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Desenvolvimento de procedimento de análise por injeção em fluxo para determinação de

VIII.1. Parte experimental

VIII.1.1. Materiais e equipamentos

As medidas de volume foram efetuadas com buretas classe A e micropipetas “Brand” (100 - 1000PL) e “Eppendorf” (10 - 100 PL). A vidraria utilizada no preparo das soluções foi de grau A e as pesagens foram realizadas em balança analítica AG204, Mettler Toledo. Para solubilização dos reagentes foi utilizado um banho de ultra-som, marca Thornton e agitadores magnéticos.

Para o desenvolvimento do procedimento de análise por injeção em fluxo foi utilizado o sistema de análise modular ASIA da Ismatec (Zurique, Suíça). Este sistema é constituído por quatro módulos como representado na Figura 24.

Figura 24. Foto do sistema de análise modular ASIA, Ismatec (Zurique, Suíça). Módulo 1: Bomba peristáltica de rotação variável; Módulo 2: Bomba peristáltica de rotação fixa; Módulo 3: Válvula de 6 caminhos, Rheodyne 5011; Módulo 4: Válvula de injeção Rheodyne 5041.

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Painel de Controle

Para a realização deste trabalho foram utilizados os módulos: bomba peristáltica de quatro canais, Ismatec modelo IS 7610 com rotação variável (1-50 rpm) para a propulsão das soluções e a válvula de injeção (IS 7630, Rheodyne 5041, EUA) para a injeção das soluções de dipirona e amostras.

A detecção foi realizada pelo acoplamento, através de uma interface RS 232, de um espectrofotômetro de arranjo de diodos UV-Vis HP 8453A (Hewlett Packard, EUA) equipado com cubeta de fluxo com caminho ótico de 1,00 cm e volume interno de 80µl, Hewlett Packard (Hewlett Packard, EUA).

Para a propulsão das soluções foram utilizados tubos de Tygon® de diferentes

diâmetros internos. Para a confecção das alças de amostragem, bobinas reacionais e linhas de condução das soluções tubos de polietileno de 0,8 mm de diâmetro interno foram utilizados e uma conexão em acrílico foi empregada para confluência das soluções.

VIII.1.2 Reagentes e soluções

Todos os reagentes utilizados no desenvolvimento deste trabalho foram de grau analítico p.a. Para a preparação das soluções foi utilizada água deionizada (18,2 M:.cm) obtida pelo sistema Milli-Q plus (Millipore Corp., Bedford, MA, Estados Unidos).

¾ p-Dimetilaminocinamaldeído (p-DAC) 98 % (p.a., Aldrich, Milwaukee, EUA); ¾ Dipirona sódica 99,99% (Daichi Seiyaku Co. Ltd, Tóquio, Japão);

¾ HCl 37% (Mallinckrodt, Xalostoc, México);

¾ Dodecil sulfato de sódio (SDS) 99,9% (Sigma, St. Louis, EUA). As soluções utilizadas neste trabalho foram:

a) Solução de dipirona sódica de trabalho: Foi preparada diariamente uma

solução estoque 2,90 x 10-4 mol L-1, pela dissolução de 10,0 mg de dipirona sódica (pureza 99,99 % determinada pela padronização do sal de acordo com o procedimento recomendado na farmacopéia brasileira)239 em balão volumétrico de 100 mL com água deionizada. Soluções padrão foram preparadas a partir de

diluições adequadas da solução estoque de dipirona sódica com água deionizada e utilizadas na construção da curva analítica (1,45 u 10-6 to 2,90 u 10-5 mol L-1 ou 0,50

a 10,0 Pg mL-1).

b) Solução estoque de HCl 4,79 x 10-1 mol L-1: foi preparada através da

conveniente diluição do HCl concentrado (37,0% m/v Mallinckrodt, Xalostoc, México) com água deionizada e adequadamente padronizada242. Soluções de trabalho foram preparadas por diluição com água deionizada.

c) Solução de p-dimetilaminocinamaldeído (p-DAC) 0,054 % (m/v): foi

preparada pela dissolução de 54,0 mg do sólido em HCl 2,22 x 10-2 mol L-1 em balão volumétrico de 100 mL.

d) Solução estoque de dodecil sulfato de sódio (SDS) 0,10 mol L-1: foi

preparada semanalmente através da dissolução de 7,1210 g de SDS em aproximadamente 100 mL de água deionizada. Esta solução foi quantitativamente transferida para balão volumétrico de 250 mL e o volume completo até o menisco com água deionizada. Soluções de trabalho foram convenientemente preparadas através de diluição com água deionizada.

VIII.1.3 Amostras

As amostras comerciais de medicamentos contendo dipirona sódica foram as mesmas utilizadas no desenvolvimento do método reflectométrico para determinação de dipirona apresentadas na Tabela 13.

