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DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE PRÁTICA: CONSTRUINDO AULA

No documento Série III: RESULTADOS DE PESQUISAS (páginas 80-86)

ATLÂNTICA NO MAIOR MANANCIAL DE ABASTECIMENTO DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA

DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE PRÁTICA: CONSTRUINDO AULA

Considerando a perspectiva teórica da instituição foi construído plano de aula a qual foi pensando de acordo com a rotina e os cinco passos da Pedagogia Histórico-Crítica de João Luiz Gasparin, contemplando campos de experiência,

conteúdo, objetivos, prática social inicial, problematização, instrumentalização, catarse e prática social final.

A reflexão desenvolvida pela pedagogia histórico-crítica busca propor novos caminhos, para que a crítica não seja esvaziada pela falta de soluções e organização metodológicas do pensamento. (MARSIGLIA, 2011). Desta forma cada momento da aula parte da ideia geral do conhecimento prévio do aluno para uma apropriação do conhecimento científico. Desta forma, para uma visão clara de como seria uma aula construída na Educação Infantil pensando no tema proposto no artigo, fica explicitado o plano de aula, pensando na especificidade da faixa etária, e ainda considerando o jogo como parte integradora de apropriação do conhecimento da fase.

Campo de experiência: Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações; Conteúdo: Resíduos Sólidos; Objetivos: Identificar por meio de filme infantil o que são resíduos sólidos; Perceber em sua rotina como as crianças realizam o descarte do lixo; Diferenciar os tipos de resíduos sólidos por meio de jogo de trilha geográfica; Realizar experiência para reaproveitamento do papel e construir fantoches com caixa de leite.

Prática Social Inicial: Em semicírculo, por meio de diálogo, será verificado o que as crianças apresentam de conhecimento prévio acerca do conteúdo. Na sequência as professoras irão apresentar o conteúdo.

Problematização: Vocês conhecem resíduo sólido? O que fazem com o resíduo sólido descartado em casa? Sabem o que é coleta seletiva? Já construíram algum brinquedo com materiais reciclados?

Instrumentalização: 1º Aula: Após roda de conversa sobre o conteúdo e problematização o professor irá explicar o conteúdo, aproveitando o conhecimento prévio das crianças e simulando situações do cotidiano que podem ocorrer que geram poluição do meio ambiente, deixando claro para as crianças que resíduos sólidos são todos os detritos sólidos e pastosos produzidos pelos homens, e que desses uma grande podem ser reaproveitados; 2º Aula: Conseguinte a rotina da sala, será socializado o vídeo da Turma da Mônica “Um Plano para Salvar o Planeta. Figura 1.

Figura 1. Crianças assistindo o vídeo

Fonte: SILVA, 2019

Após o término do vídeo será realizado uma roda de conversa, onde as crianças deverão expor o que mais chamou atenção delas no vídeo e as professoras irão fazer os apontamentos sobre o mesmo; ao término da aula será solicitado as crianças que tragam uma caixa de leite para confeccionar fantoches; 3º Aula: Nesta aula iremos dar início a confecção de papel por meio de papéis descartado pelo CMEI. Será explicado o processo de reaproveitamento e ainda falado sobre o desperdício dos alimentos; 4º Aula: A aula seguirá finalizando o processo de confecção de papel, e será dado inicio a confecção dos fantoches, fazendo uso das caixas de leite, para que as crianças de forma prática vivenciem a transformação de um detrito (lixo) em brinquedo; 5º Aula: com o objetivo de retomar e fixar o conteúdo será organizado na sala um jogo de trilha Geográfica com o conteúdo Resíduos Sólidos. A trilha será construída com ênfase nos conhecimentos que foram socializados com as crianças.

Catarse: A medida que as aulas forem acontecendo e com o desenvolvimento das atividades será observado se as crianças superam o senso comum acerca dos

seus conhecimentos sobre resíduo sólidos, se percebem a importância de cuidar do planeta, e da responsabilidade que cada um de nós temos.

Prática Social Final: Partindo da ideia dos 3R, espera-se que as crianças em seu cotidiano apliquem os conhecimentos adquiridos com atitudes de cuidado com o meio ambiente.

