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EDUCAÇÃO AMBIENTAL FORMAL: PONTE PARA SOLUÇÃO DO PROBLEMA

No documento Série III: RESULTADOS DE PESQUISAS (páginas 130-136)

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA UEL

EDUCAÇÃO AMBIENTAL FORMAL: PONTE PARA SOLUÇÃO DO PROBLEMA

Do que já foi exposto, tem-se que no ano de 2017 produziu-se 78,4 milhões de toneladas de RSUs, uma parte desse montante não se sabe qual foi o destino, a outra foi para os lixões, aterros controlados e aterros sanitários.

Eis o problema, como combater o aumento da produção dos RSUs e, consequentemente, diminuir a poluição do meio ambiente.

A solução está, em parte, no cumprimento da Lei 12.305/10 que exige a construção de aterros sanitários. Não obstante, foi visto que o Poder Público não está cumprindo sua obrigação.

Outra parte da solução está na não geração, na redução, na reutilização, reciclagem e compostagem dos RSUs. O ponto de partida escolhido pelo trabalho está na EA formal, especialmente no ensino fundamental, quando os alunos das primeiras séries estão no processo de formação de conhecimentos.

A EA está prevista em documentos internacionais. É o caso do Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global26, elaborado pela sociedade civil planetária, no Fórum Global durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio92). Neste documento constam os princípios fundamentais da educação que deve ser crítica, coletiva e solidária, além de interdisciplinar. No âmbito nacional há a previsão constitucional no art. 225, par. 1º, VI. Também há a Lei da Política Nacional de Educação Ambiental – Lei 9795/99. E no Estado do Paraná estão em vigor a Lei

26 Disponível em http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/educacaoambiental/tratado.pdf Acesso

17.505/13 e o Decreto 9958/14, que referem-se à Política Estadual de Educação Ambiental e ao Sistema de Educação Ambiental.

Defende-se, neste trabalho, que a EA deve estar baseada em três pilares. Um deles seria conciliar o aprendizado de algumas disciplinas tradicionais com temas ambientais. A das ciências biológicas formaria a consciência infantil quanto ao entrelaçamento de todos os elementos naturais, vivos e não vivos, e sua importância para o equilíbrio ecológico. A da geografia poderia alinhar-se à importância da proteção do planeta Terra para a manutenção do clima e o combate ao aquecimento global. Ainda, a disciplina de história do Brasil e do mundo poderia incluir o conhecimento do início das agressões ambientais e os impactos negativos das diversas e variadas atividades antrópicas no meio ambiente.

Outro pilar seria discutir textos e desenvolver atividades lúdicas com os alunos nas datas comemorativas do meio ambiente27 e que sejam relativos a eles. Formando cidadãos respeitosos da natureza.

Por fim, ensinar a reciclagem de materiais inorgânicos e a reutilização nos trabalhos artísticos e de artesanato. A par disso, desenvolver a compostagem de materiais orgânicos produzidos pela própria escola e o que os alunos trariam de casa, para a produção de adubo natural. Esse fertilizante poderia ser utilizado pela própria escola nas suas hortas e jardins ou doado às famílias dos alunos.

Na atividade de compostagem, a EA contribuiria para reduzir a produção de lixo e o aumento da vida útil dos aterros sanitários, pelo menos os já existentes. Para os municípios que ainda não os têm, contribuiria para a diminuição da poluição do meio ambiente e evitaria o aumento dos índices de pessoas infectadas por doenças causadas por lugares insalubres.

Como dito, para enfrentar o problema dos RSUs a EA formal pode atuar fundada nos três tripés: a formação de cidadãos conscientes da importância da preservação e proteção do planeta Terra; o reconhecimento e respeito às datas comemorativas do meio ambiente e; a reutilização e compostagem de RSUs. Esse aprendizado ainda contribuiria para outro resultado positivo, a garantia da qualidade de vida das pessoas com menores índices de doenças e menos poluição decorrentes da geração de lixo e seu descarte de forma incorreta.

27 Ministério do Meio Ambiente. Datas Comemorativas. Disponível em

Enfim, a formação de cidadãos conscientes é o princípio da solução dos graves problemas ambientais, dentre eles, o da geração de RSUs.

CONSIDERAÇÕESFINAIS

Neste trabalho foi escolhido o tema dos RSUs e sua destinação incorreta como ponto central da problemática. Fez-se um retrato sucinto do quanto é produzido de lixo no Brasil e a insuficiência de aterros sanitários nos municípios brasileiros. Apresentou-se que a competência para instalá-los é do Poder Público, segundo o que dispõe a legislação nacional. Entretanto, o descumprimento da lei é fato inconteste. Esse cenário produz doenças e poluição ambiental do solo, da água e do ar.

Diante desse retrato desolador defendeu-se que a EA formal nas escolas de ensino fundamental pode fazer parte da solução. Formar cidadãos conscientes da razão pela qual devemos proteger o meio em que vivemos, saber respeitar os elementos da natureza como parte de um todo e, principalmente, reutilizar, reciclar e compostar os RSUs contribuiriam para a minimizar o grave problema do lixo no Brasil.

