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Pesquisadores e especialistas são unanimes ao afirmarem que a tecnologia digital na TV representa uma profunda revolução tecnológica no modo de realização audiovisual. No entanto, não podemos afirmar que a tecnologia digital provocou uma ruptura no processo de produção e exibição de conteúdos na TV digital e, mais do isso, não podemos afirmar ainda que a TV e seus diferentes gêneros, entre eles o telejornalismo, sofreram rupturas em sua linguagem audiovisual em função da convergência entre TV e as diferentes plataformas digitais: web, celulares, TV digital portátil.

Para Newton Cannito e sua obra A televisão na era digital:

interatividade, convergência e novos modelos de negócio, o que existe hoje são

hipóteses de como será a TV na era digital. Cannito destaca que a nova tecnologia digital pode alterar o processo de produção e favorecer determinados gêneros e formatos televisuais.

A tecnologia digital tem influência em todas as etapas do sistema televisivo, seja nas técnicas de captação, seja nas de distribuição, passando pela etapa de finalização e tratamento da imagem. Neste último aspecto, o

digital permite uma manipulação muito maior. (CANNITO, 2010: pág. 136)

O impacto da TV digital pode ser facilmente percebido pelo telespectador quando este se depara com a alta definição da imagem. Cannito ressalta que os aparelhos comuns mostram aproximadamente 480 X 360 pixels, em média, uma definição padrão também chamada de Standard Definition ou SD. Esta é a definição usada pelos aparelhos de TV no formato analógico. Com a TV digital a resolução da imagem começa em 704 x 480 pixels, conhecida por SDTV (Standart Digital Television), e chega a 1.920 x 1.080 pixels, o formato HDTV ou Full HD, quase dez vezes maior que a analógica.

Apesar dos efeitos da alta tecnologia na qualidade da imagem e consequentemente do produto final que chega até a casa do telespectador, para Cannito do ponto de vista do espectador a alta definição pode ser dispensável na programação quando a comparamos a outras especificidades da televisão como a interatividade. Como exemplo, o autor cita programas como sitcoms (comédias de costumes) cuja linguagem é baseada no diálogo e programas de auditório como o Domingão do Faustão, onde segundo Cannito a interatividade tem uma função muito mais importante que a alta definição da imagem. Cannito resume que a TV na era digital poderá ser tanto interativa quanto transmitida em alta definição, mas o mais importante, segundo o autor, é a qualidade e o talento empregados na produção de conteúdos, bem como a variedade da programação que será oferecida ao espectador.

Para Cannito o grande desafio da TV digital de desenvolver recursos que potencializem e modernizem as noções e ações de interatividade é diferente de se aproximar do conceito de interatividade usado pela internet.

Newton Canito propõe em sua obra cinco níveis de interatividade para a TV digital, são eles:

1. Escolher os programas: nesse nível a interatividade se dá com base na grade de programação, ou seja, há uma interrupção do fluxo televisual para que o espectador possa selecionar programas que ele deseja assistir. Aplicativos

como pay-per-view e VOD (Video on Demand) entre outros garantem esse tipo de interatividade.

2. “Bater um papinho” : aqui a interatividade não se dá com o programa, mas com o outro espectador/ usuário. Há aqui a criação de comunidades por meio do ciberespaço onde esses telespectadores-internautas se organizam para trocar informações ou opinarem sobre um determinado programa.

3. Participar: o espectador, por exemplo, vota ou manda cartas, SMS (Short Message Service) ou e-mails para participar do programa ou para ser premiado, exemplo já destacado neste trabalho é o reality show da Globo, o Big Brother Brasil, ou participando diretamente do programa, quando este permite telespectadores no auditório.

4. Mudar o programa: são aplicativos voltados para a personalização dos programas. Esse aplicativos podem estar focados na direção do programa através de escolhas de câmeras, pontos de vista, ou focados na própria narrativa através da escolha que a narrativa do programa deve seguir. Para Cannito, esta interatividade tem poucas chances de progredir na TV digital pois se contrapõe a algumas características básicas da recepção televisiva como a “noção tribal” onde uma comunidade imaginária de telespectadores pode decidir em conjunto o rumo do programa.