VIII.2. Procedimento experimental

VIII.2.1 Construção da curva analítica

O diagrama esquemático do sistema de análise por injeção em fluxo otimizado está representado na Figura 25. Para o funcionamento do sistema, alíquotas de 880 µL das soluções de referência de dipirona (1,45 x 10-6 mol L-1 - 2,90 x 10-5 mol L-1) são introduzidas no fluxo transportador (SDS 2,00 x 10-2 mol L-1)

a uma vazão de 3,3 mL min-1 através da alça de amostragem inserida na válvula de

injeção. A solução de dipirona é trasportada pelo fluxo carregador até o ponto de confluência X encontrando a solução reagente (p-DAC 0,054% (m/v) preparada em HCl 2,22 x 10-2 mol L-1 propulsionada a uma vazão de 1,7 mL min-1). Após a

confluência ocorre há formação do composto colorido vermelho-alaranjado no reator B, o qual foi monitorado espectrofotometricamente em 510 nm no espectrofotômetro. Os sinais transientes foram registrados no computador e transferidos como arquivos ASCII para tratamento no programa Origin 7.0.

A curva analítica foi construída representando-se graficamente os valores de A510nm em função da concentração de dipirona sódica.

Figura 25. Diagrama esquemático do sistema de análise em fluxo para determinação espectrofotométrica de dipirona. T solução transportadora (SDS 2,00 x 10-2 mol L-1) com vazão de 3,3 mL min-1; R solução reagente de p-DAC 0,054 % (m/v) preparada em HCl 2,22 x 10-2 mol L-1 com vazão de 1,7 mL min-1; A soluções padrão ou amostra (alça de amostragem 880 µL); VI: válvula de

injeção; x ponto de confluência; B bobina reacional (150 cm); E espectrofotômetro (510 nm); D descarte.

Na Figura 26 é apresentado o esquema representando as posições de amostragem e injeção da amostra para uma válvula de injeção. Na posição de amostragem a alça de amostragem está inserida nas posições 1 e 4, onde a entrada da amosra se faz pela posição 2 e o excesso é descartado pela posição 3. Quando a válvula é acionada para o modo de injeção a solução do carregador (que entra pela posição 6) passa pela alça de amostragem carregando amostra em direção ao detector (posição 5). No percurso até o detector essa amostra pode encontrar um ou mais reagentes através de pontos de confluência, sofrer reações em uma bobina reacional para então atingir o detector.

T

R

x

B

A

E

D

VI

Figura 26. Diagrama esquemático para uma válvula de injeção em suas posições de amostragem e injeção.

VIII.2.2. Procedimento para o preparo das amostras

VIII.2.2.1. Comprimidos

Vinte comprimidos do mesmo lote para cada amostra comercial analisada foram pesados em balança analítica. Determinou-se o valor da massa média dos comprimidos com variação menor que 5%239. Os comprimidos foram subseqüentemente pulverizados em gral de ágata até obtenção de um pó fino.

Uma porção de amostra pulverizada equivalente a 2,5 mg de dipirona foi exatamente pesada e submetida à agitação com 10 mL de água deionizada em agitador magnético por 5 minutos. Esta solução foi quantitativamente transferida para balão volumétrico de 25 mL e o volume completado até o menisco com água deionizada. Uma alíquota de 1,25 mL desta solução foi transferida para balão volumétrico de 25 mL. Na seqüência foram adicionados ao balão 5,00 mL de SDS 0,10 mol L-1 e o volume completado com água deionizada até o menisco. Esta solução foi então analisada de acordo com o procedimento recomendado.

VIII.2.2.2. Solução oral

Alíquotas das amostras líquidas contendo o equivalente a 125,0 mg de dipirona sódica foram transferidas para balões volumétricos de 250 mL com auxílio de uma micropipeta e diluídas com água deionizada. Na seqüência 250,0 µL desta solução foram transferidos para balão volumétrico de 25 mL, adicionaram-se 5,00

Alça de amostragem Alça de amostragem Amostra Amostra Descarte Descarte Amostragem Injeção Detector Detector Carregador Carregador

mL de SDS 0,10 mol L-1 e o volume completado com água deionizada até o menisco

e analisada de acordo com o procedimento recomendado.

VIII.2.3 Estudo de interferentes

Os excipientes comumente encontrados nas formulações farmacêuticas foram cuidadosamente estudados visando avaliar possíveis interferências que os mesmos poderiam causar sobre o valor de reflectância medido.

Os excipientes analisados foram os mesmos descritos item VII. Neste estudo, soluções individuais contendo dipirona sódica com concentração final de 1,45 u10-5

mol L-1 juntamente com o excipiente presente em concentração igual e dez vezes maior à concentração de dipirona sódica (em massa) foram submetidas à agitação magnética por 10 minutos em aproximadamente 5 mL de água deionizada. As soluções foram filtradas em papel de filtro quantitativo Whatman no. 41, quantitativamente transferidas para balões volumétricos de 25 mL e diluídas com água deionizada e analisadas de acordo com o procedimento descrito para a construção da curva analítica.