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“ De cert o m odo, ret irar a presença do corpo é com o retirar o chão em que a m ent e cam inha” ( DAMÁSI O 2004: 203) .

Uma ampla espreguiçada é recomendada. Atenção à respiração e à postura! Vam os buscar ent ender e dem onst rar com o a t eoria e prát ica dilaceradas são convenções arbitrárias! Com o o corpo é pensado em esquart ej am ent os binários (v. dualismos, p. 127) ! I ncessant em ent e é

necessário frisar que, por m ais que falem , escrevam , realizem - se colóquios, congressos e que haj a dados em píricos provando que o

corpo é um a int egração corpo e m ent e3 2, t al sit uação não é

evidenciada na educação e na m ídia convencionais. Sabe- se, com referência nos est udos e conhecim ent os adquiridos em pesquisas in

vivo das Ciências Cognit ivas, que m ent es e corpos não t êm que se

“ int egrar” , são int egrados. E é este nosso assunto agora: CORPONECTI VI DADE.

Houve um pedido, pront am ente aceito, pelo artista José Robert o Aguilar33, para um a parceria com est a invest igação, para a

criação de um a t radução da palavra em bodied. Foi feit a a Aguilar um a det alhada explanação da idéia da t eseaula e do sent ido de

em bodim ent . Corporificar, encarnar, m at erializar, personificar,

concret izar, im plem ent ar, incluir, incorporar- se, reunir num só corpo substâncias diversas são as t raduções, sinônim os e m odos de ent endim ent o para t o em body. Durant e longas e agradáveis conversas reflexivas, estudos, pesquisas e experiências com as palavras chegam os a corponect ivo. A criação se envolveu, ent ão, para as correlações de corponect ivo em t erm os de subst ant ivo e verbo, e a t raj et ória fluiu para corponect ividade e corponect ivar.

A proposição da pesquisa era encont rar um a palavraconceit o que não expressasse que vai haver conexão, ou que vai ocorrer ação, e, sim a sit uação de j á est ar conectado e em at o. As significações recém elencadas para em bodim ent são consideradas insuficient es para dar cont a do est ado do corpo, no qual m ent e

s

corpo

s

são m ut uam ent e t ransit ados. A at it udeconceit o à qual est e t rabalho se vincula é ao sent ido que VARELA, THOMPSON e ROSCH ( 1993: 27)34:

32 I ntegração corpo e m ente é um m ote reiteradam ente em pregado em congressos, encontros, etc. sobre saúde física e m ental, m editação, dança, esportes e inform es e propagandas publicitárias.

33 José Roberto Aguilar é artista plástico, perform er e dirige videoperform ance. Foi diretor do Museu Casa das Rosas, em São Paulo/ SP, 1995- 2002. Representante do Ministério da Cultura em São Paulo/ SP ( 2003- 2006) .

34 Franciso Varela ( 1946- 2001) foi biólogo e filósofo. Nasceu no Chile, m orou nos EUA e m udou- se para a França onde dirigiu o Centro Nacional de Pesquisas Científicas, pesquisando sistem as vivos, neurociência e cognição. Foi, tam bém , professor da Escola Politécnica de Paris. Evan Thom pson é professor de Filosofia na Universidade de Toronto e dirige o departam ento de Ciências Cognitivas e Mente Corponectiva, é professor- associado da Universidade de York/ Canadá. Eleanor

Por em bodied/ corponect ivo, nós querem os dizer reflexão na qual corpo e m ente são trazidos j untos” .

Em prega- se corponect ação, corponect ar ou corponect ado para um a idéia( s) e/ ou um a experiência( s) e/ ou um m em e( s) que o corponect ivo ent ra em cont at o com . Corponect ar denom ina a at ividade de ent rar em conexão com algo, com um corpo que j á é corponect ivo. Est a dist inção, ent re corponect ividade e corponect ação ( o que não ocorre com o t erm o em bodim ent) coem erge de observações e leit uras, as quais t êm evidenciado que m uit as ut ilizações de t o em body, corporificar ou encarnar, agregam o sent ido de um a operação de im plem ent ar, m at erializar e/ ou colocar cont eúdos ou idéias, em um corpo ( ou sej a, em um a pessoa) . Est a dist inção é considerada um a propost a im port ant e para t ornar evident e, ent ão, que o corpo é, geralm ent e pensado, nos discursos das m ídias e da educação, com o um recept áculo ou um recipient e (v. metáfora do corpo recipiente, p. 95 a 97) . Sem , desse m odo, t razer a

dim ensão am pla dos aspect os biológicos, psicológicos, cult urais, am bient ais que são corpo. O corpo não é um lugar para as idéias sim plesm ente ou coisas acont ecerem . Mesm o m uit o em pregado, o term o em bodim ent não vem sendo ent endido com o corponectar

essa ação de t ransform ar algo com o que se ent ra em cont at o em corpo, ele m esm o j á corponect ivo.