5. Ter a possibilidade de criar: para Cannito a forma mais radical de interatividade, onde o usuário intervem diretamente sobre a obra, recriando-a a seu gosto ou com base em algum sistema automático, programado de acordo com seu interesse. Como exemplo, o autor cita aqui programas televisivos que são capturados por usuários e retrabalhados em computador, seja na remontagem ou na alteração do conteúdo.

Quando analisamos em específico o gênero telejornal, corpus desta pesquisa, podemos destacar que a alta definição da imagem não é fator determinante para o aperfeiçoamento da linguagem jornalística na TV, uma vez que, como já ressaltamos, o telejornalismo trabalha com o conceito de realidade por meio da informação. E a informação presente do discurso do telejornal pode ser manipulada de acordo com diferentes interesses, e ainda assim, ter boa qualidade técnica.

Algumas emissoras brasileiras já disponibilizam toda sua grade de programação em HD (High Definition) e consequentemente seus telejornais,

tanto na TV a cabo quanto via satélite. É possível também com a tecnologia digital em alta definição gravar toda a programação disponibilizada pelas emissoras nesse formato por meio de decoders HD, já oferecidos pelas operadoras dependendo do plano de assinatura. Recurso semelhante aos tradicionais videocassetes e DVDs que já gravavam esse tipo de conteúdo. Assim, além da alta definição, a primeira interatividade proposta por Cannito, a de escolher os programas sem depender da grade fixa da emissoras, já está disponível no mercado brasileiro.

O segundo nível de interatividade proposto por Cannito, “bater um papinho” já pode ser facilmente utilizado pelo telespectador – internauta com a convergência da tecnologia digital entre os diferentes conteúdos produzidos pelas emissoras de TVs, exibidos na televisão e no ciberespaço, com a utilização da linguagem hipermídia como já apontamos no primeiro capítulo desta dissertação. O telejornalismo brasileiro também já se utiliza dessa interatividade: seja por meio das redes sociais na internet (RSIs), dos websites, e aplicativos como chats presentes em seus próprios websites. O perfil pessoal dos principais apresentadores dos telejornais brasileiros, nas redes sócias na internet, também estimula uma certa interatividade com o telespectador-internauta reforçando ainda mais a imagem de celebridade que os apresentadores de telejornais ganharam nesta última década.

Participação é outra ação de interatividade proposta por Cannito ainda pouco usada pelas emissoras em seus telejornais: o Jornal Nacional, por exemplo, possui uma central de atendimento ao telespectador65, que pode ser acessada de forma online por meio de seu website ou por telefone. A central foi criada para “receber seus elogios, críticas e sugestões, assim como tirar dúvidas sobre a nossa programação.”, texto que consta na própria página da central.

Já o Jornal da Cultura permite que os telespectadores-internautas participem do telejornal por meio das redes sociais na internet (RSIs) realizando algumas perguntas que são lidas pela apresentadora para os comentaristas do telejornal. Essa participação, no entanto, não é frequente.

Newton Cannito faz uma diferenciação entre o que é interatividade e participação na TV: a interatividade, segundo o autor, diz respeito as linguagens                                                                                                                

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individuais dos games e da internet, onde o público pode escolher seu próprio caminho, já a participação em TV é uma experiência coletiva, aqui a televisão por meio da interatividade potencializa as conexões entre os telespectadores, estimulando conteúdos e aplicativos capazes de reunir a família ou um grupo de amigos em torno de um tema. A TV participativa vai além da TV interativa.

Espera-se que num futuro próximo, a TV digital, com o auxílio de aplicativos como o TV mail, possibilite ao espectador avisar os amigos (e/ou listas de amigos simultaneamente) sobre determinado canal que exiba, naquele instante, algo de interesse comum. Pelo TV Chat ele poderá ter o prazer adicional de uma conversa em tempo real, num modelo próximo ao do Messenger ou até a do Skype. Tudo isso permitirá que o espectador não mais tenha que assistir à televisão sozinho, podendo interagir com uma comunidade virtual. (CANNITO, 2010: pág. 155)

Como destaca o autor, a criação de comunidades em torno de um programa de TV, seja ele ficcional ou real, como os telejornais, são uma tendência da tecnologia digital. Essas comunidades, como também já abordamos no primeiro capítulo, tem como objetivo criar uma inteligência coletiva num ambiente de compartilhamento de ideias e preferencias comuns. A criação dessa inteligência coletiva só foi possível graças as tecnologias que permitiram a convergência de diferentes conteúdos em diversas plataformas, estabelecendo assim uma cultura da convergência.