Não basta conhecer o problema, há que enfrentá-lo. Para tanto, há que se ter ferramentas adequadas. Uma delas é a EA. Com a formação de consciências coletivas de proteção, respeito e preservação do meio ambiente é possível compreender o porquê e como diminuir a produção de RSUs.

REFERÊNCIAS

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BRASIL ESCOLA. Geografia. O problema das enchentes.

https://brasilescola.uol.com.br/geografia/enchentes.htm Acesso 18/6/2019

CARMO, Samanta do. Adiamento do prazo para fim dos lixões pode ser aprovado até junho, com MP do saneamento básico. In: Congresso em foco. Respeitamos as diferenças. 12 de maio de 2019. Anais [...]. Disponível em

https://congressoemfoco.uol.com.br/infraestrutura/adiamento-do-prazo-para-fim-dos-lixoes- pode-ser-aprovado-ate-junho-com-mp-do-saneamento-basico/ Acesso 14/6/2019

ECYCLE. Matérias. O que é poluição do ar? Conheça causas e tipos. Disponível em https://www.ecycle.com.br/2949-poluicao-do-ar-atmosferica Acesso 18/6/2019

_____. O que são resíduos sólidos urbanos (RSUs), quais seus impactos e como amenizá-los. Disponível em https://www.ecycle.com.br/component/content/article/63/3129- residuos-solidos-urbanos-conceito-definicao-lixo-atividades-domesticas-poluicao-

contaminacao-perigosos-impactos-danos-ambiental-social-economico-cidades-coleta- seletiva-materiais-selecao-classificacao-destinaca-descarte-reciclagem-tratamento- gerenciamento.html Acesso 17/6/2019

FOLHA DE BOA VISTA. Extrema pobreza. Famílias que vivem no lixão catam comida estragada para se alimentar. Boa Vista/Roraima – 18 de junho de 2019. Disponível em https://folhabv.com.br/noticia/Familias-que-vivem-no-lixao-catam-comida-estragada-para-se- alimentar--/20430 Acesso 18/6/2019

MEGA IMAGEM. Doenças causadas por água contaminada. 31 de março de 2019. Disponível em https://www.megaimagem.com.br/blog/doencas-causadas-por-agua- contaminada/ Acesso 18/6/2019

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Catadores de Materiais Recicláveis. Disponível em https://www.mma.gov.br/cidades-sustentaveis/residuos-solidos/catadores-de-materiais- reciclaveis.html Acesso 03/8/2019

_____. Ministério do Meio Ambiente. Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global. Disponível em

http://www.mma.gov.br/educacao-ambiental/formacao/item/8068-tratado-de- educa%C3%A7%C3%A3o-ambiental-para-sociedades-sustent%C3%A1veis-e- responsabilidade-global.html Acesso 18/6/2019

MUNDO EDUCAÇÃO. Lixo urbano. Disponível em

https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/lixo-urbano.htm Acesso 15/6/2019

NAÇÕES UNIDAS BRASIL. Humanidade produz mais de 2 bilhões de toneladas de lixo por ano diz ONU em dia mundial. 01/10/2018. Disponível em

https://nacoesunidas.org/humanidade-produz-mais-de-2-bilhoes-de-toneladas-de-lixo-por- ano-diz-onu-em-dia-mundial/ Acesso 18/6/2019

O POVO on line. Jornal de hoje. Cotidiano. Catadores de lixo enfrentam riscos à saúde nos lixões. 02/05/2016. Disponível em

https://www20.opovo.com.br/app/opovo/cotidiano/2016/05/02/noticiasjornalcotidiano,360948 5/catadores-de-lixo-enfrentam-riscos-a-saude-nos-lixoes.shtml Acesso 18/6/2019

PRS Portal Resíduos Sólidos. O impacto causado pelos lixões à céu aberto. Setembro 19, 2016. Disponível em https://portalresiduossolidos.com/o-impacto-dos-lixoes/ Acesso 15/6/201

SENADO Notícias. MPs do saneamento básico e da regularização ambiental não valem mais. 4/6/2019. Disponível em

https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2019/06/04/mps-do-saneamento-basico-e-da- regularizacao-ambiental-nao-valem-mais/#conteudoPrincipal Acesso 14/6/2019

