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4.1 SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO E OS DADOS EDUCACIONAIS DA

4.1.1 Dados educacionais da rede de ensino

O sistema educacional da rede municipal, no período de 2008 a 2014, apresentou uma evolução quanto ao número de unidades escolares – Centros Municipais de Educação Infantil (CMEI) e unidades de ensino fundamental, conforme disposto na Tabela 1.

Tabela 1 – Rede municipal de ensino do Natal/RN: número de prédios escolares (2008-2016)

Ano Estabelecimentos de Ensino

Educação Infantil Ensino Fundamental

2008 63 66 2009 57 70 2010 58 71 2011 69 72 2012 71 72 2013 69 72 2014 72 72 2015 72 72 2016 74 72 Fonte: NATAL (2015b; 2015c; 2016b).

Com base na Tabela 1, observa-se que no atendimento à educação infantil, a rede de ensino municipal teve um crescimento no número de centros infantis entre os períodos de 2009 a 2012 – especialmente entre 2010/2011, com a construção de 11 CMEIs –; e de 2013 a 2014, com a construção de 03 CMEIs. O crescimento de unidades de educação infantil em Natal, principalmente no período de 2009 a 2012, pode ser resultado de ações do MEC, a exemplo do ProInfância, previsto no PAR como um dos programas estratégicos para melhorar as condições de infraestrutura das redes públicas de ensino.

No período entre 2013 a 2014, entende-se que a aquisição de novas unidades infantis pode ser consequência dos recursos provenientes da segunda fase do PAC, uma vez que, no governo de Dilma Rousseff (2011-2014), os recursos dessa política passaram também a financiar as obras do ProInfância para a construção de creches e pré-escolas. A partir de 2014, o município passou a ter 72 centros infantis e apenas em 2016 adquiriu 2 novos CMEIs, totalizando 74 unidades.

Com relação ao ensino fundamental, a rede de ensino passou a ter um crescimento de prédios escolares apenas no período entre 2008 a 2011. Desde então, o município possui 72 escolas que ofertam os anos iniciais e finais do ensino fundamental. Observa-se que, no PAR (2007-2010), o município não solicitou a construção de novas escolas para atender o ensino fundamental, suas ações nessa etapa da educação básica referem-se à aquisição de mobiliário, equipamentos e recursos didáticos.

No PAR (2011-2014), as ações de infraestrutura e recursos pedagógicos da rede de ensino para atender o ensino fundamental também envolveram a aquisição de equipamentos e mobiliários, no entanto, um dos técnicos entrevistados destaca que o município pleiteou a construção de uma escola, entretanto, o Termo de Compromisso para garantir a cooperação da União nessa ação não foi pactuado: “Tinha, acho que uma escola que foi pleiteada, mas que [...] não foi aprovado a celebração do Termo de Compromisso” (ENTREVISTADO 3, 2017). Assim, as ações para o ensino fundamental envolvem mais garantir as condições para o processo de aprendizagem dos estudantes do que a construção de novas unidades de ensino.

Com relação às matrículas, a Tabela 2 apresenta o número de alunos matriculados nas diferentes etapas e modalidades de ensino na rede municipal de ensino do Natal.

Tabela 2 – Matrícula inicial dos estudantes na rede municipal de ensino do Natal/RN (2011-2017)

Ano

Etapas e Modalidades de Ensino Educação

Infantil

Ensino

Fundamental EJA

Educação Especial (alunos de escolas especiais, classes especiais e incluídos)

Creche Pré- Escola Anos Iniciais Anos Finais Ensino Fundamental Creche Pré- Escola Anos Iniciais Anos Finais EJA Fundamental 2011 3.312 6.390 24.380 13.858 6.992 16 62 606 222 125 2012 3.667 6.654 22.825 13.510 6.891 21 69 592 270 127 2013 3.551 6.615 21.976 13.047 6.561 22 55 639 268 135 2014 4.157 6.776 21.608 12.689 5.147 29 71 632 287 115 2015 4.709 7.024 21.296 13.038 6.254 52 109 711 355 - 2016 4.701 7.483 20.786 13.090 5.780 59 147 811 420 161 2017 6.630 8.225 20.835 13.644 5.015 69 146 864 491 143

Fonte: Inep/Censo Escolar (2017). Notas:

* Nas matrículas de educação infantil e ensino fundamental, o resultado é o total de matrículas em escolas de tempo parcial e integral.

