• Nenhum resultado encontrado

EDUCAÇÃO INFANTIL E A EDUCAÇÃO AMBIENTAL: A FORMAÇÃO SOCIAL DO PROFESSOR

No documento Série III: RESULTADOS DE PESQUISAS (páginas 62-66)

EDUCAÇÃO INFANTIL

EDUCAÇÃO INFANTIL E A EDUCAÇÃO AMBIENTAL: A FORMAÇÃO SOCIAL DO PROFESSOR

A Educação Infantil desde sua trajetória enquanto etapa da Educação Básica volta-se para uma discussão e reflexões sobre planejamento, currículo, formação de professores e princípios e diretrizes que conduzem essa etapa, entre outros pontos relevantes e urgentes para a etapa.

Nesse viés, como aponta Marsíglia (2011) rompendo com resquícios assistencialistas, vive um momento onde a infância é pensada em sua globalidade,

privando pelo desenvolvimento integral da criança dentro das especificidades de cada faixa etária.

As questões que envolvem esta etapa da Educação Básica, dizem respeito ainda a qualidade da oferta, uma vez que essa é exigida de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394/96, devendo dar garantias de desenvolvimento no processo de ensino e aprendizagem.

O que é encontrado nas instituições é a falta de reconhecimento do papel da creche e da pré-escola no desenvolvimento global das crianças, bem como a precariedade e a má qualidade do serviço, quadro de profissionais deficitário e desqualificado. Esse panorama está concretizando aquilo que a lei propõe: oferecer o mínimo. (MARSÍGLIA, 2011, p. 62)

Nessa perspectiva, a luta da classe que atua nessa etapa é de grande valia, pois busca além da superação desse resquício assistencial, o reconhecimento enquanto professor e de suas competências teóricas para atuação junto ao sistema de ensino, suas leis, diretrizes, currículos etc. É urgente que o quadro de professores atuantes na Educação Infantil compreendam a importância da etapa e seu papel enquanto docente, o qual deve estar preparado para atuar em todas as etapas, pontua Silva (1990, p. 15 apud, MACIEL; NETO, 2011, p.23) “formar o professor, enquanto educador, para qualquer etapa ou modalidade de ensino, a partir da garantia de um núcleo comum de estudos sobre educação’ e ter docência como base de formação de todo educador”.

Visto a importância da formação docente, pontua-se a função da escola de socializadora do saber historicamente produzido, “tendo em vista a máxima humanização dos indivíduos, e essa função não se exerce nas centralidades das esferas do cotidiano” (MARTINS, 2007, p. 24).

Com esse cenário de expectativas, avanços e retrocessos, tem-se as questões ambientais somadas as discussões da Educação Infantil, enquanto conteúdo a ser contemplado de forma interdisciplinar, partindo de ações cotidianos e atrelados ao conhecimento científico.

Pensar a Educação Ambiental na Educação Infantil é um pensar para a superação da ideia de uma educação voltada a questões assistenciais de cuidados de higiene, alimentações etc., uma vez que se subestima tanto a capacidade do professor em ensinar tal conteúdo quanto da criança enquanto aluno em aprender,

partindo do pressuposto de sua realidade e desse enquanto sujeito que atua no espaço em que está inserido.

O que percebe-se é que atribui-se ainda à educação infantil um caráter compensatório, sendo mais responsável por sanar a carência dos alunos do que inseri-los na educação em si. A Educação Ambiental para séries iniciais deve caminhar de mãos dadas pois é nesta faixa etária que as noções de cuidado são trabalhadas.

Tomando como base que Educação Ambiental trata-se de um tema atual e logo de conteúdo de ensino, afirma-se sobre a legitimidade do conteúdo enquanto significação da educação escolar.

