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Debate crítico 2: “Os princípios da análise experimental da conduta são suficientes

6 RESULTADOS

6.1 MICROANÁLISE CASO LIZETH

6.1.1 Critérios de avaliação da argumentação incorporados pelos alunos durante a

6.1.1.2 Debates entre participantes da DEI

6.1.1.2.1 Debate crítico 2: “Os princípios da análise experimental da conduta são suficientes

Este debate aconteceu na sala de aula, como parte do Ciclo II da DEI, a discussão durante este ciclo apontou para a suficiência da Teoria Behaviorista para explicar a conduta complexa como a emocional e verbal, para isso, se contrapuseram as visões behavioristas e cognitivistas. O debate aconteceu de acordo com as fases estabelecidas no MDC (ver p.48) e teve duração de uma hora.

Durante este debate Lizeth fez parte da equipe avaliativa. Esta equipe elaborou uma ficha com os critérios e uma escala numérica – de 1 a 5 –, na qual consideraram que próximo de 5 é de maior qualidade e perto de 1 é de menor qualidade. Os critérios propostos pela equipe foram utilizados para avaliar cada fase do debate. No momento que aconteceu este debate, já tinha sido introduzido na sala de aula os critérios de Govier (2014), Aceitabilidade, Relevância e Suficiência (ARS). Segue a análise da avaliação realizada por Lizeth em cada fase do debate. No debate limitado, se identificaram movimentos avaliativos que correspondem com os critérios estabelecidos pela equipe avaliativa, e os comentários realizados por Lizeth sobre o desempenho geral dos estudantes no debate. Os critérios definidos pela equipe avaliativa, e utilizados por Lizeth foram: a) Aceitabilidade, o qual foi definido pela equipe como: citar fontes

fazendo verídico o argumento. Diante deste critério Lizeth avalia com a máxima pontuação (5)

as duas equipes, pelo que se pôde inferir foi que, para Lizeth, a duas equipes evidenciaram boa qualidade, pelo fato de citar fontes que fizeram verídico o argumento. b) Relevância, o qual foi definido pela equipe como: Justificar adequadamente o ponto de vista, igualmente ao critério anterior, Lizeth avalia com a máxima pontuação (5), considerando que as duas equipes justificaram adequadamente o ponto de vista. c) Suficiência, foi definido pela equipe como o uso suficiente de argumentos para sustentar o ponto de vista. Diante deste critério, Lizeth considerou que a equipe proponente teve um melhor desempenho dando uma melhor pontuação (5) frente à equipe oponente para a qual deu quatro pontos.

Pode-se afirmar que até esse momento, o uso dos critérios relevância e suficiência, foram no sentido de Govier, já que tinha sido introduzido o conhecimento sobre eles na DEI. No entanto, seu uso é evidenciado de uma apropriação inicial, mas não no sentido estrito proposto por Govier, ou seja, Lizeth emprega os termos, sem realmente fazer uma valoração da relação das justificativas com o ponto de vista e, tampouco, da solidez dos argumentos.

d) A respeito do critério ‘uso adequado dos conceitos (clareza)’, Lizeth destacou significativamente que a equipe proponente realizou o uso adequado dos conceitos em relação a equipe oponente. Compreensão que pode ser inferida pela pontuação dada – 5 para a equipe proponente e 3 para a equipe oponente. e) Diante do critério ‘Diálogo claro entre os grupos’, definido pela equipe avaliativa, como levar em consideração o que os outros falaram, nesta fase do debate, Lizeth outorgou a mesma pontuação (5) para as duas equipes, considerando que houve, realmente, um diálogo entre elas. f) Ante o critério, ‘Utilizar adequadamente o tempo assignado’, Lizeth valorou que a equipe proponente fez um melhor uso do tempo, outorgando- lhe uma pontuação de 5 e uma de 4 para a equipe oponente. Na fase do debate limitado, Lizeth realizou comentários adicionais à avaliação já feita como se evidencia no trecho a seguir.

No comentário realizado por Lizeth sobre o desempenho das duas equipes, pode-se identificar a presença de critérios dialéticos e pragmáticos. Na L8 e L17 avalia a aceitabilidade das justificativas, se referindo ao uso de fontes confiáveis. Na L8 também afirma “...El grupo

proponente tiene argumentos suficientes...” e, na L18 emprega a expressão “...faltó más argumentación” para avaliar à equipe oponente. Nota-se que Lizeth realiza um movimento de

comparação entre as duas equipes, concluindo que as justificativas dadas pela equipe proponente são as necessárias para suportar o ponto de vista, enquanto, que as razões oferecidas pela equipe oponente não seriam suficientes, havendo a necessidade de aportar mais justificativas que suportem o ponto de vista: “Os princípios da análise experimental do

comportamento não são suficientes para explicar a conduta complexa, como a conduta emocional e verbal”. Observa-se, também, que neste caso, parece haver uma maior apropriação

do critério de suficiência no sentido proposto por Govier.

Por outra parte, essa anterior valoração de suficiência, permite afirmar que, implicitamente, Lizeth aceita as informações mobilizadas pelas equipes, e, por sua vez, reconhece a relação existente entre os pontos de vista defendidos e as justificativas por elas dadas.

Em L9 e L18, pode-se identificar o critério pragmático sobre o uso do tempo. Na L9 Lizeth avalia levando em consideração o critério pragmático de participação, critério que não foi estabelecido em conjunto com a equipe avaliativa. Na L17 e L19 emprega o critério de clareza nos conceitos utilizados no debate, considerando como positivo que o grupo empregue definições exatas, mas cobrando em L19 que nem todos os integrantes da equipe tinham dita clareza.

Para o caso das fases de debate aberto, perguntas, conclusão e fechamento do debate, Lizeth avaliou com os mesmos critérios, anteriormente mencionados, estabelecidos pela equipe avaliativa. Durante estas fases, Lizeth não realizou comentários adicionais, apenas pontuou cada critério.

A da conclusão da avaliação dada por Lizeth de sua própria avaliação ao debate crítico 2, não sintetiza os critérios utilizados para avaliar cada fase do debate. Ressalta-se o critério de uso inapropriado do tempo, considerando-o como de menor qualidade. Não foi claro o que ela quis dizer com “Justificaciones desde el punto de vista biológico, ecológico e natural”, embora, pode-se interpretar como um comentário que corresponde a fase do debate aberto. Como ela mesma indica, esta parece ser uma afirmação de justificações dadas pelas equipes e não se observa a presença de um movimento avaliativo.