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de junho de 2000 apresentou em suas manchetes oito destaques A

investigação da Polícia Federal na farra das liminares denunciada pelo próprio Jornal Nacional; a prisão do ex-senador Luiz Estevão; flagrantes do trânsito no Brasil; a venda de documentos falsos para maus motoristas por um policial; os números do aumento dos servidores; os números do aumento dos remédios; a emoção de um homem que voltou a enxergar depois de quarenta anos; a preparação do tenista Gustavo Kuerten para enfrentar um adversário de dois metros de altura e a má fase da seleção brasileira de futebol.

As manchetes foram lidas alternadamente pelos apresentadores, William Bonner e Fátima Bernardes e as imagens da prisão de Luiz Estevão, do ex- policial vendendo documentos falsos, do homem que voltou a enxergar, do adversário de Guga e dos gols das eliminatórias ilustraram as manchetes. No entanto, nenhum teaser foi usado.

A primeira reportagem dessa edição repercutiu a denúncia do próprio Jornal Nacional da edição do dia anterior, quando um ex-juiz e agora advogado foi acusado de oferecer um esquema de propina para a venda de liminares à intermediários, para garantir na justiça que distribuidoras de gasolina não pagassem impostos.

A reportagem de Sônia Bridi ouviu primeiramente, o presidente do STF (Superior Tribunal Federal), Carlos Mário Velloso, que mostrou indignação com a denúncia. Uma passagem da repórter, em São Paulo, afirmou que o TRF-SP, (Tribunal Regional Federal de São Paulo), pediu uma reunião extraordinária com seus desembargadores.

A reportagem ouviu ainda o presidente do TRF-SP, desembargador, José kallas, que determinou que a Polícia Federal apurasse os fatos; o representante de uma distribuidora que denunciou o esquema e que teve sua identidade preservada, além do diretor da Petroforte, empresa acusada de participar do esquema de corrupção, Márcio Natel. Durante a reportagem, foi exibido um trecho da reportagem do dia anterior, justamente o trecho da sonora com o ex- juiz acusado de participar do esquema.

Foram utilizadas para ilustrar a reportagem, imagens do procurador geral da república e do presidente do STF, imagens de arquivo da denúncia feita pelo

próprio Jornal Nacional no dia anterior, imagens do denunciante, uma fotografia de Ari Natalino, dono da Petroforte, e imagens de Márcio Natel, diretor da empresa.

Um recurso na captação da imagem do denunciante, garantiu a preservação de sua identidade, como podemos verificar na figura 41, abaixo. Um recurso de edição também garantiu a distorção da voz do denunciante que teve sua fala transcrita na reportagem e destacada por caracteres.

Figura 41: imagem do denunciante do esquema de venda de liminares em São Paulo, reportagem do JN, na edição de 30 de junho de 2000.

A segunda reportagem desse primeiro bloco foi mais uma denúncia, a venda de documentos falsos do DETRAN-RJ, por um ex-policial civil.

Segundo a reportagem, o ex-policial civil, Flávio Vieira Pinto, foi preso em flagrante, por agentes da corregedoria do DETRAN do Rio de Janeiro. A reportagem do JN acompanhou a prisão do ex-policial, com exclusividade, no momento do flagrante e obteve as imagens captadas por uma câmera escondida de toda a negociação do crime. Essas imagens, assim como na reportagem anterior, tiveram a fala do acusado transcrita por caracteres.

O repórter, Roberto Kovalik, gravou uma passagem no momento da detenção do acusado e exibiu o documento falsificado, obtido no DETRAN.

Figura 42: imagem do repórter, Roberto KovaliK, durante sua passagem, exibindo o documento falsificado do DETRAN, em reportagem do JN, na edição de 30 de junho de 2000.

Figura 43: imagem captada por uma câmera escondida do acusado de negociar documentos falsos do DETRAN do Rio de Janeiro, em reportagem do JN, na edição de 30 de junho de 2000.

A reportagem ouviu ainda, Carlos Fogaça, Corregedor do DETRAN-RJ e o próprio acusado que negou o crime.

