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criar percursos flexíveis de aprendizagem no ensino superior.

No documento MODELO DE DESENVOLVIMENTO DE (páginas 41-45)

Com a aceit ação form al dos pedidos de adesão da Arm énia, Azerbeij ão, Geórgia, Moldávia e Ucr ânia, a Ár ea Europeia do Ensino Superior passou a int egrar 45 países signat ários.

2.2.2. PROJECTO TUNI NG- A RESPOSTA DAS UNI VERSI DADES AOS

DESAFI OS DE BOLONHA

A “ Europa do Conhecim ent o” é hoj e am plam ent e reconhecida com o um fact or insubst it uível para o crescim ent o social e hum ano e com o com ponent e indispensável ao processo de consolidação e enriquecim ent o da cidadania europeia, capaz de providenciar aos cidadãos as com pet ências necessárias para enfrent arem os desafios do novo m ilénio, j unt am ent e com um a consciência de valores part ilhados e pert encent es a um espaço social e cult ural com um ( DGES- MCTES, 2006) .

A necessidade de desenvolver um espaço europeu de ensino superior, apt o a pr om ov er a com pet it ividade, m obilidade e a em pregabilidade dos cidadãos europeus, cont ribuindo dest e m odo para um a m aior coesão social, conduziu a um processo de harm onização e convergência generalizada dos sist em as de ensino e das est rut uras educat ivas que, salvaguardando as diversidades nacionais e a aut onom ia dos est abelecim ent os de ensino, irá cont ribuir para a form ação da dim ensão europeia de ensino superior.

Est e processo é um a condição prim ordial à consolidação da em ergent e Área Eur opeia do Ensino Super ior que, a par da Área Europeia de I nvest igação, consubst anciará o alicerce fundam ent al de um a “ Europa do Conhecim ent o” com capacidade de at racção à escala europeia e m undial.

Não obst ant e a necessidade de m anut enção da diversidade e da aut onom ia inst it ucional em relação aos curricula , os sist em as de ensino superior europeus deverão ser dot ados de um a organização est rut ural de base idênt ica, oferecer cursos e especializações com paráveis em t erm os de obj ect ivos e de duração e conferir diplom as de valor reconhecidam ent e equivalent e t ant o a nível académ ico com o em t erm os profissionais ( I dem ) . Apesar dos result ados j á alcançados, m uit os são os desafios que ainda se colocam ao desenvolvim ent o dest e processo. As im plicações são várias e, de acordo com as perspect ivas e os obj ect ivos de análise, t endem a assum ir diferent es significados. No cont ext o do present e t rabalho im port a sobret udo considerar as im plicações do Processo de Bolonha e, em part icular das

m edidas propost as para a concret ização dos diversos obj ect ivos e linhas de acção enunciados nas novas est rat égias de adequação e inovação curricular. Tais est rat égias deverão conduzir ao desenvolvim ent o de novas abordagens de concepção e im plem ent ação de curricula , em conform idade com o espírit o e orient ações de Bolonha.

Est e foi um dos m uit os desafios que levou a que, em Junho de 2000, um grupo de cerca de cem universidades, aceit ando colect ivam ent e o desafio propost o por Bolonha, se associasse em t orno de um proj ect o- piloto que visa a sint onização das est rut uras educat iv as da Europa: “ Tuning Educat ional St ruct ures in Europe” ( Tuning- Proj ect , 2004) .

O Proj ect o Tuning aborda vários dos obj ect ivos e linhas de acção fixados em Bolonha, Praga, Berlim e Bergen, com part icular dest aque para as quest ões que se prendem com a im plem ent ação de um sist em a de graus facilm ent e reconhecíveis e com paráveis, a adopção de um sist em a baseado em dois ciclos e a aplicação de um sist em a de crédit os ECTS.

O principal obj ect ivo do Proj ect o Tuning é o de cont ribuir de form a significat iva para o est abelecim ent o de um a abordagem que t orne com pat íveis e com paráveis as qualificações at ribuídas pelas universidades de cada país signat ário do processo de Bolonha, procurando definir perfis profissionais equivalent es e cont ribuir, at ravés de diplom as m ais facilm ent e legíveis em t erm os dos seus cont eúdos, para a em pregabilidade no m ercado europeu.

A denom inação do Proj ect o procura colocar em evidência a ideia de que as universidades não pret endem harm onizar os seus program as de est udo, nem t ão pouco est abelecer planos de est udos europeus unificados, prescrit ivos ou definit ivos, m as sim plesm ent e fixar pont os de referência, de convergência e de com preensão m út ua, que perm it am salvaguardar a diversidade da educação europeia, no respeit o pela aut onom ia do m undo académ ico e dos especialist as de cada área ( González & Wagenaar, 2003) .