Os conteúdos são fundamentais e sem conteúdos relevantes, conteúdos significativos, a aprendizagem deixa de existir, ela transforma-se numa farsa [...]. A prioridade de conteúdos e a única forma de lutar contra a farsa do ensino. Por que esses conteúdos são prioritários? Justamente porque o domínio da cultura constitui instrumento indispensável para a participação das políticas de massas [...]. O dominado não se liberta se ele não vier a dominar aquilo que os dominantes dominam. Então dominar, o que os dominantes dominam é a condição de libertação. (SAVIANI, 2008, p. 45, apud, MARSIGLIA, 2011, p. 67)

Relacionando a importância da Educação Ambiental enquanto conteúdo da Educação Infantil e atrelando ainda essa aos objetivos da educação escolar em uma perspectiva de superação, esta compreende papel fundamental na formação do sujeito para atuação na sociedade e para com os cuidados e responsabilidades sociais de suas ações cotidianas ao longo da sua existência desde a infância.

Historicamente um marco para as reflexões sobre Educação Ambiental desponta na Conferência Rio-92, apresentando leituras diferenciadas acerca dos problemas globais e do homem em sua relação com a natureza. O homem passou a apontar seu papel na sociedade em relação aos elementos naturais, buscando a ligação existente entre homem-natureza e as relações dos homens entre si. (CASCINO, 2000, apud OLIVEIRA, TONIOSSO, 2014, p. 34).

Pensando ainda em marcos históricos é importante mencionar que anterior a Conferência, em 1981 foi estabelecido a Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA) “que estabeleceu no âmbito legislativo, a necessidade de inclusão da educação ambiental em todos os níveis de ensino” (BRASIL, 1981). Posteriormente, também foi incluído na Carta Magna de 1988 no art 225, § 1º, “VI - promover a

educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente” (BRASIL, 1988) e no ano de 1.999, foi criada a Lei Federal nº 9.795 que instituiu a Política Nacional de Educação Ambiental que em seu art 2º estabeleceu “A educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal” (BRASIL, 1999).

Sendo assim de acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Ambiental

O planejamento dos currículos deve obviamente, considerar as fases e etapas, as modalidades e os níveis dos cursos, e as idades e a diversidade sociocultural dos estudantes, bem como suas comunidades de vida, dos biomas e dos territórios em que se situam as instituições educacionais. Além disso o tratamento pedagógico da Educação Ambiental deve ser diversificado, permitindo reconhecer e valorizar a pluralidade e as diferenças individuais, sociais, étnicas e culturais dos estudantes e promovendo valores de cooperação e respeito as relações solidárias (BRASIL, 2012, p. 551)

Logo é claro que as questões ambientais devem compor os currículos e urgente que a sociedade compreenda e detenha conhecimento sobre as questões ambientais com consciência, e que essa ocorra desde os primeiros níveis de ensino, ressaltando que a Educação Infantil oportuniza a disseminação de valores para que no futuro possa ser absorvida e culminem em práticas positivas para com o Meio Ambiente como um todo.

O Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil em seu eixo temática Natureza e Sociedade atreladas as várias áreas do saber que compunham os conteúdos possíveis neste, apresentam práticas referentes a temática ambiental atreladas a etapa da Educação Básica.

Propostas e práticas escolares diversas que partem fundamentalmente da ideia de que falar da diversidade cultural, social, geográfica e histórica significa ir além da capacidade de compreensão das crianças têm predominado na educação infantil. São negadas informações valiosas para que as crianças reflitam sobre paisagens variadas, modos distintos de ser, viver e trabalhar dos povos, histórias de outros tempos que fazem parte do seu cotidiano (BRASIL, 1998, p. 165).

Iniciar as reflexões sobre as questões da Educação Ambiental na Educação Infantil, exigem do professor uma compreensão de que as relações sociais das crianças para com o seu espaço geográfico em sua diversidade são ponto de partida para qualquer proposta futura de planejamento.

Compreendido como tema contemporâneo atualmente com a Base Nacional Comum Curricular seguindo as leis anteriores prevê a Educação Ambiental enquanto tema a integrar “os sistemas e redes de ensino, assim como as escolas, em suas respectivas esferas de autonomia e competência” (BRASIL, 2017, p. 19). Atendendo e/ou seguindo orientação oriunda da BNCC o Paraná apresenta o Referencial Curricular do Paraná.

O REFERENCIAL CURRICULAR DO PARANÁ E A EDUCAÇÃO INFANTIL:

No documento Série III: RESULTADOS DE PESQUISAS (páginas 62-66)