Já na terceira reportagem, desse primeiro bloco, mais um flagrante. A reportagem, narrada pelo próprio William Bonner, exibiu imagens de um acidente na rodovia MG-427, a 16 km de Uberaba. O motorista do Monza, Raimundo Luiz Ferreira, foi preso em flagrante após bater em um táxi. O táxi, após a batida, entrou embaixo de uma carreta matando quatro pessoas. O motorista do Monza estava embriagado.

A reportagem exibiu imagens do acidente, imagens do motorista preso e conseguiu uma sonora com o próprio motorista, na delegacia onde ele foi conduzido. Visivelmente embriagado, o motorista negou a responsabilidade do acidente.

O primeiro bloco dessa edição foi encerrado com uma nota. A nota informou que uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito, que exigia dos caminhões, acima de quatro toneladas e meia, o uso de uma faixa reflexiva foi suspensa pelo próprio órgão.

Observamos nesse primeiro bloco, algumas características que representam uma mudança significativa em relação a edição já analisa de 1994. Além das mudanças já destacas nessa dissertação, pela qual passou o Jornal Nacional a partir de 26 de abril de 2000, um novo cenário, uma nova identidade visual, podemos destacar também a alternância dos apresentadores na narrativa que conduz o telejornal. Na edição de 1994 foi possível observar nos finais de cada bloco do telejornal essa alternância narrativa dos apresentadores para a chamada do próximo bloco. E logo no início do último bloco, na edição de 1994, também houve essa alternância.

Na edição de 30 de junho de 2000 podemos verificar que a mudança na formatação do telejornal, ocorrida poucos meses atrás, em abril de 2000, alterou a estrutura narrativa do telejornal. William Bonner e Fátima Bernardes passaram a dividir, reportagem a reportagem, nota a nota, a narrativa do telejornal, dando ainda mais rapidez à narrativa. A presença constante dos repórteres na condução das reportagens e na próprio narrativa do telejornal se manteve.

Outro fator que nos chamou a atenção foi o cuidado na elaboração das reportagens. Os antigos microfones foram substituídos por lapelas, e os entrevistados, quase sempre, apareceram enquadrados, sentados, dando as

reportagens um caráter mais documental e menos factual, apesar da temática desse primeiro bloco ser de denúncia.

A multiplicidade de vozes na narrativa das reportagens também chamou a atenção. Na primeira reportagem, por exemplo, foram exibidos quatro personagens: o presidente do STF, o presidente do TRF-SP, o ex-juiz acusado e o diretor da Petroforte, além da imagem do proprietário da empresa.

O movimento de câmera e o enquadramento dos apresentadores, como já apontamos nesse capítulo, também sofreram uma mudança significativa, dando ao telejornal, um caráter de grande espetáculo.

Essas mudanças, no cenário e no grafismo televisual, já apontada por Ribeiro88 neste trabalho, foram as mudanças mais significativas no telejornal. A idéia de tridimensionalidade, já observada no cenário de 1994, foi acentuada, ainda mais, nesse novo cenário, como já analisamos na figura 21 desse capítulo.

O segundo bloco da edição de 30 de junho de 2000 teve início com duas notas cobertas, uma sobre o aumento no número de carteiras de trabalho assinadas no Brasil e outra sobre o reajuste salarial dos servidores públicos federais.

Apesar de se tratar de duas notas, sem a inserção de imagens, recursos como uma arte em selo e um G.C. (gerenciador de caracteres) ilustraram a nota, como podemos observar na figura abaixo.

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RIBEIRO, Ana Paula Goulart. Jornal Nacional: a notícia faz história / Memoria Globo. 12a Ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005.

Figura 44: imagem do apresentador William Bonner lendo uma nota sobre o aumento no número de carteiras assinadas no Brasil. No JN, na edição de 30 de junho de 2000.

Na sequência, uma reportagem de Giuliana Morrone, destacou os esforços do governo federal em barrar o aumento, segundo o próprio governo, abusivo dos medicamentos. A reportagem ouviu o então Ministro da Saúde, José Serra e Paulo de Tarso Ribeiro, secretário do Ministério da Justiça. Imagens de pessoas comprando remédios e dos medicamentos que mais sofreriam aumento ilustraram a reportagem. Uma passagem da repórter, ao final da reportagem, numa farmácia de Brasília pontuou os esforços do Ministério da Justiça, nos últimos meses, em barrar o aumento abusivo dos medicamentos.

