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RESULTADO E DISCUSSÕES

No documento Série III: RESULTADOS DE PESQUISAS (páginas 142-146)

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA UEL

RESULTADO E DISCUSSÕES

O emprego do curta-metragem “Ilha das Flores” em sala de aula, propôs a abordagem dos temas de desigualdade social, fome, pobreza, meio ambiente e consumismo, oferecendo uma maneira interessante de despertar a atenção dos alunos, a reflexão e análise crítica sobre tal realidade.

No início da proposta da atividade, as crianças observaram a bandeja de tomates, muitas falaram que não gostavam, poucos disseram que sim. Esse impacto inicial foi proposital, com o objetivo de mostrar às crianças a importância de valorizar o alimento que chega as mesas e perceber a realidade em que muitas pessoas vivem e que às vezes nem se davam conta de tamanha desigualdade.

Após a transmissão do curta-metragem, foi possível retomar a discussão a respeito dos alimentos, sobre os gostos de cada um e o acesso que as pessoas tem a eles. Neste momento, as crianças ficaram pensativas.

Foi observado neste momento que as crianças se sensibilizaram com as cenas apresentadas no filme, elas foram se expondo livremente, falando sobre o que comem em suas casas, sobre o que descartam e das coisas que vão para o lixo. Importante foi observar que as crianças conseguiram refletir e se colocar no lugar do outro, ou seja, no lugar daquelas pessoas da Ilha das Flores.

Outro ponto do filme que possibilitou a discussão e reflexão da exclusão social alarmante gerada pelo modelo capitalista foi: O que coloca os homens da Ilha das Flores depois dos porcos na prioridade de escolha de comida é o fato de não possuírem dinheiro nem dono.

A razão pela qual o homem possuí o polegar opositor e o tele encéfalo altamente desenvolvido, leva a refletir se realmente o homem encontra-se tão evoluído de fato quanto a outros seres, já que determinados seres humanos se encontram em condições piores que os porcos, vivendo de maneira desumana.

Não são os elementos humanos que distinguem um ser de outro, mas sim a sua condição econômica, que é gerada pelo consumo e o capitalismo. Para refletir, foi lançada a seguinte questão para a turma:

Qual é o fator que coloca aquelas pessoas a viverem tais condições de vida? Diante da interrogativa foram surgindo respostas como:

“A pobreza”, “A falta de estudos”, “Os governantes que roubam o dinheiro público”, “A falta de interesse daquelas pessoas”, “O desemprego”, “Culpa do dono dos porcos”.

A partir dessas respostas, foi possível mostrar para a turma, que realmente não há apenas um fator, mas como elas mesmo citaram, há vários que são desencadeados devido ao capitalismo.

A exibição do curta-metragem promoveu também uma série de discussões, demonstrando cenas que retratam o consumismo, a geração de riqueza, exclusão social, elencando locais que os alunos tenham conhecimento onde ocorrem situações semelhantes às apresentadas no curta-metragem.

No decorrer da atividade onde as crianças reorganizaram o texto “Consumo consciente”, foi possível conversar com a turma sobre os efeitos do consumo exagerado, foi possível elencar situações da necessidade de consumo, porém, enaltecendo o consumo consciente.

Neste momento foi possível perceber que as crianças refletiram a respeito das próprias atitudes em relação ao consumo. Elas realizaram a comparação com a vida das pessoas que viviam na Ilha das Flores. Muitas deram exemplos do dia a dia delas.

Além das crianças perceberem o nível de consumidor que cada uma é, por meio de um teste realizado em sala de aula, a turma analisou as consequências que causam o consumo exagerado, pensando na questão ambientes, da utilização dos recursos naturais, das desigualdades, onde uns consomem tanto, quanto muitos não tem nada praticamente para satisfazer suas necessidades básicas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pedagogia histórico-crítica é uma alternativa que pode nos libertar das amarras do mundo oficial e endossar o clamor pela resistência que o mundo real tanto precisa para eliminar a reprodução da sociedade. Para tanto, os fundamentos filosóficos da pedagogia instituída por Saviani fazem-se como elemento de luta e de solo firme para nossa caminhada.

É necessário compreender a educação no seu desenvolvimento histórico- objetivo, como alerta Saviani (2008), comprometer com a transformação da sociedade e não na sua perpetuação. Encarando o trabalho pedagógico como essência da realidade do educador e o saber como meio de produção que disponibilizará forças para a mudança social.

Após a exibição do curta-metragem e as atividades abordando o consumismo, foi possível observar essa transformação de comportamento em cada criança. E o mais interessante, é que esse conhecimento não se limitou apenas a sala de aula,

pois os alunos levaram esse aprendizado e essa ideia de transformação para suas famílias.

Verificou-se a importância do uso de curtas-metragens, pois desta maneira o aluno consegue possuir uma visão real sobre determinados assuntos, facilitando sua reflexão para lidar com questões que envolvem no seu cotidiano. Observou-se também, nas atitudes e na fala das crianças, quando eles citam exemplos de casa, ou até mesmo de atividades em sala de aula, em que é possível analisar os hábitos de consumo e que questões que envolvem a desigualdade social.

Neste enfoque, conclui-se que a Educação Ambiental deve abordar valores além da preservação dos recursos naturais. Os resultados apresentados neste trabalho, nos traz a certeza da necessidade de formar uma geração consciente, percebendo que não é uma ação individual, mas sim, um trabalho coletivo, a fim de resolver os problemas sociais atuais.

REFERÊNCIAS

DUARTE, Newton. Educação escolar, teoria do cotidiano e a escola de vigotski. 4 ed. Campinas: Autores Associados, 2007.

GASPARIN, João Luiz. Uma didática para a pedagogia histórico-crítica. 4 ed. Campinas: Autores Associados, 2007.

SAVIANI, Dermeval. Escola e democracia: teorias da educação, curvatura da vara, onze teses sobre a educação política. 39 ed. Campinas: Autores Associados, 2007.

___________. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. 10 ed. Campinas: Autores Associados, 2008.

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No documento Série III: RESULTADOS DE PESQUISAS (páginas 142-146)