Outro recurso importante dentro dos níveis de interação, em especial na participação, é a democratização das tecnologias digitais e a criação de conteúdos colaborativos. O fator econômico foi e está sendo fundamental para o acesso as tecnologias digitais, para o barateamento dos custos de produção, captação, finalização e as possibilidades da criação de canais de exibição na web, fatores que inseriram novos realizadores no mercado audiovisual e abriram novas perspectivas de negócios. As leis de incentivo a produção audiovisual, como a Lei do Audiovisual (Lei Federal 8.685/93), por exemplo, ajudaram a fomentar a produção independente na TV brasileira, principalmente na TV a cabo.

Para Silva e Rocha66, os telejornais estão incorporando em sua linguagem, característica da internet. Para as autoras, duas particularidades do meio digital, a multimidialidade e a interatividade já estão presentes nos telejornais. A multimidialidade, segundo as autoras, refere-se à convergência dos formatos das mídias tradicionais (imagem, texto e som) na própria narrativa do fato jornalístico, já na interatividade, com a tecnologia da internet, criou-se uma comunicação denominada bidirecional, com a utilização de ferramentas específicas do meio digital, como e-mail, fórum de discussões, chats e espaços para comentários.

No caso do telejornalismo, percebe-se que os principais telejornais brasileiros não só possuem conteúdos disponíveis na internet como fazem uso das propriedades do meio. Portais ligados à emissoras de televisão fornecem informações sobre a programação, detalhes dos bastidores de programas, entrevistas exclusivas com seus artistas e versões inteiras ou em partes, das reportagens apresentadas nos telejornais no formato multimídia. (SILVA E ROCHA, 2010: pág. 210)

A representação virtual nas cenas reais dos telejornais também são recursos tecnológicos, segundo as autoras, incorporados da internet pelo telejornalismo da TV. A presença desses elementos, como os displays, no formato de mapas, gráficos, ou de reconstituições animadas realizadas por diferentes softwares, dividindo a cena com os apresentadores ou repórteres no formato ao vivo, ou nas previsões do tempo, por exemplo, empresta ao telejornal um caráter de virtualidade característico da Web.

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SILVA, Edna de Mello Silva e ROCHA, Liana Vidigal. Telejornalismo e Ciberespaço:

convergência de tecnologias e informação em VIZEU, Alfredo; PORCELLO, Flávio e

COUTINHO, Iluska. (Orgs) 60 anos de telejornalismo no Brasil: história, análise e crítica. Florianópolis: Insular, 2010

Figura 15: imagem da jornalista Patrícia Poeta lendo uma nota sobre economia ao mesmo tempo que uma arte virtual ilustra as informações

As grandes telas ou monitores, segundo as autoras, assumem o papel de personagens funcionando como interlocutores dos diálogos entre os apresentadores no estúdio e o mundo externo. A tela assume, no telejornal, a representação simbólica de uma passagem entre o mundo real e virtual, ora trazendo realidades distantes geograficamente, ora reproduzindo realidades em tempos diferenciados, por meio de representações de simultaneidade e imediatismo.

A marcante presença de grandes telas (monitores) integrando os cenários dos telejornais são fortes indicadores da influência do ciberespaço na linguagem televisiva. As telas, interativas ou não, funcionam como “portais” que dão acesso a informações em espaços e tempos diferentes, além de trazer ao telejornal um atributo de inovação tecnológica e contemporaneidade. (SILVA E ROCHA, 2010: pág. 209)

Figura 16: imagem da telejornal Jornal Hoje, da Rede Globo, que utiliza o recurso dos grandes monitores.

