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SENSIBILIDADE 89 IV.3 ANÁLISE POR INJEÇÃO EM FLUXO (FIA): CONSIDERAÇÕES GERAIS

III.2. Citrato de Sildenafil

III.2.1. Métodos de separação

III.2.1.3. Cromatografia gasosa

Métodos de cromatografia gasosa (CG)104,105 com detector de ionização de chama foram descritos para a análise de citrato de sildenafil em fluídos biológicos e formulações farmacêuticas. O acoplamento da CG com a espectrometria de massas foi empregado para a identificação do citrato de sildenafil. Estes métodos mostraram-se bastante sensíveis. Entretanto, apresentam algumas desvantagens que inviabilizam seu emprego em análises de rotina, pois em geral requerem etapas prévias de extração e purificação da amostra com necessidade de derivatizar o analito antes da análise e o alto custo operacional da técnica.

NEVADO et al.104 desenvolveram um método de cromatografia gasosa capilar com detecção de ionização de chama para a determinação simultânea de citrato de sildenafil e seu metabólito UK-103,320. O método não requer a etapa prévia de derivatização dos analitos, normalmente necessária em métodos de cromatografia gasosa. Entretanto, para aplicação analítica em amostras de urina e sangue foi necessário efetuar uma extração e pré-concentração em cartucho de C-18 antes da separação cromatográfica. O intervalo de concentração de trabalho para o citrato de sildenafil foi de 1,05 x 10-7– 1,57 x 10-6 mol L-1 e 1,50 x 10-7– 1,57 x 10-6 mol L-1 para amostras de sangue e urina, respectivamente. Os resultados obtidos na análise de sangue fortificado foram satisfatórios. As recuperações foram de 93 a 98% para o citrato de sildenafil e de 91 a 92% para o seu metabólito. Já, quando a urina foi analisada os resultados mostraram que somente o citrato de sildenafil pode ser determinado com resultados aceitáveis. As recuperações foram de 94 a 107%. Para o metabólito UK-103,320 os resultados não foram adequados, pois as recuperações obtidas foram muito baixas, variando de 13 a 62%.

III.2.2. Métodos eletroquímicos

Entre os métodos eletroquímicos descritos para a determinação de citrato de sildenafil são encontrados alguns métodos que empregam a voltametria106-108 e um método potenciométrico109 com o uso de eletrodos íons-seletivos. Um procedimento de análise em fluxo foi proposto para a determinação de citrato de sildenafil empregando a detecção potenciométrica110.

III.2.2.1. Voltametria

BERZAS et al.106 estudando o comportamento do citrato de sildenafil pela técnica de voltametria de onda quadrada observaram que o fármaco era fortemente adsorvido no eletrodo de mercúrio. Baseados neste fenômeno propuseram o desenvolvimento de um método bastante sensível para a determinação de sildenafil no intervalo de 1,00 x 10-9 – 1,00 x 10-7 mol L-1. O método foi aplicado na determinação de formulações farmacêuticas com bons resultados. As taxas de recuperação variaram de 98% para a técnica de voltametria de onda quadrada e de 94 - 99% utilizando a voltametria de onda quadrada adsortiva.

Os mesmos autores107 verificaram que o principal metabólito do citrato de sildenafil, UK-103,320, apresenta comportamento idêntico ao do sildenafil propondo deste modo, a determinação da concentração total destes analitos em amostras de urina e sangue. A aplicação em urina foi direta, entretanto, a análise de amostras de sangue só foi possível após etapa prévia de pré-concentração em cartucho de C-18. Foi constatada uma baixa reprodutibilidade dos resultados durante a construção da curva de calibração, em função do operador e da quantidade de amostra empregada, provavelmente devido a alterações na composição da matriz. Por este motivo, o método da adição de padrão foi empregado para quantificação da concentração total (sildenafil e o metabólito UK-103,320). Melhores resultados foram encontrados na análise de amostras de sangue, com recuperações de 99 – 102%. Na análise de amostras de urina baixas taxas de recuperação foram observadas, além de uma grande variação nos resultados (65 – 96%).

ÖZKAN et al.108 desenvolveram um método eletroanalítico baseado na oxidação voltamétrica do anel piperazínico do sildenafil na sua forma não protonada em solução aquosa contendo 30% (v/v) de acetonitrila, sobre a superfície de um eletrodo de carbono na faixa de pH de 2 a 8. As melhores condições experimentais para a aplicação analítica do método se deu tanto em meio tamponado com tampão fosfato (pH 2,0) como em tampão acetato (pH 3,5). A quantificação de sildenafil em formulações farmacêuticas foi efetuada utilizando as curvas de corrente vs potencial usando as técnicas de voltametria cíclica, de onda quadrada e de pulso diferencial. Ambas as técnicas forneceram bons resultados com recuperações próximas a 100% em relação ao valor declarado pelo fabricante das amostras.

III.2.2.2. Potenciometria

OTHAMAN et al.109 descreveram, a construção e caracterização analítica de dois eletrodos de membrana íons-seletivos para a determinação de citrato de sildenafil em medicamentos. Os sensores propostos baseiam-se nos complexos de associação iônica formados entre sildenafil e tetrafenilborato de sódio e com ácido fosfomolibídico imobilizados em membranas de PVC. Os dois eletrodos mostraram comportamento nerstiano, boa reprodutibilidade, resposta rápida (30 – 40 s) e boa estabilidade durante o período de cinco semanas. A faixa de concentração de trabalho foi de 10-2 – 10-5 mol L-1, com LD da ordem de 10-6 mol L-1. A aplicação em formulações farmacêuticas forneceu bons resultados, com recuperações variando de 98,6 – 99,8%. Porém, os eletrodos sofrem interferência de altas concentrações dos íons Ca2+ e Mg2+. Para solucionar este problema recomenda-se a adição de algumas gotas de ácido pentaacético dietiltritriamina 5%.

HASSAN et al.110 propuseram a determinação de sildenafil em formulações farmacêuticas empregando procedimento de análise por injeção em fluxo com detecção potenciométrica. Dois eletrodos íons-seletivos foram desenvolvidos, caracterizados e comparados. Os sensores construídos estão baseados na formação de complexos de associação iônica entre sildenafil - fosfato de tungstato (S-FT) e sildenafil – reineckate (S-R), imobilizados em membranas de PVC. Uma resposta nerstiana foi observada para ambos os eletrodos no intervalo de concentração de 1,00 x 10-2 - 7,90 x 10-7 mol L-1 e 1,00 x 10-2 – 1,00 x 10-6 mol L-1 para os eletrodos S-FT e S-R, respectivamente. No estudo da seletividade para os sensores desenvolvidos foi constatado que o eletrodo S-R sofre interferência de um maior número de substâncias e íons (glicina, alanina, uréia, tiouréia, maltose, frutose, oxalato, Mg2+, Ba2+ e NH4+) que podem estar presentes nas amostras,

enquanto que o eletrodo S-FT é menos afetado por estas substâncias. O eletrodo S- FT foi utilizado para construção de um detector tubular aplicado na determinação de sildenafil em amostras de medicamentos e sangue fortificado no sistema de análise por injeção em fluxo. As recuperações variaram de 101,2 a 103,0%. Em torno de 25 a 30 amostras podem ser analisadas em uma hora.