XVII Encontro Paranaense de Educação Ambiental - XVII EPEA

IV Colóquio Internacional em Educação Ambiental

4DR2- EDUCAÇÃO AMBIENTAL: UMA QUESTÃO SOCIAL E DE

CIDADANIA

Simone Aparecida de Andrade Vallini1

Clarissa Gaspar Massi2

Joice Juliane Fatel de Lacerda3

Generosa Bogo4

Resumo: O presente trabalho visa analisar o curta-metragem “Ilhas das Flores” e

demonstrar as reflexões trabalhadas e vivenciadas pelos alunos do 5º ano do Ensino Fundamental na Escola Municipal Dom Pedro II, em Jataizinho – PR. A partir do vídeo e das discussões realizadas, os alunos refletiram sobre as questões existentes no mundo, e especialmente a realidade brasileira, onde estão presentes desigualdades sociais como subproduto das relações produzidas no seio do sistema capitalista. O objetivo do presente artigo, foi de demonstrar para os alunos a presença do capitalismo, a sua influência na vida e na formação do indivíduo, questões sobre o consumismo e desigualdade social. A metodologia empregada é a pedagogia histórico crítica, parte de uma concepção crítica da educação ambiental com base na prática educativa de Saviani. Verifica-se no final do trabalho que a luta em favor dos Direitos à Cidadania devem ser intensificados, uma vez que existe desigualdade social e a recusa à dignidade humana coexistente no país que é responsabilidade, em partes, dos sujeitos conscientes de tais desigualdades de buscarem mecanismos que contribuam para minimizar os problemas sociais, principalmente através do trabalho educativo.

Palavras-chave: Desigualdade social; Educação; Dignidade humana. INTRODUÇÃO

O atual modo de produção e consumo, com base nos modelos do sistema capitalista, produz o consumismo exacerbado, além da grande desigualdade social. Para discutir esse conteúdo em sala de aula é importante despertar a consciência 1 Graduada em Pedagogia pela Faculdade de Ciências Educacionais e Sistemas Integrados,

(FACESI). Atua como Professora do Ensino Fundamental no Município de Jataizinho- PR.simoneandradevalini@hotmail.com.

2 Doutoranda em Geografia pela Universidade Estadual de Londrina, bolsista CAPES. Participante do grupo GEENGEA. claragmassi@gmail.com

3 Graduada em Pedagogia pela Universidade Luterana do Brasil. Atua como Professora no Ensino Fundamental no Município de Jataizinho-PR. joicefatellacerda@hotmail.com

4Graduada em Pedagogia pela Fundação Faculdade de Educação Ciências e Letras de Cascavel (FENCIVEL). Atua como Coordenadora Pedagógica na rede municipal de ensino de Jataizinho. generosabogo@hotmail.com

dos alunos para esses episódios que são a realidade de um grande número de pessoas em todo o país.

A metodologia empregada é a pedagogia histórico crítica, parte de uma concepção crítica da educação ambiental com base na prática educativa de Saviani. Utilizou-se como instrumento de pesquisa o diálogo, vídeo e textos.

Este trabalho possui como objetivo principal discutir com os alunos a presença do capitalismo (de ideologias consumistas), a sua influência na vida e na formação do indivíduo, mostrando experiências pessoais, analisando a desigualdade social e a reflexão a respeito do resíduo sólido produzido pela sociedade.

Ao trabalhar os temas consumismo, desigualdade social, fome, pobreza, impactos no meio ambiente, foi utilizado o curta-metragem “Ilha das Flores”, para despertar a atenção dos alunos e oferecer a reflexão e análise crítica sobre esses processos.

Foi realizado uma atividade com os alunos do 5º da Escola Municipal Dom Pedro II em Jataizinho – PR, na aula de Português o conteúdo interdisciplinar – “Educação e Cidadania”: Leitura, interpretação e reflexão.

Através do curta-metragem procurou-se demonstrar tais assuntos de maneira objetiva e crítica, permitindo aos alunos uma reflexão a respeito desses temas. Após a exibição do curta-metragem, a turma refletiu sobre a vida das pessoas moradoras na Ilha das Flores com a realidade delas e durante um debate os alunos refletiram sobre questões sociais, consumo, cidadania, resíduos, desigualdades sociais, oriundas pelo sistema capitalista e a ausência de políticas públicas para sanar os problemas vividos por parte da população brasileira.

Posteriormente, a turma foi dividida em duplas e trios, e cada grupo argumentou um ponto elencado no roteiro elaborado pela professora, de maneira que todos os pontos abordados no filme fossem discutidos em sala de aula, buscando soluções para tais questões socioeconômicas. Procurou-se, que todos os alunos visualizassem as problemáticas do curta-metragem como reais e próximas do nosso cotidiano.

Na atividade do dia posterior, foi trabalhado o significado das palavras consumo, consciência, consumismo, fazendo um mapa conceitual buscando

relacionar o filme com temas importantes para o entendimento da sociedade, como: Cidadania, Consumismo, Impactos Ambientais, Educação e Direitos Humanos.

Por fim, a turma foi separada em grupos e tiveram acesso ao texto “Educação e Cidadania: consumo consciente”, ele encontrava-se desorganizado, as crianças recortaram as partes, fizeram a leitura do texto e por meio da interpretação, organizaram na sequência correta, colando em uma folha de jornal velho.

Diante das atividades desenvolvidas, foi possível observar que cada criança começou a refletir a respeito de sua prática, percebendo que isso pode suscitar transformações, partindo da conscientização em ações cotidianas, permitindo uma transformação social e justa.

No documento Série III: RESULTADOS DE PESQUISAS (páginas 130-136)