Para as autoras a convergência midiática é fundamental para que o telejornalismo ofereça aos telespectadores uma maior possibilidade de interação e participação no telejornal. Seja por meio de chats, fóruns, enquetes, salas de bate-papo, os telespectadores-internautas podem estabelecer com os produtores, convidados dos telejornais e com outros telespectadores-internautas uma relação mais próxima. Silva e Rocha afirmam também que essa proximidade ajuda as empresas de comunicação a identificar o desejo do telespectador, melhorando assim a qualidade dos conteúdos e os índices de audiência.

Para Médola67, a convergência midiática representa também, uma fase de transição para a televisão. A autora destaca que o modelo de TV que conhecemos hoje não pode estar integralmente na internet por muitos motivos: o primeiro motivo apontado por Médola diz respeito à temporalidade, uma vez que a base do processo de comercialização das emissoras de TV está ligada diretamente ao modelo de produção e exibição dos diferentes conteúdos. Esse modelo exige que as emissoras disponibilizem um fluxo de conteúdo audiovisual ininterrupto para                                                                                                                

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MÉDOLA, Ana Silvia L.D. Globo Media Center: televisão e internet em processo de

convergência midiática. Bauru: Universidade Estadual Paulista – Unesp, 2005. Disponível em

que o telespectador não saia da frente da TV; disponibilizar esse mesmo conteúdo, em tempo real, numa outra plataforma como a internet e seus respectivos websites representaria um estímulo para que o telespectador- internauta saía da frente da TV e passe a assistir a programação da emissora em outra plataforma, plataforma esta muito mais interativa, o que representaria um risco do ponto de vista comercial. Além da necessidade de uma renegociação com o mercado publicitário que hoje investe grande parte de seus recursos na TV aberta.

As condições sócios-econômicas da população são outro motivo apontado por Médola. Para a autora a TV em sinal aberto já atinge a quase totalidade dos lares brasileiros a um custo muito pequeno, em contrapartida o custo do acesso à internet no Brasil, apesar da diminuição significativa nos últimos anos, ainda é caro.

Outro motivo apontado pela autora são as condições tecnológicas que garantam, por exemplo quando pensamos no padrão de qualidade da Rede Globo de Televisão, que a mesma qualidade técnica exibida na TV aberta seja mantida na internet. Vários fatores, como o acesso a uma banda larga, por exemplo, e a velocidade de conexão, influenciam diretamente na qualidade da recepção do conteúdo disponibilizado pelas emissoras. Médola destaca ainda que a migração da televisão para a internet vai além da convergência de duas linguagens diferentes, a audiovisual e a hipermídia, é um processo de constituição de uma nova mídia.

Como exemplo, Médola faz uma análise do site Globo Media Center68, das Organizações Globo, que como o próprio nome já diz é um portal que centraliza todo o conteúdo produzido pela Globo tanto na TV aberta como na TV a cabo. A autora afirma em seu artigo que nesse ambiente de convergência de linguagens é o enunciatário, o telespectador-internauta, que toma a ação de assistir a um vídeo. Diferentemente da TV, onde o telespectador pode ter uma postura passiva, na internet o telespectador-internauta se depara com uma interface gráfica que sincretiza diferentes tipos de linguagem simultaneamente (fotografias, ícones, logotipos), mas no primeiro momento a linguagem

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audiovisual não está presente. É sua ação de escolher e selecionar um ícone que exibirá um vídeo.

Segundo Silvia Médola, a organização e os procedimentos operativos propostos para a navegação são diferentes da estrutura formal da televisão. Essa interatividade é uma das características do modelo de produção e distribuição dos conteúdos presentes na internet e denominados pela autora de suportes derivados das novas tecnologias.

No estágio atual da convergência, notamos que, em relação ao nosso objeto de análise, a fruição dos produtos audiovisuais disponibilizados pelo Globo Media Center é feita por um enunciatário internauta que é ao mesmo tempo usuário do serviço e telespectador. Um enunciatário que sincretiza portanto três papéis quando em contato com a televisão na web. Internauta porque é preciso estabelecer conexão com a rede, usuário porque vai se servir de um catálogo disponibilizado e telespectador porque esse acesso é motivado por modalizações provenientes das experiências vividas previamente como telespectador. Antes de ser internauta o sujeito que acessa o Globo Media Center é telespectador da TV (aberta ou via a cabo), pois é em função do que já viu ou conhece que se sente modalizado a agir e acessar o sistema. (MÉDOLA, 2005: pág. 5)

A análise do Globo Media Center proposta por Médola, tendo como recorte de sua pesquisa a produção de sentido no processo de fruição entre a TV e a internet, deixa claro que as mídias decorrentes das novas tecnologias são aterritoriais (categoria de espaço), são velozes (categoria do tempo), possuem elementos inerentes ao processo enunciativo que pertencem ao ciberespaço.

