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4.1 Metodologia

4.1.7 Definição de medidas corretivas/preventivas

De forma a melhorar as condições de trabalho e a diminuir a exposição aos agentes químicos, foram estudadas algumas medidas corretivas/preventivas. Durante todo este processo de consideração para implementação de medidas corretivas/preventivas, deve-se sempre ter em consideração todo o processo de controlo, seguindo sempre uma ordem hierárquica:

1º MEDIDAS TÉCNICAS

Promover a armazenagem, manuseamento e separação dos agentes químicos incompatíveis. Assegurar que os equipamentos de trabalho e os sistemas de proteção aos trabalhadores satisfazem as disposições legais sobre segurança e saúde relativas à sua conceção, fabrico e comercialização. Organizar programas de inspeção e manutenção preventiva para todos os equipamentos de trabalho, cumprimento das regras de segurança na manipulação de agentes químicos, colocação de sinalização de segurança nos locais de trabalho, disponibilizar meios apropriados de recolha, armazenagem e eliminação de resíduos, entre outras.

2º MEDIDAS DE INFORMAÇÃO/FORMAÇÃO

O empregador deve informar o colaborador sobre os procedimentos a seguir em caso de acidente/incidente grave resultante da manipulação de agentes químicos, sobre os agentes químicos perigosos presentes no local de trabalho, a sua identificação, os riscos para a segurança e saúde, os valores limite de exposição e sobre as FDS referentes a cada produto químico existente na área de trabalho. Os colaboradores devem receber formação sobre os procedimentos e as boas práticas de segurança a adotar para minimizar a exposição, sobre as medidas de emergência que

dizem respeito aos produtos químicos perigosos e sobre a utilização de equipamentos e vestuário de proteção.

3º MEDIDAS ORGANIZACIONAIS

Devem ser implementadas medidas sobre a organização do trabalho, nomeadamente: a promoção da avaliação periódica dos riscos profissionais, a avaliação da qualidade do ar interior e a concentração de agentes químicos no ar ambiente, a organização e gestão das FDS dos agentes químicos presentes na empresa, a redução do número de trabalhadores expostos, da duração e do grau de exposição (promover a rotatividade dos trabalhadores, reduzir o tempo de execução de tarefas, introduzir pausas nas tarefas e introduzir alterações nos processos de trabalho e medidas técnicas de controlo).

4º MEDIDAS DE VIGILÂNCIA MÉDICA

Devem ser realizadas, com alguma regularidade, medidas de vigilância da saúde dos trabalhadores em atividades com exposição a agentes químicos. Esta vigilância deve contemplar o rastreio de efeitos precoces e reversíveis.

5º MEDIDAS DE PROTEÇÃO COLETIVA (EPC)

São equipamentos de contenção que possibilitam a proteção do trabalhador e as demais pessoas numa determinada área. Devem estar instalados em locais bem sinalizados e de fácil acesso. São utilizados, portanto, para minimizar a exposição dos trabalhadores aos riscos e, em caso de acidente, reduzir as suas consequências. Todos os trabalhadores devem estar treinados para a utilização de equipamentos de proteção coletiva. A extração localizada é um exemplo de EPC’s. Quando as medidas de proteção coletiva não forem suficientes para garantir a proteção contra os riscos de acidente e/ou doenças profissionais, devem-se utilizar os equipamentos de proteção individual, que protegem individualmente os trabalhadores.

6º MEDIDAS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI)

Este deve ser o último conjunto de medidas a serem implementadas e devem contemplar o fornecimento de equipamentos de proteção individual, referentes à exposição a agentes químicos, aos colaboradores que estejam expostos aos mesmos. Os EPI devem ser substituídos sempre que as suas características protetoras deixarem de ser asseguradas e deve-se assegurar que os mesmos são guardados em locais apropriados. Devem ainda ser implementadas regras de higienização22.

22

http://www.act.gov.pt/(pt-PT)/crc/PublicacoesElectronicas/Documents/Guia%20para%20micro,%20pequenas%20e%20m%C3%A9dias%20e mpresas.PDF (Consultado a 19/05/2018)

PARTE 2

5 RESULTADOS

Neste capítulo serão apresentados todos os resultados obtidos tendo em conta toda todo o procedimento da metodologia apresentada.

5.1 Inventário – Produtos químicos, borrachas, óleos

Foi realizado um inventário de todos os produtos existentes na secção Cork Rubber Materials, obtendo-se 91 produtos químicos e 20 borrachas, listados na Tabela 9 (Anexo III). Após a realização desta listagem, foram analisadas todas as Fichas de Dados de Segurança de todos os produtos (químicos e borrachas) existentes na plataforma de gestão de documentos da Amorim Cork Composites e nas pastas de armazenamento de FDS. Esta análise permitiu que se entendesse o estado das FDS que a empresa possuía, se se encontravam atualizadas ou não, e por outro lado, perceber a perigosidade dos produtos presentes nesta secção, bem como outros tópicos anteriormente referidos.

No total, foram analisadas 222 Fichas de Dados de Segurança, sabendo que cada produto possuía mais do que um fornecedor. Algumas FDS analisadas encontravam-se desatualizadas e outras inexistentes. Tendo em conta a análise destas Fichas de Dados Segurança, 12 FDS identificaram 7 produtos como sendo inflamáveis (GHS02), 3 FDS identificaram 2 produtos como sendo comburentes (GHS03), 5 FDS identificaram 5 produtos como sendo corrosivos (GHS05), 1 FDS identificou um produto como sendo de tóxicos (GHS06), 66 FDS identificaram 21 produtos como sendo nocivos (GHS07), 9 FDS identificaram 4 produtos como sendo perigosos para a saúde (GHS08), 59 FDS identificaram 15 produtos como sendo Perigosos para o ambiente (GHS09).

Depois esta análise, e após se ter verificado que a grande maioria das Fichas de Dados de Segurança se encontrava desatualizada ou inexistente, foi solicitada uma listagem dos atuais fornecedores, bem como respetivos contactos, de todos os produtos da Cork Rubber Materials para que se pudesse contactar com os mesmos de forma a requisitar as Fichas de Dados de Segurança dos produtos que atualmente são fornecidos à ACC.

Das FDS atualizadas, foram identificados 5 produtos inflamáveis, 3 produtos corrosivos, 2 produtos tóxicos, 18 produtos nocivos, 8 produtos apresentam perigos para a saúde e 12 produtos são potencialmente perigosos para o ambiente. Foi então possível perceber que um total de 22 produtos apresentam perigosidade que pode afetar a saúde dos colaboradores (GHS05, GHS06, GHS07 e GHS08), sendo que alguns apresentam múltiplos pictogramas. Todos estes produtos foram tomados em atenção para o estudo em causa.