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3. PROPOSIÇÃO E APLICAÇÃO DO MODELO

3.1. Descrição da Organização

A UFPE, instituição pública voltada para o ensino de cursos de graduação e de pós-graduação, além de contar com a prática de pesquisas científicas e de projetos de extensão, tem crescido de forma mais acentuada nos últimos anos; principalmente depois da criação de novos cursos e da construção de novas unidades acadêmicas acarretando na sua interiorização no Estado de Pernambuco.

Para ilustrar esse crescimento, UFPE (2013) afirma que a Universidade, surgida em 1946 através do Decreto-Lei nº 9.388, com a denominação de Universidade do Recife (UR), iniciou suas atividades sendo composta pela Faculdade de Direito, pela Escola de Engenharia de Pernambuco (atual CTG), pela Faculdade de Medicina e escolas anexas de Odontologia e Farmácia, pela Escola de Belas Artes e pela Faculdade de Filosofia do Recife. Cauponi (2011) explica que essas escolas eram majoritariamente privadas e aliadas ao poder público, com o objetivo de formar mão de obra especializada para atender a demanda local, regional e nacional.

Explica Farias (2010) apud Cauponi (2011) que, em 1963, a Universidade do Recife passou por grande mudança estrutural com a reforma estatutária estabelecida na época. Até o referido ano, a estrutura física da Universidade já contava com treze Faculdades e três cursos autônomos, onze institutos, dois centros de treinamentos e duas

instituições complementares – neste caso o Hospital das Clínicas e o Ginásio de Aplicação. Assim, em 1965, de acordo com UFPE (2013), a Universidade do Recife passou a ser denominada de Universidade Federal de Pernambuco, passando a ser considerada autarquia vinculada ao Ministério da Educação.

Dados da UFPE (2013) expõem que a Universidade conta atualmente com 12 Centros Acadêmicos, distribuídos em três campi pelo Estado de Pernambuco: o de Recife, o da cidade de Vitória de Santo Antão, e o da cidade de Caruaru. Espalhados por estes campi, a UFPE possui 72 departamentos acadêmicos, 107 cursos de graduação, 68 cursos de mestrado acadêmico e 8 de mestrado profissional, 49 cursos de doutorado, 49 cursos de especialização presencial e, ainda, 3 cursos de especialização à distância.

Concomitantemente, o CTG tem crescido bastante diante da necessidade de acompanhamento do desenvolvimento da UFPE. No entanto, o referido Centro Acadêmico têm sentido tal crescimento de forma impactante, uma vez que, de acordo com Cauponi (2011), adotou nos últimos anos medidas eficientes para abrandar o fluxo de evasão de alunos que até então era consideravelmente grande; além do aumento do número de cursos de graduação e de pós-graduação.

Cauponi (2011) explica que o CTG teve suas origens em 1895, pela lei estadual nº 84, sendo conhecido na época como a Escola de Engenharia de Pernambuco – segundo a autora, foi a quarta instituição de engenharia criada no país.

Ao longo desses quase 120 anos de existência, o Centro Acadêmico primeiramente iniciou suas atividades com os cursos de Engenharia Civil e Engenharia Agronômica. Explica Cauponi (2011) que, com o passar dos anos, o curso de Engenharia Agronômica saiu do seu domínio, e a Escola de Engenharia passou a incorporar novos cursos de graduação, a começar com o de Química Industrial cuja agregação foi em 1920.

Com a fundação da Universidade do Recife em 1946, conforme dito anteriormente, a Escola de Engenharia foi uma das escolas a ser incorporada. Contudo, foi somente em 1967 que se deu origem à Universidade Federal de Pernambuco, quando teve sua sede inaugurada no Campus do Recife, fato que resultou na fusão da antiga Escola de Engenharia de Pernambuco com a Escola de Química, agregando também a Escola de Geologia, o Laboratório de Ciências do Mar e o Centro de Energia Nuclear.

Dados internos da prórpia organização6 nos mostra que o CTG, atualmente, comporta 12 departamentos, 17 cursos de gradação com 3.883 alunos no total, 11 cursos de Mestrado Acadêmico com 620 alunos, 1 curso de Mestrado Profissional com 21 alunos, 7 cursos de especialização com 68 alunos (atualmente, somente dois estão funcionando) e 8 cursos de doutorado com 559 alunos – todos devidamente matriculados.

Para ilustrar pontualmente o crescimento do CTG, Cauponi (2011) apresenta a evolução do número de vagas ofertadas nos cursos de graduação de acordo com a tabela 3.1, devido ao aumento na demanda de mercado pelo ensino superior.

Tabela 3.1. Evolução do número de vagas ofertadas por curso nos de 1990, 2008 e 2012

Curso 1990 2008 2012 Aumento de vagas

(1990 – 2012) Engenharia Biomédica 0 20 20 20 Engenharia Cartográfica 20 30 60 40 Engenharia Civil 120 120 120 0 Engenharia de Minas 30 40 50 20 Engenharia de Produção 0 40 40 40

Engenharia Elétrica/ Eletrônica 50 80 80 30 Engenharia Elétrica/ Eletrotécnica 50 100 100 50

Engenharia Mecânica 80 80 100 20 Engenharia Química 50 90 90 40 Geologia 20 40 40 20 Química Industrial 30 40 40 10 Oceanografia 0 0 25 25 Engenharia de Alimentos 0 0 35 35 Engenharia de Energia 0 0 20 20 Engenharia de Materiais 0 0 40 40 Engenharia Naval 0 0 20 20 Total 450 680 880 430 Fonte: Cauponi, 2011, pág. 32.