Nesse processo, a relação espácio-temporal e actancial é intrínseca. Os links são pontos de cruzamento, chaves da incoatividade e terminatividade dos conteúdos acessados, balizas que demarcam o percurso da navegação. A fruição dos produtos audiovisuais demarca a duratividade temporal que tem como possibilidade de terminatividade a ação do enunciatário, detentor do poder-fazer a interrupção, a qualquer tempo, do programa acessado; detentor do poder-fazer o acesso a um link com informações adicionais, um chat para ‘conversar’ sobre o programa em questão, enfim, poder-fazer prolongar a temporalidade da fruição, da conexão com o conteúdo desejado. (MÉDOLA, 2005: pág. 7)

Esse espaço-temporal da relação de fruição da tecnologia digital e o poder-fazer do destinatário já estão também presentes na TV digital, na TV a cabo ou por satélite, com a tecnologia HD, mas a linguagem audiovisual, mesmo com esses avanços tecnológicos, não se assemelha à linguagem hipermidiática. Os avanços tecnológicos estão trazendo e trarão para a TV características da linguagem da hipermídia, ambas as linguagens já são e serão cada vez mais convergentes, como também defende Médola, mas ainda assim são linguagens diferentes, pois compõem mídias diferentes, com regulamentações e interesses econômicos e sociais diferentes.

Esta é também a analise do professor e pesquisador Antonio Brasil69. Para o professor o telejornalismo online é inevitável, mas vai muito além de uma simples transferência de meios. Para Brasil essa transferência se dará com a criação de uma nova linguagem para esse novo meio, que pode ser melhor ou pior que a linguagem audiovisual da TV, mas certamente será uma linguagem diferente. O professor afirma ainda que, aprender a produzir novos conteúdos para as novas TVs digitais na internet é um grande desafio para o futuro da comunicação e do jornalismo.

Hoje as WebTVS podem representar a mais nova forma de “reinvenção” da televisão, levando às últimas consequências a característica originais da TV tradicional na medida em que, somando tecnologias como computador, linha telefônicas e satélites, permite ao cidadão comum ver os fatos ao mesmo tempo em que acontecem em qualquer parte do planeta, ou seja, ao vivo. O novo telespectador ou webespectador pode assistir aos conteúdos dos telejornais quando quiser, adaptando a mídia a seu próprio tempo e interesse, como também pode interagir com esses conteúdos de casa ou através de novos sistemas móveis como celulares com internet e TV digital. A WebTV muda o foco da TV unidirecional e imperativa características dos dois sistemas convencionais de teledifusão que marcam o século passado. (BRASIL, 2011: pág. 16)

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BRASIL, Antonio Claudio. Convergência Midiática: A TV e os telejornais se encontram na

Existem, porém, diferenças entre as denominadas TVs on-line. Segundo Amaral70 as TVs on-line podem ser classificadas em duas categorias: as WebTVs e as CiberTVs; as WebTVs são os canais disponibilizados pelas emissoras de TV convencionais via Web, já as CiberTVs são canais de televisão que existem somente no mundo virtual.

A autora classifica também os modelos de telejornalismo virtual em seis modelos:

Modelo I – Transposição em “tempo real”. Nesse modelo, o telejornal exibido na TV é também exibido em “tempo real” na Web por meio de um site da emissora ou do telejornal na internet.

Modelo II - Transposição On Demand. Nessa transposição os telejornais são disponibilizados em menus on demand (sobe demanda) dando a possibilidade do internauta acessar quantas vezes quiser, nos momentos que desejar.

Modelo III- Transposição on demand e em “tempo real” Aqui há a utilização dos dois primeiros modelos concomitantemente. O telespectador- internauta pode assistir o telejornal, em tempo real, ou pode assistir as diferentes