Foi possível por meio da aula apresentada que as crianças expusessem como elas compreendem as questões que envolve o descarte dos resíduos e ainda quais tem atitudes de cuidados com o mesmo no cotidiano. As crianças sinalizaram em suas falas, desde situações de reciclagem, poluição de rios (morte de peixes), o tempo para os lixos se decomporem, o que pode ser feito com resíduos sólidos orgânicos, restos de comida, sugeriram, por exemplo, que se dê a animais da rua.

Enfim, percebe-se que o trabalho diário dos professores em sala de aula permite que o conteúdo seja socializado e apropriado pelas crianças. “A produção do saber é social, se dá no interior das relações sociais. A elaboração do saber implica expressar de forma elaborada o saber que surge na prática social” (SAVIANI, 2003, p. 77, apud MARSIGLIA, 2011, p.15.), ou seja, é evidente que as práticas diárias dos professores atreladas aos conhecimentos dos alunos são a expressão das relações sociais em sala e culminam para o sucesso do processo de ensino.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho em sala de aula envolvendo as questões da Educação Ambiental na Educação Infantil requer dos professores uma ideia de uso de metodologias aplicáveis a faixa etária, como no caso do presente artigo, o vídeo foi utilizado como recurso metodológico para socialização dos conhecimentos acerca de resíduo sólido. E ainda pensando em metodologia o jogo complementa a ação pedagógica considerando o lúdico como preponderante nessa etapa da Educação Básica.

No cotidiano da instituição de ensino é pertinente e urgente que atitudes positivas no que tange a educação ambiental sejam reafirmadas a todo momento, desenvolvendo e firmando o compromisso social de todos com o meio ambiente, pois as situações rotineiras, propiciam uma ideia inicial para um saber elaborado quando esses passam a ser conteúdo formal.

Trabalhar na Educação Infantil é um desafio diário que exige dos professores formação pedagógica continua para que os conteúdos sejam efetivados para além do currículo formal.

Neste sentido a diversificação de recursos didáticos como o vídeo, além de carregar a possibilidade de estabelecimento de nova relação entre aluno, professor e conteúdo a ser trabalhado, pode contribuir para a dinamização da aula ao tirar o foco do livro didático, apostilas colocando-o como instrumento de apoio.

Embora os recursos didáticos sejam importantes, não são os mesmos que determinam como cada aula será organizada, mas sim o conhecimento didático do professor bem como sua ideologia docente ao conduzir a aula ou sequência didática do início ao fim.

O papel do professor é de contribuir para a construção de um currículo abrangente, com metodologias que oportunizem o processo de ensino e aprendizagem, buscando por aportes que de consistência ao seu trabalho no sentido amplo da atividade pedagógica, onde questões emergentes, como a Educação Ambiental estejam presentes não apenas enquanto conteúdo curricular formal, mas enquanto práticas formadoras de sujeitos inseridos e atuando no espaço e nas relações homem e natureza.

REFERÊNCIAS

AGUIAR, Wladiney Gomes de. Didática da Geografia: construindo aulas. Curitiba: CRV, 2016. 78p.

ABUD, katia Maria. A construção de uma didática da História: algumas ideias sobre a utilização de filmes no ensino. Revista História. SP, v. 22, 2003.

BAUMAN, Z. Vida do Consumo: a transformação das pessoas em mercadorias. Rio de Janeiro: Zahar, 2007.

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Ministério da Educação, Brasília, 2017. Disponível em:

<http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf> .Acesso em julho de 2019.

______. Lei Federal no 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Diário oficial da União, Brasília, 3 ago. 2010a. Disponível em: <

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm >.Acesso em: 10 mar. 2019.

FELLENBERG, Gunter. Introdução aos Problemas de Poluição Ambiental. São Paulo: EPU/Springer/EDUSP, 1980, p.111-124.

GASPARIN, João Luiz. Uma didática para a Pedagogia Histórico-Crítica. 5. ed. ver. Campinas, SP: Autores Associados, 2012.

LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994.

MORAN, José Manuel.; MASSETO, Marcos Tarciso; BEHRENS, Marilda Aparecida. Novas tecnologias e mediação pedagógica. 3º ed. Campinas: Papirus, 2001, p. 173p.

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No documento Série III: RESULTADOS DE PESQUISAS (páginas 80-86)