• Nenhum resultado encontrado

Descrição das Equipes envolvidas na Elaboração do Plano Diretor Participativo do

4. O Contexto da Pesquisa

4.3. Descrição das Equipes envolvidas na Elaboração do Plano Diretor Participativo do

Município de São José-SC e o Papel do GT-Cadastro.

Os responsáveis pelo projeto de elaboração do plano diretor participativo do município de São José - SC foram a Prefeitura Municipal de São José e a Universidade Federal de Santa Catarina. Como esse projeto era parte integrante de uma parceria entre o Banco Mundial e o governo brasileiro, outro ator pode ser identificado: a Caixa Econômica Federal. A ela cabia a gestão do programa Habitar/BID. De forma análoga, do ponto de vista administrativo e legal, a Universidade Federal de Santa Catarina foi representada no processo pela Fundação de Ensino de Engenharia em Santa Catarina.

Para executar o projeto de elaboração do plano diretor participativo do Município de São José - SC foram compostas duas equipes técnicas. Uma da Universidade Federal de Santa Catarina e outra da Prefeitura Municipal. Por sua vez, essas foram subdivididas de acordo com as especialidades que as compunham. Por exemplo, no caso de um grupo de advogados operando dentro da equipe da Universidade Federal de Santa Catarina esse foi designado equipe jurídica. Como o termo equipe aparece aqui designando a equipe da Universidade Federal de Santa Catarina e a equipe jurídica, se propõe normatizar o uso do itálico para referir-se aos grupos internos ou equipes internas.

Para se compreender o papel desempenhado pela equipe da Universidade Federal é mister iniciar por seu arrimo: o GT Cadastro e os integrantes desse grupo que compuseram a equipe central, nome dado ao longo do processo de elaboração do plano diretor participativo. Ao GT Cadastro e sua equipe central ficou a responsabilidade do planejamento do projeto, do planejamento do processo, da execução do projeto e da gestão do processo. Assim, não é totalmente inesperado que sua composição fosse multidisciplinar envolvendo profissionais como o geógrafo, o arquiteto urbanista, o engenheiro civil, o engenheiro cartógrafo e posteriormente o advogado. Para realizar as atribuições que lhe couberam essa equipe realizou uma série de

tarefas e procedimentos, como a definição de quais seriam as equipes de apoio à elaboração do plano diretor participativo, a organização dos diversos métodos e processos oriundos das diversas áreas em um todo integrado de atividades coerentes, a definição e condução das capacitações, entre outras.

De todas essas tarefas desenvolvidas pelo GT Cadastro e sua equipe central merece destaque a produção de materiais técnicos que serviram de suporte às diversas equipes participantes. Assim, foram levantados e coletados variados dados técnicos, houve a criação de um banco de dados integrado à cartografia, a edição do material cartográfico, a elaboração de mapeamentos temáticos, a elaboração e sistematização estatística dos dados, bem como o desenvolvimento de pesquisas originais. Como conseqüência, ao fim da etapa do planejamento que previa conhecer a realidade do município, a Leitura da Realidade Municipal, foi possível produzir um relatório síntese composto por 326 páginas, 50 tabelas, 37 quadros, 59 gráficos, 28 fotos e 100 mapas temáticos, inclusive da participação popular, como se verá.

No auge das atividades, a equipe da Universidade Federal de Santa Catarina chegou a ser composta por cinco equipes, além da equipe central, havia uma equipe jurídica, uma ambiental, uma de infra-estrutura, uma socioeconômica (inclusive a mobilização social), uma de urbanismo (Anexo 2). Assim, em sua totalidade, a equipe da Universidade Federal de Santa Catarina era multidisciplinar, sendo composta por várias disciplinas do conhecimento e de profissionais afins como arquiteto urbanista, engenheiro civil, engenheiro cartógrafo, geógrafo, advogado, assistente social, administrador, economista, etc. A equipe da Universidade Federal de Santa Catarina chegou a ter pouco mais de trinta integrantes. Conforme o trabalho progrediu a equipe da Universidade Federal de Santa Catarina tendeu a se reduzir. Durante a elaboração da proposta de Lei do plano diretor participativo restava apenas a equipe central do GT Cadastro.

À equipe da Prefeitura Municipal coube o papel de apoiar e fiscalizar o trabalho desenvolvido pela equipe da Universidade Federal de Santa Catarina. Sua estrutura interna seguia a organização do poder executivo. Assim, o prefeito municipal era o responsável maior, seguido pelo secretário de desenvolvimento urbano e por uma seqüência de equipes das secretarias, gabinetes e da procuradoria municipal, a saber, a equipe: da secretaria de desenvolvimento urbano, da procuradoria geral do município, do gabinete de planejamento, da secretaria de desenvolvimento social, da secretaria da saúde, da secretaria de esportes e juventude, da secretaria de indústria, comércio e turismo, da secretaria de urbanismo e serviços públicos, da secretaria da receita, da secretaria da educação e cultura, da secretaria de

administração e finanças, da secretaria do meio ambiente e da secretaria de transportes e obras (Anexo 2).

Analogamente ao papel desenvolvido pela equipe central do GT Cadastro da Universidade Federal de Santa Catarina, a equipe da secretaria de desenvolvimento urbano agregava os esforços das demais equipes da prefeitura municipal, bem como coordenava a equipe da Prefeitura Municipal de São José. O relacionamento entre a equipe da Universidade Federal de Santa Catarina com a equipe da Prefeitura municipal ocorria quase sempre por intermédio da equipe central do GT Cadastro com a equipe da secretaria de desenvolvimento urbano.

A colaboração entre a Secretaria de Desenvolvimento Urbano da Prefeitura Municipal de São José e sua equipe e O GT Cadastro com sua equipe central permitiu a este último produzir o material técnico necessário para a elaboração do plano diretor participativo do Município de São José Santa Catarina.

A Prefeitura Municipal de São José possuía em seu acervo o levantamento aerofotogramétrico na escala 1:8000 de 1995 e de 2001 de autoria da Empresa Aeroimagem. Além disso, tinha, também, em seu poder a carta planimétrica digital na escala 1:2000 desses levantamentos aerofotogramétrico, de 1995 e 2001. O cadastro técnico estava sendo elaborado naquela ocasião e a planta genérica de valores estava desatualizada. De posse desse material o laboratório de fotogrametria, de sensoriamento remoto e de geoprocessamento do GT Cadastro editou o material na escala 1:50.000. Essa edição envolveu o processo de elaboração do mapa base para preparação dos mapas temáticos. Vale ressaltar que somente com o mapa base foi possível vincular o banco de dados do censo de 2000 do IBGE. Assim, se organizou um sistema de informação geográfico que possibilitou a elaboração dos mais diversos mapas temáticos, inclusive os que auxiliaram a participação popular. Esse trabalho ficou sob a coordenação da geógrafa Dr. Eugênia Karnaoukova (KARNAOUKOVA, 2003), apoiada principalmente pelo arquiteto Dr. Renato T. de Saboya. O anexo 3 traz em detalhes a metodologia empregada na elaboração do mapa base.