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O REFERENCIAL CURRICULAR DO PARANÁ E A EDUCAÇÃO INFANTIL: VERSANDO SOBRE SABERES E CONCHECIMENTOS NA EDUCAÇÃO

No documento Série III: RESULTADOS DE PESQUISAS (páginas 66-72)

EDUCAÇÃO INFANTIL

O REFERENCIAL CURRICULAR DO PARANÁ E A EDUCAÇÃO INFANTIL: VERSANDO SOBRE SABERES E CONCHECIMENTOS NA EDUCAÇÃO

AMBIENTAL

O Referencial Curricular do Paraná foi construído de forma conjunta, junto a um comitê gestor, composto pelas seguintes secretarias: Secretaria de Estado da Educação do Paraná – SEED/PR, Conselho Estadual de Educação do Paraná – CEE/PR, União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação – UNDIME/PR e União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação – UNCME/PR e União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação UNCME/PR, instituições essas que são representativas dos sistemas estadual e municipal de educação e responsáveis por executar e normalizar a educação escolar nos diferentes sistemas (PARANÁ, 2018).

O presente referencial não resultado de discussões recentes, mas, de uma longa trajetória de estratégias de cunho nacional previstos em leis diretrizes etc., tais como LDBEN – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 6394/96, Constituição Federal de 1988, Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica e Plano Nacional de Educação, o qual prevê a necessidade de conteúdos mínimos conforme estabelece sua meta 7:

7.1. estabelecer e implantar, mediante pactuação interfederativa [União, Estados, Distrito Federal e Municípios], diretrizes pedagógicas para a educação básica e a base nacional comum dos currículos, com direitos e

objetivos de aprendizagem e desenvolvimento dos(as) alunos(as) para cada ano do Ensino Fundamental e Médio, respeitadas as diversidades regional, estadual e local. (BRASIL, 2014, s/n apud PARANÁ, 2018, p.8).

Contudo aplicando-se a educação escolar, desde a primeira etapa da Educação Básica a BNCC enquanto documento normativo propõe o que foi chamado de currículo mínimo, e conseguinte a esta estados e municípios partiriam de suas perspectivas preliminares para criarem seus currículos próprios adequadas a realidade de cada espaço geográfico.

O Referencial Curricular do Paraná segue a estrutura da BNCC trazendo para a realidade paranaense discussões sobre os princípios e direitos basilares dos currículos no estado e suscitando a reflexão sobre a transição entre as etapas da Educação Infantil para o Ensino Fundamental e entre os anos iniciais e os anos finais deste, bem como sobre a avaliação como momento de aprendizagem. (PARANÁ, 2018, p.8)

Pensando na Educação Infantil o Referencial pontua que

Na Educação Infantil são aprofundados os conceitos dos seus eixos - interações e brincadeiras - e dos campos de experiências, terminologia que busca se afastar da disciplinarização que, muitas vezes, antecipa a lógica do Ensino Fundamental. Essa etapa apresenta os princípios expressos nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil (BRASIL, 2000) articulados aos seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento estabelecidos para essa etapa da BNCC. Em seguida, o organizador curricular é apresentado trazendo a inclusão de “saberes e conhecimentos” como elementos que, associados aos campos de experiências, marcam a intencionalidade das práticas docentes, e os objetivos estabelecidos pela BNCC e ampliações e/ou complementações (PARANÁ, 2018, p.8).

Nessa perspectiva o olhar volta-se ao organizador curricular apresentado no documento, o qual de forma clara divide os campos de experiencias dadas as faixas etárias respectivas na inclusão intitulada saberes e conhecimentos, a qual trata-se de conteúdos seguidos de objetivos de aprendizagem.

Considerando ainda o caráter legal e normativo, o referencial curricular do Paraná passa a ter obrigatoriedade na elaboração da proposta pedagógica. E a partir desse a mesma deverá ser elaborada, prevendo todas as situações que implicam em garantia de direito a aprendizagem e ainda prevendo temas contemporâneos como a Educação Ambiental, a qual é o foco da presente explanação.

Deve-se pensar o currículo para além dos conteúdos organizados, sistematicamente, reconhecendo outros saberes e as experiências dos estudantes para que possa fortalecer suas práticas individuais e sociais, em função de uma consciência cidadã capaz de instigar as mudanças sociais. Assim, reconhecemos o importante papel da escola na construção de ações que assegurem os direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento imprescindíveis à formação humana, considerando, também, o papel social da escola como agente de articulação e transformação da realidade social e ambiental (PARANÁ, 2018, p.12).