Uma reportagem sobre o norte-americana que depois de quarenta e três anos voltou a enxergar, encerrou o segundo bloco dessa edição.

A reportagem do correspondente Edney Silvestre, contou a história de Mike Mei, um norte-americano que ficou cego após uma explosão quando era criança. Passados quarenta anos, ele voltou a enxergar graças a uma técnica que preparou o seu olho para um transplante de córnea. A reportagem, em tom emotivo, ouviu o próprio paciente e o cirurgião que operou Mike. O transplante só foi possível, graças a reconstituição do tecido ferido do olho.

Uma passagem do repórter em Nova York, destacou que Mike ainda precisava tatear os objetos para entender o que eles são. A reportagem foi encerrada afirmando que Mike, agora, pode ver a mulher e o filho.

A reportagem foi ilustrava com imagens de Mike andando de bicicleta, mexendo no computador, andando de carro, com a família e imagens do cirurgião e da técnica da operação. As ilustrações da cirurgia foram feitas por uma série de imagens sintéticas que explicou todo o procedimento.

Figura 45: sequência de imagens sintéticas que ilustrou a reportagem de Edney Silvestre na edição do JN de 30 de junho de 2000.

A temática desse segundo bloco variou entre duas editorias, a econômica e a da saúde. Porém acompanhou o tempo aproximado do primeiro bloco, com certa de cinco minutos.

O terceiro bloco teve início com uma reportagem sobre os incêndios em florestas estaduais e reservas biológicas no Rio Janeiro. A repórter, Ana Luiza Guimarães, destacou os incêndios na Floresta Estadual da Tijuca e na reserva biológica do Poço das Antas, também no Rio de Janeiro. Uma passagem da repórter ressaltou a vegetação seca, nas partes mais baixas da floresta e a ocorrência comum de balões nessas áreas. A reportagem entrevistou o Major Fábio Meirelles, do agrupamento florestal do corpo de bombeiros que afirmou ser o homem o grande responsável pelas queimadas.

Na sequência a jornalista, Fabiana Scaranzi, apresentou a previsão do tempo. Em comparação com a previsão do tempo da edição de 1994, a previsão do tempo da edição de 30 de junho de 2000 mostrou avanços no grafismo

televisual, porém, a arte gráfica da previsão do tempo continuou bidimensional com a utilização do recurso do cromakey.

Uma inovação nesse bloco do telejornal foi a exibição de uma chamada do programa Globo Repórter que iria ao ar naquela noite. O apresentador do programa, Sérgio Chapelin, anunciou, do estúdio virtual do Globo Repórter, o tema do programa e imagens da Serra do Roncador, em Mato Grosso, foram inseridas para ilustrar a chamada.

Logo após a chamada do Globo Repórter, uma nota coberta sobre o sequestro de uma criança e um garçom, num hotel da Disney World, foi exibida. Imagens do sequestrador, que era o próprio pai da criança, e do hotel onde o crime ocorreu foram exibidas.

Mais uma nota coberta encerrou o terceiro bloco dessa edição do JN. A nota no entanto, merece uma análise mais detalhada. Ela foi narrada por William Bonner e ilustrada com imagens captadas por um câmera de segurança, como podemos verificar na imagem abaixo, instalada num supermercado de uma cidade satélite de Brasília.

Antes da exibição da nota, o apresentador advertiu que as cenas que seriam exibidas eram chocantes. Bonner narrou a movimentação dos personagens dentro do estabelecimento, um empregador com notas fiscais no balcão da loja, uma criança, uma mulher e um recém nascido num carrinho de bebê. Durante a narração algumas imagens foram frisadas ou exibidas em slow

motion (em câmera lenta) e com um efeito de edição que destacou os

personagens, até o momento em que um dos assaltantes entrou na loja. A tragédia aconteceu, segundo o apresentador, quando um segundo assaltante entrou na loja e resolveu atirar, matando duas pessoas.

