não me evocaste mais cedo? Eu teria respondido.

2. O que é a melodia? - R. Freqüentemente, é para ti uma lembrança da vida pas- sada; teu Espírito se lembra do que entreviu num mundo melhor. No planeta onde estou, Júpiter, a melodia está por toda parte, no murmúrio da água, o ruído das folhas, o canto do vento; as flores murmuram e cantam; tudo emite sons melodiosos. Sé bom; ganha es- se planeta pelas tuas virtudes; escolheste bem cantando Deus: a música religiosa ajuda a elevação da alma. Quanto gostaria poder vos inspirar o desejo de ver esse mundo onde se é tão feliz! está pleno de caridade; tudo ali é belo! A Natureza tão admirável! Tudo vos inspira o desejo de estar com Deus. Coragem! Coragem! Crede bem em minha comuni- cação espírita: sou bem eu que lá estou; alegro-me em poder dizer-vos o que experimen- tamos; que eu possa vos inspirar bastante o amor ao bem para vos tornar dignos dessa recompensa, que nada são perto das outras às quais aspiro!

3. Nossa música é a mesma nos outros planetas? - R. Não; nenhuma música pode vos dar a idéia da música que temos ali; é divina! Ó felicidade! merece gozar de seme-

lhantes harmonias: luta; coragem! Não temos instrumentos; são as plantas, os pássaros que são os coristas; o pensamento compõe e os ouvintes desfrutam sem audição materi- al, sem o recurso da palavra, e isso a uma distância incomensurável. Nos mundos superi- ores isso é ainda mais sublime.

4. Qual é a duração da vida de um Espírito encarnado em outro planeta, que não seja o nosso? - R. Curta nos planetas inferiores; mais longa nos mundos como aquele onde tenho a felicidade de estar; em média, em Júpiter, ela é de trezentos a quinhentos anos.

5. Há uma grande vantagem em voltar a habitar na Terra? - R. Não, a menos que seja em missão; então, se avança.

6. Não se seria mais feliz permanecendo Espírito? - R. Não, não! estacionar-se-ia; pede-se ao ser reencamado para avançar para Deus.

7. É a primeira vez que estou na Terra? - R. Não; mas não posso falar-te do passa- do de teu Espírito.

8. Poderia ver-te em sonho? - R. Se Deus o permitir, far-te-ei ver minha casa em sonho, e dela te recordarás. (nota do digitalizador: desenho em anexo)

9. Onde estás aqui? - R. Entre ti e tua filha, eu vos vejo; estou sob a forma que tinha quando vivo.

10. Eu poderia ver-te? - R. Sim; crê e verás. Se tivesses maior fé, ser-nos-ia permi- tido dizer o porquê; tua própria profissão é um laço entre nós.

11. Como entraste aqui? - R. O Espírito atravessa tudo. 12. Estás ainda bem longe de Deus? - R. Ó! sim!

13. Compreendes melhor do que nós o que é a eternidade? -R. Sim, sim, não po- deis compreendê-la tendo um corpo.

14. Que entendes pelo Universo? Teve começo e terá um fim? - R. O Universo, se- gundo vós, é vossa Terra! Insensatos! O Universo não teve começo e não terá fim; pensai que é a obra inteira de Deus; o Universo é o Infinito.

15. O que se deve fazer para ficar calmo? - R. Não te inquietes tanto pelo teu corpo; terás o Espírito perturbado; resiste a essa tendência

16. O que é essa perturbação? - R. Temes a morte.

17. Que fazer para não temê-la? - R. Crê em Deus; crê sobretudo, que Deus não ar- rebata sempre um pai útil à sua família.

18. Como chegar a essa calma? - R. O querer.

19. Onde haurir essa vontade? - R. Distrai teu pensamento disso pelo trabalho. 20. Que devo fazer para aperfeiçoar meu talento? - R. Podes me evocar; obtive a permissão de te inspirar.

21. Isso quando trabalhar? - R. Certamente! Quando quiseres trabalhar, algumas vezes estarei perto de ti.

22. Ouvirás minha obra? (uma obra musical do interrogador) -R. És o primeiro músi- co que me evoca; venho a ti com prazer e escuto as tuas obras.

23. Como ocorre que nunca foste evocado? - R. Fui evocado, mas não por músicos. 24. Por quem? - R. Por várias damas e amadores, em Marseille.

25. Por que a Ave...me toca até às lágrimas? - R. Teu Espírito se desliga e se junta ao meu e ao de Per-golèse, que me inspirou essa obra, mas esqueci esse pedaço.

26. Como podes esquecer a música composta por ti? - R. A que existe aqui é tão bela! Como lembrar-se daquilo que era todo matéria?

27. Vês minha mãe? - R. Ela está encarnada na Terra. 28. Em que corpo? - R. Disso nada posso dizer.

29. E meu pai? - R. Está errante para ajudar ao bem; fará tua mãe progredir; esta- rão reencarnados juntos, e serão felizes.

31. Foi minha mãe quem pediu para estar reencarnada? - R. Sim; disso tinha um grande desejo, para subir por uma nova prova e entrar num mundo superior à Terra; ela já deu um passo imenso.

32. Que queres dizer com isso? - R. Ela resistiu a todas as tentações; sua vida na Terra foi sublime em comparação com o seu passado, que era o de um Espírito inferior; também subiu vários degraus.

33. Tinha, pois, escolhido uma prova acima das suas forças? -R. Sim, é isso. 34. Quando sonho que a vejo, é ela mesma que vejo? - R. Sim, sim.

35. Se tivesse evocado Bichat no dia da ereção de sua estátua, teria respondido? Estava lá? - R. Estava, e eu também.

36. Porque ali estavas? - R. Com vários outros Espíritos que se alegram com o bem, e que ficam felizes em ver que glorificais aqueles que se ocupam com a Humanida- de sofredora.

37. Obrigado, Mozart; adeus. - R. Crede, crede que ali estou... Sou feliz... Crede que há mundos acima do vosso... Crede em Deus... Evocai-me mais freqüentemente, e em companhia de músicos; estarei feliz por vos instruir e contribuir para o vosso adianta- mento, e de vos ajudar a subir até Deus. Evocai-me; adeus.