Pensar a escola enquanto agente de articulação e transformação da realidade social e ambiental coloca, aluno, professor e toda a comunidade escolar no centro do processo de ensino, como sujeitos atuantes objetivando uma prática que volta-se a escolas sustentáveis como exemplo de espaço mediador de conhecimentos e ações para transformação social.

Tratando especificamente da Educação Infantil o Referencial Curricular do Paraná organiza-se em objetivos de aprendizagem e campos de experiência

Os objetivos de aprendizagem estão organizados em cinco campos de experiências: O eu, o outro e o nós; Corpo, gestos e movimentos; Traços, sons, cores e formas; Escuta, fala, pensamento e imaginação; e Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações. Esses campos “constituem um arranjo curricular que acolhe as situações e as experiências concretas da vida cotidiana das crianças e seus saberes, entrelaçando-os aos conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural” (BRASIL, 2017, p.38, apud PARANÁ, 2018, p.34).

A criança em seu cotidiano expressa sua visão de mundo por meio de suas interações e brincadeiras, para tanto o professor deve planejar ações pedagógicas que vão de encontro com o conhecimento que essas detém, logo as questões ambientais partem do cotidiano de ações diárias, de conhecimentos acerca do espaço onde se esta inserido de suas atitudes para com o mesmo.

No organizador curricular do Referencial do Paraná considerando que a Educação Ambiental e interdisciplinar e possível planejar aulas articulando todos os campos de experiência, entretanto, verifica-se que os saberes e conhecimentos voltados a temática ambiental se concentram de forma clara no campo de experiência “espaços, tempos, quantidades, relações e transformações” visto ainda a orientação das Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil.

Artigo 9º DCNEIs - As práticas pedagógicas devem ter como eixos norteadores as interações e a brincadeira, garantindo experiências que estão previstas nos seguintes incisos:

IV - recriem, em contextos significativos para as crianças, relações quantitativas, medidas, formas e orientações espaço temporais;

VIII - incentivem a curiosidade, a exploração, o encantamento, o questionamento, a indagação e o conhecimento das crianças em relação ao mundo físico e social, ao tempo e à natureza;

X - promovam a interação, o cuidado, a preservação e o conhecimento da biodiversidade e da sustentabilidade da vida na Terra, assim como o não desperdício dos recursos naturais;(PARANÁ, 2018, p.74 grifo nosso)

Atentando para as questões que permeiam desde o mundo físico, pensando no espaço geográfico como um todo interligado homem e natureza e o cuidado com a preservação e sustentabilidade da vida na Terra perpassando o desperdício dos recursos naturais o Referencial Curricular do Paraná prevê portanto, na Educação Infantil saberes e conhecimentos com objetivos de aprendizagem e desenvolvimento no campo de experiência “espaços, tempos, quantidades, relações e transformações” conteúdos que irão tratar das questões ambientais, devendo o professor em uma perspectiva crítica social desses atrelar teoria e prática, o brincar e o ensinar em um fazer pedagógico de atitudes que culminaram.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Existem inúmeras propostas e currículos para educação infantil, elaboradas nas últimas décadas, entretanto, não havia uma articulação entre as propostas, que eram de várias regiões do país. Mas, um lado interessante apontado diz respeito a que três instâncias públicas estavam sempre presentes: as práticas sociais, as políticas públicas e a sistematização de conhecimentos. Estas instâncias revelaram as soluções encontradas por algumas regiões brasileiras no que se refere à educação infantil, mas também, realça as desigualdades institucionais para garantir a qualidade educacional.

A boa qualidade educacional não é realizada apenas com propostas, existe a necessidade de condições políticas sociais e econômicas para que as mesmas sejam colocadas em prática.

Inúmeros debates foram realizados, em nível nacional e internacional, nas últimas décadas com o intuito de incorporar a função educar com a de cuidar dentro

da educação infantil, sendo que estas funções deveriam estar associadas à padrões de qualidade. Seu papel é socializador, devendo ser acessível a todos indiscriminadamente.

Observa-se que o conhecimento científico deve ser socialmente construído e acumulado historicamente, sendo que os fatos e fenômenos atuais são de grande importância neste processo educativo. No decorrer deste processo, o aluno começa a se questionar e questionar outras pessoas; não agem como meros espectadores do mundo, já começam uma formação crítica na pré-escola.

Quanto maiores forem os alunos, mais este conhecimento precisa ser concreto, provindo de uma realidade observada, sentida e vivenciada. Neste momento do desenvolvimento, as transformações são fundamentais para a formação do caráter do cidadão e a construção de sua cultura.

REFERÊNCIAS

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