Aqui destacamos a exibição dessas imagens que só foram ao ar, graças ao ambiente colaborativo, pré–mídias digitais, como YouTube e Facebook. O telejornal não informou quem cedeu as imagens da câmera do estabelecimento, mas assim como as imagens do ex-policial civil flagrado vendendo documentos falsos, essas imagens fazem parte de uma produção colaborativa de conteúdos, como ressaltou Cannito89. Para Cannito a televisão, e consequentemente o                                                                                                                

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CANNITO Newton. A televisão na era digital: interatividade, convergência e novos modelos de negócio. São Paulo: Summus, 2010.

telejornalismo, tende a ser cada vez mais colaborativo, dando ao telespectador e ao internauta a oportunidade de se tornarem protagonistas em diferentes histórias.

Figura 46: Imagem exibida pelo Jornal Nacional de um câmera de segurança que registrou o assassinato de duas pessoas.

O quarto bloco dessa edição do JN teve início com uma nota sobre o aumento no preço dos combustíveis. Segundo o telejornal, o então Ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o aumento se deve ao reajuste no preço do barril de petróleo que triplicou em um ano e meio.

Na sequência, uma pequena reportagem destacou um acordo fechado na Argentina entre os países membros do Mercosul para a regulamentação das tarifas dos automóveis entre esses países. A reportagem de Heraldo Pereira, destacou uma fala do presidente brasileiro, Fernando Henrique Cardoso, afirmando que, com o acordo, a produção dos automóveis aumentariam. Uma passagem do repórter, em Buenos Aires, informou que tanto o Paraguai, quanto o Uruguai também aderiram ao acordo.

Imagens de arquivo de montadoras de veículos, da solenidade e dos presidentes que participaram do evento, ilustraram a reportagem.

Uma nota coberta, narrada por William Bonner, com os gols das semifinais da Copa do Brasil foram o destaque na sequência do telejornal. Foram exibidos os gols entre São Paulo e Atlético Mineiro, no Morumbi, com vitória por três a zero do time paulista e também os gols entre Cruzeiro e Santos, no Mineirão, com vitória de dois a zero para o time mineiro.

Logo após, mais uma nota coberta, agora narrada por Fátima Bernardes, sobre as Eliminatórias da Copa do Mundo. Foram exibidos os gols da derrota do Paraguai pelo Chile por três a um, em Santiago, e da vitória da Argentina, pelo mesmo placar, sobre a Colômbia, em Bogotá. Paraguai e Argentina seriam os próximos adversários do Brasil nas eliminatórias.

Uma reportagem sobre o tenista Gustavo Kuerten, também foi destaque nesse bloco do telejornal. Guga estava disputando o torneio de Wimbledon e iria enfrentar um novato nas quadras, um jovem alemão de 23 anos, Alexander Popp, e seus dois metros de altura. A reportagem de Marcos Uchôa, ressaltou o duelo entre os brasileiros e os alemães. Em sua passagem, tendo ao fundo do enquadramento o treino dos dois adversários, Uchôa comparou os pilotos de Fórmula 1, Rubens Barrichello e Michael Schumacher, aos jovens tenistas e apontou a superioridade de Guga em relação ao alemão.

A reportagem exibiu também a sonora dos dois tenistas e suas expectativas para a partida.

Outra reportagem esportiva, agora sobre a Fórmula 1, encerrou o quarto bloco dessa edição do JN. A reportagem de João Pedro Paes Leme, enfatizou a boa fase do piloto escocês, David Coulthard, o então vice-líder do campeonato. Segundo a reportagem, o desempenho do piloto era quase um milagre, uma vez que, dois meses atrás, ele sofrerá um grave acidente de avião que vitimou duas pessoas.

Durante a reportagem foram exibidas imagens dos treinos para o Grande Prêmio da França, onde Coulthard fez o melhor tempo; imagens do acidente de avião e do piloto alemão Schumacher, principal adversário do escocês. Uma passagem do repórter pontuou que, apesar do acidente aéreo, este ano seria o ano em que David Coulthard teria a melhor chance de ser campeão da Fórmula 1, mas para isso ele teria que superar mais um grande adversário, o piloto alemão, Michael Schumacher.