Assim , corponect ivo, corponect ivar e corponect ividade indicam m ent escorpos em at ividade. Sobret udo, em at ividade conj unt a. Claro que há várias inst âncias sist êm icas corpóreas, porém codependent es. Claro, t am bém , que podem os dizer: padrões m ent ais, exercício m ent al ou experim ent o m ent al, por exem plo. Ent ret ant o ( e é disso que est am os t rat ando) , fat os m ent eS são processos que coem ergem com os sist em as sensórios- m ot ores. E, adicionando à nossa t erm inologia, ent endam os, nest a t eseaula, m ent e, corpo e, ainda,

Rosch é professora de Psicologia, na Universidade de Berkeley Califórnia. Seus est udos e int eresses volt am - se para Psicologia cognit iva, com port am ent o,

corpóreo( a) , com o corponect ivos, em bora precisem os reconhecer que, esses t erm os, escrit os, falados e em gest os ( na grande m aioria das am biências em est udo) significam e criam um a concepção e at uação de ser/ est ar no m undo não corponectiva.

Corponect ividade é um conceit o que t rat a de um est ado, um a sit uação, e é preciso, caut elosa e am orosam ent e, ent rem ear- se na herm enêut ica dele. Rej eit ar a idéia que m ent e opera por princípios físicos, quím icos e biológicos, enfim , pelos processos que são denom inados m ais det ect áveis, é cont inuar a perpetrar noções dualíst icas (v. dualismos, p. 127) , sem nenhum a im plicação com os

processos que ocorrem com os corpos. Com o DAMÁSI O ( 2003) , DENNETT ( 1998, 1997) , FOLEY ( 2003) , LEWONTI N ( 2002) , STANFORD ( 2004)35 – ent re out ros est udiosos, at ent os e com ent endim ent os diversos – ensinam ( com dúvidas, hipót eses e convicções) , é preciso t er precaução nas afirm ações sobre m ent e, pois m uit os passos int erm ediários est ão em processo e sendo est udados com apuro apaixonado, com pesquisas in loco e debat es ferozes. Por conseguint e, é preciso caut ela, m uit a caut ela. E m uit o j á se sabe, devido às publicações e evidências cient íficas de possível acesso, e o fat o de ainda m uito ignorarm os sobre certos procedim ent os dos padrões m ent ais, não cont radiz, de form a algum a, a m aravilhosa fisicalidade dos fat os m ent e.

Com o recusar perceber com m ais at enção os olhos de um a criança, sua respiração e sua postura ao ler e ao escrever?

conceit os, causalidade, Psicologia da religião, Filosofias ocident ais, transculturalidade.

35 António Dam ásio é m édico neurologista e neurocientista, Robert Foley é biólogo evolucionist a, Richard Lewontin é biólogo evolutivo, geneticista e filósofo da biologia, Craig Stanford é antropólogo e biólogo. Todos exercem atividades didáticas.

Jornal do Brasil, Rio de Janeiro:

Araruam a, 9 de Fevereiro de 2007.

Figuras de cim a e baixo à esquerda.

O Est ado de S. Paulo, São Paulo: Dossiê Estado,

29 de Abril de 2007.

“ A m ent e corponect iva é part e do corpo vivido36 e é dependent e dele para exist ir. As propriedades da m ent e não são puram ent e m ent ais: elas são form at adas de m odos cruciais pelo cérebro e o

36 O conceito de vivido tem suas coem ergências na Fenom enologia. Não nos aprofundarem os nesse ram o da Filosofia. O que nos interessa com preender é que vivido é viver com corpo, ao invés de viver por m eio do corpo. Com corpo quer dizer que órgãos, neurônios, linfas e inferências operacionalizam , elaboram , m etabolizam o próprio acontecer da vida, são peculiares a ele as ocorrências. Por

rest o do corpo e pela m aneira que o corpo t em condições de operar na vida cot idiana” ( LAKOFF e JOHNSON 1999: 565) .

Padrões m ent ais são/ est ão em circuit os nervosos, dinâm icos e inint errupt os. “ Som os seres neurais” , afirm a George Lakoff em seus variados livros e inúm eras ent revist as.