A im port ância do Pr oj ect o Tuning assent a fundam ent alm ent e na prom oção do debat e e na reflexão em t orno das est rut uras de ensino e dos cont eúdos curriculares, delegando aos governos as responsabilidades ao nível dos sist em as educacionais.

The Tuning proj ect does not pay at t ent ion t o educat ional syst em s, but t o educat ional st ruct ures and cont ent of st udies. Whereas educat ional syst em s are prim arily t he responsibilit y of governm ent s, educat ional st ruct ures and cont ent are t hat of higher educat ion inst it ut ions. As a result of t he Bologna

Declarat ion, t he educat ional syst em s in m ost European count ries are in t he process of reform ing. This is t he direct effect of t he polit ical decision of educat ion m inist ers t o converge. For Higher Educat ion inst it ut ions t hese reform s m ean t he act ual st art ing point for anot her discussion: t he Tuning of curricula in t erm s of st ruct ures, program m es and act ual t eaching ( González & Wagenaar, 2003) .

Nest e cont ext o, o Proj ect o Tuning desenvolveu um a m et odologia que visa favorecer o conhecim ent o e a int erpret ação dos curricula e t orná- los com paráveis. A est rut ura da m et odologia Tuning assent a em t orno de cinco grandes eixos:

1. com pet ências genéricas ( associadas aos diferent es ciclos de est udos) ; 2. com pet ências especificas ( qualificações, conhecim ent os e cont eúdos) ; 3. o papel dos ECTS, com o um sist em a de t ransferência e acum ulação de

crédit os;

4. abordagens à aprendizagem , ensino, e avaliação;

5. o papel do acréscim o de qualidade dos processos educacionais.

Na prim eira fase do Proj ect o Tuning ( 2000- 2002) a ênfase foi dada aos t r ês prim eiros eixos. Nesse sent ido foi desenvolvida um a m et odologia para apoiar a const rução e disponibilização de program as de est udos com base num a correct a ident ificação dos perfis académ icos e profissionais. Visa- se assim , a possibilit ar a descriç ão dos obj ect ivos e dos result ados de aprendizagem ( learning out com es) , expressos em t erm os de com pet ências, surgindo associados a crédit os ECTS com base na det erm inação do t rabalho a despender pelos alunos. Est a m et odologia surge sum ariada no esquem a da Figura 5.

Figura 5- Modelo Tuning para a criação de Graus Europeus Com paráveis – ( adapt ado de González & Wagennar, 2005)

A m et odologia propost a gira em t orno das com pet ências e dos result ados de apr endizagem (learning out com es) , considerados os dois elem ent os- chave para a concepção, const rução e avaliação das qualificações académ icas. Represent ando um a com binação dinâm ica de conhecim ent os, com preensões, capacidades, apt idões e valores, as com pet ências são o cerne dos program as educacionais. Podem ser divididas em dois t ipos: com pet ências genéricas e com pet ências específicas. Enquant o as prim eiras t endem a ser independent es das áreas de est udo, as segundas reflect em com pet ências específicas de um a det erm inada área do conhecim ent o. Est as com pet ências são norm alm ent e obt idas na sequência das aprendizagens de um a unidade curricular, não surgindo dest e m odo associadas a um a unidade de aprendizagem em par t icular1 0.

Os result ados da aprendizagem são expressos em t erm os de com pet ências e fornecem a inform ação sobre o que um est udant e deverá saber, com preender

1 0 Não obstante, considera - se de extrem a im portância a identificaçã o das competências a

desenvolver em cada unidade de aprendizagem de m odo a garantir que as m esm as serão objecto de avaliação e que os critérios de qualidade serão alcançados.

e ser capaz de fazer, um a vez com plet ado um processo de aprendizagem . Os result ados da aprendizagem poderão est ar relacionados com a t ot alidade das unidades curriculares que int egram um program a de est udos ou report ar- se a um a unidade curricular em part icular. Podem ser definidos com o referência ( r efer ence) ou com o m ínim os ( t hreshold ) e deverão ser obj ect o de avaliação, pressupondo dest e m odo a sua prévia explicit ação.

Est es dois conceit os const it uem os elem ent os fundam ent ais da m et odologia Tuning na m edida em que, ao perm it irem um a flexibilidade e aut onom ia na const rução de curricula , ao m esm o t em po que int roduzem um a linguagem com um de descrição e definição das qualificações académ icas, cont ribuem para o aperfeiçoam ent o de sist em as de reconhecim ent o sim ples, eficient es e j ust os, capazes de espelhar a diversidade de qualificações exist ent es e de dar respost a às t endências gerais de evolução do ensino superior ident ificadas no decorrer da prim eira fase do Proj ect o Tuning:

»

Mudança de paradigm a: t ransição de um a abordagem cent rada no docent e para um a abordagem cent rada no aluno;

»

Dim inuição da especialização do ensino académ ico ao nível do 1º Ciclo

No documento MODELO DE DESENVOLVIMENTO DE (páginas 41-45)