** No período de 2011 a 2014, as matrículas do ensino fundamental na EJA referem-se ao ensino presencial e incluem os estudantes da EJA - Educação Profissional.

*** Em 2015, as matrículas do ensino fundamental na EJA referem-se ao ensino presencial e também incluem as matrículas do Projovem Urbano.

**** Na Educação Especial, os dados da EJA no ensino fundamental referente a 2015 não estão disponibilizados pelo Inep.

Na educação infantil, observa-se um crescimento de matrículas no período analisado. Conforme os dados da Tabela 2, as matrículas na creche subiram gradativamente entre 2011 a 2016 – mesmo com pequenas reduções entre os anos de 2012/2013 e 2015/2016 –, crescendo exponencialmente entre os anos de 2016 a 2017, o que resulta em um aumento de 41,03% em matrículas de crianças da faixa etária de 0 a 3 anos de idade. Nas matrículas da pré-escola, verifica-se o mesmo crescimento ocorrido na creche, com um aumento acentuado apenas entre 2016 e 2017, que chega por volta de 9,91%. Esse aumento nas matrículas em creches e pré-escolas reflete o próprio crescimento de escolas para educação infantil no município de Natal, uma vez que, em 2011, a rede de ensino possuía 69 centros infantis, e passou a ter 74

unidades em 2016. Dessa forma, a colaboração do MEC, por meio do PAR e do PAC, influenciou de forma significativa na oferta de matrículas para crianças de 0 a 5 anos de idade. No ensino fundamental, verifica-se uma situação inversa da educação infantil. Há um decréscimo no número de matrículas nos anos iniciais, entre o período de 2011 a 2016, que equivale a 14,74%. Do período de 2016 a 2017, observa-se uma estabilidade nas matrículas nesta primeira etapa do ensino fundamental. Nos anos finais, no período de 2011 a 2014, existe um decréscimo de 8,43%; porém, de 2014 para 2015, há um pequeno aumento de 2,75% nas matrículas. A partir de 2015, as matrículas nos anos finais vão crescendo de forma gradativa, chegando em 2017 com o total de 13.644 alunos na rede de ensino.

Podemos inferir que a redução de matrículas nos anos iniciais e finais do ensino fundamental pode ser um reflexo da redução da população natalense referente à faixa etária entre 6 a 14 anos de idade, segundo os dados do Censo Demográfico.

Tabela 3 – População residente de Natal por grupo de idade - 5 a 14 anos (2000-2010)

População 2000 2010 Total % Total % População total 712.317 100 803.739 100 População de 5 a 9 anos 65.115 9,14 55.758 6,93 População de 10 a 14 anos 72.175 10,13 66.167 8,23 Fonte: IBGE (2018). Notas:

* O resultado total da população residente nesses dois grupos de idade engloba homens e mulheres.

Os dados da Tabela 3 mostram uma mudança no perfil demográfico da população, evidenciando uma queda da população que envolve as crianças de 5 a 14 anos, o que pode ser coerente com a diminuição das matrículas na rede municipal de Natal, especialmente nos anos iniciais, no período entre 2011 a 2013.