A tabela 3.1 compara o número de vagas ofertadas no ano de 1990 com os anos de 2008 e 2012, que foram os dois marcos temporais para início e conclusão do projeto

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São dados coletados internamente na instituição, atualizados no mês de Outubro de 2014; com exceção da informação referente à quantidade de alunos de graduação, cuja atualização última foi em Dezembro de 2015.

REUNI/UFPE7. Além deste, a autora também destaca outros fatos que contribuíram para o crescimento do CTG, tais como: vagas ofertadas em vestibular do meio do ano, a Resolução 07/2011-CCEP da UFPE que fixa as vagas do Processo Seletivo/Vestibular para 2012 e 2012.2, e o Sistema de Seleção Unificada – SISU/MEC, que seleciona, através do Enem (Exame Nacional de Ensino Médio), os candidatos mais bem classificados de acordo com o número de vagas ofertadas em cada instituição.

Como resultado destas medidas, percebe-se a partir da tabela que o aumento percentual do número total de vagas ofertadas de 1990 a 2012 é de 95,55%. Esse crescimento também reflete a criação de novos cursos, como explica Cauponi (2011) que, em 2009, o CTG ofertou a mais os cursos de Engenharia de Alimentos, Engenharia de Energia e Oceanografia; e em 2010 o curso de Engenharia de Materiais.

A autora também revela o consequente aumento de alunos inscritos nos cursos de graduação de engenharia. A ilustração 3.1 apresenta o acompanhamento do número de discentes matriculados no CTG entre 1990 e 2011, considerando os novos alunos e os alunos que já estavam vinculados ao Centro Acadêmico. Nesse período, percebe-se que houve um aumento no número de alunos em 188,47%. A autora explica que esse crescimento passou a ter maior expressividade a partir de 2009, corroborando com os dados extraídos acerca da oferta de vagas no período em que as medidas citadas anteriormente foram sendo adotadas. Com relação ao número de concluintes, Cauponi (2011) explica que também houve um aumento de 171,31% entre 2000 e 2010. A ilustração 3.2 apresenta essa evolução por ano.

Ilustração 3.1. Evolução do número de alunos matriculados no CTG entre 1990 e 2011

Fonte: Cauponi, 2011, pág. 36

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O REUNI (Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais) foi um programa do governo federal iniciado no ano de 2007 e terminado em 2012. O intuito do projeto era elevar a taxa de conclusão média dos cursos de graduação presenciais em todas as Universidades Federais do Brasil.

Ilustração 3.2. Evolução do número de alunos diplomados entre 2000 a 2010

Fonte: Cauponi, 2011, pág. 37

Além dos dados apresentados, serão destacadas a seguir, as medidas tomadas pelo CTG nos últimos anos e que foram identificadas por Cauponi (2011) em sua pesquisa. Essas medidas foram estabelecidas para diminuir a evasão de alunos dos cursos de graduação. São elas:

 Ponto de corte – a autora explica que foi a primeira medida adotada , ocorrida na segunda fase do vestibular 2007. O objetivo foi melhorar o nível dos alunos ingressantes (através da nota alcançada no certame) para evitar desistências no decorrer do curso pelo fato de não conseguirem acompanhar o andamento das disciplinas. Em contra partida, explica a autora que ficou mais difícil de preencher o número de vagas ofertadas.

 Conjunto de Engenharias CTG – essa iniciativa foi composta pela maioria dos cursos de graduação. Cauponi (2011) explica que os aprovados no Conjunto Engenharias CTG cursam dois semestres de disciplinas básicas comuns a todas as engenharias e, somente após um ano de aula, os alunos poderão decidir qual curso irão seguir em sua vida profissional. A autora explica que foi identificado que o estudante recém-ingressante se sente perdido no ambiente acadêmico e, muitas vezes, opta por uma área da engenharia que, com o tempo, não consegue mais se identificar.

 Vestibular no meio do ano – a autora explica que essa decisão foi tomada pelo fato de vários professores do CTG perceberem que, com a segunda entrada do vestibular, os alunos passam seis meses sem estudar, o que pode implicar no

mau rendimento das disciplinas. Com o vestibular no meio do ano, os candidatos continuam em contato com os estudos e isto os auxilia nos primeiros períodos do curso.

Todos esses dados foram expostos com o intuito de ilustrar, com o exemplo específico dos cursos de graduação, que nos últimos anos o CTG como um todo tem crescido bastante em números no tocante ao seu processo principal, que é a preparação de discentes para o mercado de trabalho. Como se pôde perceber, tal evolução foi expressada tanto na entrada, quanto na manutenção e saída desses alunos.

Esse crescimento também é refletido nos processos de suporte, como por exemplo, na contratação de mais professores diante da criação de cursos novos, na necessidade de prover infraestrutura adequada para comportar todos os alunos e professores novos, na melhoria da comunicação interna, no fluxo de ações que são movidas em prol da Academia, entre outros. Destarte, tais processos são, em grande parte, de responsabilidade da Diretoria do CTG perante a comunidade de maneira geral, tornando-se o foco de estudo neste trabalho a partir de então.