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SENSIBILIDADE 89 IV.3 ANÁLISE POR INJEÇÃO EM FLUXO (FIA): CONSIDERAÇÕES GERAIS

II.2. Citrato de sildenafil (Viagra ® )

III.1.4. Métodos empregando a análise por injeção em fluxo

Procedimentos de análise por injeção em fluxo (FIA) são de grande interesse para análise de medicamentos, devido à rapidez com que os resultados podem ser obtidos, simplicidade operacional e a possibilidade de empregar diferentes configurações para o sistema e variados modos de detecção.

Para a determinação de dipirona em formulações farmacêuticas são descritos vários procedimentos de FIA na literatura75-88, com sistemas de detecção variados, tais como: espectrofotométrico75-78, eletroquímico79-84, por turbidimetria85, quimioluminescente86-88 entre outros. Normalmente, estes métodos são indiretos e apresentam sensibilidade adequada. Uma tabela comparando vários destes procedimentos pode ser consultada no artigo publicado por nosso grupo de pesquisa para a determinação de dipirona sódica (Anexo 3).

BAUTISTA et al.78 propuseram a determinação de dipirona via análise por injeção em fluxo com detecção espectrofotométrica. O método é indireto e baseia-se na reação da dipirona com PbO2 imobilizado em resina de poliéster em meio de

ácido perclórico 0,01 mol L-1. Empregando a reação em fase sólida ocorre simultaneamente a oxidação da dipirona e a liberação controlada de íons Pb2+, os quais atuam como catalisadores para a reação da dipirona oxidada com vermelho de pirogalol. O decréscimo da cor é monitorado em 520 nm. A faixa de concentração de dipirona onde se obteve uma relação linear em função da altura do pico foi de 2 – 16 Pg mL-1. A freqüência analítica foi de 72 amostras hora-1. O método foi aplicado na

análise de medicamentos com recuperações variando de 99,2 – 100,4%. Paracetamol, dextametasona e o ácido ascórbico interferem no procedimento.

HUANG et al.87 descreveram a preparação de um sensor em fase sólida para

a determinação de dipirona utilizando procedimento FIA. O método baseia-se na auto-oxidação de Rodamina 6G imobilizada em coluna de troca catiônica e monitoramento quimioluminescente em 550 nm. O sensor responde linearmente na faixa de concentração de 0,4 – 10 mg L-1 de dipirona com LD de 0,15 mg L-1 e

apresenta estabilidade para até 200 determinações. O método foi aplicado na determinação de dipirona em formulações farmacêuticas com bons resultados. As porcentagens de recuperação variaram de 95,6 a 99,6%. Considerando que a freqüência analítica foi de 60 amostras hora-1 constata-se que a aplicabilidade do

método em laboratórios que analisam dipirona frequentemente pode ser limitada à disponibilidade dos sensores.

PAIXÃO et al.80 descreveram o uso de uma célula eletroquímica para a titulação por difusão em fase sob condições de fluxo, para a determinação de dipirona em formulações farmacêuticas. O método é indireto e baseia-se na geração eletroquímica de iodeto que então reage com a dipirona. Utilizando um volume de amostra de 100 PL o intervalo de concentração para a dipirona de trabalho foi de 2,00 x 10-3 a 15 x 10-3 mol L-1com LD de 1,10 x 10-3 mol L-1 e freqüência analítica de 90 amostras hora-1. A determinação de dipirona em medicamentos foi efetuada sem interferência dos excipientes comumente encontrados nestas formulações. As porcentagens de recuperação variaram de 99,6 a 104,9%.

LIMA et al.76 propuseram a determinação de dipirona empregando procedimento FIA com detecção espectrofotométrica adotando o uso de um sistema constituído por minibombas solenóides utilizadas para gerar fluxos de amostra e reagente, posicionadas próximas a um ponto de confluência. O reagente cromogênico adotado foi o p-dimetilaminobenzaldeido (p-DAB) em meio de HCl 2,5% (v/v). Após a confluência, a reação entre dipirona e p-DAB se processa em uma bobina reacional de 50 cm e o próprio p-DAB atuando como carregador transporta o produto colorido até o detector onde é monitorado em 430 nm. A curva de calibração foi construída para soluções de dipirona com concentrações de 10 a 400 mg L-1, com LD de 1 mg L-1 e freqüência analítica de 50 amostras hora-1. O método foi aplicado na análise de formulações farmacêuticas contendo dipirona com resultados satisfatórios. As recuperações variaram de 96,6 a 101,7%.

MARCOLINO-JR et al.85 propuseram a determinação de dipirona em

formulações farmacêuticas empregando procedimento FIA com detecção turbidimétrica empregando também uma reação em fase sólida. O procedimento baseia-se na inserção de um reator em fase sólida contendo AgCl imobilizado e por ação da dipirona íons Ag+ são reduzidos a prata metálica a qual é detectada

turbidimetricamente em 425 nm. A faixa de concentração de trabalho para dipirona foi de 5,0 x 10-4 – 2,5 x 10-3 mol L-1, com LD de 1,3 x 10-4 mol L-1 e freqüência

analítica de 45 amostras hora-1. As recuperações de dipirona obtidas na análise de

formulações farmacêuticas variaram de 96 a 102%. A presença de altas concentrações de bissulfito de sódio interfere nas análises. Entretanto, este interferente encontra-se nos medicamentos em teores bem menores do que os de dipirona não sendo a análise prejudicada nestes casos.

MEDEIROS et al.79 propuseram a determinação indireta de dipirona em formulações farmacêuticas empregando procedimento em FIA com detecção amperométrica. Dois sistemas indicadores redox foram estudados, Fe (III) / Fe (II) e I2/ I-. Ambos os sistemas demonstraram uma boa relação linear para determinação

de dipirona na faixa de concentração de 10 – 50 mg L-1. Porém, o sistema Fe (III) / Fe (II) apresenta inclinação significativamente maior da curva e foi selecionado para a aplicação analítica na determinação de dipirona em medicamentos. As recuperações de dipirona alcançadas nestas análises foram de 99,3 a 104,1%. O método é simples e permite a execução de 71 determinações por hora, com baixo consumo de amostras (50 PL) e não sofre interferência de excipientes comumente encontrados nas formulações farmacêuticas.

ALBUQUERQUE et al.81 descreveram a construção de um eletrodo tubular constituído por uma membrana polimérica contendo tetraoctilamônio como material eletroativo utilizado como sistema de detecção potenciométrica na análise de dipirona por procedimento FIA. Solução de tampão fosfato (pH 5,2) com vazão de 6 mL min-1 foi empregada como solução carregadora para transportar 500 PL de solução de amostra até o eletrodo. A curva de calibração foi construída para injeção de soluções de dipirona na faixa de concentração de 8,0 x 10-4 – 1,0 x 10-1 mol L-1 com um LD estimado em 9,0 x 10-4 mol L-1. O método é menos sensível quando comparado a outros procedimentos em fluxo, entretanto, apresenta uma ótima freqüência analítica (108 amostras hora-1). O procedimento foi aplicado na

determinação de dipirona em medicamentos com resultados satisfatórios. As porcentagens de recuperação variaram de 95,6 a 98,4%. Estudo de interferentes revelou a interferência de íons nitrato nas medidas.