Nas matrículas da EJA, os dados da Tabela 2 apontam uma redução do número de estudantes no período entre 2011 a 2014, que equivale a 26,38%. Em 2015, a matrícula nessa modalidade de ensino teve um aumento em relação ao ano de 2014, tendo em vista a inclusão das matrículas dos alunos do Programa Nacional de Inclusão de Jovens – Projovem Urbano23. No entanto, a partir de 2016, ocorre novamente uma queda nas matrículas da EJA comparado com o número de matrículas em 2015. Essa redução pode ser consequência do número de escolas que ofertam essa modalidade na rede municipal, tendo em vista que na última

23

O Projovem Urbano busca promover ações para elevar a escolaridade de jovens com idade entre 18 e 29 anos de idade, que sabem ler e escrever, mas não concluíram o ensino fundamental. O programa também pretende qualificar profissionalmente esses jovens e garantir sua participação como cidadãos.

avaliação do Inep sobre a EJA no país mostra-se uma redução de 26,8% das escolas que deixaram de ofertar essa modalidade nos últimos oito anos (INEP, 2016).

Na educação especial, observa-se um crescimento de estudantes matriculados na rede de ensino no período analisado, tanto na educação infantil como no ensino fundamental. Esse aumento pode ser consequência de ações previstas no PAR (2011-2014), na medida em que o município solicitou a assistência técnica do MEC para garantir a implementação de salas de recursos multifuncionais, assegurando melhores condições para o acesso e a permanência de alunos que necessitam de atendimento educacional especializado.

Sobre o Ideb do município, a Tabela 4 apresenta os índices alcançados nos anos iniciais e finais do ensino fundamental.

Tabela 4 – Ideb da Rede municipal de ensino do Natal/RN (2009-2015)

Ensino Fundamental Ideb Observado Metas Projetadas

2009 2011 2013 2015 2009 2011 2013 2015

Anos Iniciais 3.7 4.0 4.3 4.7 3.7 4.1 4.4 4.7

Anos Finais 3.2 3.2 3.2 3.6 3.2 3.5 3.9 4.2

Fonte: Inep/MEC (2017).

Considerando os dados, no ano de 2009, a rede municipal de ensino alcançou a meta projetada pelo governo federal para o ensino fundamental, com um índice de 3.7 para os anos iniciais e 3.2 para os anos finais. Nos anos de 2011 e 2013, observa-se um aumento gradativo do índice nos anos iniciais, embora não alcance a meta projetada para o município. Nos anos finais do ensino fundamental, porém, manteve-se o índice de 2009 (3.2) nos anos de 2011 e 2013. Em 2015, o município atinge a meta estabelecida para os anos iniciais do ensino fundamental, com 4.7, enquanto nos anos finais a meta não é alcançada, atingindo 3.6.

No Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação, o Ideb é estabelecido como meio para averiguar o cumprimento das diretrizes estabelecidas para os entes federados que aderiram ao compromisso. Para isso, são necessárias ações tanto do município como da União para garantir as condições concretas de evolução dos índices estabelecidos em nível federal.

Considerando as ações dos Planos de Ações Articulados de 2007 e 2011, observa-se que os recursos transferidos pelo MEC para rede municipal abrangem mais o atendimento a educação infantil, que envolve a construção de novas unidades de ensino infantil, bem como a aquisição de mobiliário e equipamento, mediante o ProInfância. As subações que envolvem o apoio técnico da União à rede municipal, especialmente na área de recursos didáticos para atender a prática pedagógica, não foram executadas pelo MEC no período de vigência do PAR (2011-2014).

Dessa forma, não há como dimensionar se a evolução do índice referente aos anos iniciais do ensino fundamental é resultado direto das ações que envolvem o apoio do MEC ou de ações de responsabilidade da SME de Natal, assim como não há como indicar se os baixos índices apresentados nos anos finais do ensino fundamental é resultado do não cumprimento de ações que envolvem o apoio técnico da União, solicitado através do PAR (2011-2014).

4.2 PAR (2007-2010): SÍNTESE DOS RESULTADOS DE SUA IMPLEMENTAÇÃO –