O destaque desse quarto bloco do JN ficou por conta das notas e reportagens esportivas exibidas pelo telejornal. Como pontuamos nesta dissertação, a pesquisa da professora Beatriz Becker90, através de uma análise comparativa de diferentes telejornais do mundo, já apontava para a escolha editorial do Jornal Nacional em relação a sua editoria esportiva. Segundo Becker, os demais telejornais analisados não davam tanto destaque a essa editoria, mas o JN tinha, e ainda tem, um importante motivo para essa escolha. Tanto a Copa do Brasil, as eliminatórias da Copa do Mundo, o torneio de tênis, como a Fórmula 1 eram eventos exibidos pela Rede Globo em sua grade de programação. Por tanto, destacar e repercutir esses eventos esportivos era, e ainda é, uma prática da emissora para manter sua programação em destaque.

O quinto e último bloco desta edição teve início com uma nota, lida por William Bonner, sobre os esclarecimentos prestados à Justiça Federal pelo então Assessor Especial do Governo de Minas, Alexandre Duperat. Segundo declarações atribuídas a ele, por um jornal de Minas Gerais, Duperat haveria afirmado que as forças armadas iriam invadir o Estado de Minas.

A primeira reportagem desse último bloco foi sobre a prisão do ex- senador Luiz Estevão. A reportagem de Délis Ortiz, em Brasília, acompanhou a prisão do ex-senador, que estava em seu escritório, no centro de Brasília. A reportagem destacou que o mandado de prisão foi cumprido em quarenta minutos e o ex-senador foi encaminhado para a sede da polícia federal em Brasília.

A reportagem destacou ainda, que operários de uma construção civil, próxima ao escritório do ex-senador, pararam de trabalhar para acompanhar a prisão. Délis Ortiz informou ainda que Luiz Estevão ocuparia a cela de outro preso famoso, o ex-general paraguaio, Lino Oviedo, transferido para o batalhão da polícia militar. Uma passagem da repórter na porta da delegacia da polícia federal de Brasília, esclareceu as condições da cela em que o ex-senador foi conduzido. A repórter esclareceu ainda, que o ex-senador só iria ficar sozinho na cela, por questões de segurança, uma vez que Estevão não tinha direito a uma cela especial.

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BECKER, Beatriz e MATHEUS, Lara. O melhor telejornal do mundo: um exercício televisual em VIZEU, Alfredo; PORCELLO, Flávio e COUTINHO, Iluska. (Orgs.) 60 anos de telejornalismo no Brasil: história, análise e crítica. Florianópolis: Insular, 2010.

Imagens da prisão do ex-senador, dos operários que assistiram a prisão e do ex-general Lino Oviedo, foram usadas para ilustrar a reportagem.

Após a reportagem foi exibido pelo JN o comentário de Arnaldo Jabor. Jabor que reafirmou, em seu comentário, a justa perda do mandato do ex- senador, acusado de desviar 169 milhões de reais, no entanto, questionou o valor inicial da obra do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo, que foi orçado em 231 milhões de reais. Segundo Jabor, o prédio inacabado seria vendido pela Caixa Econômica Federal por 16 milhões e quem o comprasse gastaria, aproximadamente mais 50 milhões de reais para acaba-lo, ou seja, segundo o comentarista essa obra já parecia estar superfaturada em seu primeiro orçamento.

Figura 47: O comentarista Arnaldo Jabor na edição do Jornal Nacional de 30 de junho de 2000

Como podemos observar na figura acima, o comentarista Arnaldo Jabor, era responsável, principalmente, pelos comentários da editoria de política do JN.

Como já destacou Becker91, o telejornal nos apresenta não somente imagens sínteses da tecnologia visual e da atualidade, mas personagens que criam com o telespectador e agora, com o internauta, uma identificação imediata através de um jogo de sedução e empatia. A nova proposta do Jornal Nacional, a partir do ano 1989, foi justamente essa, apresentar aos seus telespectadores, personagens que pudessem, em primeiro lugar, persuadir a própria realidade noticiada e desenvolver uma empatia direta com esse telespectador. Comentaristas, como Arnaldo Jabor, cumpriram essa função por um determinado tempo.

Na sequência uma nota lida por Wiliam Bonner informou que o ex- deputado federal, Hildebrando Pascoal, foi condenado a quatorze anos de prisão, pela justiça eleitoral do Acre. Hildebrando foi condenado por distribuir drogas em troca de votos.

A segunda reportagem desse bloco foi sobre as sessões solenes na Câmara Federal. A reportagem de Arlete Minhomen destacou o número